A escola brasileira
O sol já ia longo e quente, num julho como qualquer outro, quando Alf Miller levantou-se e olhou pela janela da sua casa, no agradável povoado de St. Augustinian, localizado nas proximidades dos grandes lagos, no Canadá. Era um povoado inteiramente bruxo, ou seja, lhe fora concedida uma permissão de uso de magia em localidades tidas como públicas e pertencentes à cidade, tais como ruas, praças e travessas.
Isto se tornava cada vez mais comum. O ministério internacional da magia estava em desespero, com milhares de pedidos de magicalização de localidades por todos os extremos do planeta. Já eram 37 registros, sendo apenas 1 até 2015.
O Sr. Miller trabalhava no setor de relações entre as nações, mais especificamente no setor de regulamentação escolar e intercâmbios. A grande vantagem de seu trabalho é que em meses como julho e janeiro as tarefas diminuíam bastante, pois eram tempos de férias em variadas escolas.
Mas, por mais folga que o Sr. Miller tivesse, sua vida não era por todo feliz. Sua mulher morrera na grande batalha de 2053, quando os bruxos do oeste entraram em guerra contra os do leste, pelo poder do então recém-criado ministério internacional. Seus filhos não eram vistos desde então. Era um homem de muitos amigos, mas era um homem triste, um homem sério.
Ele olhou pela janela e viu que já era tempo de se levantar. Tomou um banho, se arrumou, deixou a casa limpa e saiu para a chave de portal que levaria os bruxos sem o Transporte Particular para o ministério, dali à poucos minutos. Foi chamado a atenção por um homem próximo:
_Miller!_ disse o vizinho.
_’dia, Smith!_ respondeu.
_Resolvido o problema da fundação de um instituto de ensino mágico no Brasil?
_Quase lá. Hogwarts e Pôistul enviarão representantes oficiais hoje para decidir quem fica com o país.
_Pôistul?
_Um instituto de ensino irlandês. A maioria dos brasileiros tenta enviar seus filhos para lá, e como nem todos são admitidos, Hogwarts recebe uma grande quantidade de alunos.
_E como será resolvida a questão?
_Numa reunião ordinária do setor de internacionalização escolar e o nosso, com os representantes presentes.
A conversa teve de ser interrompida, pois o sinal da chave de portal havia sendo enviado, o que significava que seriam levados dali a 30 segundos. O grupo, composto por uns 25 bruxos e bruxas, tocou o dedo na chave de portal e aguardou um pouco, até que a costumeira sensação de puxão no umbigo foi sentida, e eles foram levados pelas panelas de pressão destruídas para as proximidades de um pântano no meio do nada, e a única coisa visível era uma casinha com capacidade para 12 pessoas, no máximos.
Miller e Smith seguiram a massa de bruxos que vinham não só do portal deles, mas de vários outros, além de lareiras integradas ao flu, para dentro da casinha, e quando passaram a porta, viram que, na realidade, a casinha era outra chave de portal, que levava instantaneamente para o prédio do ministério.
A localização do ministério era mantida em segredo, para que não ocorresse tentativas de ataques. Bruxos não podia aparatar num raio de 3km’s, e a única chave de portal permitida era entre a casa e o prédio.
Os vizinhos andaram pelo pavimento inicial, um corredor extremamente branco, que dava em espécies de roletas, nas quais só era possível subir para determinados andares de acordo com sua função, e lhe permitindo o acesso aos elevadores através da identificação das varinhas. Cada roleta dava em 4 elevadores.
Eles passaram direto pelo local de identificação dos visitantes e foram rápidos na identificação de varinhas, tomando o terceiro elevador e pedindo o 5º e 7º andar, um andar o de reuniões e o outro de escritórios das relações entre nações. Assim, Miller e Smith se despedindo, e Miller desceu em seu andar.
Era impressionantemente grande, o quinto andar. Milhares de corredores, largos como uma rua, se cruzavam, dando em salas amplas e arejadas para que ocorressem as reuniões, tudo extremamente branco. Hoje estava apinhado de gente, andando de um lado para o outro em busca de sua sala. Miller foi até a ala P e procurou pela sala P125.
A sala parecia que não cabia no espaço que lhe era dado. De cores cinza e verde, era como um estádio de futebol, porém havia lugar para pouco mais de 1000 membros, e o campo era na verdade uma área redonda com algumas cadeiras e uma mesa. Estava quase todo lotado, e os lugares eram marcados.
Haviam repórteres, jornalistas e todo o tipo de gente presente nas arquibancadas. A entrada era através de cadeiras marcadas, o que gerou tumulto do lado de fora. Fotos e flashes eram constantes, e muitos pareciam loucos pela noticia. Por três dias, o Profeta só noticiara acontecimentos deste “julgamento”, e agora todo o mundo queria saber quem seria escolhida como escola do Brasil.
