Capítulo Dois



Capítulo Dois.



{Ela tinha alguns problemas com ela mesma

Ele sempre estava lá para ajudá-la}




Impulsiva. E verdadeira. Eu sempre fui assim, ao contrário da minha família inteira. Já pensei seriamente no fato deu ser adotada, mas está fora de linha essa opção, já que vovó sempre diz que eu sou a minha mãe. Meio confuso isso.

Mas no fundo, é simples.

Nunca a conheci, digo, minha mãe. O sumiço dela sempre fora um grande segredo. Daqueles bem indecifráveis. Então eu penso que ela está morta e aceito isso. Eu acho. Porque é muito mais fácil você aceitar um sanduíche pronto do que prepará-lo.

Papai sempre foi frio e distante. Julie, a minha irmã, Sra. Perfeição, também. Típicos sonserinos. Nunca gostei disso neles, mas ninguém é perfeito. Minhas férias sempre foram divertidas, porque elas sempre eram na casa da vovó. Materna. Que sempre me ensinou a ser quem eu sou.




Simples: eu mesma.



A menininha usava um velho macacão, com uma enorme mancha de molho. Mas ela parecia não se importar. Brincava com sua bola entretida, como se aquilo fosse sua única responsabilidade.



- Eve, venha pra dentro.



Ela não deu importância ao chamado. Sentiu os braços serem puxados e instantaneamente começou a chorar. Chorar não, berrar. Os elfos tentavam a entreter, mas nada parecia adiantar. Um homem, usando um fino robe surgiu pela porta da cozinha:



- Alguém cala a boca dessa menina! Preciso me concentrar!



A pequena virou o rosto para a voz grossa. As gotículas pararam de cair, enquanto ela abria um sorriso. Ele não pode resistir e chegando mais perto a segurou, enquanto fitava os olhos brilhantes dela. Aquilo parecia ser uma segurança. Ou talvez uma vaga memória para um homem velho.








Sempre precisei de alguém me apoiando. Sempre. A uma certa altura eu tentei ser auto-suficiente, mas percebi que não dava certo. Por mais que eu tentasse melhorar, sozinha, nunca conseguia.



Quando completei onze anos recebi a carta. Hogwarts. Impacto.

Quando não se está acostumada a relacionamentos, estudos e amizades, isso pode pesar na sua vida. E pesou. Se não fosse minha facilidade (e que facilidade) em comunicação creio que estaria perdida.



Então conheci os meninos. Mitchell, Drake e Lestat. O trio de estranhos. E uma menina feliz e saltitante no meio, o que tornou tudo muito mais...Diferente.



- Vocês estão ficando surdooos?!!



Micthell deu um leve pulo da poltrona que se encontrava. Lia um livro concentrado. Lestat apenas a fitou com um sorriso:



- Pois não senhorita?



- É a quarta vez que eu pergunto: Qual o nome....



-...Da pedra que se usa para fazer a poção do aumento? Okey Eve, nos já te respondemos isso as quatro vezes: Âmbar.



- Obrigada Mitchell, você é realmente um amor.



O menino fez uma careta ao ouvir a ironia dela e voltou a ler seu livro. Eve percorreu rapidamente o papel com pergaminho, anotando a resposta. Com um baque fechou o livro que estava ao seu lado, tirando a atenção deles novamente.



- Acabeeeei!!! Finalmente, achei que fosse morrer fazendo aquele dever!



Deu um grande pulo no sofá ao seu lado, esmagando os dois, como sempre fazia.



- Entãaao garotos, o que vamos fazer agora?



- Se você sair de cima de mim eu termino de ler meu livro – respondeu o mais emburrado, com a voz rouca.








Mitchell Tolkki. Sexto ano. Corvinal. O mais sério de todos, frio e às vezes estúpido. Inteligente. Nunca fora muito sociável e conquistá-lo não foi nada fácil. Eu digo, como amigo. Adorava sumir do nada, principalmente quando estávamos com mais pessoas ao nosso lado.



Ela se levantou e deu um sorriso para ele. Não foi correspondida. O garoto arrumou suas vestes e voltou a ler. A menina se jogou de novo, desta vez, abraçando o emburrado.



- Qualéeeee Tolkkizinhooo...não vai ficar bravo néee?



- Juro que não fico se você me deixar em paz.



- Okey. Desisto.



Voltou os olhos para Lestat e ao ver o amigo gargalhar lançou um olhar pra ele.






E talvez um dia eu possa explicar ele. Quem sabe, eu possa dar a descrição dos grandes olhos azuis que me sugavam todas as vezes que eu os encarava.

E um dia eu vou descrevê-lo, de um modo simples.





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