Uma Noite Especial



Os dias subsequentes foram ótimos! Nada lembrava aqueles dias em que eles ficaram brigados. Eles pediram a Sra. Wesley que conjurasse novamente a piscina. Rony foi o que mais insistiu. Depois ele contou a Hermione o porquê de toda aquela insistência:
- Eu estava louco para ver você naquele biquíni de novo.
- Se você tivesse pedido, eu teria colocado só para você. Com piscina ou não.
- Ë? – disse ele se chegando.
- É! – ela passou os braços pelo seu pescoço e deram mais um beijo, entre tantos outros naqueles dias.
- É Harry... e diziam que a gente é que exagerava hein – Gina disse alto, para que eles a ouvissem.
- Pois é, então vamos fazer jus a esse “exagero”. – Harry disse e puxou Gina para um beijo também.
- Ei, ei vocês aí! Potter, vai manso com a minha irmã. – disse Jorge entrando no quarto de Gina, onde eles estavam.
- Cadê Fred? – perguntou ela.
- Está tentando arrumar umas gatas para nos acompanharem ao casório.
- Só para o casamento? – perguntou.
- A princípio sim, mas se elas beijarem bem, talvez a gente fique um pouco mais com elas.
- Verdadeiramente, vocês são a escória da escória masculina! – exclamou Hermione e o próprio Jorge não pôde deixar de rir.
Após o jantar, Hermione e Rony ficaram no quarto dele, enquanto Gina tinha Harry ao seu lado no quarto dela.
Ela e Rony se abraçavam e se beijavam na cama dele. A coisa estava tomando o mesmo rumo daquela outra noite, quando Rony os interrompeu. Os braços e pernas estavam entrelaçados a tal ponto, que não se podia dizer de quem era o quê. Parecia que ainda estavam tentando compensar os dias em que ficaram brigados. Hermione passou uma das pernas sobre o quadril do namorado, e puxou-o ainda mais para ela. As mãos urgentes de Rony entraram por dentro da sua blusa e começaram a subir, a subir... Então desta vez foi Hermione quem deu o sinal vermelho.
- Ah, Mione... – ele reclamou, fazendo bico e tentando pegar sua perna.
- Vá para o banho frio Ron, eu vou também depois.
- Você é má, muito má! – ele brincou.
Mais tarde, enquanto tentava dormir, Hermione refletia sobre algumas coisas e tomou uma decisão. Precisava falar a ele o que sentia verdadeiramente. Desde que ouvira ele dizer que a amava, ela ainda não havia devolvido a declaração e isso ía acontecer no dia do casamento do irmão dele.

Enfim chegara o dia do casamento. O dia foi um pandemônio! As meninas e Fleur tentando esconder os vestidos dos rapazes e preparando cabelos e maquiagem, a Sra. Wesley nos últimos preparativos e todos correndo de um lado para o outro. Enfim, um caos! A cerimônia iria ser realizada no jardim da Toca, onde foram arrumados altar, cadeiras e toda ornamentação. Todos os convidados estavam presentes: bruxos da Ordem, professores de Hogwarts, familiares e amigos do noivo e da noiva. Gui e os padrinhos já estavam no altar. Ele estava bem melhor e quase não apresentava as marcas das mordidas de cerca de um mês atrás. Trajava-se elegantemente, assim como os irmãos e também Harry. Este e Rony estavam tão ansiosos quanto o noivo. A ansiedade era para ver Gina e Hermione. De repente, uma música suave começou a tocar e elas entraram. Gina com o cabelo em uma trança embutida e um vestido verde água, longo e esvoaçante. Hermione tinha os cabelos presos atrás da cabeça e, propositadamente, desciam fios pela sua testa e ombros. Seu vestido era azul bem claro, sem alças e colado ao corpo. Tinha uma fenda que ía quase até a sua coxa direita. Harry estava orgulhoso com Gina e Rony babava por Hermione. Depois foi a vez de Fleur entrar com o pai. Ela também estava linda, para alegria de Gui. Seu vestido branco era exclusividade da loja de Madame Malkin de Paris. O casamento foi realizado por um bruxo da Ordem de Merlin. Após a cerimônia, altar, cadeiras e tudo o mais desapareceram. No lugar, surgiu uma pista de dança. A música às vezes era suave e às vezes mais agitada. Para não estragar o clima da festa, evitaram-se assuntos como a morte de Dumbledore ou os planos de Voldemort. Aquela noite era só para comemorar.

