Casa dos Gritos



Cap 16: Casa dos Gritos

A chuva castigava o céu naquela noite. Novamente. Nicole não conseguia dormir. Não era traumatismo, medo por ter sido marcada para morrer. Era simplesmente insônia.
Foi a cozinha e fez um pouco de chocolate quente. E começou a se lembrar dos últimos acontecimentos. Depois da batalha na casa, seus pais pareciam estar com muito medo depois disso. Então eles resolveram trazer maior parte de seu trabalho para casa. O legal mesmo era que eles estavam mais perto deles agora. E ela teria que reformar seu quarto, pois ele fora todo destruído naquela briguinha com Voldemort. Agora ela faria do jeito que ela adoraria, mesmo com as cores que não a encantavam muito.
Sentou-se no sofá. Tudo estava muito diferente. O medo nas pessoas estava contaminado as pessoas. Medo de sair de casa, medo de morrer, não pensavam muitas vezes em viver, em seguir a sua vida. Seus pais eram um exemplo, ela os ouviu dizer que ninguém dizia mais com todas as letras o nome de Voldemort, até seu pai tremeu nesse nome, ele simplesmente diziam Você-Sabe-Quem.
Como aquilo a irritava. As pessoas tinham medo de um nome que nem é o verdadeiro nome dele!
TOC TOC TOC...
Nicole levantou-se sobressaltada. Quem seria a essa hora da madrugada? Já eram 3 horas da manha!! E mesmo com a chuva estava muito quente!
Da onde estava podia-se ver alguém. Muito embaçado, mas parecia ser um menino. Então ela ligou os pontos. Era Sirus. Mas ele só viria para casa dali a 2 semanas. Levantou-se e correu para abrir a porta.
Quando abriu a porta da sala, sentiu como se um furacão a levasse para o recanto mais profundo do mar. Por Merlin, ele estava maravilhoso. A chuva ainda castigava lá fora, e os dois jovens não conseguiam desgrudar os olhos. Sirus deixou suas malas caírem no chão e ela desgrudou sua mão do trinco da porta.
Os cabelos negros rebeldes pareciam mais compridos, e tampavam-lhe um pouco os olhos, que estavam num tom de azul profundo, pereciam duas jóias de tão brilhantes.
Arrepios atrás de arrepios a invadiam. Sentiu um pequeno calor no baixo-ventre, teve que se segurar na batente da porta para não cair no chão. Não sentia nenhuma parte de seu corpo.
- Fugi de casa, Nicky, posso ficar aqui?
Ela sorriu. Sem saber como, e sem conter seus impulsos, correu até o amigo e o abraçou com força. Sirus teve que colocar um pé para trás, para não caírem no chão. Um sorriso formou-se no jovem que estava com frio. E ela estava quente. Só de vê-la de pijamas o deixou alucinado, a abraçando, tocando nela, o estava enlouquecendo. Ele havia atravessado toda essa chuva e ter essa recepção compensou a fuga.
-Sirus, como senti sua falta! – ela disse com a voz baixa perto do ouvido dele, causando imensos arrepios nele – que bom que fugiu daquela casa horrível!
- Também senti sua falta Nicky! – ele respondeu com a voz rouca, a abraçando com mais força.
Quanto tempo passaram abraçados? Ninguém poderia dizer.
Enquanto Sirus acariciava os longos cabelos de Nicole, e sentia seu cheirinho de rosas, ela com as unhas, acariciava a nuca do amigo, que às vezes chegava a estremecer com o seu toque, fazendo-a soltar um sorrisinho vitorioso.