Miller se sentava na primeira fileira, pois participaria ativamente da discussão.
_’dia. Pouco tempo e começaremos mais uma sessão de discussão. _cumprimentou-lhe um bruxo estranho.
_’dia. Eu só espero que Hogwarts não venha com o argumento de que aconteceu em seus terrenos a maior guerra da história, porque isso não dá pra aceitar.
_Ah, não. Ouvi que Hogwarts é a favor dos conservadores, ampla maioria, que não querem o bloqueio do estatuto internacional do sigilo em magia. Pôistul deve argumentar sobre a quantidade de bruxos que fizeram sucesso no mundo que já saíram de seu terreno.
_E quem.._começou Miller, mas foi interrompido pelo diretor da sessão, que estava levantado.
_Na condição de diretor-honorário do departamento de relações internacionais, em todos os seus setores e sub-setores, membro da confederação internacional de leis bruxas e presidente da 135ª reunião de internacionalização do inglês como idioma-geral, eu, Malcolm Keane, declaro aberta a 48631ª reunião do setor de regulamentação escolar e intercâmbio do departamento de relações internacionais. Por esta, pretende-se determinar qual instituição de ensino, dentre Hogwarts e Pôistul, deve ser escolhida para ser instalada em solo brasileiro. Como comitê de decisão oficial, apresenta-se Carlton Campbell, diretor do setor escolar do departamento de relações internacionais, Eric Fanny, bruxo-chefe da conferência estudantil, e Spencer Mac, diretor de projetos e construções internacionais; _os bruxos sentados próximos à mesa deram um aceno_ como representante oficial de Hogwarts, Keith McGonnagal _uma mulher com rosto de alguém justo e severo, com aparência de alta, acenou_ e finalmente como representante de Pôistul, Jack Jackson _um homem moreno, calmo e paciente, sentado à esquerda da representante de Hogwarts, acenou.
“Os membros não-oficiais do ministério se vêem no poder de interferir o julgamento quando acharem necessário para questionar qualquer coisa, dita ou não-dita, pela escola, e terá direito ao equivalente à um voto na decisão final. O comitê se vê em mesmo direito, porém cada voto de seus membros equivale a um voto, sendo meu o voto de minerva em caso de empate”.
“Hogwarts pode começar a fazer sua declaração.
E então, começara. Por duas horas, McGonnagal falou sobre o tradicionalismo e a forma com que Hogwarts sempre formou bruxos sérios, alguns desviados para as artes das trevas, mas nunca que isso fosse culpa da escola. Mostrou a posição da escola quanto à questão da quebra de sigilo, falando o quanto seria desvantajoso para o mundo bruxo isso, e mostrando que muitos de seus diretores, alunos e ex-alunos já tomam atitudes a favor dos trouxas, permitindo, por exemplo, que estes estudem em paz em sua propriedade.
Então, foi a vez do comitê e dos membros não-oficiais realizarem perguntas diversas, que ela se viu forçada a responder depois de tomar a poção veritaserum, que não deixa que as pessoas mintam. Mais tempo de reunião, até que, por fim foi a vez de Pôistul.
Jack falou sem parar, só sendo interrompido pelas perguntas do final. Explicou, detalhadamente, todo o sistema escolar da sua escola, no que a escola é melhor que Hogwarts, os alunos que já estiveram por lá, seu tempo, e tudo mais. Mostrou também posição contra à quebra de sigilo, e respondeu as perguntas com ampla educação e calma, demorando quase o dobro de McGonnagal.
_...mas a escola visa, sempre, o controle da magia pelo aluno, e sua formação social, deixando a critério deste as matérias que serão cursadas a partir do terceiro ano, e permitindo que os alunos refaçam as matérias em horários extras aos das aulas, gerando melhor flexibilidade ao aluno. _terminou Jack.
_Algum outro argumento?_perguntou Keane, interpretando o silêncio como não_ Bem, então os membros não-oficiais, composto pelos senhores presentes nas fileiras 1 e 2, podem chegar a um consenso e me dar um papel que diga para qual dos dois vai o voto. Ao comitê é pedido que me entregue os votos.
Rapidamente, as decisões de todos foram entregues à Keane, que leu em voz alta.
_Doravante, declaro o resultado dessa votação oficial, a partir de hoje. Temos: UM VOTO PARA HOGWARTS, _berrava o diretor_ e UM VOTO PARA HOGWARTS, e UM VOTO PARA PÔSTUL e UM VOTO PARA PÔSTUL. Declaro oficialmente empate e, como declaração de encerramento desta sessão oficial, será dado meu voto de minerva.
“Meu voto é... para Hogwarts”.
Posto no domingo, quando vou lançar, oficialmente, a fic no orkut
PFV, comentem :D
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