O melhor natal de todos
Autor: Willian Kenji.
Harry observava sua mulher enlouquecer enquanto arrumara a casa para o Natal. Ele sorriu ao pensar como ela ficava linda enquanto enlouquecia. Somente por fora, obviamente, ele não gostava nem de imaginar como ela era por dentro enquanto enlouquecia.
Seus devaneios foram interrompidos quando uma voz gritou em sua orelha. Rapidamente despertou, e quando olhou para seus pés, sussurrou:
- Droga!
Esquecera-se de uma coisa... Nunca, mas NUNCA coloque os pés na mesa enquanto Hermione arrumava a casa para alguma festa. Se o fizesse, ela explodiria. E dessa vez, não fora diferente.
- Harry! – ela gritou, num tom entre furiosa e frustrada. – Passo o dia inteiro arrumando essa casa para receber nossos amigos no Natal, e como se não bastasse você não ajudar, atrapalha! Você sabe o quanto o Natal é importante para nós dois... – ela abaixou o tom, agora mais para chateada, quase chorando.
Harry ficou desarmado, não agüentava vê-la chorando. Seu cérebro trabalhou furiosamente, tentando arranjar um jeito de consertar a burrada feita.
- Mi... Desculpe... E-Eu realmente não pretendia atrapalhá-la, simplesmente esqueci... Okay, pra mostrar como estou realmente arrependido, irei ajudá-la. O que você precisa?
O rosto de Hermione se iluminou ao ouvir isso.
- Sério? – sussurrou ela, maravilhada. Isso nunca acontecera. - Bom, já que vai me ajudar, você poderia controlar seus filhos, eles estão ajudando tanto quanto você estava. – disse ela, agora voltando ao seu tom normal.
Harry assentiu, quase se arrependendo de ter se oferecido pra ajudar. Controlar seus filhos era quase impossível. Mas, ele tinha uma pequena tática.
- Rose! Hugo! Tiago! – gritou Harry, do pé da escada. Não estava certo se queria ver o que tinha acontecido lá em cima. – Desçam, quero falar com vocês!
Ele sorriu ao ver quem era o primeiro. Tiago. O primogênito dele e de Hermione. Uma mistura perfeita dos dois, cabelo do pai, sorriso da mãe, inteligência da mãe e o mais marcante em sua fisionomia, obviamente, os olhos verdes.
- Fala pai. – disseram os três em coro. Harry se surpreendeu ao ver os três de repente. Só vira Tiago.
- Bem, vocês sabem que a tia Gina, o tio Draco, a tia Luna e o tio Rony virão hoje à noite, certo? Sua mãe está com aquele temperamento que vocês conhecem, e sabem o que fazer?
- Ficar quietos, não fazer barulho nem bagunça até a chegada deles. – repetiram os três em coro, perfeitamente sincronizados. Pudera, já fazia sete anos que falavam isso.
- Perfeito. E em troca vocês ganharão o de sempre, uma semana onde vocês quiserem.
- Tá bem papai, vamos nos comportar. – disse Rose por todos os outros. – A que horas eles vão chegar?
Harry consultou o relógio.
– Em 3 horas.
- Okay, vamos esperar. – respondeu Tiago e subiram os três correndo.
Harry os assistiu sair escada acima, rindo, pensando como era fácil fazer isso. Logicamente ele iria enrolar mais um pouco, pois Hermione pensava que essa tarefa era difícil, e ele não ia decepcioná-la. E... Pensando bem, não queria outro trabalho tão cedo.
Ele se recostou num banco, bem longe da vista de Hermione e relembrou do Natal mais importante da sua vida, há doze anos atrás...
Início do Flashback
Harry esperava ansiosamente a chegada de seus amigos enquanto Gina andava de um lado para o outro, irritando qualquer ser no recinto. Enquanto respirava fundo para não berrar com ela, pensou, com raiva de si mesmo.
“Por que eu ainda vivo com ela, mesmo sendo separado?”.
Enquanto se convencia que era porque era insanamente burro, outra vozinha apareceu em sua cabeça.
“Lembre-se de seus filhos... Como eles se sentiriam sem um pai ou uma mãe presentes...”.
Harry suspirou, derrotado, quando a campainha tocou. Rapidamente, se viu abrindo a porta e exibindo um largo sorriso ao ver quem era a primeira convidada da fila. Ela estava lá, gloriosa como sempre... Hermione.
Era incrível como ela parecia estar mais linda a cada vez que ele a via. Seus cachos definidos, seu corpo maravilhoso que fazia qualquer um babar litros (agora realçado com um vestido azul-marinho), seu rosto desenhado com linhas perfeitas... Como se não bastasse, era inteligente, engraçada, divertida...