Afastando-a pelos ombros com delicadeza, ele a olhou nos olhos, e sentiu uma sensação de excitação correr entre suas veias.
Sem esperar por aprovação, ele capturou os lábios dela com um beijo ardente e intenso.
O contato quente e macio o fez derreter como mel aquecido. Com uma urgência primitiva, ela respondeu com toda sua alma, entreabrindo os lábios para receber a língua exigente e possessiva.
O mundo pareceu parar, como se nada mais existisse.
Incapaz de raciocinar, Nicole mergulhou em um mar de sensações que a levaram ao céu. Suas mãos acariciavam por dentro da camisa preta de Sirus, o peito musculoso, e sentindo os músculos se contraírem a seu toque ousado. Os corpos tão colados, e as coxas roçando umas nas outras, ela podia sentir entre suas pernas, o tanto que ele estava excitado com tudo aquilo.
Sirus por sua vez tocava cada canto do corpo de Nicole, uma das mãos acariciava os cabelos sedosos e negros desta, e outra explorava o corpo. No começo o toque era tímido e tremulo, mas logo se tornou quente e ousado. Já tinha afundado a mão por dentro da camisola da amiga, acariciando as coxas macias e bem torneadas. Nunca tinha ido tão longe nas carícias, só em pensamento, e não podia negar, que estava gostando disso.
Sem perceber, começaram a andar para trás, até que Nicole ficou encostada numa das paredes, ao lado da porta. Cada investida que Sirus dava com a língua, aprofundando mais o beijo, escutava Nicole gemer baixinho, e isso o estimulava mais e mais.
Mas como vingança, vinda da parte dela, Nicole acariciou com as unhas o tórax dele, e logo foi descendo o arranhando, fazendo-o ficar totalmente louco. Mais uma hora, ela o fez gemer alto, segurando o seu sexo, e o apertando levemente.
Sirus interrompeu o beijo e olhou para ela, que logo, também, abriu os seus. Pode ver que os olhos azuis de Sirus estavam ardendo em uma chama de ansiedade e de excitação. Enquanto os seus castanhos esverdeados ardiam em desejo.
Ela abraçou-o novamente e beijou-lhe o lóbulo da orelha. Ele a abraçava com desejo, pedinte, por algo alem daquele beijo.
- Não esquece a Bella – disse em seu ouvido – você a ama, e não a mim, e você sabe que eu nunca ia me perdoar se você ficasse mal por isso!!
Afastou-se dos braços de Sirus, o que fora algo muito difícil, já que ali se instalara já uma temperatura, um jeito muito bom de ficarem juntos. Mas ela estava pensando adiante. Sorriu para ele. Um sorriso sincero.
- Vou chamar meus pais – e olhou para própria roupa
Estava toda molhada. Podia-se ver o contorno de seu corpo e podia-se ver sua roupa intima que era preta, como a cor da blusa de Sirus. Riu de si mesma. Ele deveria a estar devorando com o olhar, mas ele já teve muitas, mas ela, só o beijo agora, que ela ainda estava se sentindo mal com isso.
- Bom... e também trocar de roupa, e vou chamar o James – andou em direção a escada – pode entrar, ligar a luz se quiser, ligar a lareira!! Já volto!!
Chamou seus pais e James. Não iria mais voltar lá. Ele que a desculpasse. Mas não dava. Precisava pensar. E trocar de roupa.

