Hora de recomeçar
Duas semanas. Duas longas semanas desde que Harry Potter, “o escolhido”, como era chamado agora, voltará da escola de magia e bruxaria de Hogwarts e ele ainda tinha muitos pesadelos sobre a pior noite de sua vida naquele lugar. Na noite em que o seu maior defensor se fora. Alvo Dumbledore havia sido assassinado e pelas mãos de um homem que ele havia depositado mais confiança, Severo Snape, só de pensar nesse nome Harry já sentia a raiva fluir em suas veias.
As imagens ainda nítidas em sua mente, o momento em que Dumbledore havia paralisado-o, a discussão com Draco, quase havia conseguido com que o sonserino desistisse da vida de comensal, a chegada dos outros comensais e depois de Snape, o sentimento de saber o que viria a seguir e nada poder fazer para impedir, ouvir a suplica do diretor e então vê-lo voar e cair inerte no chão morto pelas mãos do homem em quem confiava.
Harry acordou suando muito, mais uma vez o pesadelo de ver Dumbledore morrer o atormentava, eram 14h00min da tarde, Harry ficava pouco tempo em casa, saia pela manha e só voltava na hora do almoço, tentava dormir um pouco à tarde, sono era uma coisa muito rara para ele agora, era sempre povoado por Dumbledore e Sirius, o padrinho voltara aos seus sonhos agora também e depois ele saia para caminhar novamente e só voltava à noite, os vizinhos já não o incomodavam mais, alguns eram até simpáticos com ele e o cumprimentavam nas ruas, não entendiam por que um menino tão educado como ele podia ser enviado para St. Brutus, um centro para meninos irrecuperáveis, já que na opinião deles quem deveria estar lá era o filho dos Dursley, Duda havia se tornado um verdadeiro marginal agora, andava drogado e bêbado pelas ruas destruindo e assaltando, mas para os Dursley, seu filho era um verdadeiro anjo, apenas mal compreendido pelos vizinhos enxeridos, segundo tia Petúnia.
Harry desceu as escadas e viu que tia Petúnia ainda olhava os vizinhos, aquilo já estava começando a enchê-lo, por que ela não cuidava da própria vida, mas não deu bola e saiu para a rua, já sabia de cor cada folha que havia naquela rua e nas outras a seu redor, Harry caminhou silenciosamente pela rua, pensando no que fazer, afinal havia muitas coisas a serem feitas, Harry tinha que encontrar todas as horcruxes antes da batalha final contra Voldemort, ele não fazia a mínima idéia de onde elas estavam.
Harry tinha muitas coisas no que pensar e agora que ninguém na casa de número quatro da Rua dos Alfeneiros parecia sequer notar a sua presença em casa. Ele tinha esse tempo. Ele caminhou pensando nas muitas tarefas que tinha a fazer. Primeiro destruir todas as horcruxes restantes que dava a Voldemort a imortalidade. Era a taça de Helga Hufflepuff, o colar de Salazar Slytherin que uma pessoa que se denominava de R.A.B havia roubado de Voldemort, alguma coisa referente a Rowena Ravenclaw ou a Godric Griffyndor, Nagini a cobra de estimação de Voldemort e depois o próprio Voldemort. Dumbledore havia destruído o anel de Marvolo Gaunt, avo de Voldemort que também era um horcruxe e Harry destruiu o diário de Tom Riddle que também era uma.
Agora que Dumbledore estava morto. O número de ataques havia triplicado. A comunidade bruxa estava completamente sem rumo. O Ministro da Magia Rufus Scrimgeour tentava de todas as maneiras conter o avanço de Voldemort, mas parecia em vão. Muitos aurores já haviam morrido e havia tantos outros feridos. E ainda havia a questão Hogwarts. Está certo que ele havia decidido não voltar mais a escola, mas sentiria muita pena dos professores se a escola não reabrisse. Desde que a aulas haviam acabado que estavam acontecendo muitas reuniões na escola a fim de chegar a um consenso se ela deveria ou não reabrir.
