Quando o cerco se fecha
Sarah ergueu a cabeça e começou a gira-la massageando o pescoço, já estava fazendo aquela revisão de poções a duas horas. O bom de se estar no último ano eram as regalias que os alunos maiores tinham afinal, prestes a se pôr a prova nos Níveis incrivelmente exaustivos de Magia e isso não era exatamente algo que ela iria deixar passar. Como sempre esteve nos seus planos queria se tornar auror, algo que realmente exigia muito estudo e dedicação. Tudo bem que isso era quase impossível quando se tratava de se estar em Hogwarts com um sádico como diretor. Mas infelizmente não tinham muito o que fazer. Olivia estava revisando feitiços com Remus e ela não quis ficar na sala precisa servindo de “vela” para o casal. Preferiu pegar suas coisas e voltar para a torre da Gryffindor, onde podia estar apinhada de gente, mas pelo menos tinha seu precioso cantinho próximo a janela da torre. Infelizmente ainda tinham que comparecer aos cafés, almoços e jantares no salão principal, mesmo que a comida tinha se tornado horrível. Várias vezes comparecia apenas fisicamente para que Carrow II a visse, afinal, como “protegida” de Minerva McGonagall, como estava sendo chamada o novo diretor estava de olhos bem abertos e vigilantes em cima dela. Foi quando sentiu alguém pousar as mãos em seus ombros e começar a massagear delicadamente.
- Não está na hora de você dar um tempo nos estudos e relaxar um pouco? – ouviu a voz de James sussurrando em seu ouvido e tentou disfarçar miseravelmente um arrepio. O que fez com que ele gargalhasse.
- Você anda “relaxando” por nós dois pelo que sei... – disse ela fechando o livro - ... e não tem como relaxar onde todo lugar tem alguém de olho em cima de mim. Prefiro ficar a vista assim não ficam me enchendo ou perturbando a professora McGonagall.
- Eu sei como é... – disse ele agora sentando-se ao lado dela, apoiando o queixo sobre as mãos no tampo da mesa. - ... mas falei sério em relaxar um pouco... o que acha de termos um momento a sós na sala da AG?
- Remus e Olivia estão praticando feitiços lá... – disse ela folheando um livro de poções sem olhar para o garoto.
- E se formos até a Orla da floresta? – perguntou ele agora cerrando os olhos para ela.
- Alunos do sétimo ano liberados para irem até a floresta proibida para pegar ingredientes para estudar para os Niens... – respondeu ela novamente sem olhar para o garoto.
- E se formos para o meu dormitório? – perguntou ele agora se endireitando na cadeira, fechando o livro e pegando na mão de Sarah que o encarou – Eu posso fazer uma massagem bem relaxante em você...
- Hmmm... – disse ela cerrando os olhos - ... e eu teria de retribuir essa sua dedicação como?
- Bem... eu não estou com intenção de cobrar pelos meus serviços, mas... – disse ele com um tom galanteador segurando a mão da jovem se aproximando mais de seu rosto - ... não negaria alguns beijos e carinhos...
- Então... sendo assim... – respondeu ela se aproximando - ... você pode subir primeiro... – ela acariciou a mão do garoto - ... tirar seu uniforme... – agora falou ela sedutoramente como ele – E ir direto para o banheiro tomar um banho frio Sr. Potter. - Dizendo isso ela dera um “peteleco” com o pergaminho na cabeça dele meneando a cabeça. – Você decididamente não está levando a sério o que combinamos.
- Como eu posso cumprir com o combinado se só de estar com você no mesmo lugar sinto vontade de... – começou ele, mas Sírius então entrou pelo buraco no retrato como se tivesse corrido uma maratona.
- Até que enfim... – disse ele - ... sabia que se encontrasse um... o outro estaria pendurado...
- Estávamos estudando... – James falou de modo nada convincente e Sírius apenas ergueu uma de suas sobrancelhas não acreditando.
- Ok, e eu vou sair daqui voando num hipogrifo... – disse ele.
- Porque estava nos procurando? – perguntou Sarah mudando o rumo da conversa. – Aconteceu alguma coisa?
- A Mimi está nos chamando na sala dela. Não sei o que houve, mas parece ser importante... – disse Sírius enquanto Sarah praticamente deixava suas coisas sobre a mesa e saía pelo buraco no retrato. Sírius apenas olhou para James com a maior cara de descrença - ... Estudando... sei...
- Cala a boca Padfoot... – disse James dando uma tapinha na cabeça de Sírius enquanto passava por ele.
- Ei... não estraga meu penteado caramba... – e foi seguindo o amigo retrato a fora.
Algumas passagens secretas mais tarde, estavam os três diante da professora Minerva McGonagall em frente sala dos professores onde ela os aguardava. James olhou para a Professora McGonagall a espera que ela os conduzisse para dentro da sala, mas ela não estava olhando para ele. Em vez disso, ela olhava para o corredor atrás dele. Aparentemente satisfeita com o que viu, ela se virou em direção a uma porta larga e fechada, estampada com letras de latão que formavam as palavras SALA DO PROFESSOR. A professora bateu no L com a varinha, fazendo-o girar de cabeça para baixo, como se estivesse solto no parafuso. Deixando assim, ela guardou a varinha no bolso e seguiu em frente novamente.
- Er... - Sírius arriscou, empurrando James para o lado e trotando para alcançar a Professora McGonagall. - Seu escritório não fica logo ali atrás, professora? Em frente à sala dos professores?
- Calma e acompanhe Sr. Black... - McGonagall murmurou severamente, sem oferecer mais explicações.
Desconfiado, Sírius olhou para James e Sarah que apenas fizera sinal para que acompanhasse sem questionar.
Depois de mais uma curva no corredor, a Professora McGonagall parou mais uma vez. Desta vez, sem olhar para trás, ela entrou em uma alcova rasa, deslizou atrás de uma estátua de um bruxo muito gordo usando uma gola do tamanho de um pneu de caminhão e desapareceu por uma porta baixa e escondida.
James parou por um momento, examinando a porta secreta. Ele olhou para os outros, com os olhos arregalados, e então se abaixou atrás da estátua e entrou na porta. Curiosos e intrigados, Sarah e Sírius o seguiram.
A porta levava a uma escada muito estreita e muito escura que subia entre paredes de pedra lisa. A luz brilhante da varinha acesa da Professora McGonagall balançou bem alto, seguindo o som de seus passos.
- Eu nunca soube que havia uma passagem secreta aqui... - Sírius sussurrou, impressionado.
- Isso é porque não havia. Não até meses atrás. Acredito que não precisarei explicar a nenhum de vocês por que seu sigilo deve permanecer intacto. - A voz de McGonagall ecoou de volta, abafada na escuridão.
As escadas iam muito mais longe e mais alto do que os garotos pensavam ser possível. Finalmente, a escada parou em um patamar raso e em uma parede vazia. Com a varinha ainda acesa, McGonagall bateu na parede em três lugares, deixando cada tijolo brilhando fracamente. Depois de um momento, um barulho surdo de pedra raspando ecoou no patamar e os tijolos se abriram, revelando uma porta. Apressadamente, McGonagall entrou, deixando a porta aberta atrás dela. Os três estudantes apressaram-se em seu encalço.
Quando Sarah saiu da porta, uma onda de vertigem tomou conta de seu estômago, enfraquecendo seus joelhos por um breve, mas tenso momento. James prontamente se aproximou dela e a segurou.
- Você está bem? – perguntou ele preocupado.
Sarah apenas meneou a cabeça dizendo que sim. Apenas fora pega de susto na verdade, não esperava que a porta se abriria para a garganta de um abismo circular muito profundo, ladeado por frágeis degraus de madeira. Cuidadosamente, James a encostou no corrimão à sua frente e olhou para cima, observando a espiral de escadas que levava mais alto à escuridão elevada.
- Onde é isso? - Sírius sussurrou, seguindo a professora enquanto ela marchava descuidadamente pelas escadas rangentes. - Nunca vi esta parte do castelo antes.
- Estamos subindo para a Clibanum Turrim, eu acho. – Disse James. Já tinha ouvido histórias de seu pai sobre uma antiga torre tão alta em Hogwarts que era chamada de “Torre do Forno” por ser a primeira a ser tocada pelo sol e a última a se despedir dele. Mas não conseguia entender. Pelo que seu pai havia dito, ela tinha sido destruída a vários anos por um bruxo na época dos fundadores. Não se recordava exatamente da história, mas ela devia estar destruída.
- Não foi a que Salazar Slytherin destruiu antes de deixar o castelo? — Sarah fez uma pausa e franziu a testa enquanto James continuava a encarar as costas da professora e Sírius dava de ombros. Se estavam indo a um lugar que “não deveria existir” era porque o assunto era mais sério do que eles pensavam. – Estou com um péssimo pressentimento...