*~ * ~ * ~ *

Hogwarts era a mesma sempre. Era ali que poderiam fazer o que quisessem, se divertir, animar, endoidar.
Estavam no jantar de abertura do ano, e Dumbledore ainda não havia dado todos os anúncios, para Gabi, Patrick, David, Isa e Nicole, os mesmos, nunca mudavam, pareciam ter sido tirados da fossa pra lembrar eles.
- Meus queridos alunos, esse ano teremos um concurso de bandas – um grande burburinho iniciou-se no salão – teremos 2 bandas de cada casa competindo com as outras para escolhermos a melhor! – Nicole e James se entreolharam marotos – cada casa escolhera seus representantes, como já cometamos todos os assuntos... e eu estou morrendo de fome – Dumbledore olhou sorridente para a cara de repreensão de Nicole, bateu palmas e o jantar apareceu em cada mesa – Bom apetite!
Os marotos decidiram formar uma banda, que ainda não tinha nome, que estava aprovadíssima pelas meninas, menos pela Lily.
- Ah Lily, você podia ajudar a gente – disse James
- Já te disse que é Evans, Potter – falou ameaçadoramente
- Ta – e olhou pra ela – se eu te chama de Evans daqui por diante – ela o olhou suspeita – você aceita ajudar a gente?
- E se você parar de ficar de galinhagem, de ser idiota, de parar de ficar me pedindo pra sair, parar de azarar o Snape...
- Epa, epa – intrometeu Sirus – aí você está pedindo demais, Evans – James concluiu com a cabeça – vale sim o resto, agora parar de alopra o Seboso? Você está pedindo demais do meu amigo aqui...
- Então nada feito!
E virou-se para ir embora.
- Lily! – Nicole apressou-se – eles precisam de uma ajuda como a nossa – ela se assustou – é serio – era difícil acreditar na Nicole enquanto ela ria – somos mulheres, só a gente pode fazer um show, como montar, e o melhor, dominá-los, eles tão que fazer o que a gente quer!
Lily parecia reconsiderar a situação. Olhou para os marotos, eles já estavam fazendo alguma traquinagem que era para uma detenção. Sua face mudou-se de uma idéia perfeita para nojo.
- Lily, não pense – puxou-a para os seus olhos – me ajude, não poderei fazer tudo sozinha! Preciso de você! – preciso na verdade da sua voz, pensou, David já havia confessado a ela que Lily cantava
- Ta bom – olhando nos olhos de Nicole – mas se eu ver eles de novo agindo assim... ai droga, já prometi!
Saiu rapidamente do salão junto de Remo para levar os alunos do 1 ano para o salão comunal. Nicole sorriu, voltou saltitando para o grupo e contar a novidade.
Todos ali já sabiam que montariam uma banda. E confirmaram, eles seriam uma das 2 bandas da Grifinória.
- Ta, mudando de assunto – disse Patrick olhando para os lados – é daqui há 2 semanas a lua cheia
Todos formaram uma pequena roda entre ele e começaram a discutir seu plano miraculoso. Por que se sobrevivessem era milagre.
- Vamos ou não?
- Acho que sim – disse Sirus – é a melhor coisa a fazer, ainda mais que a gente vai poder ajudar o Remo, né?
- No que vocês vão ajudar o Remo?
Isa e Lise estavam atrás de Sirus, que virou-se com uma cara ameaçadora. Nicole estava morrendo de tanto rir do susto que Sirus tomou.
- Nada meninas, é uma preocupação do nosso amigo para algumas coisas... – e ela olha para a mesa da Corvinal e encontrou uma sorridente Marianne – Sirus, sabe de alguma coisa da Madame Cherie?
- Posso saber agora... Marianne?
Com passos elegantes chega rapidamente à mesa da Corvinal. Nicole olhou para Isa e David, que voltaram o namoro por causa de plano doido deles. Sabia que estava acontecendo entre Remo e Lise, mas não sabe o que exatamente. Nicole e o irmão começaram a conversar rapidamente sobre a banda. Poderia se chamar Marotos. Era perfeita, era deles!
- Novidade a vista! – Sirus chegou na mesa cheio de fofocas – primeiro, Nicky, tem um carinha da Lufa-Lufa que eu soube que ta gostando de você, só que... contudo,todavia,porem... –Nicole até riu – ele está com uma menina que eu também quero ficar... o que você acha?
- Vamos nessa, pelo menos não saio de mãos abanando!!
- Segundo, os treinos de Quadriboll continuam – James olhou-o maroto – e vai começar acho que na quinta – Nicole revirou os olhos – e ultimo, sim a melhor...
- Para com isso, Sirus! – exclamou Lise – diz logo
- Ela está grávida! – Lise deu um grito de alegria – e ele está sendo obrigado a casar com ela, então honey – deu uma piscadela para ela – estás livre novamente!

* ~ * ~ * ~ *

Poucos alunos ainda permaneciam no Salão Comunal. Inclusive os marotos, Nicole e Gabi. Esperavam todos irem embora. Isa já sabia da trama, mesmo que ninguém soubesse, ela já sabia faz tempo do Remo ser lobisomem.
Muitos já tinham ido dormir. Tinham planejado minuciosamente durante 3 anos a chance de conseguir ajudar Remo à pelo menos serem pouco dolorosas. Fora extremamente difícil largar a poção e depois usar a sua mente para poder se transformar.
James olhava atentamente o céu aquela noite. Poucas nuvens, muitas estrelas no céu. Seria perfeito para um passeio noturno.
Viu uma coruja passar voando olhando o salão comunal. Estava tão atordoado que não percebera que ela voltara e batia levemente no batente da janela.
- James! Acorda pra vida! Para de pensar na Lily! E olha a Helga!
Helga era a águia da família Potter. Sempre que seus pais precisavam entregar algo de extrema confiança para eles, mandavam Helga.
Era uma carta com três pacotes. Um grande, um mediano e outro pequeno. Em cima da tampa tinha o nome dos donos. O maior era para James e o menor para Nicole.

Queridos Filhos,

Estamos mandando para vocês uma das coisas mais importantes de nossa família. São guardadas a 7 chaves, a 7 palmos do chão, sendo guardadas em 7 caixas.
São presentes de gerações. E penso que vocês já têm idade suficiente para usufruírem desses presentes.

