Páginas Envenenadas
Páginas Envenenadas
- Mas, e então, Tracy? – perguntou Ron.
- E então o quê? – Ela tomou mais um gole do suco de abóbora.
- E então, aconteceu mais algo daquela história de Dumbledore?
Ela parou abruptamente, cuspindo o suco para todos os lados. Com um movimento da varinha ajeitou tudo novamente e encarou o ruivo.
- Não. E eu já tinha até esquecido disto – ela resmungou. – Obrigada por me lembrar.
- Ah, jura?
- Ela foi sarcástica, Ron – Hermione disse, revirando os olhos. – E você não deveria atormentá-la com essa história. Ninguém de nós mais lembrava dela.
Ron baixou a cabeça lançando um olhar furioso à Hermione quando esta desviou o olhar. Eles terminaram o almoço silenciosamente, não comentaram mais nada e Tracy tentou fazer a expressão mais nervosa e triste possível. Realmente sentia-se assim, por ele ter lembrado todos sobre o caso de Dumbledore.
- Bem, eu vou me encontrar com um amigo. Combinei com ele antes – a garota falou, levantando-se rapidamente da mesa e deixando somente o seu guardanapo sobre ela.
Dirigiu-se até uma sala vazia e lá encontrou o garoto pálido com os cabelos loiros caindo em cascata pelos olhos.
- O que foi...? Draco? – Tracy espantou-se.
- Tive uma idéia – falou o garoto rápido.
- Idéia? Para... – ela hesitou, um fio de esperança tomando conta de sua mente – Para a vingança contra quem contou todo o plano para aquela pessoa?
- Exatamente – falou Draco. – É um plano ótimo, tenho certeza.
- Um plano ótimo? Estou começando a me interessar. Conte.
- Bem, é o seguinte. Será que ele gosta de ler? – perguntou Draco.
- Hm... Suponho que goste muito. – Ela lembrou-se das grandes prateleiras repletas de livros na sala de Snape.
- Podemos dá-lo um livro, então – ele sugeriu.
- Draco, por favor. Sem gracinhas – repreendeu-o Tracy.
- Deixe-me terminar. Podemos dá-lo um livro envenenado.
- Livros não se comem, se lêem. – Sua paciência estava esgotando-se.
- Mas a maioria das pessoas tem a mania de salivar os dedos para virar as páginas. E depois os levam à boca novamente – explicou o garoto.
A ficha caiu fazendo grande estrondo na cabeça de Tracy. Era a idéia de que precisava, sem dúvida alguma. À primeira imagem parecia perfeita, não estando sujeita a nenhuma falha.
- Não sei nem o que falar – ela balbuciou. – É isso. É claro que é isso, não existe outra explicação, outro plano melhor que este.
Draco sorriu.
- Gostou mesmo? – indagou.
- Sim. Adorei. Vou providenciar tudo imediatamente – ela falou eufórica.
- Espere! – pediu Draco. – Não seria melhor consultar o Lorde das Trevas antes?
- Bem, acho que seria - falou Tracy. – Mas tenho certeza de que ele aprovará, afinal é muito boa. A idéia é muito boa mesmo, tenho que admitir. Ninguém jamais irá saber o que eu fiz. Ninguém, nunca...
- Quer que lhe ajude em mais alguma coisa? – perguntou Draco.
- Não, não, não – ela falou. – Por hora é o suficiente. Se precisar chamo você.
- Tudo bem.
Ele acenou e já estava saindo da sala quando Tracy chamou-o.
- Você será recompensado imensamente pelo que fez. Se ainda não sabe quanto se ganha ajudando o Lorde das Trevas saberá em pouco tempo – os olhos dela brilharam.
Ele sorriu temeroso e deixou a sala em segundos.
- Lord Voldemort – chamou ela.
O Espelho de Duas Faces estava à sua frente, enquanto ela o segurava com as mãos trêmulas, sentada no único pufe que apareceu no centro da Sala Precisa. Ela esperou a habitual névoa encobri-lo, mas esta não veio. Tracy estranhou o ocorrido, esperou alguns minutos sem sucesso. Logo, chamou por Lord Voldemort novamente.
- Ah, finalmente – suspirou ela ao ver o rosto ofídico do mestre no espelho.
- Algum problema? – ele estranhou. – Esqueci-me do espelho por um tempo, por isso demorei a aparecer.
- Fiquei preocupada, pois isso não havia ocorrido ainda. E, nas atuais circunstâncias, qualquer coisa estranha é preocupante.
- Tenho que concordar.
- Mas, bem, não foi por isso que o chamei – falou Tracy. – Tivemos uma idéia. Eu e Draco. É uma boa idéia, muito boa mesmo.
- Se é realmente tão boa por que ainda não está em execução? – ele arqueou uma sobrancelha.