Enquanto Gina tentava fazer Harry dançar decentemente na pista, Hermione levou Rony a um canto e sussurrou:
- Você está com a sua varinha?
- Estou, por quê?
- Então vamos comigo.
- Aonde?
Eles se afastaram um pouco dos convidados e ela disse:
- Quero ir a um lugar com você, mas como você ainda não passou no teste de aparatação, vai ter que segurar aqui no meu braço.
Ele segurou, sem entender nada. Ela se concentrou.
- Hermione, aonde nós vam... – Craque – eles desaparataram.
- Cadê Rony e Hermione? – perguntou Harry à Gina.
- Não sei. Eu os vi indo ali para o canto, mas depois não vi mais. Pensei que já tivessem voltado a dançar.

Craque
Hermione e Rony aparataram em um lugar escuro.
- Onde nós estamos? – perguntou ele.
- Acenda a sua varinha.
- Lumus! - ele disse.
Ele olhou bem em volta.
- Mione, nós estamos na..., na...
- Casa da árvore!
Ela levantou sua varinha e murmurou um feitiço. De repente, algumas velas apareceram acesas, iluminando um pouco o local.
- Nox! – ele apagou a varinha - Por que viemos aqui?
- Porque eu queria falar com você e gostaria que fosse em um local especial. Aqui foi onde trocamos nosso primeiro beijo, então achei que este seria o local perfeito.
- O que você q-quer f-falar comigo? – ele estava nervoso, como se pressentisse algo.
- Você não faz idéia do que é?
- Bem, eu acho uma coisa, mas...
- Senta aqui, Ron. – ela pegou na sua mão e levou até os almofadões, que ainda estavam lá desde que eles estiveram pela primeira vez.
- Hermione...
- Ron, você está tremendo!
- Estou? – ele murmurou.
Ela chegou mais perto dele e o beijou carinhosamente.
- Eu amo você, Ronald Wesley! Amo demais! Nunca pensei que um dia eu fosse sentir isso por alguém. Sempre tive medo de me sentir assim e não ser correspondida. Você não imagina a minha surpresa, quando comecei a sentir algo diferente por você, lá no nosso 2º ano. Nós tínhamos só 12 anos, mas eu adorava ficar perto de você e dar a atenção que você pedia, quando não sabia alguma coisa. Sempre me fiz de forte e mandona para você não perceber que eu já gostava de você. Mas, ao mesmo tempo que eu gostava, morria de vergonha. Talvez por isso eu discutia tanto com você. Os anos passaram e o sentimento foi ficando mais e mais forte. Quando você começou a namorar a Lilá, eu quase morri. Depois que saímos de Hogwarts, eu percebi que você era minha vida e que nunca mais haveria outro, meu amor.
Na penumbra, Hermione não percebeu que os olhos dele estavam marejados e uma pequena lágrima escorria pelo canto do seu olho.
- Mione, eu nunca fui bom com as palavras, você sabe disso muito bem. Quantas vezes eu pedi a sua ajuda para fazer nossas redações? Então, quero que você me desculpe se eu falar alguma besteira, afinal você me conhece. – ele pensou um pouco – O sentimento que eu tenho por você foi brotando aos poucos. Quando você mentiu para McGonagal, sobre aquele trasgo burro que eu e Harry ajudamos você a se livrar, você me fez vê-la de outra forma. Naquela hora eu passei a admirar você, querer estar com você, aprender com você. Adorava ficar ao seu lado, apesar de tanta briga. Talvez nossas brigas fossem o nosso disfarce. Lá no nosso 4º ano, eu fiquei louco de ciúmes. Fiquei sim! Queria matar o Krum! Mas eu fui o burro da história, porque não consegui dizer a garota que eu gostava, o que eu sentia. Mione, quando eu abracei você no funeral do Dumbledore, ali praticamente eu tive a certeza absoluta do meu sentimento, que eu confirmei depois, naquela noite, no quarto da Gina. Ë um sentimento maravilhoso que eu não quero que acabe nunca! Eu também amo muito você.
Então eles se beijaram, se beijaram e se beijaram. Quando se separaram, Hermione apenas sussurrou no ouvido dele.
- Eu quero ser sua, Ron.
Ele não chegou a falar nada, apenas a olhou bem dentro dos olhos com uma expressão que dizia claramente: “eu também”.
Novamente eles se beijaram apaixonadamente, então ele disse:
- Mas nós..., eu... não vim prevenido.
- Não se preocupe, Tonks me ensinou um encantamento de proteção, para não termos surpresas depois. Pegue a sua varinha.
Ele apanhou a varinha. Ela juntou a dele à dela.
- Agora a gente junta nossas mãos em volta delas e dizemos juntos Ceptoprotectum.
E assim eles fizeram. Então uma luz azulada brotou das varinhas, envolvendo os dois, como se fosse uma aura. Assim como se acendeu, a luz azul foi se esvaindo até sumir. Eles colocaram as varinhas de lado e se abraçaram forte. Depois começaram a se beijar. Rony soltou-lhe os cabelos, com as mãos trêmulas.
- Você está gelado, Ron.
- Você também. – e ambos sorriram – Você está com medo? – ele perguntou.
- Um pouco nervosa, mas não com medo. E sabe por quê? Porque é você quem está aqui comigo, e ninguém mais.
Então, devagar, as roupas da festa foram sendo deixadas pelo chão e seus corpos se juntaram. Ali, na penumbra de uma casa de madeira, naqueles almofadões, aconteceu a primeira noite deles, uma noite mais que especial.