Com Carinho e Amor

Seus Pais


James abriu a caixa, e nela encontrou uma capa. Parecia de veludo azul. Não achou nenhum atrativo nela. Parecia uma capa bem feia e sem graça. David sorriu. Sabia exatamente o que era.
- James, me deixa ajudar – virou a capa e colocou nele
- AH!!! – sorriu James – uma capa de Invisibilidade!!
- Caramba!! – disse Sirus – a gente pode ir com ela até lá, sem problemas, sem ter que ficar pensando, ou deduzindo quem vai estar no corredor!
James afirmou com a cabeça. Fora uma ótima idéia essa do seu pai. Olhou para Nicole, ela parecia indecisa sobre abrir o pequeno baú, com detalhes dourados, que pareciam ter sido talhados à mão.
Ela abriu. Dentro havia um pequeno bilhete e um anel. Um anel de ouro. Sem nenhum detalhe, bem simples e grosso. Ele era feito totalmente de ouro. Podia-se ver isso enquanto reluzia a luz da lareira.

Nicole,

Esse anel é dado somente mulheres de nossa família. O que às vezes é passado de geração em geração sem nenhuma filha. Mas fomos privilegiados com seu carinho e amor.
Também percebi seus gostos por espelhos e pelo branco. Desculpe-me, querida, se não é sua cor preferida, não é a da sua mãe também. Coloque o anel em seu dedo. Só não pode ser no anular!!
Toque de leve na pedra maior, então aparecerão letras em branco, se quiser que seus amigos possam usar, terá que tocar no anel a quantidade de vezes. Eles devem estar em contato com você, e para poderem voltar ao normal a mesma coisa.
Papai te ama...
Beijos


Ela fez exatamente o que seu pai havia pedido. Letras brancas apareceram no anel e aos poucos, como veneno, algo penetrou suas veias e começou a desaparecer seu corpo.
Ela se divertia com a história. Ela falava, ninguém a ouvia, ela tocou em James, ela sem querer atravessou ele, podia ver a todos, mesmo James com a capa, que ele colocou para ver se a encontrava, mas não obteve sucesso.
Ela tocou novamente o anel, o veneno parecia sair do seu corpo, uma sensação se sucção, de perda. E ela volta ao normal. Essa noite prometia. Para todos.
O ultimo presente era para Sirus. Estava muito empolgado pelo presente, abriu-o com rapidez e dentro encontrou 2 espelhos. Desapontado, pegou a carta que estava endereçada a ele.

Sirus, nosso mais novo filho,

Nosso presente deve ter te desapontado não é?
Não se preocupe, ele tem extrema impotancia. Se chama espelho de 2 sentidos. Um fica com você e o outro fica com quem você quiser. Imaginamos que dará a James, até parecem irmão de verdade.
Queremos lhe dizer que seremos seus pais para sempre. Quando precisar de nós, pode nos mandar uma coruja e iremos ajudá-lo.
Com carinho,
Seus novos pais


Sirus sorriu. Era novidade pra ele ganhar presentes dos pais. Olhou para os espelhos e deu para quem seus novos pais pensaram, a James.
- Como funciona esse troço?
Nicole pegou da mão dele o espelho e começou a chamar o irmão. Este se assustou com a leve ardência nas mãos que quase quebrou o espelho. Olhou o rosto da irmã, entre névoas vermelhas, e sorriu. Mexeu nos cabelos, e olhou diretamente para ela.
- É assim mesmo que funciona?
- Exato, agora vamos? – olhou para todos – James, vai cum você o Sirus e o David, a Gabi e o Patrick vão comigo, tudo bem?
- Beleza! Supimpa!
Nicole olhou-o com um olhar de nojo, idêntico o de Lily. James até se assustou com a semelhança. Este por si, pegou sua capa...
- O que estão fazendo acordados a essa hora da manha?
Lily e Lise estavam ao pé da escada, de camisolas olhando para eles com cara de acusadoras.
- Nada Lily – disse James olhando para todos os lados menos para ela – vai dormir vai? – mexeu nos cabelos
- Já acordei e eu não vou dormir mais – desceu as escadas e se dirigiu perigosamente para James – e não me chame nunca mais de Lily...
- Ta bom, ruivinha – disse sorrindo para ela, e ela começou a ficar vermelha de raiva
- Não é a hora para brigas – disse Patrick – depois a gente te dá uma revanche, Lily – que se enfureceu – a lua já está saindo!!
- Aonde vão? Sabem que não pode sair de noite!
- Nós vamos fazer um trabalho – disse David – não se preocupe maninha, amanha de manha a gente volta sem problemas!!!
- Mas...
Nicole já havia tocado 3 vezes na pedra e os 3 sumiram, e James desapareceu com seus amigos. Andavam lentamente até o quadro, e saíram.
- Eu vou ficar aqui até descobrir o que está acontecendo!! – e sentou-se no sofá – e você Lise, vai me acompanhar?
- Com certeza? E se for algo sobre o Remo? Eu soube que a avó dele está moribunda...
- É verdade!! O que quer jogar?

