Perto e Longe
N/A- A razão da implicância de Hermione com Mary está em “Harry Potter e a Batalha Final”.
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Naquela manhã de sábado, Mary acordou feliz, depois da sua primeira semana de trabalho. Fora um verdadeiro sucesso, apesar de ter deparado com uma dificuldade enorme em agradar a Hermione Granger, uma aluna extremamente inteligente, mas que não fora com a sua cara e, até o momento, ela ainda não conseguira discernir qual o motivo. Talvez fosse por ter admitido que nunca havia lecionado antes.
Hermione, que via nos estudos a coisa mais importante na vida e resolvera se inscrever de novo em Adivinhação, apenas por pura curiosidade, após ter desistido da matéria no terceiro ano, torcera o nariz perante a possibilidade de a nova Professora ser uma incompetente. Porém, Mary Hallow estava disposta a provar fosse para quem fosse que merecia o cargo que lhe fora confiado e tudo faria para ser a melhor professora de Adivinhação de que Hogwarts tinha memória.
Cheia de planos para um futuro muito feliz, Mary se sentou na cama do seu quarto do Largo Grimmauld. Resolvera que iria passar ali os finais de semana, para ficar perto de Lupin.
Os seus pensamentos foram interrompidos por um barulho vindo da janela e pelo piar de uma coruja, do lado de fora. A janela estava escrupulosamente fechada, para impossibilitar completamente a passagem dos raios de luar pelas suas frestas, durante a noite. Apenas um raio e Mary se transformaria numa vampira descontrolada, de caninos afiados e ávida por sangue.
Ela sabia que as corujas, normalmente, entregavam o correio de manhã, mas havia algumas exceções, por isso, consultou o relógio, para ter certeza de que não correria o risco de encarar a lua assim que abrisse a janela.
Era cedo, mas não o suficiente para que a lua não tivesse ainda cedido o seu lugar ao sol. Suspirando de alívio, Mary abriu a janela e deparou com uma coruja cinzxenta que imediatamente entrou no quarto, piando, trazendo atada à patinha esquerda, bem do lado do coração, uma carta. Desatando-a, a jovem acariciou as penas da coruja, dizendo:
- Obrigada, linda.
A ave piscou os olhos em jeito de contentamento e voou pela janela fora, até se perder de vista.
Mary pegou a carta e o seu coração disparou, ao reconhecer a caligrafia cuidada de Lupin. A missiva dizia apenas: “Só para lhe desejar um excelente dia. Seu, Remo.”
Um sorriso cheio de ternura surgiu nos lábios dela. Queria agradecer, estar junto dele, abraçá-lo, beijá-lo... Com o coração pulando, decidiu ir até o quarto do amado.
Abriu a porta do seu próprio quarto e qual não foi o seu espanto ao deparar com Remo Lupin, em pessoa, sorrindo para ela, como um menino malicioso.
- Eu sabia que você iria me procurar assim que recebesse a coruja. – Ele disse, pegando a mão dela e beijando a sua palma. – Resolvi lhe poupar trabalho. – Olhou para ela e piscou o olho, com ar divertido, a que ela correspondeu, puxando-o para dentro do quarto e se pendurando no pescoço dele.
- Bom dia para você também! – Ela exclamou, arrastando-o até à cama, onde os dois caíram, rindo, como se toda a alegria e felicidade do mundo lhes pertencesse.
A partir daquele momento, mesmo durante a semana, Mary sempre dava um jeito de se esgueirar até o Largo Grimmauld, onde passava as noites aninhadas no peito de Remo, quando toda a casa já se incontrava imersa num sono profundo.
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As férias do Natal chegaram mais depressa do que eles esperavam... e a separação os aguardava. Mary prometera aos pais que passaria o Natal com eles, em Portugal, e por mais arrependida que estivesse da promessa, já que não conseguia imaginar a sua vida longe de Lupin, nem apenas por alguns dias, não teve coragem de desistir da viagem. Não queria dar um desgosto daqueles aos pais, apesar da relutância deles em aceitar Remo como seu namorado.
A relação dos dois estava mantida em segredo. Lupin não se sentia à vontade para assumir um sentimento publicamente. Era tudo muito novo para ele, que sempre fora perito em esconder o que sentia. Mary, por seu turno, esmorecera bastante com a oposição dos pais. Quando lhes enviara uma coruja falando dele, no intuito de partilhar com eles a sua felicidade, a resposta fora um Berrador, censurando-a por ter tido a “irresponsabilidade de se perder de amores por um lobisomem”. A ideia de contar a Molly se desvanecera de imediato, mas Mary sabia que não podia (na verdade, nem queria!) esconder o romance para todo o sempre.
Por enquanto, as únicas pessoas que estavam ao corrente daquele amor eram as melhores amigas da jovem: Ninfadora Tonks e Sarah McGonagall... ou melhor, Sarah Snape! Sim, Sarah Snape! Fora um choque para Mary saber que a sua amiga cigana se casara com uma das pessoas mais desagradáveis que ela já conhecera... Bom, tinha que reconhecer que Snape possuía um certo charme, apesar de toda aquela antipatia e arrogância, mas não podia esconder que o seu olhar frio a assustava demais. Contudo, tinha ficado muito feliz por Sarah, que sempre amara Severo, desde os tempos em que fora aluna dele.
Por outro lado, não conseguia deixar de pensar em como até Sarah havia conseguido se casar com o homem dos seus sonhos com o apoio dos pais, mesmo Snape não sendo exatamente uma pessoa fácil. Já Lupin era uma pessoa tão bondosa, inteligente, simpática, bem-humorada, agradável... Era o homem perfeito! Ou melhor, quase perfeito... e era aquele “quase” que estragava tudo: a sua licantropia, apesar de controlável, constituía uma fonte de preocupação quase doentia para os pais de Mary, o que era agravado pelo fato dela própria sofrer de uma maldição semelhante. Era isso que impedia os Hallow de aceitar de bom grado aquele amor predestinado.
Ainda assim, Mary não desistiu de passar o Natal com eles. Sempre haviam sido muito unidos e talvez aquela época festiva servisse para fazê-los mudar de ideias em relação a sua vida amorosa. Não podia desperdiçar aquela oportunidade.
O único problema era Lupin. A ideia de passar um dia que fosse sem vê-lo era extremamente dolorosa. Ele sentia o mesmo, apesar de não o demonstrar. Dava a maior força para ela ir, porque sabia o quanto aquela viagem era importante para ela, mas os seus olhos cinzentos diziam outra coisa. Diziam: “Não vá, por favor. Não me deixe...”
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