Harry chegou ao pequeno parque entre a Rua dos Alfeneiros e a Rua das Magnólias e sentou no único banquinho do parque que Duda e seus amigos ainda não haviam destruído. Ele tinha muitas duvidas na cabeça e nos últimos dias elas só haviam aumentado após a chegada de uma misteriosa carta trazida por uma coruja negra como a noite, logo no segundo dia em que ele estava na casa dos tios. Ela dizia que.
“Caro Harry
Você não deve saber quem sou eu, uma vez que eu só o vi uma vez quando você tinha menos de um ano de idade. Eu e sua mãe fomos grandes amigas nos tempos de Hogwarts, mas depois que eu sai da Inglaterra nós perdemos contato até o dia em que eu soube que ela havia morrido. Senti-me como a pior amiga que alguém pode ter, principalmente depois de ela ter me concedido à honra de ser a sua madrinha. Isso mesmo Harry, eu sou sua madrinha. E sinto muito por ter ficado longe de você por todo esse tempo. Estou voltando à Inglaterra agora que sei que você vai precisar de mim. Tenho muitas informações que lhe podem ser úteis na sua caça as horcruxes de Voldemort. Sim eu sei sobre as horcruxes. Dumbledore me contou e me pediu para que o ajudasse. Ele me contou há alguns anos quando desconfiou de Voldemort. Quero que saiba Harry que eu amei você todos os dias da minha vida assim como amei a sua mãe. Ela era tudo que eu tinha assim como seu pai e Sirius. Sei também que Sirius morreu para protegê-lo. Eu sempre disse que aquele pulguento de uma figa iria acabar se dando mal por se meter em confusões. Seu pai e ele tinham tanto incomum. Duas pessoas maravilhosas que não mereceram o destino que tiveram assim como sua mãe. Eu não posso revelar nada sobre mim ainda Harry por que Voldemort não gostaria de saber que eu estou de volta, mas vou estar mais próxima de você do que pode imaginar. E queria dizer Harry que sei sobre você e a pequena Weasley. Não deixe que o amor de vocês morra por uma coisa boba como esta guerra Harry. E em minha opinião, aquela ruiva geniosa vai te ajudar muito ainda. E uma ultima coisa meu pequenino. Treine, treine muito tanto sua parte física quanto sua parte mental, não deixe que te peguem desprevenido e jamais saia de casa sem a varinha.
Com todo meu amor;
Sua madrinha”.
Havia na carta um aroma de flores delicioso que Harry já havia sentido em algum dia de sua vida. Aquele cheiro estava impregnado no fundo de sua mente e veio à tona no momento em que ele o sentiu na carta. Aquilo o havia deixado muito confuso. Quem era essa pessoa que sabia tanta coisa sobre ele? E por que nunca havia sido mencionada por Dumbledore antes? Mas aquilo também o deixava imensamente feliz. O fato de saber que ainda lhe restava uma madrinha o deixava muito feliz mesmo que talvez fosse apenas uma mentira inventada por Voldemort. Mas quem poderia dizer que não era verdade. E Harry não conseguia parar de ler a carta, sempre que ele a lia parecia que algum pequeno raio de luz se formava no seu coração e sempre que ele saia na rua, ficava olhando para todos os lados na esperança de ver alguém o espionando e também que o cheiro da carta o fazia muito bem. E sobre o que ela falara de Gina. Nossa como sentia falta daquela ruiva. Seu coração apertava só de relembrar a voz dela e o cheiro o fazia perder os sentidos a todo o momento. Como ela lhe fazia falta. Mas ele não podia e não iria colocar a vida da pessoa mais importante para ele em risco, de forma alguma deixaria que Gina corresse algum risco. Será que ninguém o iria entender?