James balançou a cabeça preocupado trocando olhares com Sírius. Se tinham tido o trabalho de reerguer tal torre, é por algum motivo muito sério.
- Depressa, vocês três... - McGonagall falou, ainda mantendo a voz baixa. - Temos muito pouco tempo antes que todos cheguem.
- Todos os outros? - Os olhos de Sarah se arregalaram.
— Faça o que ela diz — insistiu James sussurrando sobre o ombro de Sarah que estava agora a sua frente na escada inclinada e rangente.
O interior da torre foi ficando mais escuro e mais quente à medida que subiam, até que, depois do que pareceram vários minutos, chegaram a uma sala baixa, cercada por janelas estreitas. No teto da sala havia um alçapão fechado. McGonagall se aproximou, destrancou-o com a varinha e abriu-o. Finalmente, ela subiu a última escada íngreme sob o luar azul-claro. Um por um, Sírius, Sarah e James a seguiram.
A Clibanum Turrim parecia a mesma de que Charlus falava, ainda assim, sendo relativamente “nova”, como sempre, exalava um ar de solenidade e propósito antigo. Seus degraus circulares e em terraço levavam até um muro baixo, além do qual se estendiam as profundezas contínuas do céu noturno, salpicado de estrelas e cravejado de nuvens cinzentas e flutuantes. A lua era uma foice alta, lançando sombras escuras sob os tronos gêmeos de pedra que ficavam de frente um para o outro no chão da Torre. McGonagall se aproximou de um dos tronos, virou-se e sentou-se nele, soltando um grande e pesado suspiro.
- Este, como vocês podem ver claramente... - ela disse rapidamente - não é meu escritório. Acredito que não será nenhuma surpresa para vocês que meu escritório, na verdade todos os escritórios deste castelo, estejam sujeitos a escutas. Ainda não aprendemos como isso está sendo feito, pois nenhum feitiço de contra-espionagem aliviou o problema. Sabemos apenas que quando nos reunimos aqui, no topo da Torre, nossos conselhos não parecem chegar aos ouvidos errados. Testamos e confirmamos isso para nossa satisfação. Então... — Ela fez uma pausa, franziu a testa e ergueu o queixo. - Senhor. Potter por favor, explique-se o mais brevemente possível. E devo acrescentar que se o que fez foi apenas uma de suas pegadinhas dos Gremlins que deu errado, juro que vou entregá-lo ao Sr. Filch e instruí-lo a fazer o pior possível.
James olhou brevemente de Sírius para Sarah, e então voltou sua atenção para a Professora. Ele sabia exatamente do que ela estava falando. O fato dele ter fugido da escola, e ter comprometido sua protegida a roubar poções do velho Slug. Ele então ia começar a falar quando Sarah tomou a palavra.
- A ideia de usar poção polissuco foi minha professora... – disse Sarah, mas Sírius também tomou a palavra.
- Não sabíamos como resolver o problema da falta de James... - ele começou - ... sabíamos que se Carrow II confirmasse suas suspeitas de que James Potter não estava no castelo, não só os alunos teriam problemas como todos os professores também...
O mais brevemente que pôde, ele tentou explicar sobre como a AG estava se alternando em “ser Potter”, e a suspeita de que Carrow II estar sempre a caça de James pelos corredores. Sarah intervinha ocasionalmente, acrescentando detalhes ou voltando atrás para explicar coisas que ele havia esquecido.
- Acho que a Senhora já sabe sobre a AG não é? – Sarah disse – O professor Lorigan era nosso professor responsável antes, e bem, quando Carrow II baniu esse tipo de socialização... a gente continuou escondido.
- Embora eu estivesse um tanto confuso, foi por ele e Dumbledore que voltei... - acrescentou James. – E ninguém me tira da cabeça que aquela aluna que morreu...
- Tem dedo de Carrow nessa história... - Sírius acrescentou – Eu conhecia a garota... na verdade andei saindo com a amiga dela algumas vezes... – então o garoto olhou para Sarah e James que o encaravam - ... ok, o importante é que, bem... ela não era tão boba assim para beber alguma poção sem saber. Ela tinha tanto medo que fazia seu próprio tônico... além disso, pode pedir para o Slugh... ela era a melhora aluna dele.
Enquanto os três falavam, às vezes superando um ao outro em sua urgência, a Professora McGonagall apenas observava, com expressão tensa e ilegível. Seus olhos passaram de um para outro até que, finalmente, todos os três ficaram em silêncio.
Após uma pausa nervosa, Sarah perguntou: - Você acredita em nós, não é professora?
- A crença não entra nisso, Srta Perks... - McGonagall fechou os olhos, cansada - Estas são alegações monstruosas, para não mencionar uma história francamente absurda, e ainda assim conheci muitos argumentos infundados em meus anos educacionais para simplesmente rejeitá-los...
Sarah realmente se sentiu aliviada por ter contado o que estavam suspeitando e tinham a mais absoluta certeza de que aconteceria algo muito pior caso não tivessem contado. Trocara olhares com os meninos, ela tinha certeza de que tudo o que havia sido relatado a professora também sabia, porém não podia fazer nada abertamente.
- Hogwarts não é mais segura... – disse McGonagall finalmente depois de uma pausa - ... em todos os lugares existem olhos e ouvidos... como disse a vocês, ao menos nesse lugar... – então olhou em volta – parece ser o único livre desse tipo de coisa... Mas mesmo assim mais importante ainda, foi criminalmente irresponsável da sua parte fugir e ir à caça de bruxos das trevas por conta própria Sr. Potter. Vai contra tudo aquilo que seus pais passaram para protege-lo...
- Professora - James começou, mas McGonagall o ultrapassou, ficando de pé.
- Depois de tudo que você testemunhou... - ela disse severamente. - Vocês três na verdade, correr tal risco foi perigosamente imprudente. Vocês não têm ideia do que está em jogo?
- Sabemos professora... – falou Sírius - ... mas pensamos que ele não seria tão besta a ponto de se mostrar um comensal tão cedo...
- Vocês não pensaram nada - McGonagall repreendeu, sua voz baixa e grave. - Pode haver um momento para expedições de aventura juvenis. Acredite ou não, eu também já fui jovem e ainda não tenho idade suficiente para esquecer meus próprios casos com as travessuras. Mas já não é esse o momento. É mais do que a sua segurança pessoal que está em jogo. Alguns dos melhores professores desta escola - e o seu mais forte aliado dos seus pupilos - já se foram. Os poucos que permanecem ficam quase impotentes. – Então ela olhou para James séria - Você esteve conosco durante a última reunião Sr. Potter, então não tem desculpa. Suas ações não são mais apenas um risco para vocês mesmos, mas para todos nós.
- A Ordem da Fênix - James suspirou. Ele soubera disso na última vez que se reunira com Moody e Dumbledore logo depois do funeral de seus pais. Lorigan o advertiu sobre tomar partido abertamente.
- Nem diga isso em voz alta - advertiu McGonagall, abaixando a cabeça e cobrindo os olhos com uma mão fina e enrugada. De repente, aos olhos de James, sua professora não parecia uma força de autoridade imponente. Ela parecia desconcertantemente uma mulher bastante cansada. – Vejam... infelizmente o corpo da Srta Bloomberth foi encontrado boiando no lago negro a poucas horas...
- O que? - Sarah exclamou.
- Temo que depois de hoje, não terei mais condições de protege-los... – falou McGonagall, seu olhar preocupado o que despertou um alerta em Sarah. – Me prometam... que vocês aceitaram suas punições sem uma palavra de reclamação - ela insistiu, deixando cair a mão e olhando para eles. - É a menor das suas preocupações neste momento, independentemente de como possa parecer para vocês. Fui bem clara?
- Sim, senhora. – falou James, ele enfrentaria sem problemas, já estava acostumado.
- Sim, senhora - Sarah concordou. Ao lado dela, Sírius apenas fumegava silenciosamente.
McGonagall suavizou-se. - Eu deveria ter aceitado aquele cargo de conselheira no Conselho internacional dos bruxos.... - Ela refletiu balançando a cabeça. - ... possivelmente agora estaria cuidando do meu jardim. Terminando minhas memórias. Fumando meu cachimbo. Fazendo qualquer coisa menos isso.
- Sinto muito, professora... – falou Sarah baixinho.
- Não se desculpe, Srta Perks.- McGonagall suspirou rapidamente. - Na verdade - e você provavelmente nunca mais me ouvirá admitir isso - são os criadores de travessuras que conseguem salvar o mundo todas as vezes. Nem sempre acreditei nisso, mas a experiência é uma professora persistente. Ah, e aí vêm os outros.
