Coexistência - único.

Vodka. O gosto amargo descendo por sua garganta.

Seus olhos estavam vermelhos, e sua expressão era indiferente. “Parabéns Draco Malfoy, você conseguiu estragar tudo!”.

Tinha vontade de quebrar o copo do drink com suas próprias mãos. Queria tirar os sorrisos apaixonados dos casais que ali se encontravam, felizes com a perspectiva estúpida de não estarem sozinhos.

Corpos unidos. Bocas. Explorando-se, encontrando-se. Apenas entre os lábios dos dois.
Gemidos. A pele sendo desprovida de todos os segredos, pra no final, formar o maior deles.

- Granger...

Mais vodka. Muito mais.
1, 2, 3... Quantos drinks forem necessários pra apagar da memória a lucidez improvisada.
Porque ele já não queria perdê-la

- Ainda sou um Malfoy, sangue-sujo. Nada mudaria isso.

- Boa sorte então, loiro aguado. – Respondera a castanha.

Impassível. Largada. Patética.
Com o rosto ainda limpo, afinal: grandes garotas não choram.

Castanho. Traga a cor de volta. A cor dos olhos dela misturados aos seus. Traga a vida de volta. A vida presa desprovida de feitos que o tornavam digno de uma heroína como ela.

Boa demais. Intensa demais.

Ódio. Pra que serve o ódio? Há tantas outras coisas a caminho. Formas de cortar o percurso, mãos que se uniriam secretamente.

Ela estendia a sua mão delicada. O ego de Draco Malfoy o prendia no abismo negro que lhe era destinado.

- As pessoas partem, Granger. As pessoas sempre vão te decepcionar.

- E se mesmo assim eu confiar no meu maior inimigo? O que você faria?

- Não vou me unir à ordem da fênix.


Doces quando tomados pela sua boca. E não quando ela sorria pra um daqueles dois amigos imbecis. Os lábios.

Como ele sentiria falta de tê-la!


- POR QUE NÃO CASA LOGO COM O POTTER?!

- SOMOS SÓ AMIGOS, MAIS QUE DROGA DRACO!

- OH, SÉRIO? A QUEM PENSA QUE VAI CONVENCER COM ESSE DISCURSO, GRANGER? EU VI O JEITO QUE VOCÊS SE OLHARAM! NÃO OLHE PRA MIM COMO SE FOSSE INOCENTE, EU SEI QUE VOCÊ NÃO É!

Lados opostos nem sempre são rivais.

Mate ou morra por amor, porque no fundo, ele é só um crime vazio.

- Eu juro que quando essa guerra acabar, eu volto...

- Adeus.



E era isso. Assim deveria ser. O comensal. A queridinha do Potter.
Não se misturem.
Ela é nobre demais pra amá-lo.
Tarde demais: ela escolheu morrer por amor.

- AVADA QUEDRAVA! – Gritara Rony, a garota precipitou-se jogando o corpo contra o do loiro repentinamente.

Caiu em seus braços.

- Granger... Não, Granger... Não... – Murmurara, segurando-a pra mais perto de si.


Como é frio.
Ela não existe. Ela se foi. Não há nada que o mantenha.

Deposita o líquido em sua bebida, o pó dissolvendo-se perfeitamente na vodka.
A maldita vodka de novo!

- Prefiro Vodka.

- Desde quando cdfs bebem?

- Não disse que bebo. Disse que prefiro, doninha.

- Por que não pode simplesmente me chamar de Draco?

- Por que não pode simplesmente vir pro lado certo da guerra?,

Bebe. Sem dó, sem perdão, sem medo. Ele a encontraria. Os orbes castanhos brilhando. A voz hipnotizando sua alma.

Era ela. Hermione Granger. O céu deveria existir. E mesmo que não chegasse lá, ele daria um jeito.
Tudo o que é oposto coexiste, apenas pra permanecer oposto.
Algum lugar dentro dele encontrava plenitude na morte. Viver sem tê-la viva era bem mais confuso.

Vodka. A droga da vodka. Consolando inimigos, roubando-lhe chaves.

Vulnerável é aquele que aceita o seu destino e fica feliz, por mais cruel que lhe pareça.

Estar sem ela em uma guerra idiota. De que adiantava? O que seria do futuro, se o presente havia morrido?

- Eu te amo...

Virou tudo em um só gole, sorrindo sarcasticamente.

Às vezes, o que é letal, também traz a salvação.


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n/a: Desculpem se a fanfic ficou confusa. Mil desculpas mesmo. A idéia me veio do nada, só escrevi. Eu tava bastante sonolenta por sinal. Comente, votem. Etc.etc. Obrigada a todos e... detalhe: eu não sei bem porque coloquei esse título. Tá meio que voando. ;D

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