- Achamos melhor saber se o senhor aprova antes de fazer qualquer coisa. Nesse estágio do plano qualquer passo errado ou incerto pode acarretar prejuízos imensos, você sabe muito bem disto – ela quase gritou.
- Já que viemos perder tempo aqui, então pode continuar com a ladainha.
Tracy suspirou, sentindo o sangue subir pelas veias. Lançou um olhar furioso ao homem ali refletido.
- O plano é o seguinte: Draco pensou em darmos um livro a Severo. Um livro envenenado – ela apressou-se em acrescentar antes de ser repreendida pelo Lorde das Trevas novamente. – Sabe, as pessoas têm a mania de salivar os dedos para virar as páginas. E, depois, voltam com eles à boca. Se o gesto for repetido um número considerável de vezes e o veneno for forte, é bem possível que algo realmente bom ocorra.
- É um plano fraco.
O sorriso sumiu do rosto de Tracy.
- Mas pode dar certo – acrescentou ele. – Não que eu ache tão bom, ou infalível, mas realmente pode dar certo. Qual veneno pretende usar?
- Não sei ainda. Estava pensando no Salosia que, provavelmente, o impedirá de gritar enquanto sofre e se debate. Assim, há mais chances de demorarem a encontrá-lo e essas coisas.
- Muito bem. Só que ele demora bastante a ser feito.
- Gostaria daquele seu frasco, de suas poções pessoais – ela falou, rápida e decidida.
- Seria arriscado levá-lo até aí logo, com Dumbledore em sua cola.
- Não seria arriscado se mandarmos Rabicho.
- Aí correríamos o risco de ficarmos sem a poção. Só se mandarmos pela Bella.
- Realmente. Ela é muito mais inteligente, não será pega tão fácil e também é mais cuidadosa. Daria para ser hoje à noite?
- Será. A meia-noite – ele disse.
- Muito bem. Vou esperá-la na entrada da Floresta Proibida. Até mais!
Ela fechou o espelho rapidamente e saiu pelos corredores. Guardou-o no dormitório vazio e foi para sua próxima aula, logo após petiscar algo na mesa do almoço.
Tracy colocou a capa negra e desceu silenciosamente as escadas. Não poderia fazer barulho algum, nem ser vista ou ouvida por alguém. O plano tinha que se sair perfeito, sem intromissões ou chantagens por parte de alguém que viu alguma coisa. Respirou profundamente e ergueu os olhos para os corredores quando saiu para o mesmo. Não havia ninguém.
Seguiu por eles vendo os archotes acenderem magicamente à sua frente conforme se aproximava deles. Ficou feliz, pois não encontrou ninguém no caminho e abriu as grandes portas de carvalho do castelo de Hogwarts com o máximo de silêncio.
Já pelos jardins avistou uma cascata de cabelos negros a encarando. Olhou por cima do ombro e, sentindo-se segura, adiantou-se para ela no meio das árvores.
- Trouxe o frasco, Bella? – perguntou.
- Sim – respondeu a voz fraca de uma mulher. – Está aqui comigo.
Tracy ouviu o farfalhar de uma capa e estreitou os olhos para as redondezas. Sentiu um frasco extremamente gelado encostar-se a seu braço por sobre a capa e com a mão livre apanhou-o.
- Obrigada – agradeceu a garota, o guardando com cuidado num dos bolsos. – Como andam as coisas para sua parte de Londres?
- Vão bem, Riddle – respondeu a mulher, ofegante. – Está tudo ocorrendo perfeitamente. O Lorde das Trevas está feliz com seu trabalho, muito alegre.
Um sorriso leve e momentâneo tomou os lábios de Tracy.
- Estou com saudades de lá. De Nagini, principalmente. Era uma ótima companhia.
- O Lorde me pediu para lhe entregar isso junto com o frasco – a mulher estendeu-lhe um pergaminho amassado.
- O que está escrito?
- Eu... Eu não sei, não. Não era para eu ler.
- Sabe sim, Bella, sabe sim. É algo importante?
- Já disse que n...
- Não minta pra mim – ela sussurrou vorazmente. – Conte-me, é importante? Porque preciso trabalhar no envenenamento das páginas e deixá-las prontas para o mais rápido possível.
- É importante sim, senhorita. Muito importante. É melhor lê-lo antes de fazer qualquer coisa – a mulher acrescentou de cabeça baixa.
Tracy virou o rosto e fitou os olhos muito negros de Bella. Assentiu com a cabeça e ajeitou a capa, deixando esta lhe cobrindo parcialmente a face.
- Até mais, então – ela falou. – Nos vemos em breve.
- Sim – afirmou a mulher. – Boa... Boa sorte em tudo que vai fazer. Vai precisar.
- Obrigada – agradeceu ela de mau humor.
