A Herdeira do Mal




Capítulo 2
A Herdeira do Mal


A visão de Rabicho ali, vivo, foi uma surpresa para Voldemort. Uma semana atrás tivera certeza de que ele não voltaria. Os ingredientes não eram fáceis de serem encontrados, ou melhor, não eram fáceis de serem obtidos.

- Trouxe tudo que eu pedi mesmo, Rabicho? – perguntou o Lorde ainda muito duvidoso.

- Trouxe. Está tudo aqui – respondeu ele, contente e exasperado. – Tudo do jeito que meu amo pediu.

Voldemort percebendo que continuava com a boca aberta, fechou-a rapidamente e adiantou-se para Rabicho que pegou uma das sacolas sujas e mostrou-a a ele.

Dentro da sacola tinha alguns potes de vidro, no qual se via todo o tipo de coisa nojenta e mole que se podia imaginar. O Lorde das Trevas viu brilhar, numa das sacolas, os dourados fios de cabelo de Veela. Um sentimento, uma lembrança voltou dentro da sua cabeça. Era a sua chance. E então, observando tudo aquilo, mudou de idéia.

- Accio caldeirão! – falou ele sem nem perceber para que lado estava apontando a varinha. Poucos segundos depois, um caldeirão enorme estava vindo em sua direção. Qualquer pessoa que já tivesse visto Hagrid diria que ele caberia perfeitamente dentro do objeto. – Vamos, vamos! Cadê o livro? Onde o coloquei?

Voldemort estava procurando pelo livro de Malfoy como se fosse um tesouro extremamente precioso. Lançou mais um feitiço convocatório e achou-o debaixo de uma das almofadas de sua poltrona. Nem se importou quando pensou na possibilidade de alguém o ter lido. Aliás, aquilo não era tão importante agora que ia realmente usar a poção para seu próprio benefício. Logo, todo mundo saberia.

- Vamos lá Rabicho! Vamos lá! – gritou Voldemort contente.

- Quer que eu chame a Bella, Milorde? – perguntou Rabicho, satisfeito consigo mesmo.

- Quero! Ou... não! Sei lá, faça o que quiser... – falou ele com os olhos grudados no livro, relendo a parte do “Como preparar a poção”.

- Vou chamá-la - falou Rabicho saindo sala e indo até a porta que levava ao corredor.

- Sangue... ah, não acredito. Primeiro problema –falou Voldemort alto, mas mais para si mesmo do que para alguém.

- Problemas, Milorde? Com tão boas notícias que Rabicho trouxe? – perguntou Bella entrando na sala apressada, acompanhada pelo servo de Voldemort.

- Problemas, problemas... O primeiro ingrediente a ser usado é o sangue da pessoa que vai ser o pai do novo ser... isso eu tenho! – falou o Lorde pensativo.

- Então, meu amo, qual é o problema? – perguntou Bella, com um falso sorriso no rosto.

- O segundo ingrediente! O sangue da mãe do novo ser. Eu não tinha pensado nisso. –respondeu ele.

Todos se calaram. O rosto de Bella iluminou-se repentinamente.

- Eu posso ser a mãe. Ficaria tão honrada por ser a mãe do filho do Lorde das Trevas.

- Não, Belatriz! Imagine, eu, tendo um filho com você. Jamais!

Bella fez uma cara feia, não gostou nem um pouquinho do insulto. Mas Voldemort continuou:

- Eu só tenho um mês se quiser levar esse plano adiante. O que faço? – indagou ele pensativo, mas preocupado.

- Não use o sangue da mãe, então. Só o do pai – sugeriu Bella aborrecida.

- A poção não dará certo assim… – falou Voldemort.

Ele respirou profundamente e olhou para o caldeirão onde até mesmo o fogo já fora aceso em baixo.

- Mas é o único plano que temos. E eu preciso agir rápido.

E foi assim que, sem um dos ingredientes principais, Voldemort começou a fazer a poção. A poção que poderia solucionar sua vida e torná-lo novamente o maior bruxo do mundo, imortal.




