O reino perfeito



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PhotobucketAutor: Paula Black Photobucket





Olhou da janela, avistando logo abaixo as casinhas cheias de enfeites; a multidão de crianças esperando a chegada do Papai Noel com seus presentes; os pinheiros decorados e a neve que enfeita todos os natais.

Eu penso então que há anos atrás eu mesma era uma dessas crianças; Acostumada a olhar a neve e contar os flocos que caiam pela janela um a um, todos diferentes, porém belos. Eu imaginava um reino onde era a rainha e existia paz, amor e todas as crianças tinham brinquedos no Natal e uma cama para deitar todas as noites com pais para contar histórias. Um lugar onde o “não” não existia e a beleza era eterna, um lugar onde os apaixonados pudessem passear pelas praças de mãos dadas e as velhinhas jogavam migalhas de pão para os passarinhos. No meio do meu reino haveria uma fonte de água cristalina, tão cristalina que de manhã o sol a tocava transformando a água em um feixe de dourado, e o coração de todos era tão cristalino quanto à fonte que ali jazia.

Durante todos os anos eu guardei a lembrança do meu reino de sonhos, e no fundo o que não me deixava enlouquecer era a esperança de ver meu sonho se tornar real, a doce ilusão de conseguir o impossível...

Todo o Natal eu pedia a mesma coisa “Dê-me o reino”, e então eu acordava e via o mesmo par de meias do outro Natal, mas em cor diferente, então no ano seguinte eu me enchia de esperança e dizia “Esse Natal será diferente, ele vai me ouvir, eu não briguei com ninguém, eu fui uma boa menina...então, simplesmente, dê-me o reino!”. E mais uma vez ele não me ouviu...

Aos poucos, - como um castelo de areia levado pelas ondas-, meus sonhos e minha fé se foram e eu descobri a real e dolorosa verdade: Reinos onde tudo é paz não existem. No começo eu quis chorar, e todo o Natal me trazia a dolorosa lembrança de que não era possível ter um mundo perfeito, isso, até que você chegou.

Você me fez ver que cada manhã em que acordava em seus braços era um pedaço de meu reino sendo conquistado, que o meu reino é onde o meu coração está. Você se preocupou em juntar os pedaços da pequena Hermione, e como um quebra cabeça difícil de montar, juntando peça por peça.
Você jogou em minha boca pequenas gotas esperança, me mostrou que uma espada vence batalhas e um sorriso vence guerras. Me fez entender que eu deveria acreditar no Natal, que eu deveria viver, e não respirar lembranças, e o mais importante, você me ensinou a amar, a te amar.

Bem... então por tão brilhante trabalho Sr Harry J. Potter tenho o prazer de lhe dar o seu presente de Natal adiantado: seu filho (ou filha) nascerá daqui a sete meses no mês de julho, acostume-se com a palavra “papai”, pois é o que ouvirá por muito tempo.

Quer saber outro segredo?

Esse ano eu vou escrever uma carta para o Noel, e antes que você fale algo, eu não vou pedir nada, somente agradecer. O bom velhinho merece um agrado, afinal ele me deu um Reino... não do jeito que eu queria, confesso, mais melhor, bem melhor. Talvez seja pelos Natais em que ele não me deu nada.

Eis aqui o maior de todos os segredos...

O reino perfeito não é constituído por paredes concreto e tijolo. O reino perfeito é a fé inabalável, uma fé que constrói muralhas e derruba gigantes; a esperança de não ter o que comer e dizer “Hei, tudo bem...vai dar tudo certo!”.

O reino perfeito é onde, por mais difícil e cansativo o dia, sempre se tem um motivo para voltar para casa, voltar para os braços de alguém.

O reino perfeito não se conta pelo número de cavalheiros para te defender, mas pelos homens que tem coragem para dizer que tem medo de guerrear. Um reino perfeito é constituído de verdades, verdades duras que machucam, mas que no final são sempre o melhor.

O reino perfeito é algo que está dentro de cada um. Uma palavra de amor jogada ao vento. A neve que cai e não se vê, as folhas que caiem das árvores no outono, o sol de verão que queima a pele...

Não importa a ocasião, Harry Potter, você sempre será meu grande Reino Perfeito.

Feliz Natal, meu amor.


P.s.: Provavelmente nesse momento você deve estar com os olhos cheios de lágrimas e pensando em como você vai beijar a minha barriga assim que eu chegar do trabalho, mas, por favor, não esqueça o pernil no forno. Ele é a nossa ceia.

P.s.²: Coloque a sidra na geladeira e várias garrafas de suco de fruta, afinal grávidas não bebem álcool.

P.s.³: Não esqueça nunca que eu te amo.



O moreno sentiu o cheiro de queimado envolvendo a sala e sorriu maroto. Talvez a ceia não ficasse perfeita, mas o seu Natal... Ah, esse sim seria perfeito.




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