Pontas Filho e Almofadinhas
E se Sirius Black não tivesse sido preso e levado para Azkaban? E se ele tivesse criado Harry Potter em meio ao mundo mágico e sabendo de toda a verdade sobre a morte de seus pais? Pois é nesse universo paralelo em que se passa essa Oneshot!
Harry Potter andava cada dia mais ansioso, pois sua carta de aceitação em Hogwarts poderia chegar a qualquer momento. O garoto parava todas às vezes que passava por uma janela e ficava procurando qualquer sinal de uma coruja por perto. E era exatamente isso que estava fazendo agora. Estava tão concentrado em procurar o animal no céu que não se deu conta de que seu padrinho o chamava no andar debaixo.
- Harry, ficar encarando a janela não fará sua carta chegar mais rápido. – Disse Sirius ao subir as escadas.
Harry se virou e viu o olhar condescendente de seu padrinho.
- Não consigo evitar. Quero poder comprar logo minha varinha e começar a aprender feitiços.
- Espero que você tente se lembrar dessa animação quando estiver nas aulas de história da magia. – Disse o mais velho rindo. – Agora venha tomar seu café da manhã.
O garoto de 10 anos olhou mais uma vez através da janela e quando não viu nada de diferente se virou e começou a descer as escadas.
Ao entrar na cozinha viu que Anne Black segurava uma carta nas mãos. Por um segundo Harry achou que era a sua carta, mas quando ela abriu a carta e começou a ler suas esperanças murcharam.
Sirius foi até a mulher e beijou o topo de sua cabeça enquanto passava as mãos pelos longos cabelos lisos e negros.
- Cartas da sua irmã? – Perguntou ele ao se sentar à mesa.
- Sim. – Respondeu ela aérea. – Parece que mamãe não está se lembrando das coisas. Ela quer saber se eu conheço alguma poção que melhore a memória. – Disse após terminar a leitura.
- Talvez uma poção não seja a melhor solução. – Disse Sirius se servindo de café.
- Olá Harry! Bom dia meu anjo. – Disse Anne animada ao ver o afilhado.
- Bom dia tia Anne. Não chegou nenhuma coruja pra mim? – Perguntou o garoto ainda aflito.
A ansiedade do garoto fez os mais velhos rirem.
- Ainda não Harry, mas tenho certeza que de hoje não deve passar. – Disse ela sorrindo.
- Mas a senhora falou isso ontem e antes de ontem! – Reclamou ele fitando os grandes olhos violeta de Anne.
- Acho que dessa vez eu acerto. – Ela respondeu ainda sorrindo.
Desanimado o garoto finalmente se sentou a mesa e começou a tomar seu café da manhã.
Apesar da ansiedade clara do garoto a manhã estava perfeitamente normal. Desde que os pais de Harry haviam sido assassinados era Sirius que cuidava dele. Quando o garoto tinha 3 anos Sirius conheceu Anne Charllô, uma francesa ex-aluna Beauxbartons. Eles se casaram apenas seis meses depois e desde então Anne se tornou uma espécie de mãe para Harry, já que ela não podia ter filhos. Então toda a manhã era a mesma coisa eles acordavam cedo, tomavam café da manhã juntos então Sirius ia para o Ministério da Magia trabalhar enquanto Anne ensinava a Harry tudo o que se devia aprender antes de entrar para Hogwarts. Quando Sirius chegava à noite eles jantavam enquanto contavam seu dia um para o outro.
Aconteceu quando Sirius se levantou da mesa. A grande ave entrou pela janela trazendo a tão esperada carta de Hogwarts. Harry levantou no pulo e correu até a coruja a assustando um pouco. Abriu a carta e saiu gritando pela casa.
- Isso! Isso! Sim! Sim! Eu vou pra Hogwarts!
Anne e Sirius se olharam e sorriram. Entrar para o colégio era o primeiro passo para a realização de seu sonho. Harry queria se tornar um Auror e ir atrás de todos os bruxos das trevas que estavam envolvidos com a morte de seus pais. Seu foco era se tornar forte o suficiente para destruir de vez Voldemort. É claro que esse sonho não era inteiramente conhecido por seus responsáveis.
Comprar os materiais escolares havia sido outra festa. Enquanto compravam os livros Harry e Anne acabaram se encontrando com os Weasly’s que eram amigos da família. Rony e Harry estavam animados para estudarem juntos e torciam para sair na mesma casa, Grifinória.
- Sabe Harry, eu estou preocupado é com como será essa seleção. Fred e Jorge me falaram que é horrível. Que a cabeça da gente fica doendo por alguns dias.
Os gêmeos estavam escutando e acabaram interferindo na conversa.
- Eu fiquei sabendo que uma garota que entrou para a Lufa-Lufa ficou com dores de cabeça por 2 semanas. – Disse Fred de forma séria.
- E teve aquele garoto da Sonserina que teve dores de cabeça pelo resto da vida. – Acrescentou Jorge também muito sério.
- Não que ele tivesse durado muito tempo, dizem que ele se matou antes de chegar ao quinto ano. – Completou Fred.
Os garotos engoliram em seco.
- Parem de assustar os meninos! – Ralhou a senhora Weasley dando pequenos tapas nos ombros dos gêmeos.
- Cuidado mulher!
- Assim você vai arrancar um olho!
