love and happiness.
love and happiness
E lá estava ela, olhando pela janela de seu dormitório, escondida por detrás das cortinas; observando atenta e cuidadosamente o menino de cabelos escuros e olhos incrivelmente verdes, sentado com seu grupo de sempre debaixo da maior árvore que havia nos terrenos de Hogwarts. E lá estava ele, estudando com seus amigos e olhando discretamente para a janela do dormitório da Grifinória sempre que tinha uma chance; tinha certeza de que a menina dos lábios finos e olhos azuis o estava observando e mantinha uma esperança de que ela saísse de trás das cortinas para que ele pudesse observá-la também.
E lá estavam eles, trocando olhares durante o café da manhã, cada um sentado em uma ponta da grande mesa da Grifinória. Ele andando nervoso até ela, convidando-a para ir com ele na próxima ida a Hogsmeade. Ela ruborizando ao aceitar o convite dele.
E lá estavam eles, de mãos dadas entrando no Madam Puddifoot. E lá estava ela, chegando mais perto dele. E lá estava ele, se aproximando dela. E lá estavam eles, dando o primeiro beijo.
*******
E agora, depois de dez anos, aqui está ela, deitada sozinha em uma cama de casal; dormindo, sonhando com ele. O seu anjo, como costumava chamá-lo, tinha ido viajar a trabalho. Estava na Europa. Em Roma, na Itália, para ser mais exato. Ele trabalhava para o Gringotes, o banco dos bruxos. Os duendes italianos tinham cortado relações com o Gringotes britânico e ele tinha ido justamente tentar refazer a aliança.
O relógio ao lado da cama marcava sete horas e quarenta e nove minutos quando ela abriu os olhos. Esticou os braços e, em seguida, sentou-se rapidamente. Estava animada. Ele voltaria de viagem naquele dia e, assim, ela poderia contar-lhe a novidade. E que grande novidade ela tinha! Levantou-se com um salto desajeitado, escoveu os dentes, tomou um banho rápido, vestiu a primeira roupa que viu e desceu as escadas correndo. Tudo tinha que estar perfeito. Assim que chegou à cozinha lembrou-se que esquecera de algo. Subiu as escadas pulando de dois em dois degraus, entrou no seu quarto e pegou sua varinha que estava em cima da mesa de cabeceira. Olhou bem para a escada e resolveu que não queria descer de novo. Então, simplesmente desaparatou e aparatou na cozinha em uma fração de segundo. Tomou um rápido café da manhã composto basicamente por ovos fritos, bacon e suco de laranja. Quando estava entrando na sala, uma coruja bateu na janela. Seu anjo fizera questão de assinar o Profeta Diário. Ela abriu a janela, pegou o jornal e colocou cinco nuques na bolsinha de couro presa ao pé esquerdo da coruja. Deu-lhe as sobras do bacon e, depois de comer, a coruja partiu. Ela sentou-se em sua poltrona, abriu o jornal e apontou a varinha para a cozinha, onde os pratos e copos começaram a se lavar sozinhos. A primeira página estava coberta por uma única foto. Mostrava uma rua de Bristol praticamente destruída; havia um colégio trouxa no fundo e dava para ver uma professora tentando proteger seus alunos. Pela sua expressão de desorientação notavasse claramente que nem ela sabia do que estava protegendo as crianças. Havia também um muro em primeiro plano, onde se podia ver uma caveira verde com uma cobra saindo de sua boca como se fosse sua língua; ao lado, estava escrito a seguinte frase: “A Rebelião dos Comensais da Morte está prestes a começar.” Comensais da Morte? Ela com certeza já ouvira falar sobre eles. Estavam destruindo alguns lugares do Reino Unido e deixando essa mesma mensagem com esse mesmo símbolo por onde passavam. Acontece que isso já estava acontecendo há mais de um ano e a tal da Rebelião nunca começava. Não era algo tão preocupante, visto que até então apenas dois trouxas haviam se ferido nesses ataques e uns quatro ou cinco precisaram de um feitiço de memória. Mesmo assim, o Ministério já estava mexendo os pauzinhos para botar as mãos nesses caras. O único problema é que não se sabia quase nada sobre eles. Sejam lá quem fossem, eram muito organizados, precisos, quase absolutamente invisíveis. Eles iam, destruiam tudo, deixavam a mensagem e simplesmente desapareciam. O pouco que se sabia sobre eles fora contado pelos quatro ou cinco trouxas que viram alguma coisa a mais, mesmo que não entendessem muito. “Eram sete pessoas. Cada uma vestia uma capa preta com um capuz que cobria seu rosto. Estavam segurando um galhinho, ou um pedaço de madeira, ou seja lá o que fosse aquilo. Simplesmente apareceram do nada! Formavam um círculo perfeito, os braços que seguravam os galhinhos estavam esticados. Então... poof! Tudo explodiu e quando a poeira baixou eles já tinham sumido! Não me pergunte como fizeram isso, mas tenho certeza de que não estou doido e...” Esse fora o melhor depoimento que os aurores conseguiram, e foi seguido por um “O senhor não é doido. Obliviate!” Fim. Simples e fácil. No dia seguinte, obviamente, o cara não lembrava de nada.
