Post Scriptum - Pedro Savras

Post Scriptum - Pedro Savras

P.S. Post Scriptum Pedro Savras -Capitulo Um- 39º Aniversario As batalhas agora são parte do passado, Pedro se tornou um grande herói, se casou com Vitoria e esta criando seus filhos Clarisse, Marianne e Rio Apos limpar os óculos na parte de dentro do casaco que esta vestindo, Pedro observa as lentes e vê refletidos nelas seu rosto, seus traços, pele e olhos negros. No momento seguinte ele volta com eles pro rosto e passa a fitar a laje do teto A luz das chamas queima toda a escuridão do quarto, junto à parede do lado direito a cama que Pedro esta deitado, tem um grande e pesado baú talhado em madeira nobre, há uma simplicidade que submerge este lugar numa profunda paz -Pai vai ter festa? - Pergunta a pequena Marianne um dos resultados diretos da mistura do pai com mãe, se colocando do lado de Pedro na cama fitando o teto também, tentando descobrir o que o pai tanto olha. - Acho que não - Por quê? - Porque quando isto era importante ninguém se importava - Que pais cruéis eram os seus - Não isto não e verdade - Afirma Pedro se virando voltando toda a sua atenção para a filha - A compaixão e o amor deles fizeram com que me ensinassem coisas que eles mesmos jamais sequer sonharam aprender - E seus amigos? - Nunca de fato os conheci - Nem em Canagri? - Eu nunca estudei em Canagri - Ah é - comenta a pequena Marianne se lembrando que seu pai foi a única pessoa que aprendera magia sem frequentar nenhuma escola - Quantos anos o senhor tinha quando se tornou um Bruxo? - Vinte e três Pra filha isto é apenas um numero, mas pro pai foi uma vida, sem conseguir se ajustar a sociedade, sem trabalho ou profissão, amigos ou namorada, tudo o que tinha eram as coisas que haviam sobrado de quando era apenas uma criança como Marianne, coisas que lhe permitiam continuar acreditando, coisas que o fizeram descobrir a magia - E o senhor e a mamãe começaram a namorar mesmo estando no meio de uma guerra? - Sua mãe me escolheu e eu nunca tinha vivido nada parecido antes - Marianne ri toda empolgada, porque acredita que o pai esta lhe tratando como adulta e ele sabe disto, mas enquanto devolve o sorriso tem certeza que não e verdade, pois se fosse, ele com certeza diria a ela que: Todos os outros meio que o viam apenas como uma arma, a técnica de Savras ate então só pode ser usado pelo lado no qual ele estava, Pedro prefere não dizer nada, também porque tudo isto agora é parte de um passado tão distante. O sorriso ainda esta nos lábios dela quando o pai se levanta e puxa um travesseiro, ela em cima da cama de casal macia, quente e extremamente confortável, também pega um, pra se defender do ataque de travesseiradas e cócegas que começam, rapidamente o sorriso se transforma em gargalhadas que se espalham pelo ar, mas é o som de um travessaveiro atingindo um prato que Pedro esquecera debaixo da cama que prende toda sua atenção, Vitoria simplesmente odeia quando ele traz comida pra cima da cama e mais ainda quando esquece o prato embaixo dela - Espera ai um pouquinho - Pede o pai encarecidamente enquanto se abaixa para pegar o prato - Só vou la embaixo deixar isto aqui -Marianne continua sorrindo. Pedro atravessa pela porta que esta ao lado esquerdo da cama, avança no corredor a mesma simplicidade e paz do quarto se espalha por toda casa, ao lado a porta entre aberta do quarto da Marianne mais adiante a do quarto de Clarisse de frente para a do Rio ambas fechadas, seus respectivos donos estão la longe, la em Canagri, o pai para por um momento, olha as estrelas no céu la fora e se você olhar apenas para o céu sem se prender nos desenhos das estrelas, não se pode dizer se esta numa ilha no Japão, numa fazenda no interior do Brasil ou nos arredores de Londres o céu e sempre o mesmo, Pedro tenta imaginar o que seus filhos estão fazendo, as conversas com os amigos, as coisas que você fica tentando ensinar sem nem ao menos nunca ter aprendido, todas estas coisas que ele jamais viveu, uma mistura de realização e inveja transbordam no seu peito, realização por serem seus filhos e os amar independente de qualquer coisa, inveja por que não viveu nada disto, quando tinha idade deles estava isolado do mundo, sozinho, porque morria de medo da solidão, no vazio sem nada, porque tinha muito medo de perder, simplesmente não aceitava ideia de deixar absolutamente nada nem ninguém pra trás, agora Pedro já aprendeu que a única maneira de seguir em frente e deixando pedaços de nos mesmos para trás e engana se profundamente quem pensa que eles não fazem falta, mas não podemos ter de volta nada que o tempo tenha nos tomado. Enquanto os pensamentos de Pedro vagam pelo passado, presente e futuro, seus pés automaticamente por conhecerem muito bem a casa o conduzem sem nenhuma atenção pela a escada, depois do fim dos degraus a sala com uma grande e pesada mesa de madeira com dez cadeiras no centro do cômodo, a porta ali um pouco mais adiante leva pra rua, Pedro passa pelo outro lado da mesa, ele segue pra outra porta a da entrada da cozinha, toda vez que Pedro vê esta imagem e deixa se levar os fios daqueles longos cabelos parecem amarra lo - Deixe o que você estiver fazendo pra la - diz Pedro trazendo ela pra junto dele - Eu estou ocupada ... - Daqui a pouco será meu aniversario vou considerar isto meu presente - Pensei que você não comemorava seus aniversários Neste momento nada, nada mais importa, o gosto desta boca alimenta aumentando a fome, o cheiro que embriaga entorpece os sentidos, se você perguntar a Pedro se Vitoria e bonita ele apenas lhe dirá que pra ele ela é perfeita, pois tem tudo o que admira em qualquer pessoa sabe rir de tudo sem ser estúpida, ir de um assunto pra outro misturando coisas que aparentemente não tem nada em comum, esta sempre certa mas permite que você lhe prove o contrario. Tem também tudo o que Pedro admira numa mulher esta sempre arrumada sem parecer fazer nenhum esforço na verdade é como se a sua elegância fosse natural já que ate mesmo ao despertar ela já esta envolta nela - Marianne já esta dormindo? - pergunta a mulher permanecendo junto a Pedro - Não - Mas já e tarde - As vezes pra não dizer quase sempre Vitoria acaba cuidando de Pedro como se ele ainda fosse uma criança, efeito de todo aquele longo tempo de solidão, no qual não precisava se importar se estava sendo bobo ou infantil, porem ela não faz nada pra muda lo acho que de fato foi isto que a fez escolher a ele em meio de tantos outros - Vou la em cima colocar ela pra dormir - Diz Vitoria se despedindo de Pedro com mais um beijo, ele permanece ali parado no meio da sala por alguns segundos, Pedro Savras as vezes parece ser apenas parte de alguém não uma pessoa completa. Tem momentos em que se isola apenas pra se lembrar o quão triste era estar sempre sozinho. O barulho do vento la fora chama atenção de Pedro pode ser algum recado, mas ao abrir a porta do sobrado com o telhado de uma caída, ele percebe que não ha nada então se senta na calcada diante da porta e observa as arvores iluminadas pela luz das chamas que veem de dentro de casa, o tempo aqui parece não existir a simplicidade e a beleza do lugar encantam e faz nos sentirmos imerso numa profunda paz. Os Guias estão observando as crianças pra serem buscadas no momento certo, os Guardiões mantendo o equilíbrio e todo a verdade alheia aos incrédulos, se os mais fortes dominam não existe liberdade, apenas o medo, porem se os mais fortes se deixam controlar e apenas porque querem. Os Professores estão em suas casas preparando suas lições faz a sombra de um sorriso se formar no canto direito da boca de Pedro que permanece aqui sentado na porta de casa contemplado o céu e as dezenas de milhares de pensamentos que explodem na sua cabeça de uma vez só como sempre quando Pedro então se levanta e volta pra dentro de casa, ele fecha a porta como sempre passando levando uma no bolso interno do casaco e a outra sobre a fechadura, o som de suas pecas se movendo e a porta esta sendo trancada, em seguida ele atravessa a sala, alcança os degraus da escada com certeza já passou da meia noite, já chegou ao seu trigésimo nono aniversario, ha trinta e nove anos atrás ele chegava ao mundo e agora neste exato momento acaba de chegar ao quarto, Vitoria esta deitada e não ha nem sinal de Marianne. Pedro roda em seus calcanhares e vai em direção a porta ao lado a luz que entra junto com ele do corredor pelo quarto deixa ver uma versão em tamanho menor do quarto dos pais a maior diferença e que neste não ha nenhum quadro e o gato Sr Bigo dorme enrolado no tapete no pe da cama na qual a pequena Marianne esta mergulhada num profundo sono Pedro se aproxima beija lhe a testa, ajeita os cobertores e sai, voltando para o outro quarto no qual Vitoria. - Pensei ter ouvido um recado mas era só o vento mesmo - Comenta Pedro se colocando na cama junto com a mulher - Não consigo me convencer de que fizemos certo deixar a Clarisse e o Rio em Canagri o pessoal do Memórias da Montanha não vai deixa los em paz - Eles tem que aprender a lidar com isto e parte de quem eles são Pedro não diz mais nada o silencio se espalha pelo quarto por alguns segundos um pensamento volta a sua cabeça deveria conta lo a Vitoria, deveria dizer ( Eu não sei, gostaria de poder ajuda los, aconselha los de alguma forma, mas simplesmente não sei como posso, quando tinha a idade deles eu queria estar nos jornais e na televisão, televisão é uma maquina que funciona meio que como fotografias em movimento - trata ele logo de explicar para a mulher que jamais teve contato com uma maquina, apenas os incrédulos confiam nelas, os bruxos lidam apenas com as coisas mágicas - mas eu não tive toda esta atenção que eles tem e não sei se eu tivesse tido teria sido capaz de aprender tudo o que sei hoje ) Mas este pensamento ele não transforma em palavras guarda pra si mesmo a verdade e que tem vergonha dele, pois de certa forma parece que o que esta de fato sentindo não e nada mais que inveja dos filhos por esses terem uma infância bem diferente da dele o que não e verdade de forma alguma pois umas das épocas em que fora mais feliz na sua vida foi quando era criança, tanto que ate hoje ainda se pode ver os vestígios desta época nas suas ações e pensamentos. - Por que derrepente o silencio? - pergunta Vitoria - Ha momentos em que as palavras só atrapalham e este acaba de se tornar um destes. -Capitulo Dois- To Be Continued A luz do sol avança sobre as ruas calcadas de pedras, pois apesar de haver muitas arvores o sobrado no qual Pedro Savras e familia moram em Pequeno Riacho um tipo de vilarejo com vários outros casarões antigos, este lugar não e conhecido pelos incrédulos como se chama os que não acreditam em magia no Brasil. Pedro acorda depois de permanecer alguns segundos que parecem uma eternidade assim imóvel apenas com os olhos abertos, ele se senta na cama se lembrando que há esta hora antes de conhece luz Vitoria estaria junto com outro Guardião fazendo a ronda. Os guardiões são aqueles que vagam com o único objetivo de observar a movimentação dos incrédulos e dos outros bruxos para garantir que tudo esta funcionando de forma manter o equilíbrio, agora ela só vai em ocasiões especiais se tornou uma represente do Conselho. Pedro também se tornou um Guardião, porque não foi capaz de cumprir o que lhe pediram: por ter sido a primeira pessoa a aprender magia sozinho foi pedido a ele que se tornasse um professor, porem a sua incapacidade de lidar com muita gente não lhe permitiu cumprir esta missão, então para passar seus conhecimentos adiante ele escreve livros pra serem usados nas escolas. Só as emoções mortas de um livro por já estarem mortas permanecem para todo o sempre. E o que ele sempre diz. Pedro então finalmente se levanta o peso dos dezesseis anos em que vivera como criança dos quais já passou direto para viver como se tivesse uns setenta recaem sobre seus ombros nesta manha, não quer pensar nisto, pega as roupas no baú um terno preto, ha uma grande cicatriz na forma garras nas costas de Pedro podemos vê la enquanto ele se veste. Em seguida sai do quarto colocando os óculos, assim que desce as escadas se depara com mãe e filha sentadas a mesa da sala se servindo de paes, bolos, frutas um café da manha completo, os grandes lordes que Pedro recebe por seus livros dão pra eles viverem muito bem, na verdade lhe deram uma peque ma fortuna - Os grandes lordes se dividem assim querida: um lorde William Coelho vale duas ladies Milla Aoeax, dez lordes Jared katre e cem lordes Thomas Valis todos tinham o mesmo poder só o que dividiram de forma diferente William Coelho dividiu em menos partes já Thomas Valis em bilhares - Pedro vai se aproximando mais e mais em silencio, sem ser percebido por mae e filha que estão completamente entretidas com a conversa que assim como seus pés também segue - Eles são artefatos mágicos poderosos que ninguém sabe como de fato eles foram feitos, tanto que a quantidade deles sempre será a mesma que foi produzida ha séculos atrás - Por emanarem magia quem possui muitos grandes lordes, não só possui uma fortuna, como também se torna muito poderoso - Ah Marianne - Diz Pedro se juntando a elas na mesa, com os olhos voltados pra filha que percebe compaixão, desapontamento e segurança por detrás das lentes - Infelizmente você não e a primeira a se dar conta disto - completa ele se servindo apenas de uma xícara de café, ignorando completamente todas as outras coisas, assim que ele pega o jornal As Memórias da Montanha, a manchete da primeiro pagina faz exatamente o que Vitoria pediu a filha pra não fazer desejar lhe um - FELIZ ANIVERSARIO PEDRO SAVRAS - e o que esta escrito em letras garrafais, uma grande foto de Pedro, na qual ele apenas sorri da forma triste que sempre o faz observando atentamente a câmera que captava a imagem. Rapidamente ele passa os olhos sobre o texto que não traz nenhuma novidade: Hoje comemoramos o aniversario de Pedro Savras o único bruxo que aprendera magia completamente sozinho, dos outros grandes Bruxos sobram apenas as técnicas que eles nos deixaram então de fato é um orgulho pra todos nos estarmos existindo na mesma época que o inventor da técnica de Savras ... Pedro simplesmente para a leitura não consegue continuar lendo, não apenas pela falta de qualidade do texto que e uma nevoa que parece envolver todos que escrevem sobre ele sem nenhuma exceção, mas também pelo exagero e estardalhaço que se cria em torno dele, os incrédulos sempre o viram apenas como um idiota e talvez de fato seja mesmo apenas pois não tinha nenhuma noção do que estava realmente fazendo quando desenvolveu a técnica de Savras - Eu posso abrir os presentes? - O que? A pergunta de Marianne acerta o pai como um golpe - Os presentes que estão chegando desde as seis da manha - Responde Vitoria ao marido - E sim - Pra filha que salta da cadeira e sai correndo contornando a mesa indo em direção a porta onde os embrulhos estão cuidadosamente empilhados, de forma que quando se abre a porta quem esta do lado de fora não os consegue ver - Suponho que isto deveria me fazer mais feliz ou sei la - Mesmo quando ajudamos alguém pouquíssimas vezes fazemos isto