- Harry! – disse Hermione, interrompendo Harry de seus elogios mentais. – Nossa, quanto tempo! – era verdade. Não se viam desde setembro, quando deixaram os filhos no trem para Hogwarts. – Como você está... Elegante. – Hermione se controlou nessa hora. Quase soltou um ‘gostoso’. E não sem razão. Harry estava nos seus 30 anos, corpo invejável esculpido pelo quadribol, cabelos negros, ainda rebeldes, olhos verdes vivos e um rosto deliciosamente arrogante que o fazia mais desejável.
- Obrigado Srta. Granger, saiba que a senhorita também está muito elegante! – não era necessário novos elogios mentais. – Por favor, entre.
- Obrigada. – Hermione entrou, viu a casa de Harry impecavelmente arrumada para o Natal. Eles eram o único casal, separados, que conseguiam deixar a casa arrumada. Ela e Rony, separados, não viam a necessidade de arrumar a casa, visto que os dois evitavam passar muito tempo um com o outro. Afinal, eram separados, mas ainda era um pouco constrangedor. Só arrumavam quando os filhos chegavam. – Nossa, a casa de vocês está maravilhosa.
- Obrigado, nós... – Harry foi interrompido por uma série de furiosas batidas na porta. Se xingou. Ficara tão maravilhado com Hermione que esquecera do resto dos convidados. Abriu a porta rapidamente. – Me desculpem! Realmente lamento... – disse envergonhado.
- Tudo bem cara... – Rony foi o primeiro a falar, enquanto Luna, Mike (ex-marido de Luna) Draco, Julie (ex-esposa de Draco), Rose, Hugo e Scorpio riam da vergonha de Harry. E ao passar por Harry, falou baixinho – Fecha a boca para não babar, okay? – e depois riu.
Harry riu também, dando um soquinho no braço de Rony. Ele era o único que sabia de seu amor por Hermione. Ele contara a Rony assim que percebeu o que sentia. Na época, o casamento dele e de Rony estava estremecido, talvez por perceberem depois que não tinham se casado com a pessoa certa. Rony aprovou na hora, dizendo que sempre soube disso, apenas não queria admitir para si mesmo.
Harry cumprimentou o resto do pessoal e os encaminhou para a sala, onde Gina os esperava. Não tirava os olhos de Hermione. Isso estava virando uma doença.
O jantar correu normalmente, com Harry sempre secando Hermione, e esta corando cada vez que encontrava seu olhar. Talvez se Harry não estivesse concentrado em observar Hermione, ele perceberia uma coisa anormal. Ninguém conversava com todos, apenas em casal, e cada casal também alheio a esse fato. Somente Rose, Hugo, Albus, Tiago, Lílian e Scorpio percebiam isso, trocando olhares marotos. Eles observaram por um momento os casais formados, e depois começaram a discutir quem ficaria com quem após seus pais se casarem. Rony e Luna, Draco e Gina, Mike e Julie, e o casal mais obvio, Harry e Hermione. Eles chegaram à conclusão que, sim, daria uma boa mistura de famílias.
Após a janta e a sobremesa, todos se dispersaram em cantos da casa. Harry puxou Hermione para o canto mais reservado da casa. Ponderara durante o jantar e chegara à conclusão que esta seria a noite, então tinha que leva-la a um lugar onde teriam privacidade o suficiente.
- Então, o que andou fazendo esses últimos três meses? – perguntou Harry, numa tentativa de começar uma paquera desajeitada. Nunca precisara disso, Gina sempre gostara dele, e agora, numa tentativa de conquistar Hermione, pensou que podia ter no mínimo perguntado para alguém como se fazia isso, não tinha a mínima idéia.
- Bom, eu estive muito ocupada no Ministério e... – Hermione ia continuar, mas de repente notou o olhar intenso que Harry lançava para ela. Corou na hora. – Por que está me olhando desse jeito? – perguntou, com uma voz trêmula.
Harry sorriu. Sua paquera estava dando certo.
– Nada... Só fazia tempo que não a via... Você está tão linda... – Harry não planejara esse último comentário, mas não conseguiu refreá-lo.
Hermione pigarreou, vermelha.
- Obrigada, hum, você também não esta mal! – ‘Quis dizer gostoso’ – E você, o que tem feito? – perguntou ela, esquecendo de terminar sua resposta. Ele não pareceu se importar.
- Estive apenas trabalhando, e, você sabe, procurando o amor da minha vida. – respondeu Harry, com um tom melodramático na última parte.
Hermione sentiu uma pontada.
- E já achou? – disse em tom de brincadeira, mas com uma curiosidade real.