Três semanas depois, via-se Voldemort muito empenhado, trabalhando numa poção complicada. Estava adicionando o último ingrediente dela e ansiosamente esperando o dia seguinte. No qual, segundo o livro, a poção ficaria vermelho sangue e pronta. Pronta, finalmente. O esquisito é que o livro não trazia como essa pessoa surgiria, ou se teriam de fazer alguma coisa para isso. Enfim, ninguém estava se importando.

As idéias maldosas do Lorde das Trevas estavam se multiplicando. Agora, o plano estava quase pronto, juntamente com a poção. Voldemort estava feliz, muito feliz. Mas não mais que Harry Potter. Pensando que só havia mais uma semana para agüentar na casa dos Dursley, seu estado era de completa felicidade. Estava louco para voltar à Hogwarts e rever todos os seus amigos.




- Pronta! – bradou Voldemort quando sua poção adquiriu uma cor vermelho sangue.

Com esse grito, Rabicho entrou cambaleando pela sala com uma torrada mordida nas mãos e Bella chegou derrapando no aposento iluminado pelo vapor cinza claro que saía da poção.

- E agora, mestre? – perguntou Bella. – Qual é o próximo passo?

- Não diz no livro, Bella... – respondeu ele, preocupado. – Agora é só esperar e ver o que acontece.

Não precisaram esperar muito. A poção começou a borbulhar levemente, e a cada segundo aumentava. O aposento estava ficando cada vez com mais fumaça, dificultando muito a visão de todos. Bella aproximou-se lentamente de Voldemort, tomando cuidado para ficar bem próxima dele, e se proteger se algo esquisito ou perigoso acontecesse.

Rabicho não conseguia sequer se mexer. Ficou ali, na porta, parado, só olhando o que estava acontecendo.

- M-meu amo! O que está acontecendo? – perguntou Bella fechando os olhos e abrindo-os novamente para ver se conseguia enxergar melhor.

- Não sei! E fique calada! – bradou Voldemort que também estava fazendo certo esforço para ver o que estava ao seu redor.

Todos se calaram. Exatamente nesse momento, o borbulho da poção estava no seu auge. Parecia um vulcão que estava prestes a derramar sua lava. Rabicho olhava atentamente para o caldeirão, não querendo nem imaginar a temperatura de seu conteúdo.

O borbulho estava aumentando, cada vez mais, uma coisa que parecia impossível de acontecer. Algumas gotas escorreram pela sua borda, pingando no chão e o corroendo. Bella, quando viu isso, soltou um grito que foi abafado pela fumaça que tinha no local. Cada vez mais pingos caíam do caldeirão e se duvidasse logo o chão ao seu redor seria derretido. E o caldeirão também.

Um redemoinho se formou no meio do caldeirão. A poção agora parara de borbulhar, mas saía mais fumaça do que nunca dela. A poção adquiriu uma cor escura, quase preta. Emitia agora um som esquisito, algo parecido com um chiado muito agudo.

O redemoinho começou a subir no ar e toda a poção adquiriu sua forma. Agora a poção estava flutuando e o redemoinho parecia que queria atacá-los. Rodopiava cada vez mais, mas não parecia real. Sua cor foi se esvaindo aos poucos, sumindo. Seu vermelho agora estava rosa e um tanto pálido.

A poção dava enormes solavancos no ar, como se tivesse algo dentro dela que lutasse para sair, algo muito forte e poderoso. Bella não resistiu e agarrou o braço de Voldemort, que não revidou e permaneceu quieto, observando. Rabicho guinchava ao tentar espantar a fumaça, que impedia sua visão, da frente do rosto. Estava a postos, caso algo de perigoso acontecesse, iria se transformar imediatamente em rato.

A cena seguiu-se no mais profundo silêncio. O redemoinho parou de guinchar e foi cada vez clareando mais, até que num determinado momento, ficou da mesma cor que a pele de Voldemort. Estava branco, muito branco. Quase transparente. Se continuasse assim, brevemente ira desaparecer, e lá se fora mais algumas semanas de trabalho inútil.