Harry finalmente parou de pensar na carta da sua suposta madrinha. Olhou para a entrada oposta a do parquinho onde ele estava e sorriu ao ver o grupo que se aproximava. Não um sorriso simpático, mas sim, debochado. Eram mais ou menos sete pessoas sendo que a pessoa que vinha a frente valia por três, ou seja, eram 10. Duda e sua gangue vinham cambaleando e rindo alto. Perto deles havia uma garota acompanhada de um menino. Os dois estavam distraídos em um dos brinquedos que ainda estavam inteiros e só notaram a aproximação do bando quando eles já estavam muito próximos.
Harry sabia o que viria a seguir. Colocou o boné que havia ganhado de Hermione a alguns dias atrás, de forma que seus olhos e sua cicatriz ficassem fora do campo de visão de alguém. Ainda não havia descoberto o porquê de a amiga ter lhe dado aquilo sem motivo aparente. Encaminhou-se lentamente para a confusão que já começara.
“Não se aproximem” disse a garota se colocando na frente do rapaz.
“Ora vamos garota. Não se preocupe. Não vamos lhe fazer mal. A você não, já ao seu amigo...” disse Duda com um olhar abobalhado. Estava completamente bêbado e drogado. Os amigos de Duda batiam os punhos ameaçadoramente olhando para o jovem atrás da garota. Ele tinha um olhar aterrorizado e parecia procurar alguma coisa nas vestes. Somente Harry pareceu notar aquele movimento.
“Eu já disse para não se aproximarem” disse a garota agora decidia e colocando a mão nas vestes. Finalmente Harry resolveu intervir antes que a garota fizesse alguma burrada.
“Vocês não ouviram a moça? Ela mandou vocês não se aproximarem” disse ele decidido se metendo entre Duda e a garota.
Duda olhou bem tentando descobrir quem era, na opinião dele, o louco que estava na sua frente. Mas pelo fato de estar muito bêbado ele não conseguia saber quem era. Então disse.
“E você é?” perguntou enrolando um pouco a língua.
“Eu sou o cara que dar uma lição em vocês por mexerem com garotas como ela” disse ele apontando para a garota atrás dele no que Duda e sua gangue caíram na gargalhada.
“Vejam isso pessoal. Temos um justiceiro por estas bandas” retrucou Duda caindo na gargalhada.
“Olha “amigo”. Por que você não sai da nossa frente? Esse assunto não é seu. Você não tem nada a ver com isso” disse um dos garotos que estava ao lado de seu primo. Harry sorriu apenas.
“Escutem! Vocês os querem não é?” perguntou Harry apontando para os dois jovens que estavam atrás dele. Eles o olharam aterrorizados.
“É claro que sim” disseram todos com olhares cobiçosos.
“Mas para pega-los. Vão ter que passar por mim” o disse serio e firme.
“Se é assim que você quer” disse Duda “Peguem ele rapazes. Mostrem que com agente não se brinca” completou e os garotos partiram para cima de Harry.
Harry deixara de ser um garoto magricela há muito tempo. Desde que voltara de Hogwarts e recebera a carta de sua madrinha treinava muito. Seus músculos estavam maiores e seu físico era de dar inveja a qualquer um. Ele corria muito além de fazer muitos exercícios que deixavam seu corpo em perfeita forma além de ter ficado muito forte e de ter aprendido a brigar muito bem. Mas também ajudava o fato de ele finalmente ter conseguido virar um grande Oclumante e um excelente legilimen.
“Você se acha muito bom não é, mas vamos ver o que você sabe fazer agora” disse um dos garotos que agora rodeavam Harry. O moreno se virou para a menina que havia se afastado e falou.
“Se eu fosse você fecharia os olhos. A coisa aqui vai ficar feia” e se preparou no que a garota tampou seus olhos e os do outro.