* ~ * ~ * ~ *

Os corredores da escola estavam perfeitos para andarem sem problemas, devagar conseguiram chegar até o Salgueiro Lutador. Este por si se debatia com ferocidade.
- Como vãos fazer para chegar até a Casa dos Gritos?
- Aí é com o Sirus... é um cachorro – disse Gabi – acho que consegue pegar aquele nó ali – apontando para o nó que se encontrava quase de difícil acesso
Sirus logo se transformou e lentamente seguia até o nó. Até lá, recebeu pelo menos 3 chibatadas no corpo. Nicole tinha até fechado os olhos, com medo de que seus ferimentos fossem grandes. De repente o Salgueiro estagnou e parou de se locomover furiosamente. Cada um começava a se transformar e seguir o caminho lentamente debaixo da arvore.
Era um caminho estreito e que para um humano, teria que se desdobrar todo para conseguir se locomover. Chegaram em uma parte do caminho em que havia um galpão. Sirus, empurrou a portinhola e deu espaço para todos entrarem. Cada um vislumbrava o local de maneira diferente. Gabi e Patrick voavam para o segundo andar aonde se podia ver uma pequena luz no recinto. Rapidamente, subiram as escadas e encontraram Remo deitado na cama. A Luz da lua ainda não tinha atingido o local.
Remo estava ocupado vendo da janela às estrelas. Sirus deu um latido forte e Remo virou-se para eles. Estavam todos ali. Ele tinha que saber quem era quem antes dessa transformação, e ele sabia. Nicole caminhou até ele e deitou sua cabeça na barriga dele, como forma de consolo. A lua já começava a irradiar sua luz.
Remo começou a gritar de dor. Pequenas agulhas perfuravam seu corpo pouco a pouco. Sentia sua pele ser repuxada e parecia que algo dentro dele, soltava grandes agulhas ou facadas em seu corpo. Sua cabeça latejava, e sentia todo o seu ser sendo rasgado em inúmeras partes. Seus olhos ardiam, ele fechou-os. Quando os abriu, estavam negros como a escuridão. Suas mãos que estavam fechadas de dor haviam transformado. As partes de seu corpo estavam sendo transformadas, seu corpo estava ficando sem energia com a transformação.
Nicole recuou com o primeiro uivo de dor, e os outros que vieram depois, sentiam a agoniação de Remo. Viram cada estágio com pesar, medo e tristeza. Cada um se preparava mentalmente e fisicamente para o fim da transformação, sabiam que não seria fácil.
O animal feroz levantou-se da cama e começou a uivar. Destroçava tudo que vinha pela frente, contado alto-flagelação. Enquanto estava de costas, Sirus pulou em cima dele e o mordeu. Mais um grito de dor. O animal tentava se soltar e de nada adiantava, até Sirus ser pego de surpresa e ser atirado contra a parede sem nenhuma piedade. James foi tomar as rédeas, e David foi ajudá-lo. Com seus chifres mantinha o animal preso, mesmo que
às vezes deslizava. Enquanto David fincava seus dentes novamente em cima do animal feroz. O uivo de dor fora ouvido novamente. O animal pegou os chifres de James e girou-o com força, soltou-o e ele foi parar na porta. Gabi e Patrick começavam a desviar a atenção do animal de Nicole que parecia atender os três animais, que aos poucos levantavam desengonçadamente. Gabi fora pega e jogada no chão. Patrick fora pego de surpresa e por sorte caia na cama toda destruída.
Nicole se posicionou na frente do animal. Este por si estava com um olhar violento, assassino. Uivou, mostrando que era seu território de destruição. Nicole não deixou barato. Seu rugido fora ouvido e os dois partiram para o ataque. Nessa corrida, ela fugiu do golpe, e James o atingiu na cabeça. Tonto, ainda tentava se manter em pé. Nicole o jogou no chão e prensava com seu corpo o animal no chão, junto com James, Sirus e David. O animal se acalmara. Parecia sentir os seus cheiros. Acalmando-se devagar, gradualmente.
Podiam sair de cima do corpo dele. Nicole deitara no chão enquanto olhava para o animal, como se esperasse que ele não a atacasse.
Começaram a brincar de luta. Saindo a maioria perdedora do Lobisomem. Nicole era uma das que lutou bravamente, pareciam dois loucos tentando vencer. Mas não conseguira. Conseguira, junto dos hematomas, de um corte feio no braço ela achava que uma perna luxada.
Os primeiros raios de sol atingiram o local. Os uivos de dor foram novamente ouvidos. Até que novamente se tornara Remo. Se destrasformaram, o colocaram na cama, e cautelosos, foram para o castelo.