Gina acordou e não viu Hermione na cama, que nem sequer foi desfeita. No outro quarto, Harry também percebeu que Rony não havia dormido em casa. Ele ouviu uma batida na porta e, ao abrir, Gina entrou perguntando pelo irmão.
- Aqui ele não dormiu. – Harry confirmou.
- Onde estão esses loucos? Se mamãe descobre que um outro filho dela também saiu em lua-de-mel, ela enfarta!
- Gina, você acha que eles...
- Você não?
- Mas aonde? Hermione não disse nada a você?
- Ela não me contou nada, mas eu posso imaginar aonde eles tenham ido. – ela pensou um pouco – Pegue a gaiola da Pitchi aí na janela! Vou mandar um recado aos pombinhos.

Na casa da árvore, Rony e Hermione estavam abraçados sobre os almofadões e ainda adormecidos. Foi Rony quem despertou primeiro. Abriu os olhos com receio de ter tido outro daqueles sonhos, mas ao sentir o calor do corpo da namorada junto ao dele, ele se sentiu bem mais leve e um sorriso de felicidade se estampou em seu rosto. Não havia sido sonho. Ela estava lá, nos braços dele, dormindo tranqüila. “Eu amo você, Mione! Eu amo você! “ Ele dizia mentalmente para não acordá-la. Mas como se ouvisse os seus pensamentos, ela abriu os olhos e se deu conta de onde estava. Deu um sorriso para ele, que sorriu de volta.
- Oi. – ele disse
- Oi. – ela retribuiu.
- Dormiu bem?
- Considerando que foram somente umas duas horas, eu dormi maravilhosamente bem e você?
- Como nunca! – ele respondeu.
Seus lábios se tocaram de leve, como se ainda procurassem acreditar no que havia acontecido ali. Quando Rony ía aprofundar o beijo, ele escutou um pio de coruja. Olharam em volta e viram Pitchi apoiada no parapeito da janela olhando para eles. Imediatamente Rony pegou um almofadão e cobriu seu corpo e o de Hermione. Ela não pôde segurar uma risada.
- Ron, você está com vergonha da sua coruja?
- Ah, sei lá, foi automático – e os dois riram.
- Vá ver o que ela trouxe!
Ele chegou perto e pegou o pergaminho.
- É da Gina!
Hermione se levantou, foi até ele e os dois leram juntos.

“Wesley e Granger,

Se vocês estão lendo isso agora, a minha intuição estava correta e eu mandei Pitchi ao lugar certo.
Vocês estão loucos ou o quê? Se a Sra. Molly Wesley tiver a mais remota idéia de onde estão o filho e a namorada dele, ela terá um surto aqui em casa. Sei que deve estar muito bom por aí mas, por favor, venham logo, porque eu não sei como vou explicar para mamãe o porquê de vocês não descerem conosco para tomar o café. Ela não pode nem imaginar que vocês não dormiram aqui. Não demorem!
Beijos,
Gina
P.S.: Depois eu e Harry vamos querer saber de todos, absolutamente de todos os detalhes!”

