Krum e Lovegood



Hermione acabou de escrever a carta, prendeu na coruja de Krum e enviou ao búlgaro.
- Posso saber o que você disse a ele? – perguntou Gina.
- Claro! Combinei com ele de me encontrar na sorveteria do Beco Diagonal às 15h da próxima Sexta-feira. Disse que precisamos conversar.
- E o que vão conversar?
- Depois eu conto a você, está muito calor, vou tomar uma ducha. É uma pena que a sua mãe fez sumir aquela piscina. – ela completou.

Rony, que havia passado pela porta do quarto da irmã bem na hora em que Hermione disse a ela o dia e horário do encontro, pensou em algo e voltou ao seu quarto. Harry o viu rabiscar alguma coisa em um pergaminho, chamar Pitchi e mandar a coruja para algum lugar que ele não conseguiu ouvir.

À noite, Pitchi entrou pela cozinha no exato momento em que todos jantavam. Ela largou uma carta no colo de Rony e saiu voando. Todos ficaram curiosos, mas Rony saiu da mesa em silêncio, indo ler a carta na sala. A mais curiosa era Hermione, mas nunca que ela iria esboçar qualquer expressão de curiosidade, pois não daria esse prazer a ele.

Os dias se passaram e o clima entre os dois não mudou nem um pouquinho. Enfim chegara o dia do encontro com Krum. Quando Hermione acordou, notou que Gina já havia descido. Trocou de roupa e desceu também. Molly não estava na cozinha, apenas Gina, Harry e Rony.
- Bom dia! – ela disse, procurando fazer uma voz alegre.
- Bom dia! Somente Harry e Gina lhe responderam.
Ela olhou de esguelha para Rony, que tinha um biscoito nas mãos.
- Gina – Hermione começou – será que você me emprestaria alguma roupa sua para eu me encontrar com o Krum hoje? Ë que as melhores roupas que eu trouxe são meio quentes. Eu não esperava que esse calor permanecesse tanto tempo.
- Claro, Mione! Depois eu mostro algumas e você escolhe.
Rony a encarava com um ar de deboche.
- Já que está esse calor todo, por que não vai com aquele top que você estava outro dia? Ou melhor, vá com o biquíni da minha irmã. Aquele mesmo que você usou na piscina. A saudade deve ser tanta, que ele vai adorar ainda mais ver você quase nua.
- Ronald! – gritou Gina.
Harry viu a amiga fechar os olhos e respirar fundo. Pelo que conhecia dela, sabia que a resposta vinha no mesmo nível ou até pior.
- Boa idéia Ronald! Talvez eu coloque o biquíni por baixo da roupa, para mostrar a ele quando estivermos sozinhos. Ou talvez eu não coloque “nada” por baixo da roupa. Ficará até melhor! – os olhos dela faíscavam - A saudade é muito grande sim. Finalmente você conseguiu deduzir algo correto, e olha que eu conheço você há quase 7 anos. Acho, inclusive, que de lá do Beco nós vamos sair e eu vou mostrar um pouco da Londres trouxa para ele. Ele sempre se interessou em aprender alguma coisa diferente. Na verdade, ao contrário de alguns, ele se interessa em aprender alguma coisa.
Ronald fechou a cara e saiu da mesa. Harry e Gina não sabiam o que dizer e preferiram não falar nada. Hermione terminou o seu café e chamou Gina:
- Vamos lá ver as tais roupas!
- Claro, claro! – disse a amiga.
Quase no final da manhã, Rony disse à mãe:
- Mãe, vou almoçar com Fred e Jorge lá na loja. Não me espere, devo voltar só à noite, com eles.
- Ok, filho.
E ele sumiu nas chamas da lareira.

Hermione chegou ao Beco Diagonal às 14:50h. Se dirigiu diretamente à sorveteria. Entrou e viu Krum já esperando-a. Quando a viu, ele foi direto até ela e a abraçou. Assim que se soltaram, eles se dirigiram a uma das mesas próximas à entrada.
- Puxa, como você está bonita! – ele disse.
- Obrigada!
- Quanto tempo faz que não nos vemos? 3 anos?
- Mais ou men...- e ela parou de falar de repente, mirando a entrada.
Pela porta da sorveteria, Rony entrava com Luna Lovegood.
Hermione o encarou com total desprezo, assim como ele também.
- Mione! De novo nos encontramos! – disse Luna quando a viu – Você conhece o Ronald não é?
- Claro, Luna! – ela respondeu – Ele é do mesmo ano que eu e somos da mesma casa, a Grifinória. Você esqueceu que somos amigos do Harry Potter? – ela forçou um sorriso para a outra. – Ah, esse aqui é o Viktor Krum! Você se você lembra dele? Acho que você era do 3º ano quando teve aquele Torneio Tribruxo em Hogwarts.
- Lembro sim! O jogador de Quadribol! Lembro também que você foi ao Baile com ele.
- Isso Luna! - confirmou ela vendo a cara de nojo de Rony. Então ela se virou para ele – Lembra do Viktor, Ronald? Se me recordo bem, você era muito fã dele. Não vai cumprimentá-lo? – perguntou ela.
- Oi! – disse seco, cumprimentando o búlgaro, que devolveu o cumprimento.
Rony então, se virou para Luna e disse:
- Vamos Luna, eles devem estar querendo ficar sozinhos.
- Puxa, Ron, duas deduções corretas em apenas um dia. Deve ser um recorde! – Hermione debochou.
Viktor olhava curioso de Hermione para Rony. Ela tinha o olhar de desafio e ele de desdém. Eles se dirigiram à uma mesa ao canto, um pouco mais afastada, e se sentaram.
- Não era desse aí que você gostava, Hermione? – perguntou-lhe Viktor.
- Era. – disse triste – Na verdade, é! Eu ainda gosto dele – e baixou os olhos para o sorvete.
- Ei – ele disse levantando o queixo dela – Não precisa se envergonhar. Na verdade, eu não esperava que em apenas alguns meses você fosse esquecer ele. Essa era a tal menina que ele estava namorando?
- Não, é outra! Eu nem sei o que ele está fazendo que essa maluquinha por aqui.