pensando no outro, quase sempre nos preocupamos mais com o quanto nos sentimos bem realizando tal ação, provar nem que seja para nos mesmos o quanto somos corajosos ou coisa do tipo. Você por sua vez não quer que as pessoas as quais ajuda ou ajudou saibam, pra sincera acho que chega ate se esforçar pra tentar odia las - E isto e errado? - Não sei, sinceramente eu não sei, mas eu gosto de você assim - O sorriso que se ascende na alma de Pedro ilumina ate seu rosto - A única coisa que lamento era que eu queria ter te conhecido antes, queria ter estado com você, quando você tanto precisava. - Se você não tivesse me encontrado, me escolhido, use a palavra que quiser, hoje ainda seria parte daquele tempo Mais um gole no café e ele se levanta, beija a testa de Vitoria e caminha em direção a porta, Marianne esta toda empolgada no meio de papeis de presente rasgados, caixas abertas, camisas, livros ... Tantas outras coisas que ele não distingue no meio daquela bagunça. Pedro apenas passa e afunda a mao direita no meio dos cabelos dela, desarrumando seu penteado fazendo carinho, em seguida ele atravessa a porta, desce da calcada, pega uma varinha no bolso de dentro do paletó e a movimenta como uma espada em seguida poe seu corpo em movimento numa velocidade absurda, o sobrado fica pra trás, ele atravessa campos, florestas, cidades, finalmente para diante de um prédio velho no subúrbio de uma grande cidade que podia do Rio de Janeiro, ha muitos prédios iguais uns mais bem cuidados que outros, as pessoas que estão na rua não veem movimento algum e como se ele tivesse apenas chegado sem chamar nenhuma atenção, outro homem vestido da mesma forma, com grandes olhos incrivelmente azuis se aproxima, pelo modo como caminha chegara aqui da mesma forma - Pedro Savras - Daniel Raf Pedro não sabe muita coisa sobre Daniel, na verdade o pouco que sabe veio de fontes nada cofiáveis, já que este é muito famoso desde pequeno, quando ainda era uma criança se tornou um tipo de herói infantil e crescera diante dos olhos do mundo, Como Pedro acabara de entregar mais um livro e estava voltando a fazer as rondas e Daniel por sua vez estava sozinho. O movimento seguinte de Daniel é apontar para um garoto logo ali na frente vestido com um terno preto que tem no peito sobre seu coração um brasão bordado - Aquele e o brasão de Canagri. ( No centro tem uma grande torre, diante dela uma espada e um escudo, atrás alguns galhos e parte da copa de um carvalho, um lobo deitado de um lado e um cordeiro de outro.) - Na curva do espaço tempo - Aproxima se Daniel dizendo Pedro apenas observa - Canagri - Responde o garoto Pedro se sente completamente alheio a esta conversa, como se ela fosse sobre um mundo ao qual não pertence, nunca foi um aluno em Canagri, nunca foi parte de nada - E mais você esta bem longe - Eu estava treinando a técnica de Merari e perdi o controle e vim parar aqui, sou o único com dezoito anos que não consegue executa la com perfeição - Acrescenta ele se perdendo no meio de suas próprias palavras - Não se preocupe te levar de volta a Canagri também é parte do nosso trabalho - Diz Daniel enquanto Pedro se aproxima - Eu sou Daniel Raf e este é Pedro Savras - Daniel Raf e Pedro Savras. Nossa! Pode se ver a surpresa e a felicidade nos olhos do garoto os de Daniel não deixam transpassar o que esta de fato sentindo, já esta completamente acostumado com tudo isto, Pedro por sua vez parece que jamais achara isto normal se pudesse ver seus olhos veria neles uma expressão de desconforto de quem não sabe direito o que dizer o que fazer rosto - Eu sou Antonio Ramos Diz ele estendendo a mao para os mestres que o cumprimentam - E melhor a gente sair do meio deste movimento, tem gente demais aqui pra não notarem três pessoas se dissipando no ar Atendendo a recomendação de Pedro que sabe como ninguém se mover sem ser notado por ninguém eles caminham por entre as pessoas ate que chegam a um beco deserto - Aqui e um bom lugar - Você conduz Pedro sinaliza positivamente. - Pensei que levar pessoas a Canagri era trabalho dos guias - se surpreende Antonio - Eles na verdade tem como função reconhecer se uma criança nascida incrédula é ou não bruxa e leva la a primeira vez ate a escola se ela quiser ir, se não, fazer tudo parecer um sonho - E mais os Guias falharam no seu caso, não viram no senhor a capacidade de controlar a essência e veja tudo o que fez - São inúmeros os sonhos que morrem antes mesmo de nascer e quem perde com isto e o mundo que com eles poderia se tornar um lugar bem melhor Pedro impunha a varinha mais uma vez como lamina e em seguida agarra o braço de Fernando que gostaria de acompanhar com olhos tudo o que esta acontecendo, mas a velocidade faz parecer que o vento vai rasgar lhe a pele a qualquer momento, os olhos então parecem estar serem bombardeados por cacos de vidro, talvez Pedro não sinta deste jeito por estar de certa forma protegido por seus óculos - Pronto, chegamos O céu esta desabando em forma de chuva mal se consegue ver a entrada da montanha, que esta logo ali atrás daquela pedra com formato que lembra um cavalo de xadrez - Vamos entrar logo eu estou congelando - Sugere Daniel Os pés começam a fazer um caminho oposto ao das águas que escorrem pelas encostas das montanhas, relâmpagos se espalham no céu porem sua luz já não pode mais serem vistas, ficaram pra trás da pedra que oculta a entrada para o castelo, o som dos trovoes por sua vez ecoa por toda a gigantesca caverna, as águas da chuva traspassam a de cima dela, chovendo aqui dentro tal como la fora Canagri então surge diante dos olhos, logo apos um gramado, todas as suas construções formam uma grande estalagmite, por serem talhadas nas próprias rochas do coração da montanha e estar no alto de um tipo de colina interna, o arco da entrada com telhado duas caídas, a grande torre que tanto se destaque por quase alcançar o teto da caverna, a torre do leste, a torre do oeste, a cobertura do salão principal e de todos as outras alas que lembram grandes catedrais ... - Qual sua casa? - A mesma que você Rohnes eu sei toda sua historia, ela esta em livros, revistas e seu nome esta em toda parte em Rohnes,ate na sala de troféus os ingleses inventaram este esporte mais os brasileiros transformaram ele em arte. Neste momento eles acabam de entrar no castelo e utilizando a técnica de Liar eles aquecem seus corpos de modo que suas roupas se secam instantaneamente Fernando tenta caminhar e fazer isto como os outros dois, mas não consegue entao depois de parar por alguns segundos, aperta o passo pra voltar a acompanha los - Por favor Daniel você poderia me levar as salas dos Rohnes pra eu ver Clarisse e a floresta interna ver Rio diferente da mãe e da irma que pertencem a Rohnes, Rio e da Qualivera - Comenta Pedro,Daniel não diz nada, mas o fato do outro acreditar que os da Qualivera podem entrar livremente na Floresta Interna ele apenas sorri discretamente e responde - Tudo bem, só que temos de ir andando normalmente pois o uso da magia tem certa restrições em todas as escolas. Eu vou ver se encontro Henrique Lomanof Pedro se lembra apenas que o diretor da escola sempre tem um sorriso de quem já enfrentou todo tipo de mal. Um grito de felicidade e euforia entao se espalha pelos corredores - Pai - Diz Clarisse uma bela garota que do alto dos seus quatorze anos salta no pescoço de Pedro, que a prende a em seus braços por alguns, segundos que parecem uma eternidade na qual ele tem a agradável sensação de que nenhum mal pode chegar a ate. - O que senhor veio fazer aqui? - Pergunta a garota se juntando ao pai, mudando a direção em que estava indo e ignorando completamente quem estava com ela e quem esta com ele. - Viemos trazer o Antonio q... - Clarisse para de prestar atenção na fala do pai e se vira para o garoto, ele sorri ela não corresponde, mas Pedro percebe que eles se conhecem. - Ah e já estava me esquecendo Feliz Aniversario Sr Pedro - Diz o garoto todo empolgado. - Obrigado - Responde ele de forma seca apertando a mao de Antonio e se lembrando que de fato tinha se esquecido disto - Meus parabéns também - Deseja Daniel abraçando ele Clarisse apenas ri imaginando o quanto tudo isto esta sendo desconfortável para ele, ela não diz uma palavra ao pai os dois apenas caminham de mãos dadas ate o momento em que ele para beija lhe a testa e se afasta, ela sabe que se tem uma coisa que o pai gosta menos do que comemorar seu aniversario é de despedidas, Daniel apenas observa Pedro mesmo estando muito próximos é como se houvesse um abismo invisível entre eles, enquanto atravessam uns dos pátios internos, eles correm porque estas áreas são descobertas e a chuva continua desabar, sempre diante de uma das partes da construção que lembram uma catedral ha um pátio ou uma passarela, alem dos inúmeros corredores, eles atravessam uma pesada porta de madeira em entram num grande rol com uma escada subindo em duas direções, entre elas um brasão no qual um lobo e um cordeiro deitados um de cada lado se enfrentam, la atrás no andar em que eles estão tem uma porta a esquerda no que eles atravessam e teem acesso a uma escada que leva ao subterrâneo, ao chegarem ao fim dela as portas das salas estão abertas, os alunos todos no grande corredor, a noticia de que Daniel Raf e Pedro Savras estão em Canagri já se espalhou, Daniel continua caminhando completamente a vontade enquanto Pedro queria parar e conversar com um por um, mas ao mesmo tempo tudo o que queria também de fato é apenas se esconder. Rio é um deles é da Qualivera e pelos comentários que Pedro ouve enquanto segue Daniel, fica sabendo que o filho é um tipo de fenômeno entre eles que todos o admiram e que no momento ninguém sabe aonde ele esta, Pedro imagina que ele só esteja se escondendo por estar com vergonha, o que mais poderia pensar do seu pequeno Rio? Nisto uma senhora cujo a gordura de seu corpo consegue deixa lo tão simpático quanto seu rosto se aproxima com carinho e pulso firme fazendo todos voltarem pra suas salas - Não, não, não ... - Ola Sra Elizabeth - Cumprimenta Daniel O olhar dos dois mostra uma antiga amizade entre ele e a zeladora da Escola - O Henrique esta ai ? - Não - Você sabe aonde seu filho esta? - Pergunta Daniel se voltando para Pedro - Deixa isto pra la não quero dar nenhum trabalho a dona Elizabeth - Que isto meu querido venham pra minha sala tomar um café enquanto eu vou buscar seu filho - Não realmente não precisa -Afirma Pedro com convicção respeitando a vontade de Rio - É melhor assim que sobra mais doce de leite pra mim - Emenda Daniel sorrindo - Morro de saudade do doce de leite de Canagri A quantidade de doces que são servidos na sala da dona Elizabeth e fantástica tanto que ate parece uma fabrica de chocolates, porem o doce de leite de Canagri e tudo e mais um pouco que Daniel disse, a textura, a cremosidade dele que chega a fazer carinho na boca, hoje eles nem irão ao restaurante de bruxos A Cozinha Encantada da Berta um dos melhores do Rio de Janeiro - Mãe o pai chegou - anuncia a pequena Marianne enquanto Pedro entra em casa - Hoje foi apenas mais um dia comum de trabalho não aconteceu nada especial - Conta ele para a filha enquanto tira o paletó se sentando no chão pra ela lhe ajudar os sapatos, ela adora ouvir como são os dias do pai e fantasiar sobre eles - Fomos a Canagri, Daniel e eu, bem nem tão normal já que fizemos como você gosta de fazer almoçamos doces - Anuncia Pedro enquanto beija a testa da testa filhinha, pega sua mão e a faz acompanha lo ate a escada Vitoria vem descendo para encontrar o marido. Antes deles seus lábios se encontram - Daniel e a Sra Elizabeth ficaram a maior parte do tempo falando das competições internas de Canagri esporte de bruxos entre coisas - Neste momento os membros da familia Savras que estão em casa, chegam ao quarto de Pedro e Vitoria aonde os dois mais a filha se espalham no chão - Consegui ver Clarisse, mas o Rio estava escondido - Por quê? - Acho que por vergonha da minha presença Vitoria fica em silencio parece estar tentando encontrar outra razão para o sumiço do filho - E vocês duas o que fizeram? - Marianne conseguiu notas nos exames de alfabetização esta pronta para ir pra Canagri - Consegui nota 93 Pedro não sabe o que deve dizer nesta situação parece que a filha espera alguma coisa dele. Vitoria intervém com elogio e um abraço - Esta é a minha garota Pedro estica seu corpo sentindo todos seus ossos se voltando pro lugar esta sempre acontece depois de uma a ronda de atravessar algumas cidades avançar por entre abismos e florestas, desertos e campos sem ver absolutamente nada fora do normal nada alem de dois homens correndo como próprio. -Capitulo Três- O Caminho das Águas O tempo vai se amontoando no meio da vida e assim os dias vão chegando, hoje já e o de Clarisse e Rio voltarem pra casa, se tornarem por algum tempo mais uma vez parte da rotina de Pedro tal como Vitoria, Marianne e Daniel, mesmo que este ultimo seja só um tipo de imagem projetada. - Pedro acorda - Diz Vitoria se ajoelhando junto a cama e levando a mao com um carinho ate o rosto dele - temos que ir buscar as crianças, daqui a pouco elas chegam e se a gente não estiver la ... - Ta bom - Diz ele segurando a mao dela e suspirando - Eu vou tomar banho - E eu vou arrumar a Marianne, deixei roupas pra você ali Enquanto Vitoria sai do quarto Pedro se levanta, o choque efeito do contato da água fria com a pele faz com que centenas de milhares de pensamentos estourem em sua cabeça, entre bobagens e desejos uma certeza, vai chegar um dia em que os filhos não irão voltar pra casa, engraçado quando era criança não queria crescer achava que nada podia ser melhor que aquela época, não se lembra de nada da adolescência não a vivera e como se estivesse dormindo durante anos e anos e quando acordou já era um adulto, mas ao contrario do que pensava quando pequeno ser adulto é bem melhor do que ser criança, alem de ter muito mais tipos de brincadeiras, tem também o fato de que ninguém pode te por de castigo e estas coisas do tipo. Pedro já esta calcando os sapatos quando se lembra que como sempre não sabe aonde esta as chaves do carro - Vitoria você viu as chaves do carro? A idade em que a magia e liberada no Brasil e dezoito anos, ate la os jovens bruxos precisam usar os meios de transporte dos incrédulos. Pedro vai ate quarto de Marianne com a mesma pergunta - Você sabe aonde esta a chave do carro? - Nele aonde você sempre deixa Depois de quarenta minutos de fortes emoções com Pedro ao volante do Fiat Marea, prata, ano 2002, os três Savras finalmente chegam a central do Brasil um tanto quanto atrasados, Clarisse esta desesperada vagando de um lado em volta de suas malas, quando o pai, a mãe e a irmãzinha se aproximam ao invés de recebe los com sorrisos ela o faz com lagrimas - O Rio, ele não veio no trem - O que? - Aonde esta o seu irmão? - Eu não sei Vitoria e Clarisse se abraçam chorando - Pai - Chama Marianne assustada apertando a mao de Pedro - Não se preocupe - Diz ele se abaixando pra olhar direto nos olhos dela - vai ficar tudo bem - Como ele gostaria de acreditar nestas palavras que acaba de vomitar para a filha - E minha culpa eu