Passos rangeram nas escadas abaixo do alçapão enquanto mais figuras se aproximavam. James se virou em direção ao som, assim como Sarah e Sírius. Obviamente, o fato de McGonagall virar a letra na porta da Sala dos Professores foi um sinal, chamando os outros membros da Ordem para uma reunião. Ele se perguntou quem seria o primeiro a chegar: Professor Flitwick? Slughorn??
Mas foi outro rosto que emergiu do alçapão, com um leve sorriso. McGonagall viu a figura subindo e toda a cor desapareceu de seu rosto.
- Senhor. Filch. O que você está fazendo aqui? – perguntou ela.
- Não culpe o zelador, Professora McGonagall - Filch não respondeu, mas a figura atrás dele sim uma voz rouca e embargada. - Solicitei que ele se mantivesse informado sobre seu paradeiro, apenas para que eu pudesse saber onde encontrá-la se fosse necessário.
- Presumo que 'se tornou necessário' - disse McGonagall, mantendo-se firme enquanto o Diretor Carrow II passava por Filch para a luz do luar.
- Um lugar estranho, admito, para entrevistar alunos malcomportados, Professora McGonagall - comentou Carrow II espiando pelos terraços e muros baixos da Torre.
- Talvez você pense assim, Diretor. Acho esse lugar bastante agradável. - O rosto de McGonagall permaneceu perfeitamente sério.
- Acho isso bastante suspeito, professora - admitiu Carrow II claramente, erguendo as sobrancelhas finas e negras. — E acrescento isso a uma longa lista de coisas que considero suspeitas em você, madame. Com todo o respeito, pergunto-me se você está realmente disposta a trabalhar sob a minha liderança. Já lhe ocorreu que você perdeu sua eficácia nesta escola?
James sentiu a tensão quando Sarah ouviu as palavras de Carrow II, sabia que ela provavelmente puxaria a varinha a ele a qualquer momento. Então olhou para Sírius e prontamente o garoto segurou na mão da menina. Sarah estava tão atordoada que não percebeu.
- Não acredito nem por um momento que o senhor esteja preocupado com a minha eficácia... - disse ela, abandonando toda a pretensão. O rosto de McGonagall endureceu, transformando seu olhar em um olhar duro – Quanto a minha utilidade, admito que nunca estive particularmente interessada em ser útil para pessoas como você.
- Muito pelo contrário, Madame... - disse Carrow II, enfiando a mão em suas vestes e tirando um pergaminho fino. - Você não se contenta sendo desagradável, mas sendo ativamente subversiva. Veja que consegui isso não muito cedo é claro, mas antes tarde do que nunca...
Ele estendeu o pergaminho para ela, mas ela não o aceitou. Ele suspirou e desenrolou o pergaminho sozinho.
- Seja conhecido... - ele leu calmamente - Que pelo acordo geral do Ministro da Magia e Conselho educacional dos bruxos, Madame Minerva McGonagall foi destituída de seu cargo como professora e instrutora na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, com efeito imediato. À luz de seus muitos anos de serviço, ela continuará a ser uma regente valorizada e respeitada de excelência acadêmica e receberá uma indenização equivalente a não menos que setenta por cento de seu contrato atual', etc., etc... - Ele reenrolou o pergaminho e suspirou com falso pesar. – Professora, a Senhora deveria saber, que fui eu quem negociou sua indenização. Acredito que você achará isso bastante justo.
- E isso é o que você chama de ‘liderança’ - disse McGonagall, com as narinas dilatadas. - Não conquistar aqueles que discordam de você, mas removê-los completamente.
- Fiz o meu melhor, senhora - explicou Carrow II pacientemente. - Mas estes são tempos difíceis. Lamento que desaprove meus métodos. Infelizmente, com tanta coisa em jogo no mundo mágico, simplesmente não podemos mais nos dar ao luxo da dissidência. Mas, na verdade, seus anos de serviço são apreciados. - Ele apontou para o alçapão aberto. - Por favor, Professora McGonagall. O Sr. Filch irá acompanhá-la até seus aposentos. Seu substituto estará aqui dentro de uma hora. Peço desculpas por uma partida tão necessariamente rápida, mas temos uma escola para administrar.
McGonagall não foi até o alçapão. Em vez disso, ela se voltou para James, Sarah e Sírius. - Sinto muito... - disse ela com firmeza. Olhou para Sarah com ternura dessa vez – Continue com seus estudos... Vejo você em breve.
- Oh, eu não temeria pelo bem-estar desses três... – Carrow II então sorriu. - Eles estão nas mãos muito capazes de mim e do Sr. Filch. Acredite ou não, mesmo sem a sua presença, Professora McGonagall, Hogwarts prevalece.
- Depois de você, Professora - Filch, ainda sorrindo maldosamente. Finalmente, a contragosto, McGonagall caminhou em direção ao alçapão, deixando Filch mancando atrás dela.
James observou-a partir com uma raiva crescente. Em segundos, ele, Sírius e Sarah estavam sozinhos ao luar com apenas o Diretor Carrow II, que parecia estranhamente desinteressado por eles.
- Voltem para suas salas comunais, estudantes... - ele ordenou calmamente. - Senhor. Filch irá procurá-los em breve. Até então, talvez lhe sirva pensar no que aconteceu aqui esta noite.
Nenhum deles respondeu. Até Sírius manteve a língua afiada dentro da boca e apressadamente, eles desceram as escadas em grupo, fugindo do olhar do diretor que parecia buscar alguma coisa na escuridão da noite.
James olhou para Sarah, sabia o quanto ela gostava da professora e a defendia. Ficara surpreso pela garota não pular de varinha em punho sobre o comensal. Ficara de olho nela enquanto faziam todo o trajeto direto para a torre da Gryffindor. Somente quando estavam seguros na sala comunal, que finalmente a garota explodiu.
- Não acredito que ele tenha demitido a Professora McGonagall! - Sarah finalmente disse.
- Shiittt... – fez James colocando o dedo indicador nos lábios - ... lembram do que a professora McGonagall disse sobre olhos e ouvidos?
Engolindo a raiva, a jovem meneou a cabeça enquanto Sírius lendo os pensamentos do capitão começou a subir as escadas. Não havia lugar melhor para falarem do que a sala marota. E era melhor encontrarem Hoock e Twingle pois lá seria o único lugar onde poderiam conversar sem serem ouvidos. James pode observar que a garota estava ainda mais agitada do que de costume. E obviamente tentou amenizar as coisas. Conhecia a professora McGonagall e obviamente sabia que iria ficar bem, ou pelo menos ele achava que sim.
- Só podemos esperar que ela não tenha mais problemas... - disse James - Se ela contar a Dumbledore e ao resto da Ordem… - Apesar dessa escassa esperança, James sentiu-se de alguma forma mais sombrio e desanimado do que nunca em sua vida.
- Acredite... ela não vai procurar o professor Dumbledore... – respondeu Sarah - ... está na cara que é por isso que mandaram ela embora... estão querendo acha-lo.
- Não vai ser tão fácil assim... – disse James - ... Lorigan e Dumbledore estão muito bem escondidos... não sei exatamente o que estão fazendo, mas, seja o que for... estão perto de conseguir... Padfoot... tente achar Remus e peça a ele descobrir tudo o que puder sobre essa garota que foi achada no lago...
- Podia inventar algo melhor pra ficar sozinho com a Leoa... – disse Sírius, e rapidamente levou uma almofadada na cabeça - ... tudo bem... não precisa ficar zangada comigo...
- E vê se toma cuidado... – alertou Sarah agora - ... se conseguiram chutar a professora Minerva, acabar com a gente não vai ser tão difícil assim...
Querendo ou não, a garota tinha razão. Sírius foi até ela com o mesmo sorriso sem vergonha de sempre, pegou em suas mãos, e sorriu.
- Omg... está preocupada com o cachorrão aqui???? – perguntou ele dando uma olhadela de canto para James que apenas observava – Pois não fique, prometo que volto para você... sã e salvo...
Dizendo isso, ele dera um beijo estalado no rosto de Sarah e correu rapidamente para a porta da sala desaparecendo por ela. Sarah franziu a testa um tanto quanto surpresa e confusa ao mesmo tempo enquanto James apenas meneava a cabeça.
- Er... eu... perdi alguma coisa? – perguntou ela.
- Nada não... só Sirius Black que adora viver perigosamente... – respondeu James indo até a janela e olhando para a fora. - ... ele está tentando me fazer admitir que estamos juntos, mas eu estou mantendo o combinado...
