Dias depois

Dias depois


Outra batida e a porta abre com muita violência, a neblina começa a invadir o local indo para todos os lados, o coração do garoto dispara outra vez e seus olhos se arregalam ao ver vários tentáculos com aparência viscosa vindo em sua direção, seus reflexos agem na hora certa, e por pouco ele consegue se esquivar, o ataque atinge as escadas destruindo boa parte delas. Harry corre por sua vida, um único erro poderia esvair-la. O som das varias pancadas dos bizarros membros contra as paredes atrás dele o estimula a fugir ainda mais rápido.
A nevoa já tinha se espalhado por grande parte da escola forçando o garoto a ir fiando seu caminho pelos intricados corredores. Suas pernas estavam vacilando, já estava exalto de tanto correr e suas opções eram poucas. A cada novo corredor que surgia em seu caminho continha a nevoa maldita que ia atrás dele com a ferocidade de um tubarão atrás de uma foca ferida. Ela o encurralava, o forçando a subir cada vez mais e mais. Harry acabava de chegar ao ultimo lance de escadas para o sétimo andar, já não sentia mais suas pernas e a morte estava logo atrás, virou num corredor, mas era comprido demais ele não agüentaria passar ali sem ser pego por seu carrasco, sua única saída era uma das portas que havia nele.
O som das escadarias, paredes e corredores sendo destruídos fizeram o garoto entrar em pânico, não conseguia abrir a porta a sua esquerda, suas mãos se atrapalhavam com uma tarefa simples e rotineira. O manto negro já estava entrando no corredor e a porta ainda encontrava-se fechada, um jato voou em direção a Harry como se fosse a tinta de um polvo no fundo da grande imensidão negra do oceano, ele abre a porta, mas a perna é atingida de raspão, o sangue jorra em grande quantidade, o líquido negro era de certa forma sólido e afiado como uma espada, mas fluía como água, mas isso não importava, a adrenalina não o deixava sentir dor ou qualquer outra coisas que não fosse o mais profundo medo da morte. Potter passa pela porta o mais rápido que consegue e a fecha a suas costas.
Seus olhos fechados são abertos vagarosamente, o silencio do local o faz acreditar que está seguro. De inicio ele não percebe onde está, pois não lembrava de nenhuma porta que ligasse um corredor a outro. Seu coração vai desacelerando aos poucos e com mais calma Harry consegue raciocinar e perceber que está no mesmo corredor em que se encontrava antes. Isso era algo impossível. Mancando ele procura as escadas, ao longe é possível ouvir pessoas falando, rindo e se divertindo, mesmo sem ter certeza ele sabe que voltou para casa.

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