De volta



Capitulo 13


De volta


 


O que restou do mês de dezembro passou voando, assim como todo o mês de janeiro. Fevereiro começara frio, mas o sol já aparecia mais. O ocorrido no depósito ficara apenas na lembrança de Drew, Alvo, Bruno e Elizabeth.


- Qual é cara! Foi o duelo mais emocionante da minha vida! Ainda teve aquela cena dramática! Nós devíamos contar para todo mundo! – sempre que Drew falava isso, Alvo o calava com apenas um gesto com a mão.


Nem Alicy nem Cristopher ficaram sabendo do duelo. Era dois de fevereiro quando eles teriam aula de Estudo dos Trouxas. A professora Dianna Rosenvelt era uma mulher alta, magra, tinha os cabelos curtos e loiros, olhos negros. Costumava vestir uma calça jeans azul clara, uma camisa listrada preta e azul, dois casacos por cima, um cinza o outro marrom. O tênis mal cuidado, não aparentava muito vaidosa.


Ela aguardava todos os alunos dentro de sala, já sentada em sua mesa. Fez a chamada tipicamente e já foi começar a dar sua aula. Hoje ela segurava um objeto muito estranho para os bruxos, mas naturalmente usado entre os trouxas: canetas esferográficas.


- Caneta esferográfica, mais conhecida apenas como caneta. É uma pena só que cheio dessas coisas aqui. – falou a professora apontando para a caneta.


A professora passou a caneta para os alunos darem uma olhada. Então ela foi para o quadro, anotar qual o uso da caneta, quanto custa no mundo trouxa (ele já havia explicado o tipo de dinheiro trouxa).


 


O relógio batera onze e meia. Já era hora do almoço. Eles saíram da sala da professora Dianna e desceram para o térreo, onde era o Salão Principal. Alvo e Drew ainda questionavam o porquê que os bruxos não utilizavam a caneta, ao invés de pena e tinta.


Quando eles chegaram ao Salão Principal, depararam com Elizabeth aos beijos com Bruno. Alvo parara de repente.


- Isso já é demais.


Quando ele virou as costas e fez menção de voltar para a Grande Escadaria, a mão de Drew o impediu.


- Você tem que superar isso! – falou Drew. – Ela acredita que você ama Alicy. Capaz que Elizabeth nunca mais queira você por causa disso.


- Você está dizendo que “tentando” fazer a Elizabeth ter ciúmes de mim com a Alicy pode resultar em perda pro resto da vida da garota que eu amo?


- Sim.


- Vou terminar com ela agora. – falou Alvo e rumou para Alicy, mas outra vez, Drew o impedira.


- Não Alvo, vai estragar tudo!


- Mas é isso o que eu quero. Acabar logo com essa mentira!


Drew soltara o garoto, mas ele não movera um músculo ao ver a expressão facial do amigo.


- O quê?


- Não adianta agora. Já era, foi quase um ano com essa mentira, acha que ela vai acreditar em você?


- Ah, mas vai.


Nesse momento, Elizabeth se levantara e seguira caminho até a Grande Escadaria. Alvo a deixou passar e seguiu-a, mesmo com a desaprovação de Drew. Ela subia para o banheiro feminino. Alvo acompanhou-a, só que desta vez apertara o passo.


Quando ela entrou no corredor do segundo andar, foi surpreendida pelo garoto, que a prensou contra a parede atrás de uma estátua. Ela estava tentando ver o rosto do menino através da luz do fogo, mas atrás da estátua era muito escuro e estava difícil.


- Me solta. – bradava Elizabeth tentando se desvencilhar dos braços de Alvo.


- Não antes de você me escutar. – respondeu Alvo segurando com mais força os braços da garota, para ela não se soltar. A garota se acalmou e Alvo então afrouxou as mãos, ela assentiu. – Me desculpa pelo o que eu fiz ano passado...


- Não tem desculpas, eu fiquei realmente preocupada!


- Eu fui um idiota, mas você está sendo mais! – agora ele soltara definitivamente os braços da garota.


- O quê?