Voltou a caminhar pelos jardins, mais cuidadosamente do que antes, pois agora portava o frasco que iria fazer Severo arrepender-se de tudo que havia causado a ela e a seu pai.
Quando pôs os pés no primeiro degrau que a levaria ao hall do castelo, ouviu vozes muito próximas. Virou a cabeça e viu dois vultos vindo de Hogsmeade e entrando nos castelos de Hogwarts.
Desesperada, subiu o restante dos degraus correndo, na esperança de ainda não ter sido vista por eles. Abriu a porta e entrou no armário de vassouras que encontrou ali perto.
Os segundos se passaram rapidamente enquanto a garota ofegava e tremia de receio. Fechou os olhos e respirou fundo, quando ouviu o barulho da porta abrindo e das vozes entrando.
- É bom retornar – falou uma voz que Tracy reconheceu imediatamente.
- Fazia tanto tempo que eu não voltava. Não para passar uma temporada – afirmou a outra voz.
- Bom, só temos que vigiar aquela garota, Mignonette – a voz conhecida disse. – Não vai ser tão fácil, Dumbledore falou que ela é muito poderosa e argúcia.
- Vamos ter que nos desdobrar – riu o outro. – Não podemos esquecer de que ela segue as ordens de Voldemort ao pé da letra. Deve ter alguma forma de se comunicar com ele daqui.
- Andei pensando nisso. O que pode ser? Hogwarts é fortemente protegida por vários feitiços, não seria qualquer tipo de magia a atravessar todas essas paredes – falou ele.
- Estamos falando de Voldemort, Lupin – o outro homem parou bem em frente ao armário onde estava Tracy. – Ele deve ter arranjado alguma maneira.
- Concordo. Mas penso que seja uma maneira óbvia, não deveríamos ter que pensar muito para solucionar esse mistério.
- Bem, nós vamos segui-la e inspecioná-la, não é? Se fizermos isso direito e com cautela logo que virmos o objeto, ou o que seja, vamos reconhecê-lo.
- Espero que sim – respondeu o outro.
Eles voltaram a caminhar, mas Tracy permaneceu no local por mais alguns minutos. Não estava apenas esperando eles tomarem distância, mas também estava assustada com o que acabara de ouvir. Dumbledore havia chamado membros da Ordem da Fênix para vigiá-la. Estaria ele com medo da garota? Saberia ele mais uma vez de seus planos? Saberia que ela encontrou o culpado por toda a sua desgraça? Não, ele não podia saber de mais isso. Como teria vindo a saber? Não havia maneiras possíveis para isso.
Ela saiu do armário e voltou para a Sala Comunal percorrendo o mesmo caminho de minutos atrás, mas tomando menos cuidado, pois estava aturdida com tudo que acabara de ouvir. Não conseguia pensar direito, quanto mais andar corretamente. Não se importava.
Mas teria que agir rápido. O livro envenenado deveria estar pronto no máximo em dois dias. Ela trabalharia com afinco para isso, e tudo estaria resolvido em poucas horas.
Deu a senha à Mulher Gorda, “Onde você estava há essa hora?”, e entrou na Sala Comunal. Tirou rapidamente a capa preta e subiu até o dormitório, guardando-a no seu armário e pegando o livro que entregaria a Severo logo no dia seguinte.
Foi para o banheiro e trancafiou-se lá dentro. Lançou um feitiço para que o barulho feito dentro do recinto não ultrapassasse suas paredes e deixasse os outro imaginarem o que estava acontecendo.
Sentou-se no banco que havia diante da penteadeira e abriu o frasco, sentindo uma fragrância horrenda exalar dele. Era transparente e seria facilmente confundido com água se não tivesse um brilho perolado diferenciador. Parecia ferver, várias bolhas pequenas estouravam dentro dele.
Parou por um momento. Lembrou-se do bilhete que Belatriz lhe entregara e o tirou do bolso para lê-lo.
Tracy,
Pensei em alguns detalhes que ao serem lembrados serão muito úteis. Primeiramente, não deixe que ninguém veja o frasco e, se verem, em hipótese alguma diga que é uma poção; espalhe o veneno pelas páginas com cuidado, ele é letal e se você ingeri-lo sofrerá muito antes de morrer em poucos minutos; não entregue você mesma o livro ao Snape, mande alguém entregar, de preferência alguém que seja amigo dele, ou de confiança; alerte essa pessoa para não encostar-se ao livro de maneira alguma e, sobretudo, não deixe que ninguém desconfie de nada.
O plano é perfeito, não cometa erros e este será nossa perdição. Estou juntando os detalhes e creio que logo a parte final de nosso plano estará completamente planejada. Comporte-se e em poucas semanas Harry Potter estará morto e, quem sabe, Dumbledore também.
Decore todas as minhas instruções e queime o bilhete. Lembre-se: não podemos falhar.
Boa sorte.
