Fogo e Água



Harry retirou o primeiro pedaço de destroço com as mãos, o que sobrara do batente de uma janela, e atirou para o meio da rua. Quando iria repetir o movimento de tirar, a corrente não se moveu, impedindo-o de continuar. Ele olhou para trás, Draco o fitava apreensivo ao secar o suor da testa.

- Vou parar, eu estou cansado. – Não era uma pergunta e Harry sabia disso.

- Devemos continuar. Ainda restam mais duas casas para retirarmos os destroços além dessa! – Retrucou Harry impaciente.

- Mas nós já liquidamos com cinco casas! Vamos deixar o resto para os outros.

Harry puxou o pulso, fitando a corrente com angústia.

- Ainda faltam três casas. – Disse o vampiro imutável.

- Continue você! Eu vou sentar aqui e descansar até o amanhecer. – Rebateu Draco sentando sobre um sofá imundo e recoberto por fuligem, no que parecia ser a sala da antiga casa.

- Olhe para os lados; Só existe desgraça. Porque você acha que devemos descansar? Essas pessoas precisam da nossa ajuda.

Draco riu com um som gutural.

- Porque você se importa tanto com essa gente? Nem os conhece! Deixa isso para os aurores, eles são pagos para isso.

Harry puxou a corrente com força, obrigando Draco a levantar um salto. O sonserino bufou de raiva, avançando contra Harry e enfiando o dedo em seu peito.

- Qual é o seu problema?

- Nenhum. – Murmurou Harry num tom sereno, encarava Draco de forma profunda. – E o seu?

O bruxo abriu a boca para falar, mas um grito baixinho e feminino proveniente de trás da casa ao lado o fez calar-se. Harry vincou a testa de preocupação, largando a corrente que ainda segurava e fechando a mão em concha sobre a testa, como que defendendo a visão da luz solar, mesmo que ela não estivesse presente.

- O que foi isso? – Perguntou Draco sentindo um frio na espinha.

- Foi um grito... Melhor checarmos.

- Checar? - Questionou o loiro com uma convicção pequena. – Deixe os aurores checar!

- Se tivesse algum.

A princípio ele não entendeu o que Harry quis dizer, mas assim que o bruxo o guiou até a calçada da frente, Draco notou que estavam sozinhos na rua. O grupo de aurores da ala leste tinha terminado de apagar o incêndio da última casa e provavelmente partido para a outra rua, deixando os dois garotos trabalhando sozinhos. Draco engoliu a seco, falando com um tom de pânico na voz.

- Vamos sair daqui...

- Pare de chorar como uma garotinha! Não há perigo por enquanto e, se houver, nós lutaremos contra ele.

Harry puxou a corrente com vontade, seguindo entre os destroços menores da casa até parar à frente da moradia vizinha. Naquela ali, o fogo havia queimado apenas o princípio da lateral direita, chamuscando as paredes de concreto. Fora isso, estava intacta. O vampiro inflou os pulmões, captando qualquer resíduo de cheiro presente no ar, mas, como tinha previsto, o cheiro de vampiro ainda estava impregnado no ambiente. Se tivesse um ali ou não, era impossível saber. Ele parou, fitando o outro com autoridade.

- Fique a postos, certo? Vou pedir uma coisa para você: Aja o que houver, só fuja se não houver alternativa. Porque se eu souber que você fugiu quando eu mais precisava de você... – Harry fez uma pausa violenta, movendo o pulso de forma ameaçadora. Nem ele próprio se reconhecia mais... Algo dentro de si dizia que estava na hora de ser diferente. – Irei te caçar até arrancar a sua cabeça!

- Tudo bem! – Draco gesticulou nervosamente com uma mão, apanhando a varinha com a outra. – Eu não vou fugir. Até porque não poderia se quisesse...