não procurei ele quando entrei no trem - Temos que entrar em contato com Canagri - Certo Vitoria eu vou a Canagri - Ao dizer isto Pedro solta a mao de Marianne - Eu também vou - As meninas ... Indica Pedro enquanto se afasta e desaparece em meio as pessoas, antes que Vitoria decida o que vai fazer, sua preocupação neste momento e com Rio, mas o estranho que não é como ele esta ou o que aconteceu com ele que passa pela sua cabeça e sim o que o filho esta fazendo, talvez apenas uma ilusão idiota por acreditar que nada de ruim pode acontecer a quem tanto ama. Pedro chega diante da pedra em forma de Cavalo de jogo de xadrez e agora tudo o que pode fazer e correr desesperadamente como um incrédulo, simplesmente não consegue deter seus pés, pensa no que deve estar passando pela cabeça de Vitoria, na angustia que ela deve estar sentindo, que ele conhece muito bem já que houve um tempo em que sua vida era apenas uma grande espera, em que tudo era apenas um grande vazio ela porem ainda tem as meninas. Mesmo não estando chovendo o céu sobre Canagri parece estar sempre carregado dando lhe um aspecto sombrio, afinal mesmo havendo luz do sol que entram por pequenas frestas e é ampliada por magia antes de se espalhar por todos os lados, aqui dentro os dias são sempre nublados, as noites mais escuras sem estrelas afinal estamos sob a terra dentro de uma montanha, aonde por causa de um feitiço irreversível pra controlar o clima que deu errado faz muito frio. Pedro entra no castelo sem observar nada, nenhum detalhe, avança em direção a qualquer lugar procurando os dormitórios da Qualivera, a se ele pudesse se dissipar no ar para se locomover aqui, tudo seria bem mais fácil, mas ai também não teria como proteger esta região e as criaturas e entidades que vivem aqui, como ao redor de Canagri sobrou uma das poucas florestas aonde os espíritos e entidades mágicas podem vagar, eles cuidam daqui de todas as formas possíveis Um homenzinho com os pés virados ao contrario e cabelos tão arrepiados, numa cor tão intensa que parece estar em chamas passa por Pedro com uma vassoura, enquanto este avança desesperado procurando os dormitórios sem conhecer absolutamente nada aqui, Vitoria lhe disse que não adianta perguntar nada aos curupiras e caiporas eles só sabem cuidar de Canagri e como parte do trato cuidam dos bruxos enquanto estão aqui, mesmo assim ele tenta - Você poderia me dizer onde fica a casa Qualivera? Ele continua esfregando o chão sem nem olhar pra Pedro que movido por seu desespero pergunta outra vez acrescentando - O meu filho é de la o Rio - Ao ouvir isto ele começa a grunhir e a falar um idioma estranha com a língua presa entre os dentes - Pedro percebe que isto não língua de gente e como não pode deter seus pés Pedro avança sem olhar pra trás, não pode perder tempo decifrando línguas mágicas. - Ah Rio ... Quando finalmente sai do castelo atravessando uma passarela de acesso Pedro se vê diante de um abismo, tomara um caminho errado ao se virar para a parede atrás dele ele vê na parede um brasão com um grande e majestoso carvalho símbolo da casa Franelli, Pedro fica imensamente decepcionado com ele mesmo afinal seu filho pode estar em perigo e ele esta ocupado sendo um idiota. Pedro entao da meia volta desta vez vai atravessar o castelo em linha reta a limpeza pesada dos curupiras continua eles não são nenhum tipo de escravos, estão apenas cuidando da casa deles Canagri enquanto a grande maioria dos bruxos vem e vão eles permanecem aqui pra sempre. Pedro então se da conta de que tomara o caminho errado mais uma vez o brasão da Bensi com sua grande torre no centro, diz indica isto, se pudesse tudo o que queria fazer neste momento era se jogar no chão e chorar, tudo o que tenta fazer parece errado, todos os caminhos que toma parecem não levar a lugar nenhum Canagri parece um labirinto e ele parece preso no tempo, no seu passado sem magia, sem bruxaria, sem nada - Por favor - Implora Pedro sem nem saber a quem, talvez a ele mesmo precisa de uma idéia, como pra sua cabeça ficar parado é o mesmo que não fazer nada e isto ele simplesmente não se permite, Pedro se poe a caminhar denovo em qualquer direção apenas porque seus pes parecem ter vontade propria - Esta perdido Bruxo? - Pergunta um homem pequeno e peludo que puxa um enorme porco por um cipó, um caipora a outra raça que cuida de Canagri - Henrique Lomanof me ensinou muitas línguas dos homens - Preciso ir a Qualivera meu filho Rio, não voltou pra casa ele e muito pequeno e ... - A Floresta não é território pra vocês, permitimos que treinem aqui no castelo e ate cuidamos de vocês, mas a floresta é nossa, já não basta os danos que vocês provocaram a ela, com aquele feitiço irreversível que deu errado - Do que você esta falando? - Seu filho esta na Floresta Interna Um sorriso se forma na alma de Pedro que nem se pergunta se o filho esta bem ou mal ou ainda o que ele esta fazendo numa área proibida de Canagri, esta pergunta só estoura na sua cabeça diante do olhar de desaprovação do caipora - Qual é o seu nome? - Pergunta Pedro por não saber o que dizer e querer ouvir como se faz pra chegar ate o filho o que esta acontecendo, antes que o homenzinho responda qualquer coisa, o enorme porco o ataca, Pedro puxa a varinha do bolso de dentro do casaco a empunhando como uma faca cujo a lamina fica pra trás, porem não ha nada que ele possa fazer o enorme animal sai correndo arrastando o pequeno corpo, afundando os dentes no pescoço do caipora, Pedro não sabe o que fazer então o segue, não consegue não fazer nada usa a da técnica de Fontes para paralisar, porem mesmo utilizando a técnica de Savras que lança os feitiços com mais velocidade e precisão não consegue deter o animal que deixa o corpo sem vida do caipora pra trás num corredor e continua sua fuga alucinada, ao passar pelo pequeno cadáver Pedro não para, sabe que não pode fazer mais nada por ele e quer entender o que esta acontecendo aqui, afinal de contas isto não é natural, este ataque, isto com certeza não deveria acontecer é sempre montado num porco que o caipora se movimenta pela floresta. O animal sai do castelo e avança por uma longa escadaria feita de degraus de pedras nos quais se acumulam alguns musgos, Pedro percebe que a Floresta Interna esta la embaixo no fim dela, o coração dele só faz acelerar, a excitação é tanta que ele nem percebe que quanto mais se aproxima das arvores, quando mais desce pra dentro do abismo, dentro da montanha, a falta de informação e o desejo de saber que esta acontecendo com Rio volta a sua mente como um fantasma que assombra seu coração. -Capitulo Quatro- Coisas de Criança Assim que desce a longa escadaria Pedro vê o porco rapidamente desaparecer por entre as árvores que estão alem deste belo gramado no qual ao admira lo, ele encontra marcas de luta no chão, como se alguém tivesse rolado na grama baixa um pouco mais adiante marcas de sangue e logo ali antes de entrar no meio das arvores um corpo estendido, a cor preta bem que podia ser do uniforme de Canagri de um aluno, mas ao se aproximar um pouco mais reconhece um lobo morto. Quando os alunos pequenos chegam a Canagri este lobo era quem reconhecia os que deveria ser da Qualivera - Onde estão nossos filhos? - Questiona um homem com traços de índio que vem em frente a um grupo de homens e mulheres. Pedro se da conta de que Rio não e o único que não voltou pra casa e que se não tivesse agido sem pensar movido apenas por um impulso também estaria chegando aqui agora e Vitoria com certeza estaria com ele - Você é Pedro Savras? Pergunta um outro homem mestiço como quase todos os brasileiros - Sim - O filho dele também e da Qualivera - Afirma uma outra voz que parece não ter dono, alias a esta altura nenhuma delas parece ter e todas afirmam ou pergunta uma coisa diferente - O que significa isto? - Pergunta alguém apontando para o corpo do lobo - E possível que ele tenha atacado as crianças, nunca gostei destes animais - Afirma uma mulher - Não seja tola - Pondera outro alguém - Um lobo da Qualivera jamais atacaria um aluno, muito pelo contrario ele os defenderia contra qualquer coisa, ate eles mesmos - Vimos uma movimentação nesta direção e viemos saber do que se tratava, podia ser o que estava impedindo nossos filhos de voltar pra casa - Um caipora disse que o Rio estava na Floresta Interna e ai o porco dele o atacou e fugiu pra ca - A quantidade de informação que pipoca no ar é tamanha que acaba sendo de fato muito difícil acompanhar tudo que esta sendo dito - Absurdo - O conselho vai ficar sabendo disto - É - Isso mesmo - Aquele incompetente - Acusações não irão resolver nada agora - Um defensor - Bondade e serenidade as vezes estão juntas com a incompetência e desleixo, a maior parte das coisas ruins que acontecem acabam acontecendo sempre sem querer o que não tira delas toda dor e sofrimento que são capazes de causar - Pedro - Chama uma voz que tem a capacidade de prender sua atenção mesmo em meio a todo esta confusão - Vitoria - Responde ele se virando e vendo a mulher e as filhas juntas ao pe da escada sem pensar em nada ele avança ate elas e as abraça a idéia de que te las em seus braços e o mesmo que poder protege las nunca fora tão conveniente e reconfortante como agora - Rio não foi o único - O que esta acontecendo? - Ninguém sabe explicar - Henrique - Não esta no castelo os pais estão furiosos. Vitoria um porco atacou um caipora, eu disse isto agora a pouco, mas ninguém deu atenção parecia que estava falando alguma idiotice - Você tem certeza ?... - Claro foi diante dos meus olhos e foi seguindo ele que eu cheguei ate aqui. Falando nisto como vocês vieram? - A mamãe mandou alguns recados ao conselho e depois a gente se dissipou no ar - Responde Marianne sorrindo empolgada com a viagem sem nem se importar com o motivo dela a inocência e a crueldade realmente caminham lado a lado. Pedro afunda os dedos nos cabelos da filha fazendo lhe o mesmo carinho de sempre ao segurar a mao de Clarisse percebe que as lagrimas continuam a lavar seu belo rosto o Pai beija lhe a testa - Pedro, tem algo de muito de errado acontecendo aqui - Afirma Vitoria - Existe um elo entra um caipora e um porco que não pode ser rompido de forma alguma Pedro fica em silencio por alguns minutos que parecem eternos - O que foi? - Pergunta Vitoria - E que o caipora não estava nada satisfeito com o fato de Rio estar aqui na floresta e ele parecia que iria me contar algo no exato momento em que foi atacado Entao um homem arrogante com traços indígenas o detestável Ricardo Nasson um membro do Conselho se aproxima de Vitoria - Precisamos reunir o conselho - Não acredito que você esta usando isto pra prejudicar o Henrique - Aquele imbecil e o único culpado - Você não consegue mesmo aceitar tudo o que ele se tornou - Afirma Vitoria sem dar muita atenção a Ricardo - Eu vou entrar na floresta - Afirma Pedro - É possível que tudo isto seja apenas resultado de uma brincadeira que deu errado os garotos podem ter apenas entrado na Floresta e agora não teem como sair - Comenta alguém longe de Pedro e Vitoria - Ninguém pode simplesmente entrar na Floresta - Rio esta la e o que tudo indica não esta sozinho - Eu vou com você - Você deve ficar com as meninas Clarisse esta logo ali mais adiante apontando o castelo para a irmã lhe explicando onde fica cada casa, como se tem que conseguir empunhar a espada ou o escudo para mostrar que e da Rohnes, se você não for jamais conseguira se quer mover as armas pois seu peso será descomunal - As meninas vão ficar bem no castelo - Já não tenho certeza de mais nada e tem outra coisa se alguma coisa acontecer comigo elas ainda tem você - Você realmente acredita que as crianças estão na Floresta? - Questiona Ricardo interferindo, não interrompendo a conversa de Pedro com a mulher - Tenho certeza que Rio esta. - Isto só torna pior a situação de Henrique - Ninguém aqui esta preocupado com o diretor de Canagri, temos mais o que pensar neste momento Nisto a simpática zeladora da escola com seu sorriso gordo se aproxima - O que esta acontecendo aqui? - pergunta ela - Tudo indica que ha crianças perdidas na floresta - As crianças foram pra casa de manha - Não os nossos filhos - Infelizmente é verdade dona Elizabeth - Diz Vitoria se aproximando e abraçando a bondosa zeladora - Um caipora disse que Rio esta la - O caipora que fala português e outras línguas humanas e o Veda. Onde ele esta? - O porco dele o atacou - Todo vez que contava isto pra alguém Pedro se sentia um idiota mentiroso por dizer a mais pura verdade - Isto não é possível - Afirma Ricardo que ate então provavelmente não tinha ouvido Pedro contar o ocorrido. No mesmo instante um curupira com seus pés ao contrario e seus cabelos de cor e forma que parece em chamas desce a escadaria arrastando o corpo de Veda - Então é verdade - E este caipora não é o único - Diz um bela mulher com longos cabelos platinados, apontando para o lobo - Tem algo muito estranho acontecendo aqui, onde esta o Henrique - Foi pra Inglaterra participar de um congresso - Incompetente - Como você se atreve seu imbecil Enquanto mais bruxos entram na discussão para proteger o nome de Henrique Lomanof Pedro puxa Vitoria pelo braço e os dois se afastam um pouco - Não posso esperar mais eu vou - Ao dizer isto Pedro recebe um beijo de Vitoria - Toma cuidado - Eu vou com você - Afirma um bruxo que consegue disfarçar como ninguém timidez de arrogância seu nome Francisco Torres Como não tem nenhum argumento pra ele não acompanha lo e honestamente não esta nem ai pra isto Pedro responde - Tudo bem - Seria ótimo se pudesse contar com Daniel Ravelli nesta situação, mas não quer esperar mais nenhum um minuto ou cinco que é o tempo necessário para enviar uma mensagem para ele. Dona Elizabeth acaba de enviar uma para Henrique em seguida ela se vira e com um movimento da varinha chamas envolvem o corpo do lobo, o caipora será levado pra dentro da floresta, daqui a algumas horas seu pequeno corpo se transformara em centenas de brotos de arvores - É melhor a gente não seguir ele - Acredita Francisco ao apontar o curupira que entra na floresta arrastando o corpo do caipora, o rastro de sangue que fica no chão por onde eles passam como a desaparecer o sangue do caipora que manchou todo o trajeto começa a se transformar em orvalho - Vamos contornar a floresta e entrar mais adiante Enquanto Pedro e Francisco se afastam Vitoria e as meninas observam o pai, os outros não percebem nada, estão perdidos entre as respostas. - Eu já me perdi aqui na floresta uma vez - Pensei que entrada na floresta era proibida - Os professores tem permissão pra trazer os alunos e eu era apenas um aluno curioso que se afastou da turma - Qual era a sua casa? - Pedro pergunta isto apenas porque nenhuma ideia de como manter esta conversa que o outro fez grande esforço para começar - Franelli. A sabedoria e a paz a sombra do carvalho Ao ouvir a satisfação e o orgulho com que Francisco recita o lema dos tempos de Canagri Pedro tem mais uma vez a certeza que de fato antes de ter sua familia jamais havia sido de fato parte de algo. Jamais teve a semente de tamandara uma erva mágica posta em suas mãos para ver