- Na verdade já... – disse Harry num tom enigmático.
Sentiu outra pontada, dessa vez mais forte. E também uma tristeza inexplicável.
- Na verdade ela está aqui hoje.
Hermione estranhou. Quem seria? Luna? Julie? Gina? Não poderia ser ela, ela já tinha eliminado as chances de se casar com Harry no dia em que ele se casou com Gina.
- Ah sim. Vou deixá-lo para poder falar com ela a sós. – falou Hermione, agora com um tom perceptível de tristeza na voz. Saiu andando rápido antes que ele percebesse as lágrimas em seu rosto. Como ele conseguia deixá-la assim?
Harry correu para alcançá-la e a segurou pelo braço.
– Hey, por que você está chorando?
Hermione fungou – Nada não Harry, só que m-me esqueci da minha alergia a pó e fiquei lá muito tempo. – disse Hermione, fazendo uma voz numa tentativa de convencê-lo. Não estava funcionando. Harry desconfiou.
- Você não tem alergia a pó, vamos lá Mi, fala comigo. Por favor. – terminou Harry, com um tom desapontado. Hermione não resistiu e desabou em lágrimas.
- Você quer mesmo saber o porquê de eu estar chorando? Então aqui vai... – disse Hermione, com uma voz trêmula, mas decidida - Eu tenho tentado chamar sua atenção para mim desde o quinto ano, tentativa após tentativa, você nunca me deu bola. E agora, você me chama pra conversar, me lança olhares, dá sinais de que quer ficar comigo, e fala que está apaixonado por alguém na minha cara?! E eu sei que não é por mim. E ainda é hipócrita o suficiente pra perguntar por que estou chorando? Você me magoou muito, Harry.
Harry respondeu com uma voz estranha, expressão indecifrável – Quem disse que não é você?
Hermione respondeu com desprezo – Não é preciso palavras, Harry. Você deixou isso bem claro quando você se casou com a Gina. Estava claro que você nunca gostaria de mim, apesar de todas as minhas tentativas frustradas.
- Bom isso realmente explica o porquê você ter mudado sua atitude quando me casei com Gina... - disse lentamente. Agora entendia o porquê de ela tê-lo ignorado por um bom tempo... – Mas – continuou confuso – por que você nunca me disse nada? Você sempre pareceu apoiar meu casamento.
- Eu não planejava estragar sua felicidade. Você parecia muito feliz. – disse, ainda com um tom de desprezo.
- Bem, eu estava feliz, mas não era porque eu ia me casar. Era simplesmente pelo fato de que você parecia me amar... Bastava uma palavra eu recuaria todos os meus planos... Ficaria com você... Agora – continuou ele, prevendo a pergunta de Hermione – O porquê de eu nunca ter falado... Bom, não sei ao certo... Acho que nunca iria colocá-la contra a parede. Você estava casada com meu melhor amigo...
Hermione diminuiu seu tom de desprezo, agora com um tom... Esperançoso, talvez?
– E agora? O que você faria se eu dissesse que te amasse? – Talvez agora Hermione finalmente tivesse entendido seu lado na história dos dois.
- Bem... – disse Harry, lenta e sedutoramente, planejando cada passo e o fazendo ao falar. Agora que estava confiante, parecia ridiculamente fácil seduzi-la. – Talvez eu chegasse perto de você, te abraçasse por trás, diria ‘eu te amo também, bobinha’ no seu ouvido... – disse ele, roçando em sua orelha – beijaria seu pescoço – ele riu internamente quando Hermione gemeu de satisfação – te levaria para um lugar mais reservado ainda e quem sabe o que faríamos lá? – fez essa pergunta maliciosamente, rindo de novo quando Hermione quase se derreteu em seus braços. Ele se surpreendeu quando ela ficou dura.
- Como posso saber que você não vai me decepcionar? – ela perguntou em tom de brincadeira, mas por seu movimento, era perceptível a desconfiança. Pareceu fácil responder essa pergunta, como se a resposta estivesse esperando a noite toda para responder.
- Me dê apenas um ano... Um ano e você será a mulher mais feliz do mundo... Se isso não se realizar. – ele riu nessa hora – Bom isso não vai acontecer.
Hermione se convenceu e se deixou levar...
Fim do Flashback
E ele realmente cumpriu sua promessa. Em um ano, eles estavam muito mais que felizes, se casando. No próximo ano, teriam Tiago, o primogênito. É claro que Harry estava feliz em ter Rose e Hugo, mas Tiago era somente dos dois, era algo muito especial. Só não gostava de lembrar que Albus, Lílian e James estavam com Gina. As mães tinham preferência quanto a isso, mas ele não se conformava.