- Aham... me cercando sempre que tem a chance... – respondeu ela jogando-se no sofá puído - ... até Minerva já sabia que estávamos juntos quando mandou o Black nos procurar... obviamente toda a escola já sabe... – então ela dera um profundo suspiro - ... me perdoe, eu não quis... eu só...
James então foi até ela e sentou-se ao seu lado pegando em suas mãos. Sabia que Sarah estava ainda mais preocupada. A garota havia perdido tudo, toda sua família e agora a única pessoa a qual podia contar. James franziu a testa.
- Ela estará de volta. Mais cedo ou mais tarde... – disse ele - O que é Hogwarts sem a Professora McGonagall?
- Ele a chamava de ‘Madame McGonagall’. – respondeu Sarah com a voz baixa e um tanto triste - Não sei. Parece tão... definitivo.
- Ele é o vilão... – disse James fazendo uma careta. - Os bandidos nunca vencem no final.
- Como você pode ter tanta certeza? Quero dizer, olhe ao redor. - Sarah olhou para ele, com o cabelo solto em volta do rosto. - Parece que os bandidos estão se saindo muito bem no momento.
James então aproximou seu rosto do da garota e a encarou por alguns segundos, não tinha resposta para aquela pergunta. Pelo menos não em definitivo. Levou sua mão delicadamente até o seu rosto e tirou-lhe uma mecha do cabelo colocando atrás da orelha.
- Hummm... você confia em mim não confia? – perguntou enquanto Sarah apenas o encarava.
- Confiança não se aplica nessa situação James... – respondeu a garota um tanto quanto ríspida. James, no entanto, entendia o que ela estaria passando, e não a condenava por isso. Ele apenas a trouxe para próximo de seu peito e a abraçou, queria muito encontrar as palavras certas para conforta-la, mas nem ele mesmo sabia ao certo que rumo as coisas tomariam a partir de agora.
***
— Qual é o problema, Jertro? Um dos que chegaram atrasados gritou: "Não consegue lidar sozinho com alguns “animais de estimação fugitivos?"
- Tenha modos Arnold... – disse uma jovem que parecia estar a frente da equipe que havia acabado de chegar a Nothingan, pois pelas suas últimas informações, uma aldeia oculta de duendes havia sido invadida por um bruxo o qual eles não queriam (ou tinham medo de dizer o seu nome). Três jovens aurores estavam ali. Ela não sabia dizer se eram estagiários ou se por alguma razão esquisita estavam de tocaia numa vila de duendes. Mas seja lá o que fosse que estivessem fazendo iriam ter de informa-la.
- Ei Bones? Cortez? – disse ela andando até as duas aurores que estavam paradas em uma das cercas. – O que raios vocês estão fazendo aqui?
- Amélia e eu estávamos apenas de passagem... – começou Ana Lucía, elas na verdade estavam de tocaia para a Ordem, o único problema foi que por algum motivo, elas sucumbiram a um feitiço excepcionalmente forte que as colocou para dormir. Pelo menos Ana Lucia caíra no sonso. Não entendia direito o que havia acontecido, e tinha certeza de que Amélia também não. - ... estávamos indo para Glastonbury para acampar, mas como o tempo mudou, acabamos acampando por aqui.
- E eu aposto que não viram o que causou tudo isso? – disse Jertro agora interrompendo a conversa – Que sono pesado vocês tem!
- Oras Jertro... sua percepção das coisas é tão ampla quanto sua contribuição para o Ministério da Magia... – alfinetou Amélia.
- Jertro... cala a boca... – agora era a jovem Ministerial que falava - ... obviamente elas também foram atingidas pelo feitiço que causou tudo isso... além disso... – ela então voltou sua atenção para as duas jovens aurores - ... me pareceu ter visto uma terceira pessoa com vocês.
- Ah, na verdade era apenas um guia ao qual a gente estava... – rapidamente completou Amélia - ... como eu sei que estão ocupados e realmente passaram o dia todo arrumando essa bagunça... – ela então pegou sua mochila que descansava nos seus pés - ... acho que Ana e eu iremos continuar nossa trilha não é?
- Sim sim... – confirmou Ana Lucia – A não ser que precisem da gente... mas como fomos suspensas do nossos serviços...
- Injustamente.... – frizou Amélia – diga-se de passagem... então obviamente não queremos atrapalhar o andamento da sua investigação Bostan! Já vamos indo...
Lentamente as duas bruxas começaram a andar na direção de Glastonbury como se nada tivesse acontecido. Amélia ainda ouviu a voz de Jertro falando alguma besteira para Bostan mas fingiu não ter ouvido. Quando finalmente dobraram a curva no final da floresta, foi que Ana Lucia finalmente respirou e desatou a falar.
- Essa foi extremamente no LIMITE! - disse a bruxa encarando Amélia que apenas meneou a cabeça.
- Foi você quem disse que estávamos fazendo uma viagem de acampamento para Glastonbury! – ralhou Amélia. – Eu tive de improvisar ué, conjurei duas mochilas, eu não sei exatamente como se acampa na floresta.
- Bones! - Lorigan gritou, pilotando sua vassoura um pouco acima de onde elas estavam, seu rosto mortalmente severo. - O que você está fazendo aqui?
- Nós... digo...." - Bones gaguejou.
- Pensando bem, eu não me importo. – Lorigan balançou a cabeça vigorosamente - Você tem meios de voltar para casa?
Amélia assentiu, então olhou para o lado enquanto Ana baixavam suas mochilas no chão e praticamente a bolsa se esvaia em fumaça.
- Er, mais ou menos. Embora estamos muito ansiosas para isso, na verdade. Mas Ana perdeu a nossa chave de portal. Estava em seu cardigã quando, er, explodiu do telhado da Mansão de Cristal.
- Eu lhes disse para serem cautelosas... – ralhou novamente Lorigan, seus olhos azuis cintilando em meio aos pequenos raios de sol que pairavam no campo de Nothingan. – Tinhamos informações de que Voldemort em pessoa estava por essas bandas...
- E ele estava... - Amélia voltou-se para Lorigan, esperando uma carranca severa ou confusa. Em vez disso, Lorigan tirou um pequeno caderno de um bolso no peito de seu casaco de couro. Ele estava escrevendo com uma pena igualmente pequena, os instrumentos parecendo um pouco tolos em suas mãos grandes e enluvadas. Ele acenou com a cabeça brevemente para suas próprias anotações.
- Cardigan - afirmou Lorigan . - Cor?
- Hum.. - Ana falou timidamente - É uma espécie de cor salmão pálido? Com talvez um pouco de malva?
Lorigan olhou para ela sem escrever nada, com o cenho franzido.
- Rosa - Amélia interrompeu. - É rosa. Você acha que pode nos ajudar?
- O cardigã contém um anel - Lorigan confirmou, em suas notas. franzindo a testa novamente. - Algo mais?
- Minha identificação do Ministério... - Ana falou um pouco tímida - E, er, alguns chicletes Droobles. E possivelmente um galeão ou dois...
- Isso serve... - Lorigan anunciou secamente, guardando no bolso seu caderno e a pequena pena. Ele ergueu a voz e gritou - Pesquise padrão Sigma! O objeto é um suéter cardigã rosa, perdido ao redor da Mansão de Cristal. Considere os ventos predominantes e fique atento a poleiros altos e saliências. Após a recuperação, verifique o conteúdo: um anel, uma identificação ministerial, e itens variados. Equipes de um a três, vão agora e apresentem um relatório em um quarto de hora. Equipe quatro, voltem para vigiar o perímetro. Isso pode ter sido uma distração. - A última ele acrescentou em um grunhido preocupado, voltando-se para Amélia. - Foi muito tolo de sua parte vir aqui, Amélia - disse ele gravemente - e doeu a Amélia ouvir a decepção na voz do bruxo mais velho o qual ela tinha como modelo de auror.
- Nós não deveríamos vir aqui... - Amélia insistiu fracamente. – Estávamos passando por a caso apenas...
- Bem...– começou Ana agora um tanto nervosa recebendo um olhar mortífero de Amélia - ... Ah qual é Bones! Você sabe com quem está falando não sabe? Ainda mais que Sebastian Walker...
- Sebastian Walker? - Os olhos de Lorigan se aguçaram. - Ele está aqui também?
- Sim. Em algum lugar. - Ana assentiu nervosamente.
- Ele e uma garota chamada Nastasia... – Disse Amélia fazendo careta quando disse o último nome. Porém uma onda de preocupação de repente tomou conta dela enquanto ela olhava ao redor da rua deserta. - E Ralf também! Onde eles estão?
Mesmo enquanto Ana falava, um barulho ecoou no canto próximo e um trio de figuras subiu à vista. Amélia olhou para o som e ficou surpresa ao ver Sebastian, Nastasia e Ralph saindo de trás de algumas moitas de Urze extremamente juntas.