se ela romperia a casca e cresceria instantaneamente provando assim que ele deveria ser da Franelli ou ainda fora envolto pelas chamas como são aqueles que pertencem a Bensi. - Capitulo Cinco - A Floresta Interna - Espere um pouco, tem alguma coisa ali atrás daquela arvore - Ao ouvir o chamado de Francisco, Pedro se da conta de que já estamos no meio da floresta o frio dói os ossos, o silencio e cheio de pequenos ruídos, murmúrios, o ranger das arvores, não se pode confiar nas olhos talvez por isto só tenha se dado conta de onde realmente esta agora, tudo o que podemos ver é muito pouco, os outros sentidos por sua vez parecem estar mais aguçados que nunca, um cheiro inebriante e doce se espalha fundindo o olfato com o paladar. - E um ninho de fadas piranhas, elas são bem pequenas, mas seus dentinhos mínimos são capazes de cortar ate o aço, mas não se preocupem assim como peixe elas são atraídas por sangue - Por não ter freqüentado nenhuma escola de magia o conhecimento de Pedro sobre criaturas mágicas e praticamente nulo, leu alguma coisa em algum lugar mas já não se lembra de nada, ouviu Vitoria contando alguma coisa para as crianças mas também não consegue recordar, porem não vai perguntar nada a Francisco, vai como sempre se deixar guiar por seus instintos, afinal foram eles o que o levou a se tornar um bruxo. Em silencio eles seguem para a direita colocando algumas arvores entre eles e as fadinhas, o barulho das asas delas se parece com o zumbido das abelhas e como uma passa zunindo na orelha de Francisco, Pedro vê que os olhinhos delas não tem globo ocular ou iris são brancos como sua pele e cabelos, elas precisam do cheiro do sangue para atacar por que são completamente cegas, Pedro nunca conseguiu chamar muita atenção na verdade a maior parte da sua vida ele passou sem ser notado e agora, neste momento esta sina acaba sendo como um dom, pois eles avançam por entre os troncos, sobre as imensas raízes retorcidas semi cobertas por folhas mortas, entra pequenas arvores que daqui ha alguns séculos serão adultas, sob galhadas e folhas vivas - Pedro temos que evitar o lago Se ha uma criatura mágica a qual Pedro conhece muito bem esta é a Yara a mãe d\\\\\\\'água - Certo, tem uma trilha ali - Indica Pedro caminhando com a varinha dentro do bolso interno do casaco com a mão direita próxima a ela como se fosse uma espada dentro da bainha. O corpo do caipora foi largado logo ali adiante numa pequena clareira e o motivo já esta se tornando obvio, todo o sangue do pequeno corpo já se tornou orvalho brilhante como o de uma bela manha, os longos pelos estão ficando num tom de verde tão vivo que reluz sob o orvalho que outrora foi sangue, Francisco e Pedro não teem tempo para ver como termina esta metamorfose seguem adiante sem olhar pra trás, o que também não adiantaria nada pois a floresta volta a se fechar e a única coisa que os olhos conseguem ver e o verde das arvores se tornando escuro é como se a noite começasse aqui primeiro também uma floresta, num abismo, dentro de uma caverna, os olhos quase não tem utilidade - Algumas criaturas não gostam de luz e melhor não incomoda las - Certo Os ouvidos então simplesmente não deixam de ser acionados, gritos de agonia e medo se espalham no ar, chegam ate eles e para total surpresa e desespero percebem que estes gritos estão vindo de fora da floresta da mesma direção em que eles deixaram os outros - Vitoria - E o pensamento que Pedro verbaliza, simplesmente não consegue deter seus pensamentos ou seus pés, se esquiva e passa rapidamente por uma arvore que esta no seu caminho, salta sobre uma raiz, desvia de outra arvore, as folhas mortas que cobrem o chão não passam nenhuma segurança para os pés e o véu da noite que cobre o dia se espalha por entre os troncos os que ainda seguram suas copas e aqueles que já tombaram, como amarras, Francisco não o segue só foi preciso um pequeno movimento para se separarem, na verdade não existe muita distancia entre eles, mas isto eles não conseguem perceber, pois numa área extremamente pequena se encontram uma grande quantidade de obstáculos, Pedro tem a sensação de que esta ha quilômetros dentro da floresta, mas como isto seria possível? Acabara de entrar e o fez com passos cuidadosos e lentos, não pode confiar em seus olhos há algum tempo e nos últimos minutos agiu como um completo idiota, pois não utilizou seus outros sentidos, num giro, um movimento rápido como uma lamina a varinha corta o ar a técnica de Li ar explode num circulo de fogo a sua volta, nenhum sinal de Francisco ou da saída, porem olhos nem tão perto, nem tão longe refletem o fogo Pedro interrompe o movimento, se da conta que mesmo tendo feita meia volta tem estado se afundando cada vez mais na floresta, se ao menos conseguisse ver o castelo daqui, mas a forma com os galhos das arvores formam um emaranhado não permite tal visão, Pedro então decide subir numa arvore, deve estar realmente longe pois já não é mais capaz de ouvir nada alem dos sons da própria floresta, galhos ringindo, corujas, sapos, respiração, sussurros. Mesmo Pedro tendo sido uma criança incapaz de exercer qualquer tipo de atividade física por pura preguiça e exagero de proteção da mãe e do pai, depois de uns cinco movimentos Pedro chega a copa da arvore e ali mais adiante no alto da montanha dentro da montanha sob a parte interna da caverna que sempre parece um céu do qual uma tempestade esta prestes a cair Canagri toda iluminada, Pedro desce da arvore e se vira agora só basta seguir em frente para conseguir chegar ate Vitoria e as meninas, mas e Rio? O que tudo indica o pequeno ainda esta aqui na floresta e diferente da Vitoria e as meninas ele esta completamente sozinho, Pedro que durante muito tempo de sua vida se sentiu um completo inútil por não fazer nada, agora se da conta de que este também é um caminho que exige muito esforço. - A quem estou tentando enganar? E simplesmente impossível pra uma pessoa ou duas conseguirem revistar esta floresta - Ao dizer isto pra si mesmo em voz alta Pedro percebe o quão estranha foi a atitude de Francisco Torres em lhe acompanhar ao invés de tentar impedi lo, é claro que as atitudes dos dois não podem ser julgadas nem condenadas, são apenas pais desesperados por noticias dos filhos. Pedro se sente mais uma vez preso no vazio é como se não houvesse nada que ele pudesse fazer, continuar vagando sem rumo pela floresta ou ir ate Canagri saber o que provocou aqueles gritos, ter certeza de Clarisse, Marianne e a mãe estão bem. Pedro fica imóvel por alguns segundo que parecem horas, se não fosse este vento frio que parece cortar a pele e o agradável cheiro da floresta a noite poderia acreditar que esta sonhando, se pudesse se dissipar no ar poderia correr por todo esta floresta em questão de minutos. A varinha e usada como uma lamina na técnica de Savras pra poder cortar o feitiço dos adversários, se fosse capaz de cortar este bloqueio de magia que aplicaram aqui, é mais fácil do que ele pensou a varinha corta o ar, mas na atmosfera em torno de Canagri é como se o ar fosse denso e pesado, Pedro então entra neste tipo de fenda que acabou de abrir passa por entre as arvores, sob as raízes a uma velocidade absurda se misturando com o próprio vento o som da água indica que esta próximo ao lago interno ao se virar pra avançar numa outra direção e fazer o contorno a margem da floresta, se choca contra um tipo de parede invisível e desaba no chão, num baque seco sem nenhum apoio, a dor se espalha por todo o seu corpo, não pelo choque em si, que na verdade não teria mesmo como lhe provocar algum tipo de dor, já que fora apenas contra ar que envolve o castelo no coração da montanha contra o que de fato se chocou, mas a queda, o impacto do seu corpo no chão faz com que a dor se espalhe rapidamente, o solo da floresta é completamente irregular, alguns áreas são macias cobertas por tapetes de gramas, outras cheias de pedras e tem também aquelas sobre as quais se depositam pedaços de madeira vivos e mortos, só que não basta apenas olhar pra descobrir isto pois as arvores cobrem tudo com as folhas que caem e durante a noite então ver qualquer coisa é simplesmente impossível, o frio faz com Pedro sinta suas, mãos e seu rosto dormente, se pudesse gostaria de ficar aqui, assim, deitado, mas e se Rio estiver na mesma situação que ele, com algum esforço Pedro sente seus dedos, certifica se de que a varinha ainda esta em sua mão e pensar que a encontrou numa situação bem parecida ha anos atrás quando ainda vivia como um incrédulo e por não ter mais nada para fazer vagava por entre as arvores que havia perto da sua casa, Pedro entao se senta e ao fazer isto retira os óculos neste momento estar ou não com eles não faz muita diferença, leva os ate um bolso interno do casaco, sente então sangue por entre seus dedos, invoca a luz para varinha e logo vê que a dor não fora apenas efeito do impacto, com certeza este frio terrível esta confundindo o seu sentido do tato, afinal ha um corte no seu lado esquerdo - Nada muito profundo apenas o suficiente para derramar lhe o sangue Pensa Pedro que segue perdido entre dores e pensamentos - Não posso parar de mover a varinha, tenho que seguir abrindo caminho rompendo o ar, a cada segundo um golpe terá de ser desferido, ainda bem que imaginei este modo para conseguir me dissipar no ar aqui, caso contrario não seria capaz de caminhar já que andar como os incrédulos cansa muito mais que se dissipar, se bem que foi graças a usar a técnica de Savras pra se locomover rapidamente pela floresta que se feriu. Pedro poe se de pe e se mistura com o vento, passa pelo ninho das fadas que ate sentem o cheiro de sangue, mas não conseguem acompanha lo, avança para o norte, leste e não encontra nem sinal de Rio, mais outra busca completa e feita e nada do filho nem de Francisco, encostado na parede do fundo da caverna Pedro se da conta de que neste momento não ha absolutamente nada, nada que possa fazer, que não existe como aplicar a técnica de Savras pra fazer seu filho aparecer, Pedro então se sente o homem mais arrogante e egoísta deste mundo que pensa que pode usar uma coisa que descobriu ou inventou, usem verbo que quiser, em toda e qualquer situação. - Capitulo Seis – O Circulo Pedro passa do lado de uma arvore que fora atingida por um raio e por isto tem um lado morto, algumas outras centenas de milhares que não chamam nenhum atenção, uma que cresce de uma forma diferente como se estivesse deitada, ha uma variedade muito grande de plantas e arvores aqui, tropicais e de regiões frias todas no mesmo espaço. Pedro se da conta de que não vira nenhum animal ou criatura, apenas as fadas piranhas e mais nada, a floresta interna ficou pra trás, se coloca nos braços de Vitoria - O que aconteceu? - Pergunta ele sem prestar atenção na cara de espanto de todos que estão aqui da mesma forma que ele os deixou - Como você conseguiu se dissipar dentro do território de Canagri? - Pergunta o bruxo com traços indígenas esquecendo todo o resto, desejando apenas entender o novo feito de Pedro - Depois que ouvi gritos vindo daqui, me perdi do Francisco Torres - Ao dizer isto Pedro percebe que outro esta aqui, atrás daquele mulher loira com corpo escultural - Eu decidi tentar cortar o ar como se ele fosse um tipo véu e deu certo - Engenhoso - Mas o que aconteceu quem estava gritando o que estava ac ... - Não havia ninguém gritando - Interrompe Vitoria - Ah Pedro você esta ferido - Não encontrei ele. Eu não consegui, eu não consegui. Não vi nenhuma criatura que pudesse me dar nenhuma pista. Não adiantou nada ... Derrepente, nenhuma conversa, nenhum pensamento. Pedro acorda não reconhece este quarto, ha muitas camas em sua volta todas vazias. - Que bom que você finalmente acordou meu amor - O rosto e o beijo de Vitoria dão um sentido todo especial a vida. Ela se senta na cama colocando a cabeça dele no seu colo, aonde cobre lhe o rosto de carinhos Pedro os aceita, mas eles infelizmente não são capazes de resolver os problemas que Pedro pra tentar encontrar uma solução vai se lembrando com calma, como alguém que perdeu algo e refaz os seus passos tentando encontrar - Eu não me lembro de ter visto as meninas - Não precisa se preocupar com elas, no dia em que você entrou na Floresta Interna quando saiu já era muito tarde elas tinham vindo pro castelo dormir, saíram daqui agora foram tomar café da manha - E o Rio? - Nada ainda - Afirma ela com os olhos cheios d\\\\\\\'água - O que estão fazendo para encontra lo, não só ele, mas todos os outros? - Buscas estão sendo feitas agora muito alem dos limites de Canagri, mas não obtiveram nada ainda - O caipora disse que ele estava na floresta - Não, é impossível. Ate as pequenas cavernas das sendas já foram vasculhadas. - Mas foi isto que ele disse antes de ser atacado. E pra isto qual explicação? - Não encontraram também - Então tudo o que temos são perguntas e muitos bruxos vagando por ai sem direção - Afirma Pedro demonstrando grande irritação - Não é tão absurdo a capacidade de se dissipar no ar torna o continente um lugar pequeno. - O que Daniel esta fazendo? - Pergunta Pedro com desprezo pelo plano que os outros estão executando - Daniel não está fazendo parte da ronda esta aqui em Canagri em reunião com Henrique - Por quê? - Assim que você apagou Henrique chegou. Sua primeira atitude foi pedir para que o Circulo fosse ativado. Você disse que não tinha visto nenhuma criatura então ele acha possível que estejam envolvidas nisto de alguma forma Toda vez que o castelo esta aparentemente em perigo a Essência de cada uma das casas é ativada, há muito tempo atrás quando a magia começou a ser os bruxos eram caçados e mortos quatro famílias se esconderam aqui no coração da montanha os irmãos Rohnes que como o pai que fora morto em combate eram soldados, a matriarca Antonia Bensi e sua familia um tipo de intelectuais da época, a familia de pastores Qualivera e os agricultores Franelli. De um modo mágico todos aprenderam a manipular a Essência da área em que já estavam acostumados a trabalhar os Franelli por exemplo encontraram um modo de fazer as plantas crescerem sem o contato direto com o sol. Como não havia contra quem lutar, pois estavam escondidos de seus inimigos, os Rohnes passaram a usar a forca da espada e a capacidade de manipular o ferro para talhar este castelo na rocha. Enquanto isto um representante de cada familia ficava num dos pontos cardiais da caverna meditando, o Bensi passando sua própria essência para a varinha que a emana para sua direita na forma de um raio de luz que vai ate a varinha do Qualivera que retira a essência de um cordeiro e a passa para sua direita também como raio fazendo meio circulo ate a varinha do Franelli que de uma pequena arvore faz a essência se desprender e ir em forma de raio ate o Rohnes que fazendo um raio com a essência retirada do ferro fecha o circulo se ligando a varinha do Bensi. Nada pode passar este circulo sem permissão, nada, nem bruxo, nem criatura mágica que foi exatamente para contra quem o circulo foi feito a primeira vez ha milhares de anos. - Bem, só estava esperando você acordar - Diz Vitoria retirando a cabeça dele do seu