Harry vislumbrou a corrente e deu-lhe as costas, rumando pé ante pé em direção a traseira da casa. Ao contrário de Draco, que fazia um barulhão ao pisar na grama alta, os pés de Harry tocavam o chão sutilmente sem produzir um único ruído. Para chegarem a traseira da casa era preciso passar por um amontoado de arbustos escuros, que fizeram o sonserino engolir a seco e passar com relutância entre eles. O grito feminino se repetiu, porém, ao contrário da primeira vez, ele soara abafado, como se estivesse dentro daquela casa.

- Você acha que eles voltaram? – Perguntou Draco com a varinha colada no peito.

- Não sei...

- O que faremos se virmos um? – A voz dele tremeu de pavor. – Digo, devemos matá-lo? E se não conseguirmos?

Harry parou com uma impaciência gigantesca, fitando o rosto pálido do “inimigo” com raiva.

- Se você não matá-lo, ele matará você. – Houve uma breve pausa, Harry lembrou de Rony e Mione e sentiu que fazia falta estar perto deles naquele instante. – Não demonstre medo. Quanto mais medo você aparentar, pior será para você. Eu posso sentir seu cheiro como se fosse uma janta apetitosa.

Draco soltou um grunhido seco com a garganta, apertando os olhos para enxergar sobre o ombro do bruxo. Teve a impressão de visualizar um vulto negro passar rapidamente da floresta atrás da casa para a direção oposta, sumindo de vista.

- Eu vi algo! – Murmurou Draco apontando para a floresta.

Harry olhou para a mesma direção, franzindo as sobrancelhas. Precisava parar de pensar em Draco e se concentrar mais na situação. Como deveria pensar? “Como Ângela pensaria se estivesse em meu lugar?” Pensou, voltando a caminhar. Sacou a varinha rapidamente, empunhando-a para um ponto fixo à frente. “Eles são vampiros, então estão caçando... Se estiverem realmente aqui, é claro. Precisamos virar o jogo.”

Eles finalmente chegaram na parte traseira da casa, mas nada virão além da porta entreaberta dos fundos. A escuridão engolia a orla da floresta e os destroços da casa onde estiveram minutos antes. Não havia mais o reflexo prateado da lua crescente sobre o chão, o que dificultava o terreno para Draco e melhorava para Harry. Pensou em ativar a visão vampírica, mas precisava aparentar ser apenas um bruxo. A surpresa era uma ótima cartada. O silêncio era perturbador... Tão perturbador que a cidade inteira parecia parada no tempo. Não haviam insetos fazendo barulho, pássaros piando ou pessoas lamentando.

Harry rodeou a casa com Draco aos seus calcanhares. O sonserino amenizara um pouco o receio, tentando conter os pensamentos e mentalizando apenas as aulas que tivera de DCAT e o que ouvira sobre os vampiros. Não seria deixado para trás por Harry... E se agora estava lá, então lutaria. O vampiro-bruxo tocou a superfície gelada da porta entreaberta, olhando através da pequena fresta a cozinha escura e vazia.

- Eu vou na frente, então fique com os olhos atentos para trás. Grude as suas costas na minha, fique atento e não entre em pânico. Se vir algo, pense duas vezes antes de atirar, porque pode ser um vampiro ou não.

- Tudo bem. – Tartamudeou Draco de volta, dando as costas para Harry e mirando a varinha para a floresta.

Seus olhos arregalados procuravam fitar o menor movimento das sombras, apesar de nada ver além de galhos secos, folhas caídas no chão e a leve brisa roçando na copa escurecida das árvores. Um manto azul marinho parecia ter coberto todo o seu campo de visão... Então era assim que a noite era? Perguntou o sonserino. “Tão assustadora.”

Harry engoliu a seco e empurrou a porta, entrando com tudo na cozinha e a varinha a postos. A visão já acostumada com o breu conseguia analisar facilmente o ambiente. Draco o acompanhou, encostando as próprias costas nas dele, empunhando a varinha com voracidade. “Ninguém vai me matar essa noite.” Refletiu aflito. “Nem chupar meu sangue!”