- Estes são seus amigos? – perguntou outro membro da Ordem o qual Amélia não conhecia.
- São eles... - Ana assentiu.
- Ana! Amélia! - Sebastian chamou - O que aconteceu com os Duendes? E quem são seus novos amigos? Pensando bem... - ele franziu a testa um pouco - ... eu acho que ambas as perguntas meio que se respondem. Oh! Olá, Senhor!
- Eu deveria saber que você fazia parte disso, Walker... - Lorigan suspirou.
Ana encontrou seus amigos perto das urzes.
- O que…? – Amélia gaguejou, olhando-os de cima a baixo. Eles pareciam mal ter começado a suar. - Como você…?
- Como evitamos virar... tipo... – ele olhou para Nastasia e Ralph e dera um sorrisinho bobo – pó depois da explosão? - Sebastian esclareceu, erguendo as sobrancelhas. - Boa pergunta. É uma história de verdadeira coragem e desenvoltura, se é que você quer saber. – ele então viu Amélia cruzar os braços com descrença e tentou disfarçar o mal jeito - Veja, assim que vimos uma sombra penetrando na floresta...
- Eu coloquei o meu anel... - Nastasia se intrometeu, levantando a mão e contorcendo os dedos. - Badda-boom. Rota de fuga embutida.
- Ralph e eu a seguimos... - Zane encolheu os ombros. - Parecia a coisa óbvia a fazer. Então, nós zapeamos de volta novamente. Somente quando voltamos, os anéis nos levaram de volta mas já não tinha Mansão de Cristal. Demoramos alguns minutos para voltar de lá. Felizmente, fui genial o suficiente para saber o nosso segundo ponto de encontro. - Ele ergueu um par de vassouras - velhas, mas úteis.
- Você nos abandonou lá seu idiota... imprestável! – explodiu Amélia dando um belo soco de direita na cara do rapaz. – VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE É FICAR DE COMO SUPORTE????
- QUAL É AMELIA???? – reclamou o garoto com a mão no queixo, Nastasia fora lhe dar auxílio.
- É sério... – disse Amélia indo até Lorigan que agora já havia desmontado da vassoura e encarava a cena como se fosse normal - ... como alguém pode designar um ser... – e apontou para o garoto que agora pedia para o amigo lhe informar o estrago no rosto - ... digo, é isso que a gente tem para combater aquele sádico?
- Você quer dizer... – Falou Ana agora parecendo entender a situação - Vocês três acabaram de... Voltar?
- Pensamos que vocês fariam o mesmo... - disse Ralph - Não havia como lutar contra esse tipo de coisa. Pelo menos, não sem... er, ajuda profissional. - Ele olhou para Lorigan que os observava com os braços cruzados.
- Mas eu - Ana começou, e então parou. Pois a cara com que Amélia se voltou para Ralph era de quem lançaria um Avada se Lorigan não a tivesse segurado. Ela tinha honestamente esquecido da chave de portal em seu bolso, aquele que a teria levado imediatamente para a segurança se ela simplesmente o tivesse tocado.
- Seu imbecil! – dizia Amélia tentando se livrar dos braços de Lorigan que a estavam segurando. – Aquelas chaves de portal foram feitas para levar apenas uma pessoa por vez! Ana Lucia Perdeu a dela, você acha que eu ia deixar minha parceira em um perigo potencialmente mortal? – Não seja estúpido! – então se desvencilhou dos braços de Lorigan e encarou Nastasia que parecia indiferente com a argumentação – Você.... Você estava apenas esperando por uma chance de voltar. Você não se importava com mais ninguém. Se Sebastian e Ralph não tivessem visto você fazer isso, eles nunca teriam pensado em fazer isso sozinhos. Eles nunca teriam deixado Ana aqui.
- Agora espere, Amélia... - Sebastian interveio. - Voltamos imediatamente e com ajuda.
- Ela não estava pensando em ninguém além de si mesma - insistiu Amélia, ainda olhando para Nastasia. - Nenhum de vocês teria ido embora se não a tivesse visto fazer isso primeiro, só para salvar a própria pele. Estou surpreso que você conseguiu que ela voltasse com você!
Nastasia encontrou seu olhar com um olhar de surpresa ferida. Então, seu rosto endureceu. Ela se virou, mas não sem antes que todos vissem lágrimas brilhando em seus olhos.
De repente, Sebastian fez a última coisa que Amélia esperava. Ele a empurrou, com força, no ombro.
- Qual o problema com você? - Sebastian perguntou. - O que deveríamos fazer? Você sumiu! Ana sumiu! Uma coisa quase arrancou a cabeça de Nastasia com um golpe! Foi por instinto conseguir segurança de qualquer maneira que pudéssemos! Se não fosse por seu raciocínio rápido, nós três provavelmente estaríamos mortos agora!
Amélia olhou para seu amigo em estado de choque. Ela olhou para Ralph em busca de apoio e viu uma expressão profundamente magoada no rosto do jovem.
- Sinto muito, Amme - Ralf disse calmamente. - Você pode estar certa. Talvez não devêssemos ter ido embora. Mas voltamos assim que pudemos.
Amme de repente se sentiu horrível. Ela balançou sua cabeça.
- Não, Ralf. Eu... eu não deveria ter dito... você não tem...
- Sim, sim,... - Sebastian disse com amargura incomum. - Estamos todos arrependidos de tudo. Podemos simplesmente encontrar o cardigã de Ana e dar o fora daqui?
Ele passou por Amme, indo em direção a Lorigan e o outro bruxo
- Sério, Ralf - disse Amélia baixinho. - Sinto muito. Vocês dois fizeram a coisa inteligente. Mas, não podia deixar Ana Lucia, é isso que se chama de parceria.
– Claro – disse Ralf, sorrindo fracamente. - Mas você está certa. Pelo menos você não deixou Ana aqui. Você é uma Heroína.
- Eu espero sinceramente que depois dessa, Lorigan coloque Harold contra a parede... – disse ela encarando Sebastian que agora consolava Nastasia. Tinha algo naquela garota que Amelia não conseguia engolir. Todos pegavam no seu pé por se tratar de SEBASTIAN seu antigo namoradinho da escola de Aurores, mas não era isso. Moody também não tinha empatia pela garota. E se ele não gostava dela, Amélia e Ana também não gostavam.
- Está tudo bem... - Ana disse calmamente, colocando uma mão nos ombros de Amme e Ralf. - Todos nós fizemos o melhor que pudemos. E tudo acabou bem. Não foi?
Nessa hora algo se mexeu novamente em uma moita mais adiante, e uma pequena Duende, saiu acompanhada de outro Elfo que parecia mais velho.
- Está tudo bem? - ela repetiu, balançando a cabeça. - Nenhum de vocês tem ideia. Nenhuma pista.
- O que você quer dizer? - Lorigan perguntou, se aproximando do casal de Duendes - Você sabe quem foi o responsável por essa destruição?
A Duende encontrou os olhos de Lorigan com sorriso amargo em seu rosto. Ela deu um suspiro profundo e trêmulo.
- Ele é... o puro e mais cruel mal que já existiu... Ele nos encontrou. Não sei como ele conseguiu desfazer a magia... Eu, Garkg e um bando de outros moradores estávamos apenas começando a nos unir para entender o que havia acontecido. E ele nos encontrou. Ele é poderoso... mágico... ele apenas fez... isso... – ela então estalou os dedos - ... e uma escuridão tomou conta da vila.
- Então existem outros? – Sebastian inclinou a cabeça para ver a Duende.
A Duende sorriu um pouco sem graça - Havia outros. Quase não sobraram agora. Agora que ele terminou... seja lá o que queria fazer.
- O que isso quer dizer... - Amélia perguntou preocupada, seu rosto ficando pálido.
- Não queríamos fazer isso, mas ele prometeu nos levar com ele quando o novo mundo viesse. - A duende novamente deu de ombros enquanto falava. - Ele cuidou de nós, mas por um preço. Todos os dias ele nos mandava para dentro da floresta a procura de coisas. Ele estava fazendo... alguma coisa. Procurando alguma coisa... - Ela balançou a cabeça e fez uma careta. - Algo terrível. Mas quando finalmente teve tudo de que precisava... não precisou mais de nós. Em vez disso, ele começou a coletar Duendes... depois não mágicos... depois, um por um, a maioria dos outros. Mesmo aqueles que eram como ele. Os mágicos. Éramos obrigados a os atrair para dentro da floresta...
- Ele os matou? - Ana parecia perplexa. - Até mesmo outros magos?