colo com carinho tentando repousa la denovo no travesseiro, mas ele não permite se sentando na cama - O que você vai fazer? - Vou render o Representante da casa de Rohnes no circulo Vitoria sempre teve a personalidade encantadoramente forte o que fez dela um tipo de líder natural desde bem pequena, aparentemente nunca teve medo de nada. É difícil dizer como ela é fisicamente sua presença sempre provoca fascínio e nunca se saberá ao certo se por ser muito bela ou ter um espírito nobre e desafiador - Pelo menos não vou precisar me preocupar com você ou as meninas. Onde estão minhas roupas? - Suas roupas estavam rasgadas e cobertas de sangue. Alias, você não deveria fazer nada, deveria ficar aqui descansando, você perdeu muito sangue Pedro então olha e se da conta que ha um grande ferimento se cicatrizando no seu lado direito - Como sabia que você não iria esperar o Sr Lucas acabar de te curar, pedi ao Daniel para trazer roupas - Você mandou Daniel ir la em casa? Sabe que não gosto que ninguém vá lá em casa - Sei, por isto mesmo pedi a ele apenas pra trazer roupas - Melhor assim se ele fosse buscar as minhas você teria que ter entregado um pouco da sua essência pra ele conseguir destrancar a porta. - Bem, o que você vai fazer? - Seguir a única pista que tenho - Eu não queria te dizer isto, pelo menos não agora, mas, os curupiras e caiporas estão muito assustados e não querem mais sair do castelo - Eles sabem o que aconteceu aquele que eu não lembro o nome, aquele que porco matou ... - Infelizmente eles não sabem nada, estão apenas agindo movidos única e exclusivamente pelo medo e desconfiança - Vitoria, ele estava prestes a me contar algo quando foi atacado pelo porco - Do que você esta falando? Pedro então se cala por alguns segundos, repassando os acontecimentos do momento do ataque como um filme na sua cabeça, analisando cada pequeno detalhe - Como eu deixei passar isto como? - Depois desta afirmação mais alguns segundos de silencio e derrepente um pequeno detalhe quebra a ordem de seus pensamentos, o tom de voz do caipora, ele não parecia preocupado com Rio, pelo contrario parecia zangado - Vitoria, como é o modo dos caiporas agirem? Você estudou aqui, conviveu durante um bom tempo com eles - Eles ficavam na cozinha, nunca se misturavam com ninguém, sua grande preocupação era com os animais - Antes de ser atacado pelo porco ele parecia estar ..., estar ..., - Pedro procura a palavra certa - Estar aborrecido com Rio - Vitoria recebe esta noticia com surpresa - Pedro, o que o Rio poderia ter feito? - O lobo da Qualivera - Ele é só um menino - Não sei o que pensar - Eu sei o que não pensar. O caipora foi atacado pelo próprio porco dele, isto também deve ter algum significado Enquanto os dois raciocinam em silêncio Pedro se veste com as roupas que Daniel trouxe - Será que estas roupas são dele? - O que você vai fazer Pedro? - Vou pra Floresta é a única pista que temos por mais vaga e sem sentido que possa ser - Por favor, não vá sozinho - O que aconteceu com Francisco Torres ontem a noite? - É o pensamento que sem perceber Pedro transforma em palavras de acordo com que vai se formando - Ele saiu da Floresta alegando ter ouvido gritos, pedidos de socorro - Foi exatamente quando ouvi estes gritos que a gente se separou, na verdade eu me perdi - Mas como já te disse ontem a noite ninguém gritou, o que nos leva a pensar que existe a possibilidade de alguma criatura, mágica estar por trás disto - Pai - Entra a pequena Marianne correndo e se jogando nos braços do pai, Clarisse esta junto com ela, parece que não tem se separado nem por um minuto sequer, ainda se sente responsável pelo o que esta acontecendo com Rio - Tudo bem? - Pergunta Pedro se aproximando dela com Marianne nos braços e beijando lhe a testa - Acho que sim - Clarisse, você não é responsável pelo que esta acontecendo. Rio não é o único - Mas talvez ele não estaria entre eles se eu tivesse feito algo - Como você poderia ter feito o que nem sabe? Você fez tudo o que podia fazer Vitoria observa pai e filha se abraçarem tem certeza que Clarisse faz isto não apenas para buscar um pouco de conforto, mas também para silenciar o pai, já que suas palavras por mais bem intencionadas que fossem não surtiram nenhum efeito. As mesmas lagrimas que estão nos olhos do pai, correm pelo rosto da filha maior, lavam o da mãe, apenas a pequena esta feliz, afinal esta em Canagri, só viria pra cá depois das férias, mas agora esta hospedada aqui, ela ainda não viu a escola num dia normal de aula, talvez por isto seja capaz de não ter a terrível sensação de que esta faltando algo, de que sem os alunos não há vida - Pai, o Henrique Lomanof e o Daniel Raf estão esperando o senhor la na diretoria - Onde vocês colocaram os meus óculos? -Capitulo Sete- Dois Tipos De Herois Observando a decoração quase inexiste por detrás da lente dos seus óculos Pedro avança pelos corredores de Canagri, apenas o piso e as paredes de pedra polida formam seu caminho, um banco aqui, outro lá, um quadro de uma senhora cujo o rosto, os braços, todo o seu belo corpo nu está escrito como paginas de livro - A Sabedoria - Afirma Clarisse que segue do lado direito de Pedro enquanto a pequena Marianne vai agarrada a sua mão esquerda. Pedro pediu a ajuda delas para chegar até a sala do diretor para evitar se perder novamente e a cada passo uma sensação muito estranha pesa em seus ombros. Sente falta daqui, mas como isto é possível? Sente falta de algo que nunca teve, sente falta de ter estado aqui, de ter sido um aluno, de ter rido, brigado, feito amigos, inimigos, se apaixonado, se decepcionado, o mais estranho é que de certa forma do que mais sente falta e dos problemas que teria que enfrentar talvez porque sua vida sempre tenha estado imersa na mais profunda paz e as pessoas sempre tendem a confundir paz com felicidade, a primeira não precisa da segunda pra existir, mas a segunda se seu coração ainda for justo, só nasce aonde a primeira já chegou. - É aqui - Anuncia Clarisse diante de uma pesada porta de madeira com o brasão de Canagri talhado de uma forma que ao se abrirem os dois lados da porta ele se rompe em duas partes - Marinne e eu vamos ate a sala de troféus da Rohnes. Tai outra coisa que hoje sente falta de não ter feito, não sei se pela paixão que surgira subitamente pelo Arsenal há alguns anos atrás. Talvez se tivesse se descoberto bruxo como todos os outros nascidos incrédulos, seria bom no esporte deles - Sua mãe deve demorar lá no Circulo quando eu terminar a reunião vou para a floresta ... - Pai ... - Clarisse precisamos de você, não é o momento pra se sentir incapaz ou coisa do tipo, alem do que Marianne no momento esta completamente segura e talvez você precise mais da proteção dela contra seus próprios pensamentos, do que ela da sua contra o que ainda não sabemos - O beijo na testa e o carinho sob os cabelos marcam este ate daqui a pouco, porém Pedro perdeu completamente a linha de raciocínio e já não consegue se lembrar o que realmente iria dizer a filha. Pedro empurra a porta e de acordo com que ela vai se abrindo vai vendo uma sala confortável, com aparência de um escritório se formar diante dele quanto mais distante um lado do brasão de Canagri vai tomando do outro mais detalhes podem serem vistos. Ha uma escrivaninha no centro atrás dela esta sentado Henrique Lomanof com o mesmo sorriso de sempre, como se tudo isto que esta acontecendo fosse apenas parte de um processo de aprendizagem que nos tornara pessoas melhores. Daniel Raf por sua vez não tem como se quer imaginar o que esta realmente sentindo - Pedro Savras, junte se a nos - Acena o diretor da escola, Pedro cumprimenta os dois e se senta do lado de Daniel diante de Henrique, agora é difícil dizer qual destes dois homens é mais conhecido, famoso e respeitado, dois grandes herois, alguns tornam se herois ao nascer, outros se tornarão apenas na hora da sua morte - Pedro conte nos tudo o que aconteceu - Pela forma com que Daniel faz este pedido fica bem claro que não confia muito nas versões que lhe foram apresentadas - O caipora estava revoltado com algo que esta acontecendo na floresta, ele disse \\\\\\\'\\\\\\\'- Já não basta o feitiço irreversível errado...\\\\\\\'\\\\\\\' e antes disto ele já havia dito - É com certa relutância e pesar que Pedro continua - que Rio estava na floresta. Em seguida foi atacado e morto por seu próprio porco O silencio reina no escritório por alguns segundos os três mergulham em seus próprios pensamentos - Eu entendo perfeitamente o modo dos caiporas e curupiras agirem - Diz Henrique quebrando o silencio - Eu os entendo porque também amo esta escola ... - Você acha que eles sequestraram as crianças pra proteger a escola ou coisa do tipo? - Não, Daniel. Se fossem eles as crianças teriam sido mortas e seus corpos exibidos como exemplo - Mas o lobo da Qualivera ? - Questiona Pedro - Eles jamais iriam ferir um animal - Responde o diretor Um pensamento então passa pela cabeça de Pedro, mas por que, Rio iria fazer isto? - Lembrou se de alguma coisa? - A pergunta de Henrique trás Pedro de volta - Não - A floresta é a única pista que temos - Se vocês também acham isto Daniel, porque as buscas não estão concentradas nela? - Provoca Pedro - Já foi muito difícil fazer as criaturas mágicas aceitarem o Circulo, muitos bruxos vasculhando a floresta seria simplesmente inaceitável - Intervêm Henrique com seu sorriso de sempre - Enquanto não sabemos quem é o nosso inimigo de fato e não podemos considerar todos como inimigos, este erro já foi cometido antes e seus resultados foram catastróficos A voz continuava a gritar dentro de Pedro que Rio tinha alguma coisa a ver com isto, mas ele se nega a acreditar repetindo para si mesmo que esta voz idiota esta completamente errada e quem pode dizer que não, já que toda a verdade ainda não foi revelada, sempre tendemos a complicar o simples só pra demonstrarmos o quão somos fortes e a ficar com a resposta mais fácil porque tentar encontrar outra sempre acaba gerando novas perguntas. Aprender é mesmo um caminho muito estranho pra se seguir pois simplesmente não tem fim - Vocês dois podem revistar a floresta denovo? - Pergunta Henrique com o tom de quem esta pedindo um favor - Por mim tudo bem - Respondo Pedro imediatamente quase que comemorando, pois era exatamente isto que queria fazer desde o principio e não só pelo que foi dito sobre Rio, mas também pelos gritos que ouvira enquanto estava na floresta, assunto este que ele finalmente trás a tona pedindo a opinião de Daniel e Henrique - Parece um feitiço simples de chamar atenção, qualquer bruxo poderia te lo executado - É a opinião de Daniel - Mas isto trás outra pergunta. Por quê? - Completa Pedro imediatamente - As criaturas da floresta não gostam que bruxos entrem nela ... Antes de Daniel concluir seu raciocínio Henrique corta a sua fala e linha de pensamento - Não adianta nada ficarmos aqui parados imaginando o que aconteceu nossos pensamentos nunca avançam sempre voltam ao mesmo lugar - Quando um pensamento costuma teimar em fazer se presente ele costuma ser bem mais que um simples pensamento - A resposta de Daniel trás de volta a fala do caipora a mente de Pedro, não só o fala mas a revolta dele com a presença de Rio na floresta - Acho que Rio não é a vitima e sim o culpado - Henrique e Daniel fixam os olhos em Pedro demonstrando grande espanto - Com base em que? - Questiona Daniel - O que o caipora disse, o modo que disse, não sei tudo indica que seja ele - Ou talvez tudo esteja sendo construído pra ele ser visto como culpado - Henrique eu gostaria de acreditar em você, mas ... - Não exija demais dele apenas por ser seu filho - Mas também não posso aceitar tudo por este mesmo motivo - Pedro eu acho que isto é quase impossível, primeiro por que ele não teria um motivo, segundo por que ele é apenas uma criança e terceiro e mais importante de todos se ele fosse capaz de realizar tudo isto, seria capaz de esconder melhor suas ações afinal de contas desde o primeiro momento ele já foi declarado culpado. Alguém esta jogando com você - E eu espero do fundo do meu coração Henrique que não seja meu filho - Pedro como você fez para se dissipar na floresta? Também terei que faze lo para a gente conseguir vasculhar todas as áreas denovo. E desta vez auxiliados pela luz do dia. - Mesmo a luz do sol não chegando diretamente a todos os pontos de Canagri, apenas sobre aqueles que estão sob as frestas maiores Daniel esta certo as trilhas da floresta são bem mais fáceis de serem encontradas na luz ambiente que se espalha pela caverna como em um dia nublado. Detalhes que a noite eram imperceptíveis agora devem saltar diante dos olhos. - Eu usei a varinha como lamina pra romper o ar - Pedro não se sente nem um pouco confortável em usar a expressão técnica de Savras - Mas não é tão simples quanto eu pensei que fosse, qualquer segundo de falta de atenção pode resultar em graves ferimentos - Para deixar bem claro que o que esta dizendo não são apenas palavras Pedro põe se de pé e levanta a camisa e o casaco mostrando o ferimento no seu lado que não esta completamente cicatrizado e ainda dói muito - Na verdade se dissipar na Floresta Interna é o mesmo que enfrentar um inimigo, basta um movimento errado e esta tudo acabado - Pedro se lembra que as lutas entre bruxos são rápidas e mortais, geralmente quem ataca primeiro vence, pois cada ataque costuma ser fatal, porem se você atacar e o inimigo se defender esta tudo acabado, por isto existe um tensão muito grande no ar no momento do confronto. - Um risco necessário - Conclui Henrique - Eu vou fazer o que todos esperam que eu faça. Pedro passa os olhos novamente na decoração da sala de Henrique e então um quadro de uma bela garotinha índia dormindo envolvida por uma enorme serpente prende sua atenção a imagem é chocante pois a expressão no olhar da gigantesca víbora é de pura maldade se contrastando completamente com ar angelical que esta presente nos pequenos lábios que tem em seu canto esquerdo um leve sorriso - Esta é a Inocência, de todos é o meu favorito - Pedro não volta seu olhar para Henrique que continua falando - Neste momento sem nenhuma duvida ela é exatamente de quem mais precisamos - Henrique então se coloca de pe diante do quadro - Venha ate aqui - Pedro então se levanta e da quatro passos enquanto Daniel apenas observa, Henrique rasga o dedão da sua mão esquerda com o dente e passa seu sangue no vidro do quadro que se estilhaça, os cacos de vidro se espalham no ar e se dissipam em forma de uma nevoa azul tal como a imagem que envolve Pedro - Você precisara muito dela se suas piores suspeitas se concretizarem - Bem, não querendo ser mal agradecido, mas eu acho que eu preciso mais da Sabedoria que da Inocência - A Sabedoria é cruel. -Capitulo Oito- A Terceira Morte A nevoa luminosa azul é absorvida pelo corpo de Pedro desaparecendo, a moldura do quadro agora vazia é retirada da parede por Henrique - Não se preocupe Pedro quando eu tinha onze anos, devido a um acidente fui envolto pela Coragem - Comenta Daniel sorrindo e colocando se de pé também - Vamos - Acena Henrique. Os três homens então deixam a sala, assim