Harry se concentrou o máximo que pode, farejando ou ar ou tentando captar o menor ruído possível presente no lugar. Como era difícil agir daquela forma... Voldemort parecia um inimigo muito mais cortês do que aqueles vampiros “vingadores”. Foi então que ele ouviu um grunhido vindo da sala, lembrando muito o choro de uma criança assustada. Malfoy semi-cerrou os olhos, dando um passo a frente e pisando numa taboa solta no chão.

- Droga! Dá pra fazer menos barulho? – Perguntou Harry baixinho. – Estou ouvindo um choro...

- Eu também.

- Parece vir da sala...

O choramingo continuou constante e baixinho. Harry inclinou o corpo para frente, ficando um pouco encurvado. Em passos lentos e silenciosos, caminhou até a sala. A peça seguinte era enorme: Tinha uma mesa retangular de oito lugares, dois sofás de quatro lugares, duas poltronas, uma lareira, três estantes de livros, prateleiras e mesinhas de vidros com enfeites e o que parecia ser um pequeno balcão com uma estante de bebidas atrás. O choro parou, como se quem estivesse lá percebesse a aproximação dos outros.

- Tem alguém aí? – Perguntou Harry com firmeza.

- Harry... – Murmurou Draco com um quê de pânico na voz.

- Somos amigos! Viemos para ajudar.

Harry não precisou ver para saber a localização da pequena menininha de seis anos, pois seus ouvidos captavam sua respiração como se ela estivesse ao seu lado. Lentamente ela se levantou de trás da banca de bebidas, revelando o rosto inchado de tanto chorar. Seus cabelos castanhos ondulados caíam como uma cascata pelos ombros, misturando-se ao vestido vermelho com bolinhas amarelas. O vampiro respirou aliviado.

- Ah, você está perdida?

A garotinha assentiu positivamente.

- Harry, acho que...

Ele ignorou Malfoy.

- Venha aqui, nós viemos te salvar. Vou te levar até sua mãe!

Ela arqueou as sobrancelhas, formando uma expressão de horror e pânico.

- Espere! O que foi?

- Harry! VAMPIRO! – Gritou Draco erguendo a varinha e apontando para o vulto negro que bloqueava a entrada da cozinha. Seus olhos eram vermelhos como o fogo e era possível ver os longos caninos afiados. – LUMUS!

O Jato forte de luz pareceu uma boa idéia, porque o vampiro tapou os olhos e recuou, afetado pó uma cegueira momentânea. Os olhos de Harry também arderam, não tanto, porque a visão vampírica não estava ativada, mas o suficiente para incomodá-lo.

- Vamos pegar a garota! – Exclamou Harry correndo em direção a banca.

A corrente estacou antes que Harry pudesse chegar lá.

- Vamos embora! A saída está livre! – Gritou Draco apavorado apontando para a janela estilhaçada da sala da frente.

- Não! – Respondeu Harry com firmeza, não despregava os olhos do vampiro acuado e tonto na cozinha. – A garota!

Draco continuou hesitante.

- Ele vai nos matar!

- E daí?

A maneira como Harry fizera aquela pergunta deixara Draco surpreso.

- Nós temos uma vida aqui, Draco! Eu não vou fugir! Corte a sua mão fora, se quiser, mas não pense que vou ser covarde como você! Como você vai viver sabendo que deixou para trás uma criança?

Na realidade, Draco não parecia muito preocupado com a criança, ou tentava não demonstrar estar. O pior seria se os outros descobrissem que ele era covarde a ponto de fugir e deixar inocentes para trás... Num momento de dúvida e contradição, Draco viu um segundo vulto aparecer e bloquear a passagem através da vidraça quebrada. “Acho que não tem jeito.” Pensou consigo. Baixou o rosto, enquanto Harry mantinha o olhar fixo sobre ele.

- Que se dane! – Exclamou Draco encarando Harry. – O que vamos fazer?

O vampiro-bruxo sorriu amarelo e o sonserino retribuiu. Talvez fosse errado pensar daquele jeito, almejando a derrota antes mesmo de terminar a batalha, mas se fossem morrer... Então morreriam lutando. Harry voltou a fitar o vampiro na cozinha, que recuperava parcialmente a visão e agora os olhava com raiva.