Rony e Hermione apenas riram da carta. Pitchi ainda olhava eles, quando Rony falou:
- Volta logo, Pitchi e não faz essa cara para mim não, hein. Vou arrumar uma namorada para você também.
Hermione ria dele. Então ele olhou para ela com um olhar estranho e ela reconheceu aquele olhar.
- Ron, a gente não pode agora – ela disse enquanto ele começava a abraçá-la – Não esquece o que sua irmã disse na ca...
Ela não terminou porque ele a calou com um beijo e foi levando ela de volta às almofadas. A coisa estava esquentando de novo até que Pitchi soltou um pio. Ele se virou assustado.
- Você ainda está aí? Vai, vai! – ele fazia movimentos com as mãos, mas a coruja não saiu do lugar. – Droga Pitchi!
- Pelo menos alguém aqui tem a cabeça no lugar. – Hermione ria – Ela não vai embora até a gente voltar. Gina deve ter pedido isso.
- Então vai ser com coruja olhando mesmo!
- Ronald!
- Ok, ok, vamos embora – ele disse resignado.
Eles começaram a se vestir.
- Ron, me ajuda com este ziper aqui atrás.
Ele então começou a subir o zíper bem lentamente, enquanto depositava beijos nas costas dela, que começou a sentir o velho arrepio quente.
- Ron, definitivamente você quer atrasar a nossa volta.
Ele a virou e começou a beijá-la novamente. De rabo de olho, ele mirava a coruja.
- Dá pelo menos para você olhar lá para fora, Pitchi!
A coruja deu mais um pio alto.
- Ok, você venceu! – disse ele enquanto Hermione ria.
Eles terminaram de se vestir.
- A gente não vai voltar a pé, vestidos com essas roupas, vai?
- Não, vou tentar aparatar dentro do seu quarto. Pega no meu braço.
Craque

Gina e Harry estavam no quarto dela, quando ouviram um barulho vindo do quarto ao lado.
- Será que são eles?
- Vamos lá!
Ao abrirem a porta, encontraram os dois, com a mesma roupa do dia anterior, completamente amarrotados e desgrenhados, mas sorrindo felizes.
- Maninho! Mione!
- Deixa a gente mudar de roupa, depois a gente conversa. – e Hermione correu para o quarto da amiga, seguida por ela.
- E então? – Harry perguntou a Rony depois que as meninas saíram.
- Ah, Harry, eu amo aquela mandona sabe-tudo! – disse ele enquanto trocava de roupa.
- Então foi bom!
- Bom? Você está brincando? Foi muito além do que eu sonhei! – disse suspirando – Na primeira vez nós estávamos tensos, você sabe, marinheiros de primeira viagem, e eu também não queria machucá-la, mas nas outras vezes foi bom demais!
- Outras vezes? Quantas foram? – Harry perguntava surpreso.
- Ela vai me matar se souber que eu estou contando isso.
- Fala, Ron!
E Rony levantou a mão, mostrando 3 dedos.
- Uau! Cara, ainda não consigo imaginar meus dois amigos, aqueles fedelhos que eu conheci com 11 anos cada um, numa cena dessas.
- Nem é para você imaginar mesmo! Fica na sua aí, senão você pode começar a ter idéias diferentes com a minha irmã. – e ambos acabaram rindo.

- Pode começar a contar tudinho! – pedia Gina à Hermione, enquanto esta trocava de roupa.
- Gina, não dá para expressar em palavras. Só sentindo o que eu senti e estou sentindo agora, para você entender.
- Nossa! E o meu irmão?
- Bem, eu acho que ele está tão feliz quanto eu.
- E de quem foi a idéia?
- Foi minha. Na verdade eu levei ele até lá para dizer a ele que eu o amava, mas aí a gente começou a se beijar, se beijar e quando vi, eu estava dizendo que queria ser dele. Aí..., bem..., aconteceu. – ela hesitou, mas revelou à amiga – Nós fizemos amor três vezes.
- Três? Puxa, assim eu vou ficar com inveja – ela riu.
- Vocês vêm para o café? Não dá mais para enrolar a sua mãe. – disse Harry ao enfiar a cara pela porta.
E eles desceram.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.