que passam pela porta, diretor leva a mão esquerda sobre a fechadura enquanto movimenta a varinha com direita o som das engrenagens de tranca ecoam pelo corredor, Daniel, Henrique e Pedro atravessam um corredor, assim que entram noutro, Pedro finalmente vê logo ali sobre uma grande porta de madeira, a espada atrás de um escudo o brasão da Rohnes. Neste momento o fato de não ter sido parte de nenhuma casa ainda tem importância para Pedro claro, sempre terá, mas tudo isto esta soterrado sob o medo e principalmente pela duvida, gostaria que o espírito da Inocência que fora absorvido por seu corpo a pouco tivesse a capacidade de fato de faze lo ver as coisas como uma criança, afinal de contas quando uma criança descobre que foi enganada ela sorri, aliviada que todo seu sofrimento na verdade foi por nada, enquanto que um adulto se sente extremamente ofendido por ter sido enganado - Esta morto! Esta morto! - É o que grita uma voz que avança pelo corredor, Henrique, Daniel e Pedro param e se voltam pra trás, num impulso, automaticamente, meio que como sem controle sobre seus próprios corpos, o coração de Pedro dispara vem parar na boca, da mesma forma que se virara sem perceber também começara a caminhar em direção a voz, que passa pelos seus ouvidos e ecoa na sua cabeça não como a exclamação: Esta morto!, mas sim como a pergunta: Quem esta morto? A resposta que surge involuntariamente: É o Rio. A voz então ganha um rosto, primeiro para Pedro em seguida para Henrique e Daniel - É Ricardo Rohnes - Ao ouvir Daniel dizer este nome Pedro observa o rosto do bruxo não existe nada de especial nele, nada que indica que ele é um dos descentes de um dos fundadores de Canagri - Henrique - Chama Ricardo ofegante com os olhos cheios de lagrimas - Quem esta morto? - Se desespera Pedro fazendo se notar entre Ricardo e Henrique, Daniel apenas observa - Pedro Savras - Ao ouvir Ricardo falar seu nome Pedro tem certeza de que seu medo não resolveu absolutamente nada e que suas duvidas foram extremamente cruéis e sem fundamento, maldito como pode se deixar iludir por aquele pensamento de que Rio era o responsável por tudo isto ele é ou melhor era ... Pedro então quebra sua linha de raciocínio sem nenhuma duvida com certeza seria muito melhor se a primeira idéia por mais insana que possa parecer estivesse certa, é infinitamente melhor que o pequeno Rio fosse o culpado e estivesse vivo do que ser inocente e ter se tornando apenas mais uma vitima, se ele fosse o culpado poderia protege lo ate dele mesmo, com certeza encontraria um modo, mas contra a morte não há simplesmente nada que possa fazer - Quem esta morto? - Pergunta Henrique com toda calma do mundo - Eric Cordoba - Responde Ricardo, todos os pensamentos de Pedro param neste momento, não conhecia Eric, não sabia a que casa tinha pertencido em Canagri, se tinha esposa, filhos, é estranho como os amores e temores dos outros não significam absolutamente nada pra gente, por mais que sejamos capazes de nos preocupar com o outro, esta pequena palavra outro, parece que cria uma espécie de barreira invisível, que mesmo sem querer nos mantém numa distancia segura, Pedro se sente mal, por se sentir feliz por saber que não é Rio, sabe que com certeza não podia ser diferente, ao desviar por um instante seu olhar por temer que seus olhos entreguem exatamente o que esta passando em sua mente,Pedro vê uma lagrima escorrendo pelo rosto de Daniel, com certeza ele conhecia Eric Cordoba, sabe quem foi que mataram, tudo o que morreu com ele - Ele esta lá nas Sendas fora do Circulo - Pedro nota que ao ouvir Ricardo dizer isto Henrique deixa bem claro que algumas das perguntas que haviam se formado na sua mente já foram respondida, enquanto o Rohnes continua - não há nenhuma marca no corpo dele com certeza foi vitima de um feitiço - Nos leve ate lá Ricardo, por favor - Pede o diretor - Pode ser que aja mais pistas lá que na Floresta Interna - Henrique ergue a varinha e sussurra algumas palavras inaudíveis aparentemente apenas seus lábios se movem - Dona Elizabeth tomara todas as providências com relação a avisar a familia e tudo mais - Uma tríade deve ser chamada para revistar o local Henrique - Sugere Ricardo, os mestres Guardiões como são chamados os bruxos responsáveis por patrulhar, reconhecer e impedir qualquer ação que coloque em risco o equilíbrio, sempre fazem suas missões de dois a dois, porem quando o assunto parece ser muito grave mais um acrescentado a dupla por existir um feitiço de revelação que só pode ser executado por três bruxos - Bem, Ricardo. Acho que já somos uma tríade - Como foi quem trouxe a noticia Ricardo não pode participar do feitiço, Henrique esta tentando tirar algum tipo de proveito desta situação, pois utilizar o corpo de um bruxo morto para um feitiço é algo que muitos bruxos são contra, afinal de contas não se trata de um feitiço qualquer, pois se assim fosse poderia ter sido feito com o corpo do lobo da Qualivera ou com o do Caipora, mas apenas o corpo de um bruxo serve pra este feitiço. - Henrique - Eu sei Daniel, mas não precisa se preocupar, não irei fazer nada de ilegal - Você concorda Pedro - Sim - Uma resposta que sai completamente no automático, não tem a menor idéia do que estão falando, as vezes quase sempre as pessoas se esquecem de dar detalhes a ele sobre o que esta acontecendo, seus feitos se espalharam de tal forma que Pedro entrou na guerra ajudou a por um fim nela, enfrentando muitas coisas que jamais se perguntara como haviam surgido, tudo o que queria era acabar com aquela situação e depois esquecer que tudo de fato havia realmente acontecido e não era apenas mais um sonho ruim ou daqueles pensamentos sem sentidos que sempre explodem na sua cabeça - Não há motivo para se preocupar Daniel, eu jamais manipularia a Essência de uma pessoa a ponto de controlar seu corpo sem vida Ricardo, Daniel, Henrique e Pedro mudam de direção, atravessam o corredor que esta a esquerda, estamos dentro da Rohnes e é muito estranho que o sobrenome de Ricardo esteja espalhado por todos os lados, não existe nenhuma referencia direta a ele, jamais conseguiu sair da sombra dos seus antepassados, todos os privilégios de ter um sobrenome famoso caem por terra quando olham diretamente pra ele, Ricardo teve toda tipo de oportunidade de se tornar um bruxo melhor, muitas dos espíritos presos nos quadros de Canagri foram absorvido por ele, mas os resultados nunca vieram, são necessários muitos anos para que um espírito como a Inocência ou qualquer outro se junte novamente na moldura da qual foi extraída, as molduras de prata na verdade são como recipientes que vai a absorvendo um pouquinho da Essência de cada um que passa perto dela ate formar a imagem e o espírito na verdade todo o processo é como uma arvore crescendo. Pedro então percebe que o nome de Daniel Raf por sua vez esta em todo lugar troféus e placas, no grande corredor que acabam de entrar agora as paredes estão cobertas de paginas do Memórias da Montanha, emolduradas em todas elas, manchetes e noticias sobre Daniel, feitos na guerra, os oito trabalhos ... Pedro não conhece quase nada de Canagri e tudo o que leu sobre Daniel parece apenas uma parte de quem ele realmente é. Pedro então se da conta que este corredor é na verdade uma entrada lateral do castelo, os quatro avançam sobre um arco e logo ali adiante esta a parede lateral da caverna ao se aproximarem mais ele percebe que existem passagens na parede e que esta por sua vez esta cheia de imagens de homens trabalhando o ferro talhadas na pedra, provavelmente os irmão Rohnes - Não está muito longe, esta no primeiro salão - Garante Ricardo, mais alguns passos e Daniel, Henrique e Ricardo atravessam uma das passagens da parede, Pedro apenas os segue e o quanto passa pela rocha se vê dentro de um grande salão, mas completamente diferente de Canagri que foi moldada pelas mãos de bruxos, esta parece completamente natural, Pedro percebe que este salão é feito de ferro, o teto, o chão, tudo é minério de ferro pronto pra ser trabalhado, ele corre os olhos de um lado pro outro vendo que existe muito material espalhado no chão e junto com o material do lado de um pequeno bloco de minério esta o corpo - Ah Eric Ao ver o corpo, Pedro percebe que Eric tem a mesma idade de Henrique e Daniel, provavelmente devem ter estudado junto, devem ter as mesmas lembranças que fazem aquele parecer muito mais interessante e divertida do que realmente eram, por que nas lembranças já sabemos que as coisas ruins de fato acabaram bem e as que não acabaram temos o habito de apenas ignorar. Henrique fica em silencio por alguns instantes parece estar fazendo algum tipo de oração, Daniel faz a mesma coisa, Ricardo por sua vez parece distante não é que não se importa, mas é diferente, Pedro por sua vez se identifica mais com Ricardo pois até já chorou por alguém que morreu, porem nunca perdeu ninguém de fato importante pra ele, alguém insubstituível. Daniel examina o corpo de Eric - Nenhuma marca - Analises só nos trarão mais perguntas Daniel. - Bem Henrique, então vamos começar o Circulo da Verdade. Pronto Pedro? - O sinal de positivo também vem automaticamente, durante a guerra a tríade se reunia para executar este feitiço para saber quem era o responsável pelo ataque, qual técnica havia sido utilizada, tudo que a vitima tinha presenciado antes da sua morte. O circulo tem como principio básico a utilização das quatro técnicas, os três tomam alguma distancia do corpo de Eric e depois de um aceno com a cabeça Daniel gira a varinha no ar enquanto o faz a essência do ferro que esta em toda esta caverna se concentra em torno dele a técnica de Rohnes, agora golpes com se o peso de um martelo pode se desprender da varinha, mas ao invés disto pequenos raios luminosos passam se desprender do seu corpo, Henrique faz crescer diante dele uma pequena sebe da qual retira com a varinha uma nevoa luminosa a energia da planta agora é sua arma parte do seu corpo a técnica de Franelli, Pedro se lembra muito pouco da técnica de Qualivera os alunos das casas começam pelas respectivas técnicas, mas ao longo dos anos em Canagri aprendem todas as técnicas reconhecidas, Pedro corta o ar com sua varinha seus movimentos são bem diferente dos de Daniel e Henrique a técnica de Savras, uma águia então entra plainando na caverna, como sempre Pedro não sabe explicar muito bem como realiza os feitiços apenas segue seus instintos e no fim da tudo certo, a águia fica voando em torno de Pedro que passa a levitar, pois neste momento pode voar, a técnica de Qualivera da ao bruxo as habilidades do animal que ele estiver utilizando a essência, Ricardo apenas observa os três bruxo em ação, os pequenos raios que estalam no ar, agora estão ficando cada vez maiores, a ponto de se tocarem, se unirem formando a maior parte do Circulo a técnica de Qualivera e a técnica de Franelli avançam em forma de raios ate o corpo sem vida de Eric que automaticamente desprendera sua própria essência a técnica de Bensi. -Capitulo Nove- Monstros Porem nada acontece, é como se uma tempestade de se formasse entre eles, Pedro parece plainar no ar, Daniel parece integrado a montanha enquanto Henrique esta como que um fantasma constituído de uma nevoa luminosa verde, luzes explodem no ar, cortam o vento, Ricardo esta fora da área em que os pequenos e grandes relâmpagos parecem brincar,enquanto avançam ate o corpo de Eric, só que estes os raios de luz deveriam retornar ate Pedro e Henrique não simplesmente transpassar o corpo sem nenhum tipo de feedback - Parem - Pede Henrique sem nenhum tipo de emoção, abrindo os olhos tornando se novamente apenas de carne e osso toda a nevoa verde se espalha e a pequena sebe parece se rematerializar diante dele - É como se alguém tivesse retirado a essência dele - Isto não é possível - Intervém Ricardo, Pedro então tal como uma águia toca o chão, a verdadeira por sua vez faz o mesmo pondo se do lado dele, Daniel parece se desprender da parede avançando até aonde esta corpo. A maior parte da essência de uma pessoa esta na sua alma, mas existe uma parte na carne e ate mesmo nos ossos e é exatamente esta que é utilizada na técnica do circulo da verdade e na transformação de um corpo em arma, Daniel começa a movimentar a varinha - Daniel você não pode fazer isto - Alerta Henrique num tom de voz que implora ao amigo para se deter, porem nada acontece nem Daniel para nem o corpo sem vida vazio de Eric responde ao feitiço. Henrique fica aliviado pelo amigo não ter conseguido executar a técnica proibida de Groos que transforma corpos mortos em armas, mas ao mesmo tempo muito mais intrigado já que ate hoje nunca vira um feitiço que Daniel não conseguisse executar - Eu nunca ouvi falar nisto antes - Comenta Daniel se abaixando para examinar o corpo mais de perto. Pedro apenas observa tudo em silencio não tem muita certeza sobre o que exatamente os outros estão falando - Tem alguém nos observando - Afirma Pedro num impulso, os outros param completamente suas palavras, ações e pensamentos, o som do silencio se espalha no ar, a técnica de Qualivera ainda esta fazendo efeito em Pedro, Ricardo se sente completamente perdido tenta acreditar que Pedro assim como ele não esta vendo nada. A águia que esta do lado de Pedro bate as asas sobe e some voando em direção a saída do salão de ferro. - Esta apavorada - Afirma Pedro enquanto posiciona a varinha tal como um samurai empunha a espada - Seja o que for não é humano, mas é extremamente inteligente, pois afastou o animal, tornando impossível a utilização da técnica de Qualivera. Ricardo tenta invocar novamente a águia ou qualquer outro animal, mas isto neste momento não é possível, só um animal domestico que esteja sempre do seu lado arrisca a vida dele por você em uma batalha. Os quatro se colocam no meio da caverna de costas um pro outro, cada um voltado para um ponto cardial - Por que não nos atacou antes? - Questiona Daniel - Acho que acabaram de voltar - Responde Pedro - É possível que eles tenham retirado a essência do Eric, Henrique? - Bem Daniel, nunca ouvi dizer que um bruxo fosse capaz de realizar tal feitiço. Ninguém diz mais nada toda atenção deles se volta para a espera de um ataque. Um raio de luz atravessa o ar se desprende da varinha de Ricardo como se fosse um martelo que atinge um tipo de lobo que saltava sobre eles - Não Ricardo mantenha o foco - Pede Henrique ao descente dos Rohnes que esta todo cheio de si por ter conseguido executar com perfeição a técnica desenvolvida por seus antepassados. O silencio então reina absoluto por mais algum tempo Pedro não sabe dizer se foram apenas alguns segundos ou se minutos, horas - Não podemos continuar assim - Se irrita Daniel - Certo - Para a sua surpresa Henrique concorda, Ricardo já não demonstra mais nenhum tipo de orgulho pelo feitiço que executara a pouco a realidade parece ter transformado algo espetacular em um pequeno detalhe, infelizmente isto sempre acontece e a qualquer momento pode tudo pode perder completamente seu valor e se tornar apenas mais uma vã tentativa de escapar da morte, Pedro por sua vez parece distante de tudo seu pensamento esta em Rio, será que esta