O rapaz que havia falado com Harry minutos antes brandira o braço contra ele que se abaixou acertando-lhe uma cotovelada que lhe tirou o ar e o deixou de joelhos no chão. Outro se aproximou por trás e tentou agarrá-lo, mas Harry já estava preparado e pisou no seu pé e deu uma cabeçada em seu rosto, ele urrou de dor e Harry guindou um soco em sua barriga e acertou um chute em um que se aproximava pelas suas costas. Empurrou o quarto para longe e agarrou o pescoço do quinto jogando-o contra o sexto derrubando os dois no chão. O quarto havia voltado, mas Harry acertou uma cotovelada no nariz dele quebrando-o, o garoto começou a chorar e saiu correndo. Harry se movia como o vento e acertava socos, chutes e cotoveladas em todos, logo só restava Duda de pé, ou melhor, de joelhos.
“Por favor, cara desculpa agente. Não sabíamos que era sua amiga” disse Duda suplicando para não ser arrebentado.
“Não é a mim que você deve pedir desculpa o filhote de baleia assassina. Alias esse apelido é muito ruim. Coitadas das baleias” disse ele sarcástico “Agora peça desculpa a essa jovem e depois suma daqui seu grande porco” e depois de fazer o que Harry mandará, Duda saiu correndo com seus amigos, ou pelo menos os que conseguiam ficar em pé, em seu encalço.
“Obrigada Harry” disse a garota sorridente.
“Você sabe quem eu sou?” perguntou ele estranhando. Ele retirou o boné e finalmente conseguiu vê-la direito e a visão era linda. Era um pouco menor que ele. Cabelos negros como o dele, mas cuidadosamente arrumados em um rabo-de-cavalo apertado. Olhos verdes como os dele, igualmente verdes e brilhantes. Pele bronzeada. Corpo escultural. Isso deixou o moreno de queixo caído, mas havia mais uma coisa nela que o deixava intrigado. O perfume. Um perfume que ele não sentia há muito tempo. Que ele só sentira uma vez na vida.
“Se eu te contasse tudo que sei sobre você. Não acreditaria” disse a morena.
“Então você é...” ele ficou vermelho e ela riu com gosto.
“Sim sou uma bruxa. Obrigado por ter ajudado a mim e ao meu irmão, mas agora temos que ir” e se foi, não sem antes dar um beijo estalado na bochecha do moreno deixando-o mais vermelho ainda.
Harry estranhou o que ela havia lhe dito. Como ela o conhecia ele não sabia, mas havia algo de muito familiar nela. Aquele olhar maroto ele já havia visto em algum lugar. Ele voltou para casa com seus pensamentos divididos. Aquele sorriso e aquele cheiro não lhe saiam da cabeça. E Gina também não. Ele sentia muita raiva de si mesmo. Estava proibido de amar aquela ruiva e sofria muito por isso.
Ele subiu pára o seu quarto e tomou um banho uma vez que estava todo suado de briga com a gangue de Duda. E falando no primo Harry o vira sentado numa das poltronas da sala de estar enquanto tia Petúnia tentava acalmá-lo.
Ele entrou novamente no quarto e viu três cartas em cima da mesa. Desejando mentalmente que uma das cartas fosse da madrinha ele pegou a primeira e a abriu.
“Caro Sr. Potter;
É com prazer que informamos que seu padrinho, Sirius Augustus Black foi considerado inocente devido a recentes provas que nos foram apresentadas e também informamos que o testamento do mesmo foi encontrado e consta você como um dos herdeiros dele, por favor, compareça no dia 21 de Agosto ao ministério da magia para abertura do presente documento.
Atenciosamente,
Rufus Scrimgeour,
Ministro da Magia”.
Harry sorriu feliz ao ler a primeira carta. Adoraria ter visto a cara de Sirius ao lê-la. Mas depois se entristeceu. A falta que aquele grande cachorro fazia para ele era imensa. Harry com certeza jamais se perdoaria por ter o deixado morrer daquela maneira e ele sabia que tudo era culpa sua, apesar de muitos dizerem que não. Se ele tivesse aprendido a fechar a mente, como agora conseguia Sirius não teria morrido. Mais uma vez Harry amaldiçoou Voldemort com toda sua força. Depois pegou a segunda carta e leu.