- Não foi só matar. Era... como um jogo para ele. – a Duende balançou a cabeça novamente, lenta e enfaticamente. - Isso lhe dava... prazer. E isso o tornou mais poderoso. Quando ele terminou, eles não estavam exatamente mortos estavam apenas... meio que... secos... sugados até secar. Cascas vazias, com tudo arrancado delas. Ele nos fez enterrá-los, o que foi a pior parte de tudo. Alguns deles...”- Ela estremeceu violentamente e encontrou os olhos de Amélia, quase implorando. - Alguns deles ainda estavam respirando. Eles estavam mortos... mortos de todas as maneiras que podiam. Mas eles respiravam…
- Ele é um mago desonesto... – Lorigan disse de repente, olhando dos Duendes para Amélia. – Ele apenas está se aproveitando da situação aqui é um bruxo perverso e realmente perturbado com ilusões de grandeza...
- Estive cercado de bruxos com ilusões de grandeza durante toda a minha vida. – Disse Natasia agora agindo como se nada tivesse acontecido entre ela e Amélia - Eu venho de uma longa linhagem deles, para ser honesta. E algo do tipo surgir assim... só alguém muito cruel, alguém sem alma pode conjurar...
- Ela se referiu a um amigo feiticeiro dela - disse Sebastian - Os bruxos são magos muito especializados. Eles podem fazer armas mágicas, venenos, instrumentos de guerra em massa. É daí que eles tiram o nome. Mas quase não sobrou nenhum deles, não é? A maioria deles estava do lado de Grindewald e foram enviados para Azkaban. Se é que sobrou algum... Eles eram os magos mais perversos de todos, porque eles realmente acreditavam que o que estavam fazendo era certo. Eles não se desculparam e prometeram continuar seu trabalho se fossem libertados...
- Carrow... – murmurou Amelia.
Os outros piscaram para ela. Ralph perguntou: “Quem?”
- Moody me contou sobre esses irmãos... os Carrow... Ele nos contou que quase prendeu ele e a irmã... Ele nos contou tudo sobre isso, lembra Ana? Seu nome era Amycus e a irmã Alecto...
Ana olhou para Amélia. Elas compartilharam um olhar estranhamente desconfortável pois Nastasia estalara a língua como se elas estivessem falando bobagens.
- Amycus Carrow II? – disse a garota como se tivesse ouvido uma piada – Ele é diretor de Hogwarts... e a irmã dele uma das Altas Inomináveis do Ministério... se fossem das trevas, não estariam lá estariam?
Mais uma vez Lorigan precisou segurar Amélia para que não partisse para cima da garota ao qual Sebastian novamente protegeu.
- Por Merlin, o que tem de errado com você Bones! – disse o garoto, e foi então que Amélia explodiu.
- Pelas cuecas de Merlin! Essa é a razão pela qual eles foram acusados, para começar! - Amélia continuou - Eles estavam usando Magia das trevas quando foram pegos por Moody! Quase foram parar em Azkaban por isso, e agora em Hogwarts já houve 3 alunos mortos, e o ministério não fez nada! NADA! A não ser tirar quem aquele “diretor” acha que não serve para seus propósitos ou se sinta ameaçado.
- Bones... – advertiu Lorigan e então a garota o encarou. Ele apenas fechou os olhos e meneou negativamente a cabeça. Rapidamente ela voltou seus olhos para Sebastian e sorriu sarcasticamente.
Ana mordeu os lábios em uma careta estranha. Ralph desviou o olhar intencionalmente. Apenas Nastasia, não piscou. Ela observou o rosto de Amélia como se estivesse maluca.
- Você já o viu? – a Duende perguntou, dando meio passo mais perto dela. Um homem alto? Com rosto duro e olhos ameaçadores?
- Um sorriso que causa arrepios? – Agora era outro Duende, quem perguntava a ela.
Amélia meneou a cabeça confirmando. Os Carrow ela já tinha tido o desprazer de conhecer. Alecto era sua supervisora no Ministério antes dela e Ana serem suspensas.
- Houve outro... – a pequena Duende admitiu em um sussurro próximo. - Mas ninguém nunca viu quem… ou o que… era. Eles sempre se encontraram em segredo. O Homem recebia ordens. Às vezes ele saía praguejando. Ao que parecia Ele queria usar agora. O outro insistiu que esperassem até um momento melhor. A hora perfeita.
- O momento perfeito para quê? - Lorigan olhou severamente para a Duende.
- O que eles estavam falando sobre usar? – Agora era Sebastian que parecia interessado o que deixou Amélia ainda mais furiosa. Mas se conteve pois Lorigan também parecia interessado no que a pequena duende estava falando.
Ela então encarou Lorigan. Seus olhos estavam arregalados, estranhamente intensos. Em voz baixa e murmurante
- Ele conhecia você. Ele te chamou pelo nome…
- Sobre o que eles estavam falando? - Lorigan pressionou. - Pode ser importante. O que eles estavam esperando pelo momento perfeito?
Finalmente a Duende desviou o olhar do rosto de Lorigan. Ela olhou para os outros, como se os notasse pela primeira vez. Quando ela falou, foi em um sussurro abafado.
- A coisa que eles procuravam. Foi muito difícil, disseram, mas era poderoso. Terrível. Eles a chamavam de... a Ilha de Vidro. Ela estremeceu.
Toda a cor caiu do rosto de Lorigan e Amélia então percebeu.
- Ilha de Vidro? – repetiu ela baixinho. Então Lorigan também a encarou assim como Ana.
- Ilha de Vidro? – Agora era Sebastian quem repetiu, estreitando os olhos pensativamente. - Já ouvi falar disso. Não é antiga lenda do Rei Arthur que os trouxas vivem falando? Onde Merlim morava cercado de mulheres?
- O Bruxo nos disse…- continuou a Duende - Ele nos disse... que seria o fim do nosso mundo.
Todos olharam para a pobre duende e seu amigo que a amparava. Um calafrio percorrendo sua espinha. Na mente de Amélia ela viu a história que Moody contara a ela, assim como os avisos de Dumbledore a Ministra que praticamente o ignorou.
- Vocês todos deveriam voltar neste momento... - Lorigan chamou de repente, tirando Amélia de seu devaneio. - Vamos proteger esses dois e os que ainda restam dos seres mágicos dessa vila.
- Eu vou ficar com Ana.. - Ralf insistiu, e Amélia viu que ele ainda estava sofrendo com a culpa de deixá-las durante o ataque. – Seja lá o que foi aquela coisa que nos atacou, ela pode tentar de novo.
-Talvez você esteja mais certo do que imagina... - Lorigan admitiu sombriamente, aproximando-se de sua vassoura. - Como eu disse a Amélia aqui, essa escuridão é suspeita, é algo que não pode ser morto, apenas repelido.
- Então vocês acham que Carrow está por detrás disso? – perguntou Sebastian e Amélia lhe deu uma encarada mortífera.
- Um oportunista... - Lorigan reconheceu. - O pior tipo de bruxo imaginável. Onde alguns exploram desastres para saquear bens, pessoas como ele se deliciam em saquear almas. Nós o encontraremos e ele pagará pelo que fez... - isso ele se dirigiu aos Duendes, encontrando seus olhos gravemente. Voltando-se para os outros, ele continuou: - Por enquanto, no entanto, é mais uma razão para vocês retornarem à segurança. Eu não estou perguntando. – quando Ralph fez menção de questionar - Vocês já quebraram vários decretos ao virem aqui. Não duvide que os verei processados se me desobedecerem.
- Lorigan... - Sebastian disse, levantando a voz. - Seriamente. Não podemos sair sem...
- Você pode e você vai... - Lorigan ordenou severamente. - Imediatamente. Não me importa como ou por que você veio parar aqui, mas acredite, você já causou mais problemas do que imagina. Vá agora ou enfrente as consequências.
Enquanto ele falava, felizmente, dois outros membros da ordem voaram baixo ao longo do caminho. Um deles, Amélia viu, estava carregando algo rosa e esvoaçante em seu punho.
- Acho que isso é seu... - ele disse dando a Ana seu casaco - Ficou convenientemente pendurado no topo daquela árvore mais abaixo próximo ao lago. Tudo parece estar em ordem. – estendeu a mão entregando o cardigã para Ana.
- Obrigada - ela disse timidamente.
- Acho que isso resolve tudo, então. – Disse Lorigan agora encarando o grupo. – Mais alguém quer questionar minhas ordens? - Amélia até pensou em falar com Lorigan mas percebeu o menor tom de humor irônico nas palavras do bruxo Apenas meneou a cabeça. - Excelente. Então fora Cortez.. todos estão com seus portais únicos? – Todos confirmaram – Então espero que partam direto para suas respectivas casas e mantenham-se calados sobre o que houve aqui hoje. A ordem possivelmente irá entrar em contato com cada um a sua maneira. E quanto a vocês – Agora ele se dirigia aos casal de Duendes - Existe um lugar seguro onde vocês podem ficar até se reestabelecerem, existem bruxos e elfos que irão ajudá-los. Peço apenas que me mostrem onde estão os sobreviventes, para que possamos leva-los em segurança.