fera poderia ter atacado ele e as outras crianças, independente do que diga Henrique ou qualquer outra pessoa, Pedro não detém seus pés e avança em direção ao corpo do animal que Ricardo acabara de derrubar - Pedro! - Não faça isto - Pare! - ... São palavras que escuta, mas de fato não ouve, se colocando do lado do animal ferido, na verdade é semelhante a um lobo, mais não se trata de um, também não é um lobisomem estes não vivem no Brasil assim como os vampiros. Este animal que esta junto aos pés de Pedro tem enormes garras afiadas a mostra em suas patas dianteiras, os pelos longos e negros pelos quais o sangue escorre e pinga no chão fazendo uma poça são como um tipo de couro impenetrável, sem nenhuma duvida Ricardo teve muita sorte de sem saber ter conseguido acertar o ponto mais fraco sob suas patas, o tamanho do animal também é bem superior a um de lobo na verdade lembra um cavalo, a fera move seus olhos em direção a Pedro que ao encara los se vê refletido naqueles pequenos lagos negros, o brilho das presas então faz com que Pedro desvie seu olhar para elas. No instante seguinte Pedro se vê arrancado de diante do monstro Henrique e Daniel, grunhidos abafados como murmúrios indescritivelmente sombrios os persegue, Pedro por um momento hesita em olhar pra trás, mas sabe que isto não irá resolver nada enquanto os outros dois bruxos o arrastam para fora da caverna ele movimenta a cabeça mas não consegue distinguir quase nada tudo esta muito confuso, porem com certeza é uma garra exatamente igual a que esta lá no chão que observava a pouco que agora esta em movimento, sem deter seus pés se lançam em direção ao Circulo, já dentro da barreira Ricardo apenas assiste outros quatro daqueles animais que seguiam os Daniel, Henrique e Pedro serem repelidos pela barreira do Circulo. Enquanto as feras voam pra trás os três bruxos desabam no chão da sala cheia de recortes de jornais sem nenhum tipo de apoio em um baque seco - Acho que quebrei o meu braço - Anuncia Henrique enquanto põe se de pé segurando o braço esquerdo - Você esta bem Pedro? - Sim Daniel, não quebrei nada - Responde Savras enquanto arruma os óculos - Não são animais comum, neles está presente a essência de varias espécies e se ... Ah não ... - Um novo pensamente explode na cabeça de Pedro quebrando sua fala, ele se põe em movimento em direção ao mesmo ponto do qual acabaram de escapar - Pedro não - Você não entende Henrique seja quem for pode estar retirando a essência das crianças e fundindo elas a de outros animais formando estes monstros - Não podemos agir sozinhos, existem guardiões e o Conselho. - Você e o diretor de Canagri, você precisa fazer Política, eu nem sequer estudei aqui - Mas você não é dono da verdade - Nem vocês e tudo o que sei e que enquanto a gente esta aqui discutindo meu filho e outras crianças estão correndo perigo - Um movimento errado e colocaremos tudo a perder - A única coisa que iremos perder a pista daqueles animais se não agirmos rápido Percebendo que não existe nada que ele diga que possa mudar os pensamentos de Pedro, Henrique gira a varinha e Pedro se dissipa, Henrique cai atingido por um golpe. Daniel cria um feitiço escudo num impulso nem sabe se Pedro de fato tenta ou não ataca lo, Ricardo permanece imóvel sem entender direito o que esta acontecendo. Pedro esta no meio da Floresta Interna, realmente se dissipar em Canagri e algo muito difícil, para ser mais claro impossível de faze lo sem se ferir a dor que se espalha pelo braço direito de Pedro é insuportável, tanto que junto com o sangue sua varinha também cai no chão coberto de folhas, um pequeno galho esta transpassado em seu ombro é como se a floresta se defendesse de quem tenta se dissipar nela usando estes pequenos pedaços de árvores como facas, Pedro fecha os olhos leva a mão direita até o pequeno pedaço de madeira e sem hesitar num impulso, retira o de seu próprio corpo a dor não diminui muito pelo contrario é tão intensa que chega a afastar sua consciência por alguns instantes fazendo o dobrar seus joelhos sobre a terra. Pedro deixa o pequeno galho de madeira sujo da sua própria carne no chão e em seguida leva a mão novamente ao ombro ferido o sangue se espalha por todo seu braço e a dor de tão forte já não pode mais quase ser sentida a dormência se espalha fluindo como o sangue. Por sorte esta longe do ninho das fadas piranhas, a luz fraca do sol que passa pelas frestas da parte de cima da grande caverna da a Floresta um clima fantástico, o verde intenso em tom sobre tom, as sombras que contornam e dão forma as pequenas, medias e grandes arvores, alem de outras inúmeras plantas e ate mesmo flores pelo chão ou cobrindo arvores no lugar das folhas, porem se por um lado teve sorte de estar longe das fadas também teve o azar de estar longe da entrada das sendas, da pista das feras, ao observa o teto da caverna que funciona como um céu sobre sua cabeça, sabe que basta seguir em direção ao oeste para chegar até as sendas, aproveitando se que já esta de joelhos retira sua mão do ombro e pega a varinha, já a manuseou algumas vezes com a mão esquerda, mais uma das vantagens da técnica de Savras, então sem pensar em nada encontrando uma força que nem ele mesmo sabia que tinha Pedro põe se de pé, começa caminhar e a única coisa que tem em mente é Rio a idéia que de alguma forma o que esta fazendo pode de alguma forma ajudar o filho não consegue se deter, na verdade enquanto caminha se lembra das longas caminhadas que fazia quando ainda vivia como um incrédulo, nesta época ainda morava na fazenda com seus pais longe de tudo, Pedro se lembra de Henrique sabe que não o acertou com muita força e espera realmente ter feito a coisa certa, porem se não conseguir encontrar as feras terá sido tudo em vão. -Capitulo Dez- Entre Presas e Garras Mais alguns passos por entre pequenas arvores e plantas, sobre a relva, saltando troncos caídos, apodrecidos ou não, se esquivando de galhas Pedro percebe que já não está mais caçando e sim sendo caçado, talvez o porco tenha atacado o caipora por ter tido sua essência modificada, o orgulho e vaidade humana são responsáveis por muitas coisas que acontecem - Não é o momento para se perder em pensamentos - Murmura pra se mesmo, precisa se fixar aqui neste momento, qualquer pequeno detalhe pode ser o responsável pela sua derrota na melhor das hipóteses, Pedro então forma uma primeira opinião sobre seus adversários, são extremamente covardes, pois não mostram sua face, como vivera a maior parte da sua vida completamente sozinho, Pedro aprendeu a observar pequenos detalhes que passam completamente despercebidos aos olhos de quem teve companhia, amigos, uma vida normal. Pedro fica imóvel por alguns segundos, o frio da floresta nem é notado, o cheiro inebriante, doce, fascinante é impossível ignorar, assim como os sons do vento nas folhas, dos galhos ringindo, de animais lá ao longe, se os que estão aqui na espreita forem de fato os mesmos que estavam nas sendas, não adiantara lançar nenhum feitiço contra eles, seus pelos funcionam como um tipo de armadura, terá de esperar o momento certo, quando eles expõe o ponto vulnerável de seus corpos, no momento que atacam usando suas garras para dilacerar sua presa saltam sobre ela e esta é a única hora em que poderá golpear sob suas patas do mesmo modo que fizera Ricardo Rohnes lá na caverna de ferro, com uma pequena diferença ele realizou tudo isto sem ter nenhuma noção do que realmente estava fazendo e assim é sempre bem mais fácil, saber usar tudo o que sabemos no exato momento em que realmente precisamos, pode ser a coisa mais simples e boba, mas é apenas isto que separa os fortes dos fracos, os tolos dos sábios. Pedro então vê os olhos de uma dos monstros o observando logo ali por detrás daquele majestoso arbusto, esta posicionado como um gato se preparando para atacar - Não pode ataca lo, não adiantara de nada - pensa ele no exato momento em que movimenta a varinha como uma espada, tem de usar seu próprio corpo como isca, com muito cuidado ele vai baixando a varinha bem de vagar, por isto de nada adianta o animal já perceberá que foi visto. Um outro vindo da direita salta sobre ele, antes de qualquer reação Pedro cai no chão as garras do animal afundam uma de cada lado do seu rosto, a fera abre sua boca deixando amostra seus enormes dentes, pois agora que sua presa esta imóvel poderá arrancar lhe a cabeça, a técnica de Rohnes utilizada por Pedro lança a fera no ar, ela vomita grande quantidade de sangue, a varinha o atingiu com a força do martelo esmagador, quando este cai num baque seco no chão, mais duas feras saltam sobre Pedro, a varinha corta o ar uma fera se esquiva passando tão perto que Pedro sente seu terrível hálito como se um animal em decomposição. Pedro joga seu peso para esquerda escapando do ataque da outra fera desabando no chão sem nenhum tipo de apoio, a fera salta sobre ele novamente, o peso de um martelo mais uma vez não acerta, as garras porem desta vez se afundam no braço direito de Pedro que esta imóvel largado no chão dormente devido ao pequeno galho que o transpassara antes no momento em que se dissipou, agora as garras da fera arrancam carne junto com mais sangue, Pedro então derruba o animal ignorando completamente toda dor que volta a sentir no seu braço semi dilacerado, porem apesar de ter derrubado mais uma fera, grande coisa já que não consegue se levantar por seu braço esta preso sob o monstro, a técnica de Franelli seria uma boa opção para conseguir escapar, mas antes que idéia se transforme em ação uma dor lancinante sobe pela perna direita de Pedro seu sangue se espalha no céu da boca do animal, o cheiro doce da floresta parece não existir mais tanto que quando por uma fração de segundo passa pela cabeça de Pedro apenas se entregar a morte pois isto parece infinitamente mais simples e fácil, nisto um pequeno ruído fraco quase imperceptível repetido centenas de milhares de vezes torna se um grande barulho, a fera solta a perna de Pedro se volta pra trás e parece atacar o ar, na verdade todo este sangue atrairá as fadas piranhas que logo, logo estarão todas aqui, o monstro que fora ferido e estava caído la trás, agora neste exato momento deixou de existir, os pequenos dentes capazes de cortar ate o aço tritura a couraça destes animais como se fosse apenas um pedaço de batata cozida. Na caverna Daniel usou a técnica de Rohnes para se fundir a parede ferro, como aqui tudo o que tem sob seu corpo é grama e terra, Pedro movimenta a varinha no ar, sem nem se lembrar da técnica de Savras e se desmancha no chão é como se fosse absorvido pela terra e já sob ela não tivesse um corpo, mas sim apenas consciência e a mão que empunha a varinha, o animal por sua vez gira suas garras no ar, cai umas, perninhas pra um lado, bracinhos pra outro, o sangue destas pequenas criaturinhas e a única coisa capaz de confundir seus poderoso faro, mas neste momento elas não precisam sentir o cheiro da presa a única que restou esta no meio delas lutando desesperadamente por sua vida, Pedro na verdade agora já sente ate um pouco de pe do animal e então fica imaginando se não fosse um animal mais sim uma pessoa quem estivesse ali naquela situação se ele seria capaz de ir alem da pena, mesmo sabendo que se estivesse em seu lugar ela não pensaria duas vezes em deixa lo morrer, Pedro se sente um completo idiota pois ate agora havia tido uma tipo de visão completamente romântica da guerra, parecia que apenas os ideais, as ideias e as técnicas se chocavam nos campos de batalha, todos o temiam como uma poderosa arma, a técnica de Savras, pela primeira vez não estava sozinho, então tudo o que tinha fazer era mostrar o que havia aprendido ou melhor desenvolvido, não tinha nada a perder, porem mesmo em meio a toda aquela excitação se lembra que jamais teve de decidir se alguém devia ou não deixar de viver, nunca matara ninguém, pois acredita que herois morrem em combates não o contrario, mas se naquela época não tinha nada a perder agora é bem diferente. Pedro vê diante dos seus olhos Vitoria sorrindo se lembra do toque da sua pele, as pequenas brigas de Clarisse e Rio, a imaginação de Marianne. Nisto os dentes do animal trituram uma, duas, três ... Cada vez que ele fecha a boca engole uma fadinha triturada, mas elas são muitas e como mesmo tendo algo de humano em seu comportamento, ele ainda é apenas um animal e estes sempre estão voltado para a sua sobrevivência, a fera salta sobre as fadas que estão a sua frente, desvia da arvore de pe, salta sobre o arbusto virando para a esquerda, as fadas o seguem como um enxame, Pedro meio que movido apenas por instinto faz o mesmo ainda sob a terra, ele apenas aponta a varinha pra direção que ele quer ir e sua consciência se move como se fosse parte da própria terra, mas ao mesmo tempo a rompesse, antes de se tornar bruxo Pedro sempre sonhava que estava fazendo isto, a velocidade que o animal alcança por entre todos os obstáculos é incrível, porem de nada adianta, pois pelo ar as fadas avançam como um exercito tão rápidas quando ele, Pedro precisa controlar sua velocidade pra não deixa los pra trás, pena que esta técnica não pode ser usada por muito tempo, a quantidade de pedras aqui é muito grande esta camada de terra que foi trazida pra cá, há muito tempo atrás é bem pequena tanto que já se acabou agora tudo são rochas, Pedro se desprende do chão, suas roupas ou melhor as roupas que esta usando estão totalmente rasgadas e sujas de terra, ele retira os óculos e limpa suas lentes passando as na parte interna da sua camisa, primeiro ele volto com eles pro rosto e com a mesma mão esquerda retira uma pouco da muito terra que esta nos seus cabelos, o braço direito ainda esta completamente imóvel o sangue agora esta misturado com a terra a mesma sela temporariamente os ferimentos, Pedro tenta dar um passo e desaba no chão sem nenhum tipo de apoio por um instante se esqueceu que a fera havia enterrado suas presas em sua perna esquerda as feridas também estão seladas por terra, ainda bem pois isto impede que o cheiro de sangue se espalhe no ar, Pedro então se concentra e ouve o som das pequenas asas ecoando lá ao longe, ele se esforça, se vira de barriga pra cima, seus olhos então avistam algumas torres de Canagri antes de se embaçarem por completo, tudo são sombras, com muito esforço ele os põe abertos mais uma vez, não há absolutamente nada que mais que possa fazer, Pedro gira a varinha no ar trazendo a para perto da boca, sussurra alguma coisa, na verdade é como se as palavras fossem pegadas pela varinha e jogadas ao vento, uma depois da outra, sob as lentes seus olhos simplesmente teimam em não obedece lo, as pálpebras parecem muito pesadas, tudo que seu corpo queria neste momento era apenas descansar, enquanto a alma esta desesperada para lutar, simplesmente não pode parar, ainda ha tanto por fazer, mas infelizmente ou felizmente neste mundo muitas vezes somos obrigados a aceitar os limites do corpo. -Capitulo Onze- O Rei E O Bispo Pedro finalmente consegue abrir os olhos, não esta mais na floresta, esta mais uma vez na enfermaria de Canagri e não esta sozinho na cama - Que bom que você acordou? - Reconheceria