A gravata inteligente
Subitamente, não sabia mais como se ata o nó da gravata. Era como se enfrentasse uma tarefa desconhecida, com que nunca tinha tido qualquer familiaridade. Recomeçou do princípio. Uma vez, outra vez – e nada. Suspirou com desânimo e olhou atento aquele pedaço de pano dependurado no seu pescoço. Vagarosamente, tentou dar a primeira volta – e de novo parou, o gesto sem sequência. Viu – se no espelho, rugas e suor na testa: a mão esquerda era a direita, a mão direita era a esquerda.
Sua namorada Jéssia bateu na porta do quarto, pois desde 1 hora Paulo permanecera lá.
-Vamos Paulo, a gente não pode perder o casamento de sua irmã.-
-Calma Jéssica, não estou conseguindo dar um nó na minha gravata.-
-Deixa que eu te ajudo... - Jéssica o ajudou, mas o mesmo não gostou, pois aquela gravata ele odiou. Quando ela arrumou a gravata, eles foram para o carro e felizmente chegaram na hora do casamento. Paulo não estava legal, a gravata além de estar pinicando-o, não o deixava se concentrar na festa. Sua irmã e o resto da família perceberam, mas eles nem deram muita atenção. Paulo odiava gravatas, mas aquela que estava usando tinha algo que o fazia se sentir perdoado. Não sabia o que, nem o porquê, mas assim ele se sentia. Nem se lembrara de quem a dera, mas estava se sentindo abençoado. E por incrível que pareça, amado. A festa estava lotada, parecia uma cidade superpovoada, mas ele foi coroado, pela sua gravata diferente, mas muito inteligente, pois o mostrava que era muito querido e amigo. Ele dançou uma música acústica, que chamava "CALIENTE", muito atraente, que insolente! Paulo estava carente, pois seu cachorro estava doente. Mas e a gravata? Já nem se Lembrava, pois cortara, na porta da entrada. Ela o alegrou e muito emocionou. Mais quem ligara? Era só uma gravata!
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