- Milorde, parece um fan-fantasma. Milorde! - guinchou Bella apertando o máximo que pode o braço de seu amo. Agora escondia seu rosto dentro da capa. Estavam tendo dificuldade de respirar, o ar estava muito abafado.

Realmente o redemoinho estava parecendo ganhar forma. Parecia um corpo. O corpo de um fantasma.

- Não é um fantasma, Bella! É uma alma! Meu herdeiro! Meu herdeiro está por vir! –Voldemort lutava quase contra si mesmo para conseguir distinguir as formas que estavam no ar, à sua frente.

Quando quase tudo parecia estar pronto, quando a pessoa que estava ali estava quase totalmente formada, ela explodiu. Saíram faíscas em forma de brasas que salpicaram por toda a sala. Esta ficou extremamente iluminada. Agora a fumaça que havia ali estava se dissolvendo, provavelmente sumindo como o redemoinho.

Algumas brasas voltaram até a superfície do caldeirão. Juntaram-se e formaram dois anéis vermelhos que se uniram, entrelaçando-se. Em um apareceram as letras que formavam o nome do pai do novo ser. No outro o nome da mãe.


Tom Servolo Riddle


Lílian Evans Potter


Um grito de Bella ecoou por toda a casa, quando seus olhos viram essas letras explodirem e as brasas que a formavam caírem no chão. Mas caírem de maneira a formar um corpo. O mesmo corpo de antes.

Todas as brasas se juntaram e adquiriram novamente a cor da pele de Voldemort. Lentamente as feições da pessoa foram mudando.

Todos fecharam os olhos. Bella agora soluçava nos ombros do Lorde que a abraçava com uma das mãos e com a outra empunhava firmemente a varinha.

Quando o Lorde das Trevas abriu os olhos, eis o que viu.

Uma alma, algo parecido com um fantasma estava deitado no chão. Tinha cabelos imensamente vermelhos. Não eram ruivos, o que se parecia ao longe. Mas sim vermelhos, vermelhos como o sangue. Seus cabelos eram longos, iam até metade das costas e eram retos e cheios, mas lisos. Era magra e vestia-se com uma capa preta, que estava em farrapos.

O ambiente permaneceu totalmente quieto. Bella e Rabicho observavam estupefatos a pessoa que estava deitada no centro da sala deles. Era realmente muito branca e chamava a atenção devido ao contraste que havia entre a cor da pele e a dos cabelos.

Ela lentamente abriu seus olhos. Eram vermelhos como os cabelos. Tinham a mesma forma dos de Voldemort. Pareciam fendas que se abriam para o infinito. Suas narinas pareciam-se com as de uma cobra. Muito finas e alongadas. A boca era clara. Ela sentou-se apoiando as mãos sobre o tapete da sala. As vestes negras estavam muito sujas e rasgadas.

- Quem sou? – perguntou a garota lançando os cabelos para trás e tirando algumas mechas do rosto.

- Minha herdeira! Você é a herdeira de Voldemort! – falou o Lorde adiantando-se para a garota e abaixando-se de forma que ficasse no mesmo nível de seus olhos vermelhos.

A garota levou a mão a cabeça. Fez uma expressão de dor e respirou fundo.

- Sou sua filha? –perguntou ela.

- É – confirmou Voldemort extremamente feliz.

Rabicho veio mais para perto. Com os olhos arregalados, estendeu a mão para a garota.

- Pedro Pettigrew. Mais conhecido como Rabicho, han...Srta. Riddle – falou ele tremendo levemente.

- Evans Riddle, muito prazer – murmurou a garota em resposta, sem sorrir.

Voldemort fez uma expressão intrigada.

- Como assim, Evans Riddle? - perguntou ele à garota, indignado.

- Evans Riddle é o meu nome. Evans é o sobrenome de solteira da minha mãe. E Riddle, o seu, meu pai.

Voldemort saboreou a palavra meu pai, apesar de não haver sentimento paterno algum em seu coração.

- Mas como sua mãe é a mãe do mestiço se você... se eu não pus o sangue de ninguém para representar sua mãe na poção? – perguntou ele para a garota.