“Caro Harry;
Espero que esteja tudo bem com você. Sei pelo que está passando Harry, pois tive uma conversa seria com o retrato de Alvo. Preciso muito falar com você. Também venho informá-lo em primeira mão que Hogwarts será reaberta normalmente neste ano, por isso preciso falar com você. Quero que venha até Hogwarts após o casamento de Guilherme Weasley. Alvo disse que gostaria muito de vê-lo também. E já aproveitaremos a sua visita para entregar-lhes o que Alvo deixou para você em seu testamento.
Espero que esteja bem
Minerva”.
Harry ficou intrigado. O que será que eles queriam? Mas também feliz, havia se esquecido completamente que Dumbledore era um diretor de Hogwarts e quando um diretor morre um quadro surge na sua sala. É claro que ele iria, mas nada mudaria a sua idéia de deixar Hogwarts para terminar a tarefa que o próprio Dumbledore lhe passará.
Finalmente abriu a ultima carta e viu a caligrafia fina e bem feita de Hermione.
“Caro Harry;
Espero que esteja tudo bem com você. Como estão suas férias? As minhas estão ótimas. Já estou na casa do Rony e a Ordem está procurando um jeito de te tirar daí da casa dos seus tios antes do seu aniversario. Não posso dizer que dia isso vai ser por que está carta pode ser interceptada, por tanto deixe suas coisas prontas para partir a qualquer momento. A Sra. Weasley quer você aqui antes do casamento do Gui. Serio Harry você tem que falar com a Gina. Ela anda muito estranha.
Beijos. Adoro-te muito
Hermione”.
Harry ficou um pouco triste quando Hermione mencionou o nome de Gina. Ele estava com receio de chegar à casa de Rony. Gina mexia tanto com ele que um simples olhar triste dela para ele o cortaria o coração, mas ele não tinha escolha. Fora convidado por Gui para ser um dos padrinhos. Mas ele tinha muito medo que não conseguisse ficar longe da sua ruivinha.
Deitou-se em sua cama e olhou profundamente para onde estava Edwiges. Sua coruja branca como a neve olhava para ele também. Os olhos âmbares dela eram muito bonitos. Harry não a deixava mais presa na gaiola. Os tios também pareciam não se importar com isso. Ele estendeu um braço e a coruja voou até ele.
“Será que algum dia eu poderei ter uma vida normal minha amiga?” perguntou para a coruja enquanto acariciava sua cabeça.
Ela olhou para ele e deu uma leve bicada em seu dedo.
“Obrigado por estar sempre comigo também Edwiges. Se não fosse por você acho que já teria enlouquecido nesta casa” e sorriu para ela “Vamos lá faz tempo que você não voa. Pode tirar a noite de folga” completou ao se levantar e abrir a janela. A coruja deu um pio de felicidade e abriu as asas desaparecendo noite adentro.
Harry ficou olhando a coruja desaparecer e depois foi se deitar. Pela primeira vez naquelas férias ele não teve nenhum pesadelo. O único sonho fora com Gina e eles estavam deitados sobre a sombra de uma bela arvore nos terrenos de Hogwarts felizes e tranqüilos.
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“Tragam-no agora” disse uma voz fria e malévola em meio ao um quarto escuro.
“Sim Mi lorde” disse duas vozes. Dois homens vestidos de negro saíram do quarto em que estavam.
“Por favor, Mi lorde...” suplicava uma terceira voz. Uma mulher.
“Já chega! Ele falhou. E deve pagar por seus erros” disse a primeira voz, mais fira e assustadora que antes.
“Mas...” tentou argumentar a mulher.