Achando que aquilo não continha nada do que ela não pudesse deduzir sozinha, amassou-o e recolocou no bolso, deixando para queimá-lo mais tarde.
Manuseando o frasco com todo o cuidado, despejou uma gota na parte superior direita da primeira página. O líquido foi totalmente absorvido pela folha e um segundo após não era mais visto na mesma.
Repetindo várias vezes o procedimento, Tracy fechou o livro perto da manhã. Guardou-o muito bem e deitou em seu travesseiro, adormecendo imediatamente sobre a leve claridade caracterizante do dia que está nascendo.
- Farway? – ela chamou.
- Sim? – respondeu a garota, sussurrando.
As duas estavam sentadas lado a lado na aula de Transfiguração.
- Preciso que você faça um favor para mim – ela falou, baixo.
- Claro, qualquer um.
- É difícil. Tudo bem, não é difícil, mas pode acarretar certos problemas futuros – ela explicou, querendo dar a chance da amiga defender-se se quisesse.
- Futuros? Ah, eu vivo o agora – ela respondeu. – O quer que eu faça?
Admirando as palavras da amiga e não conseguindo compartilhar da mesma idéia, fingiu anotar mais alguns detalhes em seu pergaminho.
- Entregue um livro ao Snape para mim – ela disse.
- Um livro? Mas que livro? Por quê?
- É, um livro. Um livro sobre Poções. Ele mandou entregar – Tracy inventou.
- Por ele subentende-se Voldemort, não é?
- Fale isso baixo – resmungou a garota rispidamente. – Sim, é ele mesmo. Vai entregar a ele?
- Claro que entrego, sem o menor problema.
Tracy abriu a mochila disfarçadamente e entregou um pacote pesado para ela.
- Está aqui, neste embrulho – ela explicou. – Por favor, tente tocar ao mínimo nele e não deixe ninguém sequer chegar perto. Sei que é um livro, mas pode conter alguma magia estranha. Sabe, eles são das Trevas, não é?
Farway assentiu.
- Sim, cuidarei bem do pacote. Pode deixar comigo.
Tracy Mignonette caminhava lentamente pelos jardins. Suas mãos tremiam, sua cabeça doía e as pernas pareciam não mais suportar o peso do corpo. Sentou-se à fraca sombra de uma grande árvore próxima ao lago e apreciou durante alguns instantes o céu de trinta de fevereiro.
- Parece preocupada, Tracy. O que houve?
A garota olhou para quem com ela conversava. Fitou os belos olhos de Harry e sorriu.
- Eu? Preocupada? Não. Estou bem, só um pouco cansada. Não dormi muito bem à noite, sabe como é...
Harry baixou-se e sentou ao lado de Tracy.
- Por que está tentando nos enganar? – perguntou.
- Não estou tentando enganar a ninguém! – retorquiu Tracy. – Por que tentaria? Com que objetivo tentaria?
- Não precisa ficar nervosa. Só estou dizendo isso porque foi o que eu percebi. Conversei com Ron e Hermione e eles também estão te achando estranha. Principalmente depois daquela revista que fizemos na sala de Snape.
- Eu sei! – falou Tracy baixando os olhos. – Só que... Passei a ficar mais nervosa depois de tudo aquilo que Dumbledore falou! Atingiu-me imensamente com aquelas palavras, aquelas insinuações... Não tem como não ficar preocupada.
- Nós lhe entendemos, Tracy. E queremos ajudar. É sério.
- Mas não podem! Ninguém pode me ajudar!
As lágrimas recomeçaram a fluir de seu rosto sem que ela pudesse controlá-las. Não era a primeira vez que isso acontecia. Ela não queria parecer fraca, mas não conseguia. A garota levantou-se e fez menção de sair.
- Espere! – gritou Harry. – Eu sou seu amigo. Se precisar, estarei aqui.
Tracy fitou-o nos olhos novamente e jogou-se em seu pescoço num longo abraço. Ao abrir os olhos notou Leo, ao longe, lançando-lhe um olhar nervoso e confuso.
N/A.: Hello, people! Como vão vocês? Muito bem, espero. Faz tempo que eu não atualizo (mas, como isso é algo extremamente comum, sei que mal se importam) e agora, que estou finalmente de férias, espero contar com a ajuda de vocês para poder adiantar a postagem dos capítulos desta fic. Vão fazer três anos que estou postando, e, sinceramente, não é nada legal nem para o escritor nem para o leitor demorar tanto tempo, não acham?
Espero que gostem deste capítulo e o comentem bastante. O próximo chama-se Acusação e só pelo título já dá para ter uma idéia do que vai acontecer, não é? O postarei logo que tiver, no mínimo, 800 comentários. Agradeço a todos que continuaram marcando presença por aqui enquanto fiquei “fora” e espero que não esqueçam de mim assim tão cedo.
Manu Riddle
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!