- É, está sendo infantil com uma brincadeira boba!


- Mas você...


De repente Alvo lascara um beijo na boca de Elizabeth, ela ficara meio sem reação, então apenas retribuiu. Eles se beijaram durante uns dois minutos. Quando eles se soltaram, Alvo falou.


- Eu te amo, volta comigo, por favor, lhe imploro. – Elizabeth demorou perceber que pelos olhos do garoto saiam lágrimas.


Elizabeth não resistiu ao jeito que o menino pedira e sem falar das lágrimas. Ela retribuíra o beijo com o mesmo entusiasmo. Desta vez, o beijo foi rápido e quem puxou o assunto foi ela.


- Vou terminar com Bruno.


- E eu com Alicy.


Os dois desceram o Salão Principal e cada qual fora para a pessoa que falara. Alvo preferira puxar Alicy para falarem no Saguão de Entrada, onde estava pouco movimentado.


- Consegui! – começou com entusiasmo, o garoto. – Elizabeth será minha de novo!


- Então agora posso ficar com o Drew sem me esconder? – perguntou a garota com o mesmo entusiasmo.


- É claro!


A garota nem bem falara nada e já saiu para o Salão Principal. Alvo acompanhou-a apenas com o olhar. Ela seguira em passos rápidos até o local onde Drew estava sentado. A garota puxou o loiro pela manga, levantara ele e sacara um beijo na boca do menino, que retribuiu. Alvo apenas deu um sorrisinho.


Elizabeth viera ao encontro de Alvo, no Saguão de Entrada. Eles já estavam a caminho da Grande Escadaria quando Bruno viu os dois e murmurara para si mesmo.


- Ah isso não vai ficar assim.


Ele levantara de um pulo e rumara para o Saguão de Entrada. Vendo que Alvo e Elizabeth estavam sentados na escada, bradou.


- Então você me largou pra ficar com ele?


Elizabeth levantara de um pulo e agora olhava de igual para igual em Bruno.


- Eu o amo. Ele me ama também.


- Se ele te amasse saberia que sua felicidade é comigo!


- O quê? – Alvo se intrometera. – A felicidade dela é com quem ela ama.


- A MIM! – gritou Bruno perdendo a cabeça.


- Não seja tolo, Bruno. Achei que tinha aceitado a separação bem. – falou Elizabeth


- Eu aceitaria. Se não fosse com ele que você iria ficar!


- Olha aqui... – começou Alvo.


- CALA A BOCA! Flipendo! – Alvo fora arremessado contra a escadaria. Elizabeth dera um grunhido.


- VOCÊ FICOU MALUCO?! – Drew viera correndo pelo corredor do Salão Principal e dera um soco bem forte na cara de Bruno.


O garoto cambaleou e finalmente caiu no chão, levando a mão ao rosto. Bruno apontara a varinha para Drew e quando iria murmurar algum feitiço, Tiago aparecera e soltara “Expelliarmus”, fazendo a varinha do aluno da Corvinal voar.


- Vai se intrometer em papo de criança, Tiago? – George vinha descendo as escadas já com a varinha em punhos.


- Não é do seu interesse, George.


- Resposta errada. Expelliarmus!


- Protego! – bradou Tiago formando um escudo transparente que o protegeu do feitiço. – Depulso!


- Protego! – só que desta vez, o feitiço de George não apenas defendeu, como lançou o próprio feitiço contra Tiago, o arremessando contra a parede.


  - Vejo que não treinou o que Simas mandou, certo? – caçoou George.


Tiago se reerguera e agora apontava a varinha para o peito de George.


- Expelliarmus!


- Protego!


- Protego!


O aluno da Sonserina não conseguiu defender desta vez e foi arremessado contra a escada. Elizabeth tentava acordar Alvo, pois ele batera a cabeça em um degrau e estava desacordado. Drew e Bruno apenas observavam o duelo.


Até que George levantou-se e subiu as escadarias correndo. Bruno pegara a varinha e fora para os jardins da escola. Agora Drew e Tiago tentavam reanimar Alvo.

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