Harry acabou cochilando enquanto se lembrava e relembrava do Natal mais importante, e foi acordado com um grito em sua orelha.
- HARRY POTTER! – gritou Hermione
“Merda.” Pensou Harry.
- BONITO NÃO É MESMO? EU ME MATANDO PARA ARRUMAR ESSA CASA E VOCÊ DORMINDO? OHO, A MAIS VOCÊ VAI LEVANTAR ESSA BUNDA... - ‘deliciosa’ –... DA CADEIRA AGORA, E VAI ME AJUDAR NA ARRUMAÇÃO COMO VOCÊ PROMETEU!
Harry levantou-se em um segundo, e, num gesto veloz, a agarrou por trás.
- Tudo bem, amor, mas você quer saber por que eu dormi? – e, sem esperar pela resposta, continuou – Eu estava me lembrando daquele Natal, exatamente há doze anos. Lembrei-me de você, nervosa... – estava simplesmente linda – e depois logo comigo, naquela sala da minha antiga casa... Você lembra do que a gente fez lá? – perguntou Harry com uma voz marota.
Hermione corou fortemente. Lembrou-se de como fora extremamente selvagem e dominadora. Obviamente, ele adorara isso, e ela continuou até os dias atuais, mas aquela noite ela estava sobre o forte efeito do álcool, e acabou sendo mais forte do que ela tinha imaginado. Ela normalmente controlava o efeito do álcool sobre o seu corpo, mas naquela vez tinha deixado se levar.
- Sim, eu lembro vagamente... – Hermione resolveu mentir, quem sabe ele não desistiria de pedir a ela fazer de novo. Sim, porque ela tinha certeza do que ele queria.
- Humm... Que pena que você não lembra... Bom, vai ter que ser pelo jeito mais difícil... – falou ele numa voz inocentemente pensativa.
Hermione se alarmou. Que jeito? Legilimência? Ele não seria capaz...
- Que jeito?
Harry riu de sua reação.
- Bom... Eu pensei em lembrá-la de como você agiu... Só que eu no seu lugar. – ele disse com voz maliciosa.
Por um momento, Hermione esqueceu como se respirava. Como ele conseguia ser tão sedutor mesmo aos 42 anos?
- E-eu não posso, tenho que terminar de arrumar a casa e... – Hermione foi interrompida por um arrebatador beijo de Harry. Nesse momento, ela simplesmente se esqueceu de tudo e foi para a cama. Muita coisa iria rolar...
O jantar transcorreu normalmente. Como previsto e anunciado pelas crianças, eles fizeram bastante bagunça, os adultos como sempre, apenas observaram, riram e conversaram bastante. Hermione, apenas, estava um pouco distante... Parecia pensativa... Harry estranhou, normalmente essa era a época mais feliz para ela. Ele resolveu falar com ela.
- O que há de errado amor? – Harry deu um selinho nela, ela ainda parecia pensativa.
- Nada... É que... Vendo-nos agora... Está tudo tão perfeito... – ela continuava pensativa, porém parecendo um pouco confusa agora – O que eu fiz pra merecer isso? Nunca fui boa o suficiente para isso...
- Bobinha... Você não sabe o que fez? Bom... Simplesmente nasceu pra mim... Fez-me a pessoa mais feliz do universo... Você apareceu na minha vida de mansinho... Foi me conquistando... E de repente arrebatou meu coração. E você não faz somente a mim feliz. Imagine todos os seus amigos, filhos... Você morreria antes que pudesse ouvir todos os agradecimentos que eles têm a você.
Hermione se emocionou. Nunca ouvira uma declaração assim antes... Tudo que conseguiu fazer foi beijá-lo intensamente, tentando transmitir pelo menos um pouco de todo seu amor para ele. Não havia, nem haveria uma pessoa mais feliz que ela em toda a vida...
Amor...
o mais puro dos sentimentos,
a mais bela das palavras,
a mais forte das emoções...
...E parece que nesta época do ano,
o mundo fica mais colorido, mais cheio de vida,
talvez seja a presença dos anjos,
que com o ruído doce do bater de suas asas
espalhem luz e cor, onde quer que estejam,
e com certeza, foram esses mesmos anjos,
que trouxeram você para mim.
Para encher a minha vida de alegria e emoção,
e como é Natal,meu amor por você não poderia estar maior.
Minha felicidade com a sua presença,
cresce a cada momento, e é por isso,
que eu desejo a você;
e que os Anjos estejam sempre abençoando nossas vidas,
neste, e em todos os natais que possamos vir a passar juntos
FELIZ NATAL !!!
N/A : O poema não é meu.
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