* ~ * ~ * ~ *

- O que aconteceu com vocês!!!
Foi então que perceberam, esqueceram de se tornarem invisíveis. Estão tão quebrados que Lily veio correndo ajudá-los. Especialmente a James. Ela o carregou até o sofá. Depois percebeu o que fez mas já era tarde. Ele sorria maravilhosamente.
- Lily, pega a minha caixa de poções por favor - Nicole estava horrível
Os que estavam menos machucados eram Gabi e Patrick. Gabi estava com machucados horríveis na perna e Patrick estava com a cabeça e o rosto sangrando.
Nicole sentou-se no sofá com cuidado, Sirus a estava ajudando. Ela tinha luxado a perna, o corpo estava moído e tinha um ferimento tenebroso no braço direito. Sirus estava com machucados na cabeça, com arranhões e seu pescoço parecia não estar no lugar. David tinha a boca inchada, sangue escorria de seu nariz e de sua boca. Suas mãos estavam tremulas e pelo menos 2 dedos quebrados.
James era o que estava pior. Tinha enormes arranhões no rosto, tinha quebrado com certeza, uma costela, o ombro e a perna, estava cheio de sangue dos “bifes” que o Lobisomem havia tirado dele.
Lily eufórica descera as escadas. Todos estavam tentando subir as escadas do quarto masculino. Ela os seguiu. Os meninos deitaram com muita cautela em suas camas. Nicole, tentando se manter em pé, começava a mexer nas poções.
- Deita aí... – disse Lily – é mais fácil se me explicar o que fazer...
Com Nicole pelo menos, melhor e pouco disposta, conseguiu cuidar de todos. Andava com dificuldades, e cada um tinha uma reação às poções. Uns vomitavam, outros ficavam verdes, e nada, sem nenhum efeito colateral. Sem forças, deitou na cama de seu ultimo paciente e se manteve ali.
- Lily, a gente não vai poder ir para pelo menos os 3 primeiros tempos... vai à frente que a gente se vira... – disse Nicole
- Boa sorte, no 3o tempo à gente vem ver vocês!!
Com dificuldade, ela virou-se na cama e encontrou Sirus olhando para ela. Fechou os olhos pensando no que estava acontecendo.
- Por que está fugindo de mim, Nick? – ele disse em um sussurro mudo
- Eu preciso, não se esquece da Bella...
- Você já faz esse trabalho por mim todas as vezes que conversamos – disse abraçando ela – seu irmão está estranhando nossa inimizade, pergunta por você milhões de vezes...
- E imagino que você também!
Ele se aproximou mais que o necessário, seus lábios estavam se tocando, seus corpos estavam dando mostra de que precisavam um do outro, seus olhares estavam pregados na íris do outro. Não tinha escapatória. Eles se queriam, mas nenhum dos dois queria assumir, mostrar a verdade.
Ela sorriu, e deitou em seu peito. Fechou os olhos e dormira. Ele tocava de leve em seus cabelos, sentindo seu perfume. Dormiu também, abraçado a quem ele mais queria, mesmo negando isso ao seu coração.

* ~ * ~ * ~ *

Lise andava rapidamente até a enfermaria, precisava estar lá às 9 horas, e já eram 10:30. Tinha uma detenção simples, cuidar dos doentes por 1 mês.
- Desculpa, Madame Pomfrey, tive uns probleminhas...
- Sem desculpas esqueceu? – ela moveu negativamente a cabeça – então você vai ficar cuidando de um único paciente hoje, para aprender!
- Sim, Madame Pomfrey!!
Seguira a enfermeira até chegar em um quarto, parecia lacrado. Fora aberta a porta, Lise entrara. A porta fora trancada novamente. Ela estava cheia de poções nas mãos. Segui lentamente até um leito que estava separado por uma divisória. Era o único paciente. Fechou os olhos e começou a seguir até lá.
- Lise? O que faz aqui?
Ela abriu um dos olhos. Era Remo quem ela ia cuidar? Ele estava horrível! Correu para ele e desembestou a falar. Enquanto calculava as medidas das poções, falava como ele tava horrível.
Remo pegou em seu braço. Ela parou tudo para olhar para ele, que sorria sinceramente.
Era ela quem ele queria sempre ao seu lado. Já havia descoberto que quando ela estava nervosa, ela desembestava a falar e se não tivesse um gesto de cainho, ou de amor, ela não parava. Só quando estava rouca.