- Eu não sei! –falou a garota apertando novamente a testa, estava sentindo uma dor de cabeça realmente forte.

- Tenho uma teoria, Milorde – falou Bella com os olhos ainda inchados e arregalados, mas aparentemente calma.

- Quem é você? – perguntou Riddle virando os olhos para observar a mulher.

- Belatriz Lestrange – falou ela. – Muito prazer, Evans Riddle.

- Prazer – respondeu ela olhando bem para o rosto da mulher, a fim de memorizá-lo.

Voldemort fitava a garota com adoração. Tinha conseguido. Conseguiu seu herdeiro. Tudo bem, não era realmente o herdeiro que ele esperava, era uma garota. Uma bela herdeira.

- Então, Bella. Qual é sua teoria? – perguntou ele sem tirar os olhos de Riddle.

- Não tenho certeza, mas... Milorde. O senhor utilizou o sangue de Potter para tornar a ter um corpo, não é? – certificou-se ela.

- Sim – falou Voldemort sem entender nada do que a mulher estava falando.

- Então, a poção deve ter identificado o sangue da mãe de Potter no seu sangue, dizendo assim, que ela é a mãe de Evans Riddle.

- O que significa que minha herdeira tem a proteção no seu sangue contra o toque do Potter! Isso é maravilhoso!

- Isso quer dizer que ela pode ser tocada por Potter sem ficar machucada ou até mesmo morrer queimada, meu amo? – perguntou Bella, interessada e espantada ao mesmo tempo.

- Exato. Marcaremos esse dia. Lembrem-se sempre de seis de agosto. O dia que nasceu a herdeira do mal!

- Qual será o nome dela? – perguntou Bella interpretando corretamente o silêncio do Lorde.

- Vejamos... Manuela. Nome de origem espanhola, que significa ‘Merlim está conosco’ – vociferou Voldemort.

A garota sorriu. Bella e Rabicho também. Voldemort não tinha essa capacidade.

- Milorde? – perguntou a garota, indecisa.

- Não, não me chame de Milorde – respondeu ele.

- Como devo te chamar, então?

-Voldemort. Ou Lorde das Trevas, como preferir – respondeu ele, orgulhoso.

A garota sorriu levemente, mas logo abaixou a cabeça e olhou para o chão. Voldemort estendeu uma de suas mãos a ela e eles se levantaram. Evans respirou fundo, olhou ao seu redor e sorriu.

Eles ficaram conversando durante horas e horas. Voldemort teve de explicar tudo a Riddle. Desde quando ele nascera até o presente momento. Percebia-se que a garota era uma boa ouvinte e concordava com o que o pai dizia. Ela falava pouco e não puxava assunto. Preferia ouvir, ouvir apenas e entender o que os outros estavam falando. Logo no primeiro momento que ouviu falar de Harry Potter já não gostou dele, achou um menino idiota que se achava o máximo só porque havia acabado com as forças do seu pai e destruído seu poder.

Durante uma semana os laços deles foram se estreitando e cada vez conversavam mais e amigavelmente. Estavam se dando muito bem, uma coisa impressionante. Ficavam muito tempo conversando sozinhos. Provavelmente bolando planos mirabolantes para quando ela entrasse para Hogwarts. Voldemort escreveu a Narcisa, pedindo para que viesse até onde eles estavam e trazer Draco junto, sem maiores explicações.

- Oh, Narcisa! Entre, querida... – falou Bella abrindo a porta para a amiga entrar.

- Olá, Bella. Tudo bem? Draco, diga oi a ela – respondeu Narcisa secamente indo em direção ao sofá da sala.

Draco e Bella se cumprimentaram formalmente.

- Onde está o Lorde das Trevas, Bella? Devo confessar que estou bem apressada. Iremos agora comprar os materiais novos do Draco, a carta só chegou hoje.

- Espere só um minto, Narcisa – falou Bella dando um sorrisinho falso. – Ele está conversando com sua herdeira.

A menção da palavra herdeira fez Draco estremecer. Ao ver Bella sair arrastando a capa pelo chão do corredor, ficou pensando. Será que Voldemort havia mentido para ele? Será que Voldemort tinha usado a poção? Será que ele receberia todos os créditos se a poção e o plano derem certo? Será que...