“Crucio” disse a voz fria apontando a varinha para a mulher que caiu no chão e começou a se contorcer de dor. A mascara caiu no chão e revelou o belo rosto de Narcisa Malfoy.
A porta se abriu mais uma vez e os dois homens entraram por ela trazendo um terceiro quase inconsciente. Ele era praticamente arrastado. O homem que torturava a mulher parou imediatamente, olhou para o que era arrastado e depois disse para os outros três.
“Deixem-nos” e apontou para a porta.
“Mi lorde... por favor!” tentou argumentar Narcisa.
“Eu disse para nos deixar a sós Narcisa” repetiu Voldemort mais friamente.
“Vamos Narcisa” disse um dos homens puxando Narcisa para cima e retirando-a do quarto. A mulher ainda deu uma ultima olhada para o corpo que estava agora no chão com a cabeça virada para o solo.
A porta se fechou e Voldemort se aproximou do corpo que estava no chão. Olhou-o com profundo desgosto. Os olhos vermelhos e em forma de fendas como os de uma cobra tinham um ódio daquele ser que estava aos seus pés.
“Você falhou. Eu dei a você a simples tarefa de acabar com um velho decrepto e você deixou que outro o fizesse. Esteve cara a cara com ele e quase deixou que ele escapasse. Quase pôs toda a sua missão em vão, mas por sorte, Severo estava lá” disse Voldemort chutando o corpo e o virando de barriga para cima.
A mascara caiu com a força do golpe e ele gemeu de dor. Voldemort se aproximou do rosto jovem de Draco Malfoy e disse.
“Mas eu o perdoarei afinal foi só a sua primeira missão e você não fez tudo de errado. Ao menos Dumbledore está morto e agora não há mais ninguém entre mim e Harry Potter. Mas ainda a coisas a fazer. Potter ainda é um problema enquanto seus amigos estiverem junto dele. Está é sua nova missão Draco. Quero que mate aquela maldita sangue-ruim e aquele traidor do próprio sangue. Quero que mate Hermione Granger e Ronald Weasley” disse sorrindo maldosamente.
Draco pareceu levar um tranco quando aqueles dois nomes foram pronunciados. Sua mente trabalhava rapidamente. “Matar Hermione Granger e Ronald Weasley?” disse ele em um fio de voz quase inaudível, mas não para Voldemort.
“Isso mesmo Draco. Se fizer isso estará totalmente perdoado de seu erro, mas se falhar vai se arrepender” disse ele enquanto sentava-se em uma cadeira em frente a uma lareira negra.
“Mas e a menina Weasley Mi Lorde. Afinal ela é a namorada do Potter” disse Draco tentando, em vão se levantar.
“A menina não deve ser tocada Draco. Vamos acabar com os amigos do Potter um de cada vez. Deixe a menina comigo. Quero fazer isso pessoalmente e de preferência na frente dele” disse Voldemort gargalhando friamente.
Draco se levantou vagarosamente devido aos ferimentos que tinha no corpo. Olhou para Voldemort e disse. “Seu desejo é uma ordem Mi lorde” e se retirou.
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Harry acordou muito feliz naquela manha. Os pesadelos não haviam incomodado-o e logo ele já estava de pé pronto para mais um dia. Pensou mais uma vez em Gina e foi fazer a sua higiene matinal. Arrumou-se e arrumou um pouco o quarto deixando suas coisas prontas para partir. Pegou uma mochila que Hagrid havia lhe dado no final do ano letivo do ano passado. Era uma mochila que não tinha limites na parte de dentro e ele poderia colocar o que quisesse lá. Colocou algumas roupas. Livros de feitiços. Sabia que precisaria disso logo que deixassem A TOCA para irem à busca das Horcruxes. A vassoura. A capa de invisibilidade e mais algumas coisas.
