Dragões Negros
_ Três anos depois que ela fugiu para se juntar aos Comensais e a você, ela voltou pedindo ajuda. _ o professor continuou _ Estava tão cego pela sua sede de poder que não a ouviu quando ela mais precisava de você!... Eu vi ela, Draco! E jurei que se um dia chegasse a te encontrar iria fazer você pagar por tudo que a fez sofrer!
_ O que está delirando, Potter? _ perguntou o dragão com uma expressão de não estar entendendo onde o outro queria chegar.
_ Ivy Usher, é claro! _ o professor falou sorrindo como se uma idéia brilhante estivesse passando por sua cabeça _ Foi ela quem realmente ajudou Gina! As formaram-se juntas e foram amigas desde antes de entrarem em Hogwarts! Gina, Ivy e Samara Fawcett! Sâmara sabia de tudo e esteve a ponto de me contar no Natal!
_ Pare de dizer asneias sem nexo, Potter! _ disse Malfoy apontando a varinha para a o professor.
_ Não entendeu ainda, Malfoy?! Pensei que você fosse mais esperto , já que foi considerado o melhor por Voldemort! _ ele fez um sinal com a cabeça em direção a Willian e gritou _ Ele é o bebê d Gina! SEU FILHO!
Tudo ficou em silêncio. Willian estava em choque e ainda tentava absolver as palavras do professor quando ouviu uma risadinha fraca de descrença vinda do dragão:
_ Onde pretende chegar com isso, Potter?
_ Gina salvou seu filho e logo depois foi assassinada pelos comensais! _ sibilou o professor.
Willian ouvira muito bem tudo o que fora dito, mas não conseguia acreditar. Sem saber direito como reagir, falou:
_ Minha mãe morreu em um acidente de carro!
_ Ivy Usher morreu em um acidente de carro! _ disse o professor tentando livrar-se das cordas _ Ela e Sâmara ajudaram Gina a fugir com o Malfoy depois de se formarem, e ela também ajudaram depois com o filho. Mas elas não conseguiram salva-la dos comensais!
_ Isso não faz sentido, Potter! _disse Malfoy agora visivelmente alterado _ Gina foi capturada e morta por aurors! Ela era uma de nós!
_ Por sua causa! _gritou o professor deixando transparecer uma antiga amargura _ Ela te amava e achava que poderia tornar-lo diferente! Mas você sempre foi um total idiota cego demais pelo poder para poder enxergar o que estava ocorrendo a sua volta!
_ CALA A BOCA! CRUCIU!
Agora era o professor quem gritava e cai a no chão. Amarrado e não tendo como se defender ele foi pego em cheio pelo feitiço;
_ FOI VOCÊ QUEM MATOU GINA WEASLEY! _ o professor gritou quando Malfoy retirou o feitiço, mas logo em seguida foi atingido por mais uma dose.
O nome Gina Weasley ecoou na cabeça de Willian e várias imagens agora tomavam forma e sentido em seus pensamentos. A foto da tia de Matthew segurando um urso no quarto das meninas no Natal, o mesmo urso boiando na água enquanto o carro afundava, as mãos de Ivy ensangüentadas no volante, Rebeca o salvando, o sonho antes das aulas começarem... então o que o professor estava falando era...
_ PARE! _ Willian ele gritou ainda tentando manter-se em pé com muito esforço.
Draco não deu ouvidos ao que o garoto disse e continuou com a maldição.
_ PARE COM ISSO! _ ele gritou novamente e mais alto pressionando o lado direito do corpo com um braço enquanto mantinha o outro empunhando a varinha _ ELE ESTÁ AMARRADO! É COVARDIA!
O dragão o olhou furioso ainda sem retirar a maldição e perguntou:
_ QUER FICAR NO LUGAR DELE?!
Willian sentiu uma raiva enorme lhe subir a cabeça e gritou:
_ VOCÊ ESTÁ LOUCO! O QUE VAI CONSEGUIR COM ISSO?! SE HOJE EXISTEM PESSOAS QUE O APOIAM, AMANHÃ HAVERÁ O DOBRO QUE O DESTETAM! ASSIM COMO ACONTECEU COM VOLDEMORT! _ ele sentiu uma pontada na parte ferida e não pôde continuar, mas manteve o olhar firme.
Draco parou de torturar o professor e balançando a cabeça negativamente falou:
_ Já me disseram isso uma vez... _ ele se aproximou de Willian o encarando.
O garoto deu um passo para trás, mas perdeu o equilíbrio e caiu de joelhos.