- Narcisa? – disse Voldemort entrando pela sala.

_Oi, Milorde. Tudo bem com o se... – ela parou abruptamente de falar e gritou dando um pulo para trás e colando no sofá.

Evans Riddle entrou na sala logo após seu pai. Com sua aparência medonha e nada normal, encarou a mulher que gritara. Ficou furiosa ao ver que Narcisa havia se assustado com ela.

- Por acaso, assustou-se comigo? – perguntou ela calmamente.

- O que é isso? -perguntou Narcisa nem ligando para o que a garota havia dito, mas se referindo a ela como um ser repugnante.

- A filha de Voldemort! – falou Riddle. – Por quê? Algum problema?

- Filha do Lorde das Trevas? Quem é esse espírito e o que está dizendo? – gritou Narcisa para Voldemort.

- Não se atreva a referir-se a minha filha desta maneira e muito menos a não acreditar no que ela diz! – disse Voldemort ameaçador e Riddle abriu um sorriso enorme, adorava ser defendida.

- Eu não estou entendendo, que loucura é essa? – perguntou Narcisa, confusa.

- Eu sei, mãe. Essa garota é a filha do nosso amo – interrompeu Draco, sentindo-se confiante.

- Draco, não se meta. E muito menos para falar asneiras! Cale a boca! – vociferou ela para o filho.

- Isso não é uma asneira, mãe! É a verdade! Mas se você não quer acreditar... Milorde, ela é da poção? – falou Draco.

- É – respondeu Voldemort.

- Eu sou Draco. Draco Malfoy. – falou ele animado, adiantando-se até a garota.

- Oi, Draco –falou ela olhando-o com curiosidade. – Eu sou Evans Riddle.

- Evans? – perguntou ele sem ligar para a cara que Narcisa estava fazendo. Ela estava estupefata por causa do que seus olhos estavam vendo. Draco, seu filhinho querido, conversando com aquela garota horrorosa? – Gostei do seu nome, Riddle.

- Obrigada – agradeceu ela, toda sorrisos.

- Então, é verdade meu amo? Adotou essa garota e deu seu nome a ela? – perguntou Narcisa confusa.

- Não, eu não adotei ninguém! Ela é minha filha, de sangue – falou Voldemort, visivelmente com raiva de ter de explicar tudo aquela mente pequena.

- Ah, não entendo! Como pode? – perguntou Narcisa, já ficando nervosa.

- Droga! – exclamou Bella com raiva. – Deixe que eu explique, Milorde.

Voldemort assentiu e Bella começou o falatório. Explicou tudo que sabia à Narcisa, e esta sem interromper, escutava e fazia caras de surpresa.

- E no que eu posso ajudar? – perguntou ela quando Bella terminou de contar a história.

- É o seguinte, Narcisa – falou Voldemort. – Eu quero que você leve Riddle para comprar o material necessário para começar a estudar em Hogwarts, já nesse ano.

- Ela já tem matrícula lá? –perguntou Narcisa.

- Não, eu também queria sua ajuda para isso. Escute Narcisa... Riddle não pode aparecer assim, lá na escola.

- Não – assentiu Narcisa.

- Eu e ela estávamos pensando e resolvemos fazer o seguinte: precisamos de uma garota que estude em Hogwarts ou em qualquer outra escola que irá começar a estudar no sexto ano – começou Voldemort. – Mas não qualquer garota. Tem que ser bruxa e ser filha de alguém que nos resolva emprestá-la até nosso plano estar concluído.

- Mas para que essa garota? – perguntou Narcisa, curiosa.

- Já disse, Riddle não pode aparecer assim na escola. Olha a aparência dela. Ninguém irá querer chegar perto dela, sem falar que irão querer saber quem é seu pai, sua mãe...

Riddle ficou chocada. Sabia que era assustadora, mas não que seu próprio pai achava isso.

- Então nós pensamos que ela poderia possuir um corpo. Possuir o corpo de alguém e agir através dessa pessoa, entende? – continuou o Lorde. – Por isso precisamos de uma garota. E uma garota confiável.