Es dolor el saber que lo nuestro se puede terminar
porque simple y sencillamente nunca he sabido actuar
y se que mueres por mi, vives por mi
y nunca me has dejado atras
aunque sabes que a veces yo soy solo miedo


Era um pouco difícil para Remo olhar dentro dos olhos dela, dos sentimentos dela. Era uma profundeza sem fim. Algo parecia te puxar para dentro deles e se perder lá, sozinho. Ele tinha medo. Medo de não contar tudo a ela. Medo de que ela não o amasse. Mesmo sabendo que se acontecesse algo a ele, ela o socorreria.

pero vives en mi, junto a mi,
en mi interior, en este corazon confundido
por eso te pido por favor


Confundido. Era exatamente a palavra que seu coração procurava todas as vezes que eles se encontravam. Ele tinha medo de amar.
- Se eu te contar algo, Lise, me promete contar a ninguém?
- Claro, Remo, pode contar – ela sentou-se no leito ao seu lado e continuou a olhar para ele
- Bom, sabe por que o pessoal estava todo machucado? – Lise afirmou negativamente – por minha causa...
- O que aconteceu Remo, por que você?
- Eu sou um Lobisomem, Lise – disse sem olhar em seus olhos – eu não mereço o seu amor, ou sou uma aberração...
- Cala a boca!! – ele se assustou – você não é não, e eu te amo, você sabe disso, você só precisa aprender a amar...

enseñame a quererte un poco mas
y a sentir contigo el amor que tú me das desvanece el frío
quiero verte ya
enseñame a quererte un poco más
y a vivir contigo que no aguanto la ansiedad
de hacerte mio quiero ir donde vas


Ela o abraçou mesmo sob protestos. Aos poucos e com muito esforço, Remo conseguiu abraçá-la também. Sentia-se bem ali, com aquele abraço, com aqueles sentimentos.
- Mas ainda assim, você quer um monstro dentro da sua vida, que não se controla?
- Sim, você é o lobisomem mais bonito que eu já vi! – ele ficou vermelho de vergonha, e ela sorriu ternamente – o que eles estavam fazendo lá, já que é perigoso!
- Eles aprenderam animagia – ela ia interromper, mas ele foi mais rápido – tudo isso para ver se eu fico mais manso, e conseguiram – esses machucados, foram por causa de uma pequena brincadeirinha, sem problemas, eles também devem estar melhor do que eu!!
Ela riu e enquanto cuidava das feridas dele contava como cada um estava e a reaçao aos remédios. Ele sorria para ela, ela estava certa, precisava aprender a querer amar.

Lejos de pensar que me estoy haciendo
mal tengo que reconocer
que todo esto me ha salido mal
por eso voy a aprender,voy a vivir,voy a abrazarte más y más y
no quiero y no debo y no puedo dejar de verte por que vives en
mi junto a mi,
en mi interior, en este corazon confundido
por eso te pido por favor


- Te amo Lise, não posso mentir, você é muito importante na minha vida...
Ela sorriu para ele novamente.
- Você sabia que a Marianne está grávida? – ela disse em tom de fofoca, ele a olhou confuso – sabe de quem? Do Zabini!!
Ele sorriu abertamente. Nunca pensou que uma tragédia fosse o deixar tão feliz. A abraçou com certa dificuldade.
- Quer namorar comigo? Agora eu posso?

enseñame a quererte un poco mas
y a sentir contigo el amor que tú me das desvanece el frío
quiero verte ya
enseñame a quererte un poco más
y a vivir contigo que no aguanto la ansiedad
de hacerte mio quiero ir donde vas