A duende assentiu cansada e então o duende levou Lorigan por onde eles haviam vindo.
- Você primeiro, Ana - Ralph suspirou, tirando seu anel verde do bolso. - Nós seguiremos.
Ana assentiu. Remexeu no bolso do cardigã, encontrou seu próprio anel verde e o mostrou aos outros. - Desculpe, pessoal... - disse ela, sorrindo fracamente.
- Apenas volte com segurança. - Ralph sorriu de volta para ela - Ainda temos mais um salto a fazer a partir daí. Provavelmente é meia-noite e precisamos enviar nossos relatórios. Nessa hora ele olhou para Sebastian.
- Isso é verdade... - Sebastian assentiu.
- Tudo bem. Vejo todos vocês do outro lado. – Disse Ana, com isso, ela enfiou o anel no dedo. Um instante depois, ela desapareceu com uma espécie de pop veloz.
Ralph não esperou. Com um suspiro rápido como se fosse mergulhar, ele colocou seu próprio anel e desapareceu.
- Sinto muito... - Sebastian disse humildemente, virando-se para Amélia. - Realmente.
Amélia encontrou seu olhar, mas seus olhos permaneceram duros. Ela assentiu brevemente. - Vamos embora.
- E quanto a Nastácia? - Sebastian perguntou, olhando ao redor.
- Já foi... - Amélia encolheu os ombros, olhando para seu anel verde. – É isso o que eu quis dizer quando uma pessoa fica encarregada de outra e a deixa na mão.
Sem olhar para o bruxo, Amélia enfiou o anel no dedo e desapareceu.
Sebastian respirou fundo e soltou o ar, sentindo-se completamente miserável. Os pensamentos giravam em torno de sua cabeça em uma espécie de tempestade, será que ele estava mesmo errado com relação Nastasia? Mas ela parecia muito magoada com as acusações de Amme... especialmente o olhar ferido em seu rosto quando ela a acusou de se importar apenas consigo mesma. Ele cavou seu próprio anel do bolso, sentindo se observado a distância por Lorigan.
***
Quando Alastor Moody saiu do Bico do Torvo já se passava dá uma hora da manhã. Com sua nova aparência agora, um homem de no máximo trinta anos, traços egípcios pele bronzeada, cabelos e olhos negros. Tinha de tomar o máximo de cuidado agora afinal, assim como os seguidores do Lord das trevas estavam os caçando haviam contaminado até mesmo o Ministério da Magia. Tudo bem que haviam ali dentro mais pessoas contra as trevas do que a favor, mas daí a todos se rebelarem teriam de passar por cima da própria ministra da Magia. Suas pupilas que antes estavam o ajudando Amélia Bones e Ana Lucia Cortez, agora estavam a todo custo tentando se manterem firmes juntamente com outros que assim como ele eram contra a influência da Ministra. Por sorte (ou talvez por bruxos das trevas serem muito burros) a “autoridade” da atual Ministra da Magia estava começando a deixar furos tão grandes que sua “cúpula seleta” não estava mais conseguindo esconder. Uma nova aluna de Hogwarts acabara aparecendo morta boiando no lago negro, os pais que antes estavam certos de que seus filhos estavam seguros, agora já não estavam tão certos assim. Pelo que conseguiu ouvir de alguns funcionários que haviam saído para beber naquela noite e por acaso estavam no mesmo bar que ele, era que o Departamento responsável pela Educação Mágica estava atolado com queixas de pais sobre a segurança de seus filhos. Sem mencionar a falta de informações e as inúmeras mensagens pedindo a volta de Albus Dumbledore a direção da escola. Ele lembrava-se de ter ouvido isso logo na primeira morte que Ana Lucia havia comentado com ele enquanto estava se passando por seu irmão mais novo vindo do México. Tudo bem que o conselho de Menores acabou a interrogando sobre o irmão mais novo, e os motivos dele estar com ela, porque não estava indo à escola, e coisas assim. Por bem, achou melhor acabar com a farsa antes que as coisas se complicassem com a garota. E ela acabasse por perder o emprego no Ministério. Então agora, estava na pele de um mero trouxa, intercambista vindo do Egito. Não fora difícil falsificar os documentos, mas era complicado viver como um trouxa sendo um bruxo.
- Seria muito mais fácil se eu conseguisse usar minha vassoura... – dizia ele enquanto descia do ônibus pela terceira vez naquela manhã. Era assim que fazia todas as vezes que saía de seu esconderijo. Pegava o trêm para a cidade vizinha e logo aparatava novamente a 5 quarteirões de onde havia saído. Depois pegava um ônibus para enfim ir até onde realmente queria ir. Se achasse que estava sendo seguido, obviamente pegava o taxi mais próximo e ficava dando voltas até ter certeza de que estaria seguro. Ficara sabendo por altos sobre os irmãos Prewett e isso o deixou muito irritado. Não entendia como estavam sendo caçados em plena luz do dia por comensais da morte e o Ministério parecia estar alheio a esse fato. Com Minerva McGonagall fora de Hogwarts agora, as chances das pobres crianças estavam cada vez mais pequenas, ainda mais com o sádico Carrow II sendo eleito o atual diretor.
- Sr. Moose?
Ouviu a voz ressoante de uma bela senhora vestindo um casaco de Tweed xadrez e sorriu.
- Madame... – respondeu tocando em seu chapéu e fazendo uma reverencia. Não se recordava do codinome de Minerva, mas a pessoa a qual ela tinha se transfigurado não mostrava a ele nada da professora de Hogwarts, a não ser é claro, o xadrez que era a marca registrada dela. - ... pensei que não viesse.
- Estava apenas passando uns dias fora do país... – disse ela agora sentando-se elegantemente na frente do bruxo. - ... precisei ir pessoalmente até a Sede do Confederação Internacional... – então baixou o tom de voz – Você sabe não é... Acredite... não é fácil localiza-los e muito menos conseguir uma audiência com o Cacique Supremo.
- E como foi? – perguntou ele fingindo beber uma xícara de chá como todos estavam fazendo àquela hora.
- Bem na verdade. Nosso amigo me deu uma carta para entregar a ele. Isso fez muita diferença... – respondeu a bruxa - ... ele me disse que devido a várias denúncias sobre o comportamento da nossa atual Ministra, estão pretendendo fazer um pente fino no Ministério.
- Já não era sem tempo... – respondeu o homem ajeitando-se na cadeira- ... estão esperando mais alunos morrerem?
- De acordo com... – ela então olhou para os lados. Falar o nome de Dumbledore assim tão abertamente poderiam deixá-los expostos, e não era isso que ela queria. Podia até estar sob efeito da poção polissuco assim como Moody mas não iria facilitar as coisas para os inimigos. – Bem, minhas fontes, Rosalie Rockfeller foi assassinada pelo próprio Lord das trevas.
- Sim, fiquei sabendo pelas meninas... – respondeu Moody com pesar em sua fala. - ... Ana Lucia não parava de chorar. Amélia teve que me contar os detalhes depois que a pobre latina já tinha adormecido.
- Uma pena ela ter cruzado o caminho dele... – McGonagall sabia que algo de muito ruim havia acontecido para que o Lord das Trevas se vingasse de tal maneira contra um membro da Ordem que não oferecia tanto risco a seus planos assim. - Rosalie era apenas uma estagiaria no Ministério... sem mencionar os Prewett. Foram atacados em plena luz do dia...
- Uma perda irreparável... sinto por Molly, ela deve estar arrasada. – Lamentou mais uma vez Moody. Então se aproximou mais da bruxa e por sobre a mesa lhe falou - ... por esse motivo estou falando que temos que agir... seja lá o que tenha acontecido com aquele moleque que se acha o lord... deu muito errado para que ele ficasse tão enfurecido assim a ponto de dizimar uma vila inteira de duendes...
- Seja lá o que for... boa coisa não é... – respondeu Minerva agora olhando para o céu, havia algo de estranho no ar naquela manhã. - ... o que mais me preocupa são as crianças... não vai demorar muito para que Flitwick também seja posto para fora...
- Eles sabem se cuidar muito bem... principalmente o Potter... – respondeu Moody encarando a bruxa que meneou a cabeça. Esse nome também não era muito bom ser dito fora de segurança.