- Entendi – falou Narcisa, sorrindo. – E acho que sei exatamente quem faria esse serviço direitinho.




- É aqui, Milorde – falou Narcisa, dois dias depois.

- Ótimo – respondeu ele.

Evans Riddle, Draco, Narcisa, Bella e Voldemort estavam caminhando rapidamente por uma rua cheia de casas maravilhosas e enormes. Rabicho havia ficado em casa, ninguém queria ele atrapalhando.

Narcisa tocou a campainha. Um elfo doméstico apareceu à porta.

- O que a senhora quer?

- Quero falar com sua dona, elfo. A Sra. Mignonette ou o Sr. Mignonette está?

- Vou chamar a senhora – disse ele de mau gosto. – O senhor não está em casa. Foi resolver problemas no Ministério.

- Vá rápido, elfo.

Evans Riddle e Voldemort estava invisíveis, por um feitiço que o Lorde mesmo lançara. Ninguém poderia os ver. Bella também corria perigo, mas resolveu arriscar.

- Quem é? Oh, Narcisa e Draco! –falou ela sorrindo admirada. - Belatriz?

- Boa tarde, Anne –respondeu Bella, sorrindo.

- Entrem – falou ela abrindo espaço para eles passarem pela porta e entrarem.

Quando passou por Anne, Narcisa cochichou:

- Anne, Milorde vem aí. Segure a porta aberta por mais alguns segundos.

- Tudo bem – respondeu Anne e assim fez.

Anne era uma mulher alta, tinha cabelos castanhos levemente cacheados. Seus olhos eram grandes e castanhos, e era bem magra. Estava vestindo roupa de trouxa, uma calça jeans de lycra preta e uma camiseta de linha bege.

Voldemort desfez o feitiço dele e de Riddle. Anne abafou um grito e arregalou os olhos.

- Essa é minha filha, Evans Riddle – apresentou Voldemort.

- Olá, Riddle – falou ela, amedrontada e muito confusa.

- Oi – respondeu Riddle secamente.

Eles se entreolharam e todos se sentaram no confortável sofá da sala. Tudo naquela casa era maravilhoso. Os móveis eram estupendos, as paredes brilhavam, o chão reluzia.

Voldemort mais uma vez explicou o que havia acontecido, como que Evans Riddle era sua filha, ou seja, tudo que era importante. Ele ocultou completamente o plano que fizera em conjunto com a filha.

- Nós viemos aqui para fazer um pedido, Mignonette – falou Bella de repente. –Precisamos de sua ajuda.

- Podem dizer – respondeu ela.

Bella olhou para Voldemort e fez um sinal.

- Quantos anos têm sua filha, Anne? – perguntou ele.

- Quinze, Milorde. Faz dezesseis em novembro – respondeu a mulher, muito confusa, porque não estava entendendo nada e muito menos o porquê daquela pergunta.

- O que significa que ela vai começar o sexto ano em magia, correto? – perguntou Voldemort feliz.

- Isso mesmo.

- Chame sua filha aqui, Anne. Tenho que falar com ela.

- Sim.

Anne continuando sem entender nada, subiu a linda escada circular que levava ao andar de cima e voltou dez minutos depois com uma garota muito parecida com ela. Tinha a mesma altura de Evans Riddle, os cabelos castanhos e olhos verdes claros.

- Essa é Tracy. Tracy Mignonette, minha filha – falou Anne. – Cumprimente-os, Tracy.

Ela parecia chocada com a aparência das pessoas que estavam na sua sala. Era muito educada, portanto, mesmo assim a garota falou um “Boa tarde” geral e ouviu outros “Boa tarde” em resposta.

- Está vendo essa garota, Tracy? – perguntou Voldemort para a garota que havia sentado o mais longe possível de todas as pessoas daquele grupo estranho.

- Sim – disse ela voltando os olhos para Riddle.

- Então, ela vai te possuir. Que tal? – disse Voldemort, sem expressão nenhuma no rosto.