_ Alguém com olhos castanhos iguais aos seus... _ ele respirou fundo com raiva e voltou a apontar a varinha contra o professor _ ALGUÉM QUE ELE AJUDOU A MATAR!
Mas o professor não demonstrou qualquer reação. Parecia estar desmaiado até que ele murmurou em uma voz fraca e ofegante:
_ Aurors... defendem as pessoas... contra as artes das trevas... Não matam... inocentes! _ ele tentou levantar a cabeça, mas desistiu e acrescentou _ Você sabe muito bem que eu não permitiria.
O dragão não respondeu. Parecia estar analisando mentalmente o que o professor havia falado sem tirar os olhos dele. Sem aviso, ele voltou o olhar para William e murmurou mais para ele mesmo do que para o garoto:
_ Ela nunca me disse nada.
_ E o que poderia acontecer se você soubesse? _ uma mulher perguntou do patamar da parede esquerda _ Você teria a seguido e nos abandonado! Tudo que planejamos durante anos teria fracassado!
_ Erwin?! _ perguntou Malfoy surpreso _ Você deveria...
A mulher de olhos e cabelo negros sorriu desdenhosamente e disse:
_ Seguindo minhas ordens? É exatamente o que estou fazendo!Seguindo ordens mais antigas do que as suas: me certificando de que você cumpriria com tudo o plano do Lorde das Trevas e me livrar de todo e qualquer empecilho!
_ Desde quando? _ Draco perguntou sem acreditar no que acabara de ouvir.
Ela não respondeu, apenas manteu o sorriso, sabendo que ele sabia a resposta.
_ Então você...
_ Esse sempre foi o meu dever como segundo Dragão! Sua mãe foi fácil de enlouquecer. _ ela começou _ Mas Gina era esperta e fugiu assim que percebeu o risco que corria. _ ela riu da expressão do outro e continuou _ A vida não é fácil, meu caro,e conseguir alcançar nossos objetivos menos ainda. Desde o começo aceitamos continuar com tudo o que o Lorde das Trevas tinha começado. Você era o mais jovem e disposto a aceitar esse privilégio e suas responsabilidades. Não podíamos perde-lo de modo algum! Ela não conseguiu se esconder por muito tempo! _ ele sibilou a última frase.
Ora sua... _ o professor tentava a todo o custo se livrar das cordas para poder fazer alguma coisa, mas Malfoy foi mais rápido:
_ FLAMMIS! _ uma esfera de fogo no patamar.
Mas como se ela já soubesse o que ele iria fazer, ela conjurou um escudo mágico.
_ Acha que pode me atingir com esses feitiços, Malfoy? _ ela perguntou rindo assim que o fogo cessou, mas ainda mantendo o escudo _ Eu te ajudei a adaptar a maioria deles! Irá precisar muito mais do que isso para me causar algum dano! SUPERILLIGATUS!
O feitiço fez com que as mãos de Malfoy ficassem presas atrás o seu corpo.
Willian ainda sentia que nada estava indo bem. E com uma outra pontada no ferimento, ele ouviu a porta abrir-se. Iuríco, o diretor da Sonserina, escancarou a porta da sala com a varinha em punho. E surpreendeu-se em ver Willian ali presente.
_ O que esse garoto faz aqui, Erwin?
_ Você é quem deveria saber! Ele é um aluno de Hogwarts!
_ Ora essa! _ o diretor pegou Willian brutalmente pelo braço fazendo-o urrar de dor _ Alunos nunca foram problemas! Lembra-se daquele que você é seus amiguinhos encontraram na vila, sr Usher!
_ LARGUE ELE! _ Draco berrou por um momento livrando-se do feitiço das mãos imobilizadas.
_ O quê? _ o diretor pareceu confuso e perguntou em tom acusador _ As coisas fugiram do seu controle, Erwin?
A bruxa lançou um olhar mortífero para o companheiro, mas respondeu, ainda mantendo o feitiço em Draco.
_ Como esperávamos o Potter contou sobre a Weasley. Mas parece que deixamos escapar um detalhe, Iuríco: o filho não tinha morrido, como ela dizia.
O bruxo olhou para Willian com uma expressão de compreensão e disse:
_ Ainda temos tempo de reparar nossos erros. Que tal servirmos um belo jantar para o nosso bichinho?
_ A vontade. _ sibilou a bruxa rindo descendo do patamar sem tirar Malfoy da mira da varinha _ Eu cuido desses dois...
Iuríco saiu arrastando Willian que mesmo debatendo-se ao máximo que o ferimento permitia, não conseguia desprender-se.
_ ME LARGA! _ o garoto tentou pegar a varinha, mas ela foi rapidamente tomada pelo diretor.