- Vamos para trás da banca.

Draco atendeu as ordens de Harry sem hesitar, correndo junto ao companheiro até a banca. Eles saltaram sobre a madeira, abaixando-se momentaneamente atrás da defesa provisória. A garotinha jazia encolhida em uma entrada embutida no balcão, abraçada aos joelhos. O sonserino abaixou o rosto até ficar na altura dela, ajoelhando-se no chão.

- Qual é o seu nome?

A garota olhou-o com receio.

- Tudo bem, nós somos amigos.

- Elizabeth. – Respondeu por fim, estendendo os braços e esperando um abraço.

Draco olhou para Harry sem jeito, que apenas deu de ombros. Não era costume de um sonserino abdicar do comportamento egoísta com facilidade... Mas a situação lhe pedia isso. Ele abriu os braços e a garota veio ao seu encontro, abraçando-o com força.

- São dois. – Começou Harry respirando ofegante. – Eu precisava lutar com eles, mas a corrente me impede de ir muito longe. Vamos manter o combate à distância... Essa bancada é a nossa proteção.

Draco assentiu positivamente, suando frio.

- Harry. – Chamou Draco enquanto o vampiro preparava para ficar de pé. – Se algo der errado...

- Nada vai dar errado. – Completou Harry com um sorriso sombrio.

Malfoy olhou para Elizabeth após desfazer o abraço.

- Fique aqui, tudo bem? Não se assuste. Quando terminarmos, procuraremos por sua mãe.

Ela assentiu positivamente, se afastando com relutância e voltando para o pequeno esconderijo. Draco e Harry trocaram um olhar rápido.

- A luta.

- A luta. – Repetiu Malfoy.

O lumus havia sido desfeito fazia muito tempo, então a visão para Draco não era boa, mas o pouco de iluminação que entrava pela janela ajudava e muito. Eles contaram até três mentalmente e ficaram de pé, apontando as varinhas nas respectivas direções aonde deveriam estar os vampiros. Mas, ao contrário do que esperavam, o lugar estava vazio.

- Não se deixe enganar. – Completou Harry atento ao ambiente.

Aquela situação o estava deixando atiçado, extasiado e... feliz. A emoção era uma coisa que lhe fazia parte da vida agora e negá-la ou passar tempo demais longe dela acabava por deixá-lo infeliz. O vulto negro saltou de trás do sofá como uma sombra, avançando sobre Draco. Harry fora mais rápido, mirando a varinha na direção do vampiro.

- Estupefaça! – Gritou.

O jato luminoso passou rente ao vampiro alto que desviou agilmente para o lado. Draco mirou a varinha em sua direção.

- Sectusempra!

Novamente ele havia desviado, saltando para trás de um relógio cuco ao lado da lareira. O segundo vampiro entrou em ação, atirando um monte de pratos roubados na cozinha sobre os dois bruxos. Era impossível saber de onde ele atirava, porque os pratos pareciam vir de todas as direções.

- Protego! – Gritou Harry, mas não fora rápido o suficiente e recebera uma pratada na mão.

A varinha voou no chão, caindo em frente à banca e longe de suas mãos. Draco olhou para o lado, procurando enxergar o vampiro de canto de olho. Era mais fácil enxergar daquela forma no escuro... Esquivou de uma pratada na cabeça e apontou a varinha para trás da mesa retangular.

- FIRUMFLIPE! – Gritou.

O jato em chamas atingiu o peito do vampiro, mas com intensidade o suficiente apenas para chamuscar suas roupas. Ele riu, arqueou o corpo e chutou a mesa, atirando-a para frente e criando uma espécie de barreira de vidro.

- Estou sem varinha! – Grunhiu Harry.

Draco soltou uma gargalhada nervosa, mirando a ponta da varinha para o relógio cuco.

- Estupefaça!