esta voz em qualquer lugar do mundo, como esperava ao se virar vê o rosto de Vitoria perfeita sorrindo com seu corpo junto ao dele - Henrique, Daniel e os outros partiram assim que receberam seu recado ontem a tarde - Continua ela fazendo uma carinho no rosto dele, aproveitando que ele esta sem os óculos - Se eu sair agora devo encontra los pelo caminho, pois são apenas seis horas - Bem, na verdade não, já se passaram dois dias. As feras estão em uma área desconhecida de Canagri, uma outra área de cavernas localizada atrás dos Onze Salões - Alguma noticia do Rio e os outros? - Infelizmente não - Devo me juntar aos outros - Não é necessário já tem muitos bruxos lá - Você realmente acredita que eu vou ficar aqui quieto esperando ... - Você ainda está muito ferido - Pedro então se lembra que quando perdera a consciência não conseguia se quer mover o braço direito, agora ainda dói, mas pelo menos consegue fechar seu punho, ele dobra e estica os dedos repetidas vezes, a marca das garras da fera estão sob um curativo Pedro ergue o braço, o ferimento no ombro esta quase completamente cicatrizado, afinal foi apenas um pequeno galho de madeira que o transpassara provavelmente ha algum tipo de toxina naquele animal que torna a cura dos ferimentos feitos por ele mais demorada. No instante seguinte enquanto repousa o braço Pedro sente suas pernas sob o cobertor, ele movimento o pé esquerdo, em seguida se senta na cama apoiando o no chão, Vitoria apenas o observa, o contato do pé descalço faz com que junto com a textura do tapete suba pela perna ferida uma dormência, apoiando também o outro pé no chão Pedro se da conta de que já é capaz e por se de pé, uma calça de pijama e um moletom são as roupas que ele usa no momento, Vitoria então se senta na cama e acompanha com os olhos os passos que o marido da pelo quarto. Clarisse e Marianne entram na enfermaria avançam por entre as camas cada uma com uma bandeja com bolos, doces e suco de laranja por instante Pedro pensa em correr até elas e abraça las, da lhes um beijo e seguir seu caminho, afinal no momento Rio ainda esta desaparecido e com certeza no momento precisa muito mais dele que elas, porem talvez neste momento uns minutos a mais não irão fazer nenhuma diferença - É claro que pode - Pensa e repete Pedro para ele mesmo - Você precisa se alimentar, sente se aqui e toma o lanche comigo e as meninas - Pede Vitoria, o fato de ver toda a preocupação para com ele no modo da sua amada falar, ele para por um instante, sentir que alguém de fato se preocupa com ele ainda o encanta, o fascina, pois o faz se lembrar todo tempo que vivera isolado no mundo dos incrédulos, alheio e ao mundo dos bruxos - Pai - Diz Marianne deixando a bandeja sobre a cama na qual a mãe esta sentada, em seguida ela corre em direção ao pai que dobra os joelhos para ficar mais ou menos da mesma altura da filha, os dois se abraçam Pedro se vê refletido nos olhos dela, em seguida ela o toma pela mão e o faz acompanha la até a cama - O senhor esta bem pai? - Pergunta Clarisse, mesmo já sabendo perfeitamente qual resposta iria receber e qual é a verdadeira, o faz apenas porque não tem nada pra dizer neste momento - Sim - Responde Pedro. O silencio então reina entre a familia e por não saber o que dizer, ter certeza do que precisa fazer, mas não saber como Pedro se senta na cama por um instante, pega um pedaço de bolo de chocolate e enquanto o gosto maravilhoso se espalha pela sua boca e garganta, ele se perde em seus pensamentos, nem percebe a felicidade de Marianne que sente falta do irmão, mas não tem a dimensão exata do que de fato esta acontecendo, não vê que as mesmas lagrimas silenciosas que escorrem pelo rosto de Vitoria também passam pelo de Clarisse. Um gole de suco, um pensamento ecoa na sua cabeça como uma pergunta : Como poderá enfrentar as feras? O que estará acontecendo lá perto das sendas? Por que estão demorando tanto? Quando uma pergunta leva a outra ao invés de uma resposta, a única coisa sensata que temos a fazer é agir, Pedro então pega os óculos que estão numa mesinha de cabeceira junto com um jarro d\\\\\\\'água, os veste, se levanta - Pedro, eu vou com você - Não Vitoria - Antes eu estava no Circulo mais agora, só preciso voltar amanhã e se resolvermos tudo isto antes, não será necessário mais Circulo ... - Prefiro que você fique com as meninas - Elas estão seguras aqui - Tudo bem - Ao ouvir esta resposta do marido Vitoria acha muito estranho este não é o modo natural de Pedro agir, ele esta sempre pronto pra proteger ela e as crianças custe o custar, mesmo que ela não precise de nenhum tipo de proteção, mante lo aqui durante este tempo só foi possível por que ela e o doutor Guilherme Hernade o mantiveram sob feitiço, Pedro então se aproxima de Clarisse e retira a varinha da filha do bolso do jeans dela, Vitoria cai no chão junto a cama petrificada atingida por um feitiço lançado por Pedro - Pai - Desculpe querida mais eu não posso permitir que se arrisque me seguindo - Diz Pedro passando pelas filhas que se abraçam assustadas, ele pega sua amada a põe na cama, faz um carinho em seus cabelos, beija lhe os lábios, pega sua varinha que esta na mesma mesa que estava seus óculos, vem até as meninas, entrega a varinha de Clarisse pra ela - Filha fique aqui junto com sua mãe - Clarisse simplesmente não sabe o que dizer, se sente estranhamente reconfortada por seu pai ainda confiar nela apesar de tudo que aconteceu com Rio - Não demora pai - Pede a pequena Marianne enquanto o pai passa pela porta da enfermaria - Nossa Pedro já é a segunda vez em dois dias que você vem a minha enfermaria e quase que eu não o vejo - Eu sinto muito mais não posso falar com o senhor agora - Diz Pedro passando pelo médico atropelando as palavras sem deter seus pés, avançando a passos largos, por corredores, escadas, salas e salões, não da atenção a absolutamente nada, nem a tapeçaria na parede, nem os quadros de prata, nem a parte de cima da caverna que serve como céu, nem mesmo próprio céu azul no qual o sol brilha intensamente sobre sua cabeça, Pedro se dissipa no ar fora da montanha alem dos limites de Canagri isto é muito de simples de fazer, tanto que no instante seguinte já esta diante da porta da sua casa. Pedro passa a mão direita sobre a fechadura o som dela se destrancando se espalha no ar por alguns instantes, assim que ele passa pela porta, seus olhos correm por toda sala não ha nada de especial tudo esta do mesmo jeito que deixara antes de sair a uns cinco dias atrás para buscar os filhos na Central do Brasil, é impressionante como a vida da gente as vezes muda completamente de um dia para o outro, as vezes acontece uma coisa maravilhosa como estar caminhando por entre as arvores e encontrar um pequeno pedaço de madeira que na verdade é uma varinha que faz de um bruxo, as vezes você sai pra buscar encontrar alguém que você ama e tudo que vem até você é dor e sofrimento, Pedro se lembra da vida como ela é não como ela esta, mas não tem muito tempo para ficar se prendendo em detalhes, precisa pegar logo o que veio buscar e voltar para Canagri - Sr Bigo - Chama ele, imediatamente o bichano desce a escada ronronando - Vitoria deve ter deixado comida a vontade pra você, quando ela veio aqui mais as meninas para pedir autorização para se dissipar com as meninas, caso contrario você não estaria tão simpático - Diz Pedro pegando o gato e alisando seus pelos, ele gira sobre seus calcanhares e passa pela porta, saindo da casa, fechando e trancando a porta em seguida ele com gato numa das mãos junto ao corpo e a varinha na outra se dissipa no ar, agora são como parte do vento podem ir a qualquer lugar, não há nenhum tipo de peso apenas pensamento, chegamos a pedra que oculta a entrada da caverna, se lembrando que descobrira que se dissipar em Canagri não impossível como se acreditava, mas é muito complicado e perigoso, Pedro põe o Sr Bigo no chão e movimenta a varinha, derrepente suas unhas começam a crescer o único efeito visível que a técnica de Qualivera provoca em seu corpo, um gato não é capaz de correr um percurso muito longo, mas um homem bem treinado sim, então a essência de um gato no corpo de qualquer bruxo aumenta e muito sua velocidade e agilidade, a esta altura Pedro ainda não conhece toda Canagri mas sabe exatamente como chegar rapidamente as Sendas, passa pela pedra que oculta a entrada, seus pés tocam o chão com tamanha sutileza que ele atravessa todo o castelo com a varinha pra baixo como uma espada na bainha e Sr Bigo na outra mão, a sala com as paginas e recortes do Memórias da Montanha exaltando os feitos de Daniel e a prova de que realmente esta no caminho certo, ao passar por eles Pedro se lembra que talvez ter ido buscar o gato seja apenas um efeito direto da Inocência, se Daniel, Henrique e os outros se moveram como peças de xadrez durante seu ataque, Pedro entra na caverna de ferro com a cara e coragem, tem certeza que esta sendo observado, mas não se detém pelo contrario avança pela passagem que leva ao próximo salão, que na verdade trata se de mais uma caverna, tem um tipo de desfiladeiro ali adiante que permite ir de um salão pro outro sem ser necessário atravessar os anteriores, pois trata se de onze salões cada um correspondente a um ano que se passa em Canagri, ao entrar já no terceiro salão Pedro se vê completamente cercado pelos mesmos animais que o atacaram duas vezes antes, mesmo se ele tivesse algum interesse em fugir isto não seria possível, pois as feras formam um circulo ao seu redor grunhindo de uma forma abafada, há muita tensão no ar, não da pra saber quantos são e mesmo assim com toda calma do mundo Pedro põe Sr Bigo no chão o gato por ser um animal da familia de Pedro não foge muito pelo contrario se posiciona diante do seu dono como que querendo defende lo, Pedro empunha a varinha como uma espada samurai, seus pés ainda descalços absorvem essência do chão, os animais atacam com um salto, ele gira a varinha no ar, dois caem descordados no chão num baque seco, os outros apenas usam o contato com o chão para tomar impulso e atacar novamente, Sr Bigo se esquiva da garra de uma das feras com um salto, garras abrem um buraco na blusa de moletom que Pedro usa, mas nem sequer arranha a pele dele, mais vez a técnica de Rohnes da a um raio de luz que se desprende da varinha o peso de um martelo, que atinge um monstro o derrubando, Pedro então retira o peso do raio de luz e da a ele o fio de corte de uma navalha, isto de nada adiante contra os pelos deles que funcionam como um escudo, se não fosse a técnica de Qualivera Pedro teria sido triturado pelas presas de um outro animal, ele escapa se jogando no chão aonde agora rola se esquivando das garras, derruba outra fera, poe se de pé agarra o Sr Bigo e salta ignorando por completo todas as leis da gravidade, utilizando a técnica de Liar faz com que uma grande explosão ecoe por toda montanha onde esta localizada Canagri -Capitulo Doze- Lição Um Sr Bigo e Pedro saem do terceiro salão como se nada tivesse acontecido rapidamente eles percorrem os outros salões e não conseguem encontrar absolutamente nada, alem dos materiais de aula chamas e aço. Uma luz fraca entra no ultimo salão ao segui la eles passam por um arco e se veem mais uma vez na floresta interna desta vez junto ao lago, Sr Bigo então se assusta como se tentasse afugentar um inimigo e Pedro percebe que a encosta logo ali na frente faz uma curva antes de descer bruscamente para o lago, ao acompanha la ele percebe que uma rocha impede as águas de tocarem a parede de pedras criando um pequeno vão, ele salta nele ao virar se acaba descobrindo uma passagem, ele segue por um tipo de corredor estreito que desce fazendo uma curva, a umidade aqui é muito grande, água pinga do teto sem parar e para sua surpresa agora ele esta num lugar amplo como se fosse mais uma das inúmeras cavernas que transpassam o coração da montanha, só que esta é simplesmente incrível porque as águas do lago são o teto, porem todo o fascínio de Pedro se acaba no momento seguinte hã corpos pelo chão por entre as pedras cobertas de limo e sangue - Sinceramente não pensei que você fosse me encontrar aqui pai, mas eu já devia suspeitar depois de Daniel Raf só mesmo Pedro Savras para realizar tal proeza - Ao ouvir isto se virar e ver seu filho de onze anos empunhando a varinha Pedro se dá conta de que uma das coisas que mais temia é verdade Rio é mesmo o responsável por tudo isto, ele então ergue a varinha como espada - O que o Sr pode fazer contra mim? Vai me matar porque esta é a única maneira que tem de me parar - Não serei eu quem vai te parar ... - Quem será então? - Interrompe o pequeno - Henrique Lomanof, Daniel Raf estes só não estão mortos porque eu queria a essência deles - Por que você esta fazendo isto? - Ora pai, eu sou mal, apenas isto não fique tentando encontrar um porque pra tudo - Você não pode ter feito tudo isto sozinho - E não fiz como qualquer um da casa Qualivera o meu contato com os animais sempre foi muito grande - Diz ele sinalizando para o Sr Bigo que rapidamente vai ate onde o garoto esta - E os que não quiseram me obedecer tiveram o mesmo fim daquele que selecionava os alunos para Qualivera, as criaturas mágicas não me apoiaram porque eu estava alterando a essência dos animais, mas muitos bruxos me veem como um tipo de Salvador, Francisco Torres por exemplo te confundiu na floresta aquela noite e foi me avisar da sua presença, ele tem feito muito por mim, assim como algumas crianças desaparecidas, umas estavam aqui contra sua vontade, mas outras acreditam no meu poder em tudo que fiz, quem é quem eu não vou te contar, um feitiço da memória não permitira que eles também contem - Onde estão elas? - Assim que Daniel e Henrique entraram aqui nos os capturamos não esperavam que fossemos os responsáveis, os prendemos e agora eles estão me esperando lá na floresta, pra tomarmos Canagri - Rio então gira a varinha no ar e lança um raio de luz contra o pai, que o repele e desfere um contra o filho, o golpe seco atinge Rio como um soco no estômago, ele cai de joelhos vomitando sangue, Pedro então se aproxima dele e lhe estende a mão - Venha vamos encontrar uma solução pra tudo isto - Alguns caminhos não tem volta - Isto é o que nossos inimigos querem que acreditemos – Rio se recusa a pegar a mão que o pai lhe estende, Pedro então toma sua consciência com um movimento simples da varinha - Por um instante por ser seu pai eu cheguei a acreditar que permitir que você fugisse agora,fosse toda a ajuda que poderia lhe dar – Pedro então toma o filho em seus braços, sabe que leva lo ao conselho é o mesmo que mata lo, por isto ele simplesmente o leva pra bem longe de Canagri. Vitoria tem transformado seus dias numa longa espera,alimentada única e exclusivamente pela fé,Clarisse e Marianne teem usado o tempo a seu favor, Daniel Raf ainda é e sempre será um herói, Henrique Lomanof por sua vez não pode mais usar magia Rio vez alguma coisa com ele que o fez deixar de ser um bruxo, mas isto quase ninguém sabe tal como o verdadeiro motivo que fez com que Pedro Savras desaparecesse.

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