_ Nada de gracinhas! Silêncio! _ então o diretor viu um lampejo dourado guardado firmemente na mão dele e o tomo sem esforços.
Willian ainda mexia a boca pretendendo soltar desaforos misturados aos seus gemido de dor, mas não consegui produzir som algum. Ele desistiu e passou a ficar atento a uma oportunidade de recuperar sua varinha.
_ Nem pense nisso garoto! Eu esperava que algum aluno tivesse encontrado essa medalha, mas não imaginei que saberia como usa-la. _ ele riu _ Muito esperto! Sempre achei isso sr Usher. Se sua mãe não tivesse sido tão estúpida nos traindo, você com certeza seria muito importante aqui... Infelizmente as coisas tomaram outro rumo... Sabíamos que Draco reagiria contra nós quando soubesse o que realmente aconteceu com a esposa, mas achávamos que já tínhamos nos livrado de você sem sujar as mãos... Mas agora Draco Malfoy terá a memória apagada e o Potter não estará mais aqui amanhã, então acho que sua perda não será tão lamentada assim.
Ele o levou para baixo do térreo onde as paredes eram de pedras irregulares iluminada por archotes. Eles andaram um bom tempo sempre a frente. Então o diretor parou em uma porta de ferro, trancada por correntes.
Com um gesto de sua varinha, ele fez as correntes ganharem vida e o cadeado que as prendiam caiu com um estrondo no chão de pedra.
_ Conheça uma das nossas preciosidades que amanhã será controlada pelos Dragões! _ ele abriu uma parte da porta e empurrou Willian para dentro. Fechando-a logo em seguida.
Não tinha iluminação alguma lá e, sem varinha, ele teve que aprumar seus sentidos. Havia mais alguém ou alguma coisa lá dentro. Ele ouviu um barulho de trituração como se algo estivesse arrastando-se, logo a frente.
Ofegando ele tateou as suas costas e encontrou apenas a parede fria. Espremeu-se contra ela o máximo que pôde, esperando o que quer que fosse acontecer.
Lembrou-se de Allison e Matthew. Daria tudo para que uma passagem aparecesse milagrosamente a sua frente e o transporta-se novamente para a escola. Pensou em como Allison deveria estar preocupada, chutando tudo a sua volta para que alguém acreditasse que ele tinha sumido no ar quando foram atrás do professor Potter. E Matthew tentando acalma-la sem sucesso... “Matthew?!”, Willian percebeu de repente. Se tudo o que o professor Potter falou fosse verdade, então eles seriam primos! William não pôde resistir e sorriu, mas logo toda a sensação sumiu quando o ruído parecia estar logo a frente dele. Ele ouviu-se um chiado e percebeu que estava bem na sua frente. Ele fechou os olhos esperando o pior. Mas nesse instante a porta abriu-se com um estrondo e Iuríco voou por ela, batendo e caindo atordoado na parede oposta, agora iluminada pela luz.
_ FECHE OS OLHOS, WILLIAN! _ ele ouviu o professor Potter gritar e parou a meio caminho de ver o que estava acontecendo.
Então ele ouviu um silvo alto que soava como uma ordem e o que quer que fosse que estava prestes a ataca-lo se afastou, indo para o fundo da sala.
_ Sai, Willian! Ele não vai atacar! E VOCÊ CANTINUE AÍ OU VIRA COMIDA SE COBRA!
Willian tateou a parede até encontrar a porta e saiu da sala. Ele abriu os olhos no instante em que o professor trancou a porta novamente.
_ O que era aquilo? _ ele perguntou quase sem ar.
_ Um basilisco. _ disse Draco.
Willian olhou para trás dele de onde a voz vinha. Draco Malfoy estava com as vestes chamuscadas em vários pontos e um grande corte no lado esquerdo do rosto. Ele estava com as mãos coladas atrás do corpo e mantinha o corpo dobrado, como se estivesse carregando um grande peso nas costas, mas que ao mesmo tempo o mantinha de pé.
_ Será que você pode fazer a gentileza de retirar essa azaração de mim, Potter?! Ele perguntou em tom sarcástico _ Já pegou minha varinha, não posso tentar fugir.
Mesmo parecendo contrariado o professor retirou o feitiço, mas permaneceu com a varinha apontada para ele.
Draco Malfoy caiu de joelhos assim que a carga invisível foi retirada e permaneceu olhando para o chão.
Willian lançou um olhar interrogativo para o professor. Ele suspirou demonstrando impaciência e disse.
_ Vamos subir. _ e com um gesto de sua varinha pôs o outro de pé, levando-o na frente.