O relógio cuco estourou, lançando pedaços da madeira e ponteiros para o lado. Antes que percebesse, o vampiro atrás da mesa saltou agilmente em sua direção, pousando na bancada e erguendo o punho para socar e nocautear Draco de uma única vez. O loiro abriu a boca, sem tempo de corresponder ao golpe. Porém a defesa viera de Harry, que desferiu um soco contra o “soco” do outro vampiro. Os punhos se bateram com uma intensidade poderosa, atirando ambos para trás. Harry teve o azar de bater contra as prateleiras, partindo algumas garrafas e se sujando de bebida.

- Harry! Você está bem?

- Presta atenção!

Draco voltou a olhar para frente, mirando a varinha para o vampiro estatelado e confuso no chão.

- Avada Kedav...

Um chute forte lançou a varinha de Draco na outra extremidade da sala. O segundo vampiro, que deveria estar escondido atrás do cuco destruído, irrompeu de trás do sofá ao lado, parando sobre a bancada. Chutou o peito de Draco, que caiu no chão ofegante. Receber o chute de um vampiro era pior do que pensava. Harry escorregou com as costas feridas por cacos até cair sentado no chão, ao lado do parceiro.

- Olhe para isso, Gary. – Disse o vampiro sobre o balcão.

- São aurores? – Perguntou Gary levantando e esfregando o pó das roupas.

- Não. – Liu soltou uma gargalhada. – São crianças!

- Você está bem? – Perguntou Harry para Draco.

- Sim... – Ofegou.

- Mas não por muito tempo... – Disse Liu com veemência. Seus olhos vermelhos cintilavam.

Harry sabia o que era aquilo: A sede.

- Vocês atacaram a cidade! – Estourou Harry enfurecido. – Como ousam a machucar tanta gente?

Gary apoiou os cotovelos sobre o balcão. O sorriso malicioso que brotava em seus lábios era visível. Liu carregava uma expressão mais serena e confiante por baixo dos traços chineses.

- Vocês pediram por isso, bruxos.

- Mas e as pessoas? Deveriam atacar o ministério! Não machucar inocentes! – Gritou Harry fazendo força para centar. Os cacos haviam penetrado fundo na carne de suas costas, esparramando o sangue rubro pelo chão. Draco o imitou, encarando o vampiro com ódio.

Não estava mais com medo, mas com raiva. Como aqueles imbecis ousavam a desafiar um Malfoy daquela forma? Liu saltou para dentro do balcão, agachando-se à frente de Harry.

- Esse sangue tem um aroma saboroso...

Harry cuspiu na cara do vampiro.

- É isso que você acha? Então vem pegar.

Liu agarrou o pescoço do vampiro-bruxo com força, espremendo a carne com intensidade. Harry não deixou transparecer a dor, mais porque não a sentia do que qualquer outra coisa. Desde que entrara pra vida Vampirica, respirar era uma coisa necessária de tempos em tempos. Repentinamente as lembranças da noite em que tivera na Floresta Proibida invadiram sua mente...

- Nós vamos acabar com essa cidade, muleque. – Alegou Gary com uma risada fria.

- Não vai sobrar ninguém para contar história. Se não nos banquetearmos com o sangue, então simplesmente penduraremos seus corpos para que os outros vejam o estrago que faremos. – Continuou Liu aproximando o rosto da face contorcida de Harry.

- Não! – Gritou Elizabeth irrompendo do esconderijo e saltando nas costas do vampiro, desferindo-lhe socos e chutes.

Liu virou o corpo, desferindo uma bofetada na cara da garotinha, que caiu no chão desmaiada.

- Elizabeth! – Gritou Draco angustiado.

“Firenze foi o primeiro a morrer por minha causa desde que entrei nessa vida... Ninguém mais morrera.” Os olhos de Harry acenderam, não em vermelho, mas em um verde brilhante. Os dentes afiados e longos sobrepuseram os lábios finos. Liu afrouxou a mão, surpreso com aquela revelação estranha de poder. Harry enfiou a mão no estômago do inimigo, aproveitando o instante de falta de cuidado.

- Firumflipe! – Gritou extasiado, mesclando um sorriso com rigidez.

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