- Sim, Remo, sim
Os lábios de Remo se encostaram suavemente nos dela, fazendo o coração da menina quase explodir de felicidade. Ela literalmente se derreteu nele e soltou um grito abafado quando foi puxada para o colo dele, em um movimento rápido.
Os braços de Lise deslizaram pelos ombros largos dele, repousando atrás de seu pescoço, diminuindo a distância entre eles. Ela sentia calafrios descerem por sua espinha e apertou o pescoço dele, com medo de que fugisse, o que o fez soltar um gemido.
Mas aquele momento tão maravilhoso infelizmente não podia durar para sempre, pois o ser humano não agüenta ficar sem respirar por muito tempo. Lentamente, e muito contra a vontade de ambos, eles se separaram para tomar um pouco de ar.
Lise o olhou, sonhadoramente, adentrou no mais profundo da alma dele, sentindo todo o amor e afeto que emanava daqueles lindos pedaços de céu. Isso fez com que Remo não resistisse a beijá-la novamente. E foi exatamente o que ele fez. Rapidamente puxou-a para um novo beijo, este ainda mais profundo e apaixonado que o anterior, arrancando um gemido de prazer da menina.
Ela passou suas mãos pelos cabelos loiros e sedosos dele, sentindo os fios se entrelaçarem com seus dedos. Ele pousou suas mão na cintura dela, tentando trazê-la para ainda mais perto. Estavam se deliciando com o momento, quando algo os empurrou de repente. Lise gritou enquanto Remo grunhia ao perder o equilíbrio caindo na cama.

(Es dolor el saber que lo nuestro se puede terminar
porque simple y sencillamente nunca he sabido actuar)
enseñame
y a sentir contigo
desvanece el frio quiero verte ya


- Senhorita McKingdon!! Aonde a senhora pensa que está? Continue seu trabalho agora!! – e saiu da sala rindo, faziam um belo par, fechou a porta com um estrondo e trancou a porta
Sorriram novamente. Ela havia ouvido a porta ser trancada e se beijaram novamente.

* ~ * ~ * ~ *

Gabi entrara ofegante na sala comunal. Tinha feito a coisa certa, ela pensava isso todos os dias, mesmo sabendo que eles já sabiam. Sentou-se em uma das poltronas e começou a olhar o crepitar do fogo que parecia acesso, mesmo depois do horário.
- Gabi? – aquela voz reconfortante que a fazia esquecer dos problemas
- Oi... – disse rouca, voltando-se para ele – você está bem? – levantando-se e tocando em seu rosto
- Eu estou, mas você não... – olhando preocupado com ela - ainda não acredito que você foi ver Dumbledore!!!
- Fui e falei tudo o que precisava, citei nomes e tudo! – olhando para a janela, a aproximação a estava deixando norteada – só não sei como eu vou encarar a cerimônia...
- Você não vai! Vai para a minha casa, Mi, vai pra minha casa!!! Pelo menos lá você estará segura!! – a abraçou pelas costas
- Não posso, Ron! Eles vão me descobrir! Eles sabem de mim! A Bella veio hoje atrás de mim querendo saber quem era que estava falando mentiras sobre os Black!! Eu tive que mentir, dizendo que não sabia, e que isso também me interessava!!
Ron a abraçou mais forte. Mione não conseguia mais conter as lágrimas, e olhou para o seu braço direito. Ali estava o medalhão, como o de Lindsay. Era mais fácil de guardar. Ele tinha uma intensa luz verde, agora, parecia estar em pedaços.
- Ron – olhou para ele nos olhos – eu sei que vai ficar aqui no natal, então eu quero te dizer do fundo do meu coração... eu te amo, mais do que tudo, se acontecer...
Ele a silenciou com um dedo, as lágrimas desciam lentamente pelo seu rosto. Ele a beijou ternamente. Era como se não quisessem estragar aquele beijo, um beijo, terno, gentil. Que abrangia tudo o que estavam sentindo, no fundo do coração, desde sempre.
Separam-se e ficaram olhando de uma maneira especial.
- Prometo fazer você feliz Mione, e prometo também te amar e casar com você! – ela sorriu
Ele selou sua promessa cobrindo os lábios de sua amada com os seus num beijo quente, urgente, ardente, e provocante. Suas mãos dividiam as funções. Enquanto uma se ocupava segurando seu rosto a outra contornava todo seu corpo arrepiante e demoradamente. Hermione retribuiu ao gesto com igual afeição e desejo. Abraçava seu amado com força sob o tecido grosso e quente do pijama que os impendia de pertencerem um ao outro.

* ~ * ~ * ~ *

- Nicky – chamou Gabi na estação – por favor – e entregou uma bolsa a ela, uma bolsa grande, e ela a pegou – guarde com você essa bolsa, existem coisas aí que se os Black descobrirem, estarei morta!!
- Não se preocupe, Gabi – disse sorrindo – nem o Sirus vai abrir o que está aí dentro! Eu prometo!! Até o próximo semestre! Ou se não eu apareço em sua casa!!
Gabi gritava tchau e saia correndo enquanto Nicole respondia com alegria.
- Quem sabe... – disse olhando para seu próprio medalhão, que ainda emanava linhas brancas e vivas – quem sabe, Gabi
Virou-se e foi embora, sem olhar para trás.


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