***
_ Preciso da sua ajuda, Willian. _ disse o professor no que pareceu ser um grande esforço lhe entregando a varinha quando voltaram à sala da lareira.
Uma boa resposta desdenhosa passou pela mente do garoto, mas não sentia ânimo algum no momento para irritar o professor. Este puxou uma cadeira e prendeu Draco Malfoy nela.
_ Quanto tempo ainda temos? _ interrogou-o.
Malfoy não respondeu e contentava-se em ficar com os olhos pregados no chão, sem resistir.
_ Você não tem escolha, Malfoy! Quanto tempo? Responda!
_ Menos de meia hora. _ ele responde sem vontade _ Estão aguardando um sinal.
_ Ótimo! Willian, aponte a varinha para ele. Qualquer movimento pode estupora-lo.
_ Eu?! _ perguntou ele surpreso _ Mas...
_ Ele não te atacará. _ disse o professor em uma fraca imitação de voz amigável.
Willian fez o que o professor ordenou e passou a vigiar o prisioneiro. Ele reparou pelo canto do olho o que tinha acontecido com a bruxa. Ela estava desacordada, presa à parede por um gosma roxa.
_ Eu também tinha os meus segredos. Ela não pôde comigo.
O garoto sobressaltou-se ao ouvir a voz de Malfoy rindo fraco.
No mesmo instante o professor acendeu a lareira com pó de Flu especial que os aurors usam em lareiras desativadas e pôs a cabeça nas chamas.
_ O que disse? _ Willian perguntou apertando mais a mão em torno da varinha.
Draco olhou para ele sem dizer nada, e Willian sentiu um aperto no coração. Ouvira claramente tudo o que o professor Potter havia falado. E tudo se encaixava! O bruxo que estava na sua frente lhe lembrava o seu próprio reflexo no espelho. Definitivamente era seu pai.
_ Você deve estar com raiva de mim. _ disse Malfoy com um meio sorriso desdenhoso, que fez Willian ainda mais dele próprio. _ Eu convenci Gina de ser uma comensal. _ ele continuou _ Ela estava nos meus planos quando os Dragões forma criados, no lugar dela. _ ele indicou a bruxa desacordada na parede _ Teria dado tudo certo... _ ele voltou a olhar para o chão.
_ Eu... eu não estou com... raiva. _ Willian começou _ Mas eu deveria estar, e muito! Seus dragos idiotas atacaram aquele aluno em Hogsmeade! Por causa de vocês a mãe de Matthew e toda a família dele viviam preocupados! Vocês usaram Hogwarts e a tornaram um lugar perigoso para os alunos! Com certeza deveria estar com raiva e aproveitando a oportunidade para lançar uma maldução em você! _ Willian parou de falr e sentiu outra pontada nas costelas machucadas.
_ Deveria dizer ao Potter que está machucado. _ sugeriu Malfoy parecendo não ter ouvido nada do que ele acabara de dizer.
_ Ele com certeza iria fazer pouco. Eu não preciso da ajuda dele!
Draco suspirou e comentou mais para ele mesmo:
_ Só parece a Gina quando está zangado...
_ Temos pouco tempo para resolver as coisas aqui. _ disse o professor voltando _ Aurors já estão agindo no ministério e logo virão para cá. Pode deixar que eu faço isso agora. _ ele apontou a varinha para o Dragão _ É melhor falar com ele agora Willian. Azkaban não costuma liberar visitas para estudantes.
_ Azkaban?! _ O garoto perguntou surpreso. Essa idéia ainda não lhe havia ocorrido.
_ Ele fingiu estar morto, praticara livremente feitiços ilegais sendo que alguns nem ao mesmo são registrados ou conhecidos, é responsável pelos ataques dos últimos meses, isso sem contar que ele queria retomar as atividades de Voldemort! Ele irá passar um bom tempo na ala de segurança máxima.
_ Você se esqueceu de me acusar do seu seqüestro, Potter.
_ Mas ele te salvou daquela maluca ali e me salvou também daquele... daquela coisa lá em baixo!
_ Isso não importa nessa situação. Ele dedicou toda a sua vida para isso! Se nem Gina conseguiu muda-lo não vai ser um pirralho arrogante da Sonserina que vai conseguir!
_ Ele tem razão.
Malfoy concordou com o professor que estranhou a atitude:
_ É um pouco tarde para se arrepender, Malfoy! Nada do que disser agora vai mudar o que você já fez!
O prisioneiro lançou um olhar ameaçador para o professor dizendo:
_ Não subestime um Dragão, Potter! Não cheguei onde estou por acaso.
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