Anne soltou uma exclamação horrorizada. A garota arregalou os olhos verdes a ponto de parecer que eles iriam saltar de suas órbitas.

- Como assim, possuir? – gritou Anne levantando-se do sofá e gesticulando. – Não, Milorde eu não vou permitir!

Bella levantou-se também.

- E onde fica a sua lealdade pelo nosso amo, hein? Vai abandoná-lo quando tantas vezes ele lhe estendeu mão? – berrou ela.

- Eu sou muito leal a nosso amo, sim Bellatriz! – retrucou Anne. – Mas isso não posso deixa-lo fazer!

- Você sabia no que estava se metendo e metendo sua família quando resolveu se tornar uma Comensal, Anne? Você e seu marido? – falou Narcisa.

- É, ser um servo do Lorde das Trevas é algo hereditário. Sua filha certamente ficaria muito honrada por ser tão útil, não é Tracy? – continuou Bella.

A garota ficou calada. Era completamente visível que preferia morrer a ver seu corpo e sua mente sendo possuídos por outra pessoa.

- Ela não vai! – berrou Anne. Agora ela chorava desesperada.

- Não? Isso é o que veremos – falou Voldemort. – Tracy, venha já aqui.

Tracy não se mexeu. Do seu rosto também escorriam lágrimas de desespero.

- Não vem? Ótimo – falou Voldemort, tranquilo.

Ele tirou a varinha do bolso interno da capa e apontou para Anne. Esta fitou os olhos na varinha e sequer tentou pegar a sua. Nem que tentasse não daria certo, pois mais do que imediatamente, Lord Voldemort disse:

- Imperius!

A mulher entrou em transe ao receber o feitiço.

- Venha até aqui, Tracy – ordenou Lorde Voldemort.

- Não vou – falou a garota baixinho.

- Quer ser controlada pela Maldição Imperius, também? – perguntou ele.

Ela balançou a cabeça negativamente.

- O que você quer, então? Nada?

A garota o olhava assustada.

- Me deixa em paz, me devolve minha mãe – implorou ela.

- Não.

- Por favor... – pediu ela com lágrimas nos olhos.

Voldemort virou o rosto para Evans Riddle.

- Vá até ela.

Riddle não falou nada, apenas dirigiu-se até garota, que tentou se afastar, mas estava assustada demais para isso.

- Lembra? Eu já te ensinei como se faz para possuir alguém. Bom trabalho – disse Voldemort, sorrindo.

Evans Riddle retribuiu o sorriso.

A garota se concentrou. Todas suas forças e seus pensamentos estavam direcionados a Tracy. Não desgrudava os olhos vermelhos dela, que chorava muito agora.

- Não, por favor – implorou.

Evans Riddle fechou os olhos e abriu os braços rapidamente, como se tivesse uma espada cravada no seu coração e com as duas mãos quisesse tirá-la. Do local onde ela fizera isso saiu uma luz irreal, muito dourada e que reluzia tal qual ouro. Tracy gritou e caiu de joelhos no chão com as duas mãos apertando a testa. A luz foi engolfando Evans Riddle aos poucos.

A dor na cabeça de Tracy era tão intensa, mas tão intensa que a garota desmaiou no momento que Evans Riddle sumiu junto com a luz forte que iluminava o aposento.

Voldemort soltou uma de suas gargalhadas características de alegria. A garota havia conseguido.



N/A.: Oi! Eu quero agradecer muito a todas as pessoas que comentaram no primeiro capítulo e convidá-las a comentar de novo! Eu adoro comentários e quero muitas críticas construtivas, ok? No próximo capítulo vocês vão conhecer bem melhor a Evans Riddle, assim, a convivência dela com pessoas da idade dela. Bom, é só esperar para ver. Eu vou tentar começar a escrevê-lo logo, e terminá-lo também. Quando eu tiver feito isso já posto. Acho que é isso, e Je, calma. Eu vou fazer alguma coisa a respeito do "caso" que você diz haver entre Bella e Voldemort apesar de eu achar isso...han...improvável, entende? Agora sim, é isso.

Comentem, comentem, comentem e votem muito!

Manu Riddle

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