Os gêmeos reclamaram.
- Não acreditem no que esses dois falaram. A seleção é perfeitamente segura. Vocês não tem o que temer. – Acrescentou ela falando carinhosamente com os garotos mais novos.
Eles se olharam aliviados, mas com algumas dúvidas na cabeça.
- Por que vocês não vão até o Empório de Corujas? Sirius disse que esse seria seu presente de aniversário Harry. Vá lá escolher uma para você. – Disse Anne querendo tirar as caraminholas que os gêmeos Weasly haviam colocado na cabeça dos garotos.
Foi como se ela tivesse usado magia. Harry e Rony deixaram a livraria correndo. Mas pararam em frente a Artigos de Qualidade para Quadribol para observar a Nimbus 2000, a mais nova e veloz vassoura inventada.
- Achei que ia ganhar uma dessas, mas não é permitido levar vassouras no primeiro ano. – Reclamou Harry.
- É mesmo uma droga.
- O que a gente vai fazer nos tempos livres se não podemos jogar um pouquinho de quadribol?
- Mas pelo menos você está ganhando uma coruja. Eu ainda vou ter que usar o Errol. – Disse Rony fazendo careta.
- Podemos pedir pra tia Anne pra comprar uma pra você também. Tenho certeza de que ela vai te dar.
- Não precisa. Sério. – Disse Rony sério de repente.
Harry se arrependeu de ter falado aquilo. Sabia como o amigo podia ser orgulhoso às vezes.
Finalmente deixaram a Artigos de Qualidade para Quadribol e foram até a Empório de Corujas. Havia corujas de todos os tipos e tamanhos. Quando Anne e a senhora Weasly entraram na loja procurando os garotos eles ainda não havia escolhido uma coruja.
- Que tal aquela toda branca ali. – Disse Anne apontando para a coruja mais branca que todos ali já haviam visto.
Harry se apaixonou pela coruja e rapidamente ela foi comprada. Ao deixarem a loja a senhora Weasly começou a se despedir dizendo que precisava encontrar com Percy e os gêmeos na loja de caldeirões.
- A gente se vê no meu aniversário Ron. – Disse Harry ao se despedir do amigo.
- Até. – Respondeu Rony enquanto corria para alcançar a mãe.
- Você já pensou em quem vai chamar para a festa Harry querido? – Perguntou Anne enquanto seguiam para a lareira mais próxima para voltar para casa.
- Acho que seria legal chamar a Tia Petúnia e o meu primo para a festa. – Disse ele pensativo.
Sempre teve curiosidade em conhecer o lado trouxa da família. E tia Petúnia era sua única parente de sangue viva.
Anne ficou sem graça. Tinha certeza de que os Dursley não tinham a mínima afeição por Harry ou qualquer coisa que envolvesse bruxaria.
- Sinto muito querido. Mas você sabe que eles têm aquela convenção todos os anos na época do seu aniversário. Uma pena mesmo.
Harry não respondeu. Estava começando a achar aquilo muito estranho. Mas esqueceu a linha de pensamento quando tia Anne perguntou se ele queria sorvete.
Os dias passaram mais rápido depois da festa de aniversário de Harry. E logo dia o dia 1º de setembro chegou. Sirius fez questão de ir com Anne levar o afilhado para a plataforma 9 ¾ para poderem se despedir adequadamente.
Agora que estava de frente para o trem que o levaria para Hogwarts Harry ficou apreensivo. O se ele não ficasse na mesma casa que Rony? E se ele acabasse se revelando o pior aluno que Hogwarts já teve? Talvez ele ter sobrevivido tivesse sido apenas sorte. Ou um erro cometido por Voldemort. De repente todos os mais profundos medos de Potter vieram a sua mente. Ele estaria sozinho. Sem o padrinho e sem Anne para o ajudar.
O perceber que o garoto tinha parado de andar Sirius foi até ele e falou:
- Algum problema Harry?
- Você acha que eu vou ser capaz de ser um Auror?
- É isso o que você quer ser?
Harry apenas fez que sim com a cabeça. Não confiava em si mesmo para falar naquele momento.
- Bom, se é o que você quer, então tenho certeza de que vai conseguir.
O olhar que Sirius deu ao afilhado fez o coração do garoto se acalmar. Ele sabia que Sirius não mentia para ele. Se estava falando aquilo era porque era verdade.
- Pronto para embarcar no trem agora? – Perguntou Black sorrindo para o Harry.
- Mais pronto do que nunca. – Respondeu Harry com confiança.
O garoto se despediu dos padrinhos e entrou no trem. Logo encontrou uma cabine vazia e começou a se organizar. Rony apareceu faltando pouco para o trem partir. Se despediram mais uma vez de suas famílias pela janela assim que o transporte começou a se movimentar.
Eles conversavam sobre o que tinham feito desde que haviam se visto pela última vez quando alguém abriu a porta da cabine.
- Ninguém viu um sapo? Neville perdeu o dele. Aliás, sou Hermione Granger, e vocês quem são?
Essa história poderia continuar por longos anos, rendendo muitos e muitos livros como você sabe caro leitor. Entretanto ela termina aqui. Pelo menos por hora. Termina com o nosso querido e amado trio se reunindo pela primeira vez. Todos felizes e sem ter a menor noção do que os aguarda pela frente.
FIM.
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