- Não digo que não saibam se cuidar... apenas que o baque de ter ficado sozinho o deixou fora de controle... tanto que os próprios amigos se arriscaram a se passar por ele para que Carrow não descobrisse que ele não estava no castelo... – Minerva pode ver um sorriso um tanto orgulhoso no rosto do bruxo - ... Alastor! Isso não é motivo de orgulho! Eles são crianças!
- Que pelo visto conseguem enrolar um comensal da morte por tempo suficiente para que o amigo recobrasse o juízo e voltasse... – disse Moody - ... é isso que eu digo Mi... – então o olhar da professora recaiu sobre ele que inventou algo rapidinho – Minha querida... o comensal da morte, segundo na cadeia de comando do Lordinho, ser enrolado por meros garotos de 17 anos? Que nem são bruxos maiores de idade? Sem dúvida isso iria tirar qualquer um do sério. Como meros alunos menores de idade podem fazer o grande “segundo” – nessa hora novamente ela o encarou em sinal de alerta – se nem o próprio Ministério com os maiores aurores conseguiu tirá-lo?
- Eu tenho plena consciência disso... – respondeu ela mais uma vez com cautela - ... agora... Aquele velhote safado que usa poção de limpeza como loção pós barba vai me pagar por ter se unido aquele sádico.
- Está falando de Filch? – perguntou Moody agora parecendo mais à vontade com a conversa – Aquele aborto... não que eu seja preconceituoso... mas só está nessa pelas vantagens que está tirando disso... nosso “velhote” tem apreço por ele... acredite, vai fazê-lo polir aquela prataria até virar ouro.
- Não é a primeira vez que ele se mete com gente de péssima reputação! – reclamou Minerva – Já conversei com o diretor várias vezes sobre ele, os seus meios de torturar os alunos... e como ele se sente à vontade fazendo isso me incomoda.
- Não seria pelo fato de você estar se apegando a jovem a qual foi escolhida para ser tutora? – perguntou Moody agora com um sorrisinho no rosto.
- Deixe de bobagens... – começou ela a dizer, mas acabou meneando a cabeça e sorrindo - ... ela lembra muito a mim quando tinha a idade dela. Impetuosa, corajosa, uma leve tendência a seguir mais a emoção do que a razão...
- Em resumo... – disse ele - ... no que depender de você, vai fazer o que ela quiser.
- Não chega a tanto meu caro..., mas me preocupo com ela. Perder os pais tão cedo, e agora os avós que a criaram... não é algo tão fácil de se lidar. – concluiu Minerva um tanto saudosa. Ela lembrava-se dos velhos amigos e isso partia seu coração.
- Estive na casa deles... – respondeu ele agora com um olhar triste - ... no que sobrou da casa na verdade. Nosso auror fez de tudo para manter segredo sobre seu legado... refiz os passos dele até o Egito, e... como avisei nosso velhote... ele foi morto por um comensal da morte, e não por um bêbado trouxa como foi pintado pelo ministério... algo ainda mais sujo está por trás disso, sabe-se lá a quanto tempo eles não estão dentro do nosso governo? Se foram capazes de mentir para uma família sobre a morte de um filho... e acusar a própria esposa de se “explodir” com um botijão de gás? Num intervalo de quanto tempo? Um... dois meses?
- Você está querendo dizer que... – começou Minerva e Moody completou.
- Perks já tinha uma ideia de que haviam corrompido o Ministério naquela época... e também sabia quem era o “agente duplo”. Mas não sabia em quem confiar para pedir ajuda. Talvez tenha mencionado a Charlus..., mas agora isso é irrelevante.
- Você quer dizer que eles podem estar atrás da menina? – isso realmente alarmou a professora que elevara sua postura – Mas porquê? Ela era um bebê!
- E eles lá tem algo na cabeça que faça sentido? - Respondeu Moody coçando o queixo – A casa foi toda revirada antes de ser destruída. Obviamente para esconder o real propósito do ataque. Isso consiste também no fato dos avós dela terem desaparecido e nenhum corpo encontrado. Eles foram vítimas de algo que nem se quer tinham ideia do que era. – Ele então apoiou o braço sobre o tampo da pequena mesa circular e olhou em volta para ver se era seguro tocar no assunto. Vendo que sim, ele continuou - E convenhamos que os seguidores do “lordinho” não têm muita paciência no quesito “sem respostas para suas perguntas” – então ele olhou em volta e se aproximou – ... e algo me diz que o motivo de seu “fiel escudeiro” estar despachando os nossos aliados do castelo... é justamente por causa da garota.
- Não posso deixar as crianças... – começou a dizer Minerva um tanto quanto aflita. Era difícil para ela, na verdade praticamente impossível expressar suas emoções. Sempre fora extremamente profissional e controlada, mas, por algum motivo, a jovem Perks a tinha conquistado, como uma filha por que não dizer assim. - ... temos que fazer alguma coisa...
- O que precisa ser feito de imediato... – continuou Moody olhando ao redor - ... é tirar aquele fantoche que atua como Ministra. O Ministério foi corrompido... e se o Conselho Mágico não interferir agora... as coisas podem ficar ainda piores...
- Isso já está praticamente certo... não vai demorar para que ela seja exonerada... – disse Minerva agora olhando para o jornal que o homem a sua frente apoiara na mesa - ... a morte daquela pobre garota que apareceu boiando no lago não vai ser jogada para baixo do tapete... seus pais tem muita influência e não vão deixar alguma parede daquele ministério em pé se não tomarem providencias. E até arrisco a dizer que eles já devem estar fazendo alguma coisa...
- Isso se não aparecerem boiando no Tamisa... – disse ele o que causou certo espanto em Minerva.
- Porque você diz isso? – perguntou ela agora encarando o homem a sua frente.
- Seja lá o que for que o moleque esteja procurando, ele não teve sucesso... – ele então mostrou um pequeno artigo no final da página que fez com que Minerva estremecesse.
- Quem você acha que... – começou ela um tanto horrorizada com a imagem.
- Pelo que diz aqui... – respondeu ele - ... um pobre e bêbado qualquer... mas algo me diz que essa pessoa a qual não tem identificação. OU é um dos nossos... ou é alguém que não tem mais serventia para ele.
- Como você pode ter tanta certeza? – perguntou ela em tom urgente.
- A única coisa que eu sei... é que: seja lá o que ele estiver buscando. E acredite em mim, ele está buscando alguma coisa... está tão perto de conseguir a ponto de expor suas crueldades sem nem pestanejar... – então ele fechou o jornal e encarou a bruxa - ... eu não tenho ideia do que Perks buscava no Egito, embora nosso velhote tenha nos dito sobre a visão de Dorea antes de morrer, isso ainda era muito vago. Mas algo me diz que esses dois fatos estão ligados de algum jeito. – Então Moody ficara em silencio por alguns minutos o que fez com que Minerva ficasse curiosa.
- No que está pensando? – perguntou ela e ele então torcera os lábios cerrando os olhos e encarando ela.
- Você sabe se... os Potter conheciam a filha de Perks? – perguntou ele com certo cuidado a bruxa.
- Bem... Charlus foi o mentor de Perks na escola de Aurores... e... pelo que ouvi de Sarah, seu pai sempre ia aos jogos em que seu avô participava com ele. Por que a pergunta?
- Porque lembrei de algo que Lorigan me disse a algum tempo... – começou ele -... na nossa primeira reunião no que sobrou do castelo Potter... ele contou que o jovem Black que acompanhava o filho de Charlus tinha dito que Dorea havia presenteado a jovem Perks com um par de brincos, e instruiu ao filho que a protegesse a qualquer custo.
- Bem... os dois na época tinham um namorico, não é? – respondeu Minerva tentando entender o raciocínio do bruxo. – ... é natural a mãe aconselhar o filho a tratar bem a namorada.
- Pode ser, mas meu faro me diz que Dorea sabia mais do que contou a Charlus e a Ordem. E se meus instintos estiverem corretos, a morte de Perks e os planos daquele Moleque Lord, estão ligados de alguma forma. O que coloca a jovem filha dele no centro de tudo. – Concluiu o bruxo, seu olhar esquadrinhando o pequeno café onde estavam à procura de alguma coisa a qual Minerva não conseguia enxergar.
SE ele estivesse certo, e ele raramente não estava. Tudo girava em torno da visita de Perks ao egito e a procura doentia de Lord das trevas a algo que até então eles não sabiam muito a respeito.
- Vamos minha senhora... – disse ele levantando-se e oferecendo seu braço para que a bruxa se apoiasse. – Temos um trabalho árduo a fazer e necessitamos de toda a informação possível.
Precisavam encontrar com o velhote o mais rápido possível e esclarecer algumas coisas. Antes que os bruxos das trevas, concretizassem seus planos.
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