Do outro lado da sorveteria, Rony havia sentado estrategicamente de frente para a mesa dos outros dois. Viu quando Krum tocou no queixo dela e teve vontade de esganá-lo.
- Ronald! – chamou Luna.
- Sim. – ele disse sem tirar os olhos da outra mesa.
- Você combinou de me encontrar aqui porque queria saber algumas coisas sobre o Pasquim, não é?
- Sim, sim. Você sabe, eu sempre tive vontade de ser repórter – mentiu ele – e eu acho o jornal do seu pai muito melhor que O Profeta Diário. Quem sabe você, ou o seu pai, podem me dar umas dicas? Afinal eu já estou para me formar. Hogwarts não deve abrir esse ano, mas talvez no ano que vem a gente consiga completar o curso.
- Claro Ronald! Olha, eu trouxe alguns exemplares aqui, eu vou mostrar a você.
- Não Luna! – ele agarrou sua mão para impedir que ela pegasse os jornais, pois não queria que Hermione percebesse que o assunto deles era esse. – Depois você me mostra. – ele sorriu – Fale um pouco do Jornal. Ele é de propriedade do seu pai há muito tempo? – e começou uma conversa amena com ela.

Hermione viu Rony pegar na mão de Luna. Naquela hora, ela teve vontade de ir até lá e lançar uma azaração nele. Queria muito ter a maldita poção de Jorge e Fred agora, para poder ouvir o que diziam.
- Hermione, parece que você não está aqui. – disse Krum.
- Desculpa, mas..., eu não...
- Olha, eu já entendi que você adora esse cara.
- Já? Puxa, você percebeu isso em apenas 30 minutos. – disse amuada - O Ronald está há quase 7 anos perto de mim e ainda duvida.
- Ou ele é bem idiota para não notar isso, ou é você que não dá os sinais certos.
- Eu fico com a primeira alternativa. – e ela riu, acompanhada dele.

Luna estava falando pelos cotovelos. Rony nunca havia visto ela falar tanto daquele jeito. E por que cargas d’água os outros dois estavam rindo tanto? “Droga! Eles estão se divertindo!” Pensou ele. Por mais que quisesse evitar, ele não conseguiu. A tristeza que estava sentindo, superou a sua raiva. Para sua surpresa, seus olhos começaram a se encher de água. Ele tentou a todo custo disfarçar, mas aí ele percebeu que Luna não era tão avoada quanto parecia.
- Ronald – ela disse – você não machucou o olho, machucou? Eles estão tão vermelhos! Deixa eu ver! – e ela pegou o rosto dele nas mãos e chegou bem perto para olhar. – Puxa, você está chorando!
- Shhh, fala baixo, ninguém precisa saber.
- Ela sabe que você gosta dela?
- O que... quem?
- A Mione. Ela sabe que você gosta dela?
- Luna...eu...,
- Ah, não tem problema. Eu sei que você não tirou os olhos de lá desde que a gente chegou.
- S-sabe? – ele gaguejou.
- Eu não sou tão tapada quanto os outros pensam. Eu acho ela legal, a Hermione, sabe? Ela é tão inteligente! E você é muito engraçado! – e ela caiu na gargalhada.
Rony não conseguiu segurar e riu também.

Hermione viu quando Luna pegou o rosto de Rony entre suas mãos e, assim que a outra se aproximou dele, ela se levantou de súbito e disse:
- Vamos embora Vilktor? – ela pensou que Luna fosse beijá-lo.
- Hein? Já?
- Ah – ela sentou novamente – não quero mais ficar aqui, vendo aqueles dois.
- Você quer trocar de lugar comigo? Aí você ficaria de costas para eles.
- Não. Desculpa Viktor, mas eu prefiro sair daqui. – disse, quando viu Rony rindo junto com Luna. – A gente pode andar um pouco pelo Beco. Você já passou pela loja de Quadribol? Você vai gostar. Talvez o dono até tire uma foto sua e peça para você autografar. Ele tem um monte de fotos de jogadores por lá.
- Puxa, você se interessando por Quadribol agora!
- Bem..., o Rony gosta e eu...
- Não precisa dizer mais nada. Vamos lá!
Eles pagaram a conta e saíram. Rony e Luna acabaram saindo um pouco depois.

Hermione voltou para a Toca aparatando na sala. Ela já havia passado no teste, mas era a primeira vez que estava se arriscando a aparatar sozinha. Ficou bem feliz por ter dado certo. Rony voltou mais tarde, junto com os irmãos.

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