Ele não sabia se seria hoje que os membros da Ordem viriam buscá-lo, mas sabia que não poderia partir dali sem dizer um adeus àquela jovem morena que lhe era tão familiar. No final das contas ele nem havia perguntado o nome dela, mas hoje ele o faria.
Ele desceu e fez o seu café e o dos tios que para variar fingiram que a comida havia aparecido com ajuda de deus. Ele lavou a louça e foi para a rua caminhar. Ele foi novamente até o parque e começou a fazer seus exercícios como sempre fazia desde que voltara da escola. Tirou a camisa quatro vezes maior que ele. Ficou de cabeça para baixo nos balanços e começou a fazer as flexões, atualmente ele conseguia fazer 70. Depois foi correr um pouco, desceu a Rua dos Alfeneiros e entrou na Rua das Magnólias e foi-se até chegar a quase no centro da cidade e voltou até o parque sentando-se na gangorra arfando, descansou um pouco e colocou a camisa no chão para não deitar na terra, já passava das 11h00min da manha, ele começou a fazer seus abdominais
Harry parou o que estava fazendo ao ver uma figura entrando pelo portão oposto do parque. Era ela. A morena. Ele se levantou rapidamente. Os cabelos estavam cacheados e soltos. Ela carregava algumas sacolas e fazia algum esforço para isso. Ele se levantou e ficou um pouco vermelho quando ela lhe cumprimentou com um beijo estalado na bochecha.
“Bom dia Potter” a disse sorrindo do embaraço dele.
“Bom dia... er...” disse ele ficando mais vermelho enquanto ela ria. O perfume dela mais uma vez lhe era familiar. Era um cheiro de flores maravilhoso.
“Nicole” a disse por fim sorrindo e ele relaxou um pouco. “Meu irmão só fala de você lá em casa e de como você enfrentou aqueles garotos ontem. Mamãe disse que ele vai destruir a casa uma hora dessas” riu ela.
“Aquilo não foi nada” disse ele embaraçado novamente.
“É pelo jeito não” disse ela olhando para a barriga de tanquinho dele o deixando ainda mais vermelho. Ela riu mais uma vez.
“Precisa de ajuda?” perguntou ele depois de olhara para a quantidade de sacolas que ela trazia consigo.
“Harry Potter oferecendo ajuda?” perguntou ela desconfiada.
“Qual é o problema?” perguntou ele.
“Nenhum... deixa pra lá. Claro que quero” a disse pegando uma sacola em cada mão enquanto ele colocava a camisa e depois pegava duas em cada mão.
As duas garotas que estavam observando a cena ficaram vermelhas de raiva e a que se chamava Emily bufou.
“Ela vai se arrepender” e saiu junto com a amiga.
Harry carregou as coisas de Nick, como ela disse que preferia ser chamada, até a casa da garota. Harry notou que era na frente da casa dos tios e sorriu com isso. Algo lhe dizia que ela escondia muito mais que aparentava. O sorriso mais uma vez o deixava intrigado e o cheiro também.
“Quem é a garota?” perguntou Nick sorrindo.
“O que? Que garota?” disse ele disfarçando.
“Aquela que faz você ficar com esse olhar brilhante?” insistiu ela.
“Um dia quem sabe eu te conto” ele sorriu e foi embora enquanto ela sorria e entrava em casa.
Pela janela da casa, uma mulher olhava enquanto o jovem conversava com a menina e sorriu quando o rapaz sorriu. Aquele sorriso que tanto ela sentia falta, quantas vezes brigara com o pai daquele menino e depois que ele sorria ela simplesmente esquecia tudo. E aqueles olhos iguais aos de sua amiga, outra coisa ao qual ela sentia muita falta. Ela ouviu a porta bater no andar de baixo e a menina entrar e gritar.
“Mamãe eu cheguei do mercado”.
“Deixe em cima da mesa meu amor, que depois eu guardo. Nick, chame seu irmão e mande ele tomar banho” gritou de volta sorrindo.
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