Ela deu uma folheada no resto do jornal, parando apenas na notícia sobre os Comensais em Bristol. Nada de novo, fora exatamente como nos outros lugares. Sem vítimas, sem testemunhas, sem nada. Ela fechou o jornal e o jogou em cima do sofá. Ainda precisava limpar a casa, preparar o almoço, fazer a sobremesa, enfim, deixar tudo perfeito para quando ele chegasse. Foi quando abriu a porta que levava ao quintal que lembrou-se de Heféstion. Estava tão eufórica com a volta do seu anjo que se esquecera que ainda precisava comprar mais ração para Heféstion, seu gato de estimação. Ele era totalmente branco, exceto por uma mancha preta na ponta do seu rabo. Assim que a viu, o gato pulou no colo dela. Ela brincou distraidamente com ele em seus braços por um momento e depois o colocou no chão novamente, encheu seu pires com leite e foi comprar a ração. No caminho até o pet shop, ela encontrou uma ou duas pessoas conhecidas, para as quais acenou educadamente. Evitava conversar muito com trouxas. Da última vez que tentara fazer amizade com gente comum teve que chamar um Obliviador e se mudar. Ela até tentava fazer uma amizade aqui e ali, mas as pessoas começavam a ficar desconfiadas com a coruja, os livros, o estranho pó verde que ficava ao lado da lareira e, principalmente, com as fotos que se mexiam. Então, ela resolveu que faria amigas, mas nunca as levaria em sua casa. O resultado é que agora ela tinha várias conhecidas, mas apenas uma amiga realmente. Vera morava do outro lado da rua e seu filho trouxa tinha sido admitido em Hogwarts. As duas se tornaram muito amigas, visto que Vera tinha mostrado uma certa relutância em deixar o filho ir para escola e só após conversar com sua vizinha de frente resolveu deixá-lo ir. A partir de então as duas passaram a se ver quase que diariamente. O seu anjo vivia trabalhando e ela não tinha com quem passar o tempo, então ter alguém assim era ótimo; alguém que sabia sobre o mundo mágico, assim ela não precisaria guardar segredos nem nada.
Voltou para a casa com a ração de Heféstion e, depois de se destrair mais um pouco com o gato, começou a fazer o almoço. Tinha passado a semana inteira pensando no que faria para ele. Queria que tudo estivesse perfeito. Decidiu há dois dias atrás que faria frango ao curry. Ele adorova esse prato!
Com uma pequena ajuda da varinha, ela já tinha feito quase tudo em menos de meia-hora. Resolveu que também queria fazer uma salada, mas, depois de pensar um pouco, desistiu da ideia. Durante essa meia-hora em que ficou na cozinha ela teve umas seis ou sete ideias do que fazer para melhorar o almoço. Nenhuma era realmente boa. No fim, só fez mesmo o frango. Seu anjo não gostava de muita coisa junta. Pratos simples eram seus prediletos.
Então, partiu para a sobremesa. Esse era bem mais fácil que o almoço. A sobremesa favorita dele era, sem dúvida alguma, pavê de morango.
Depois de preparar o almoço e a sobremesa, deu uma ajeitada na casa e descansou um pouco. Seu anjo deveria chegar por volta do meio-dia. Quando deu onze horas, ela tomou um banho de novo, e vestiu a roupa que ele mais gostava: um vestido vermelho com detalhes dourados, aberto nas costas e muito festivo na opinião dela. Enfim, fazia tudo para agradar seu anjo. Colocou um par de brincos de ouro e o seu colar de sempre. Ela só tirava esse colar para tomar banho e, ás vezes, para dormir. Foi o primeiro presente que ele lhe deu, quando ainda estavam no último ano em Hogwarts. Estavam no Madam Pudifoott pela segunda vez quando ele chegou com uma caixinha azul. Ela abriu a caixinha e dentro havia um colar; um rubi lapidado em forma de coração ornamentava o belo acessório. Quando exposto à luz do sol ele exibia as palavras “‘Til the end.” Ela sabia que era um pouco elegante demais para ser usado no dia-a-dia, mas não conseguia deixar de usá-lo. Sentia-se nua sem ele. Era como se carregasse o coração de seu anjo para onde quer que fosse.
Sentou-se no banquinho em frente ao espelho para poder se arrumar apropriadamente. Penteou o cabelo e depois o prendeu em um belo e apertado coque. Ele dizia que esse coque era sua marca registrada. Passou apenas um lápis de olho e um brilho labial. Não gostava muito de maquiagem. E, de qualquer forma, seu anjo a achava mais atraente sem muita coisa escondendo seu rosto.
Já era quase meio-dia. Ela desceu as escadas, arrumou a mesa da sala de jantar e pôs o frango em seu devido lugar. Olhou para a mesa diversas vezes; tinha a sensação de que faltava algo. Pensou alguns minutos até perceber que faltava o suco de abóbora que ela fizera mais cedo enquanto preparava o almoço.
Cinco para meio-dia. Ele já estava quase chegando. Ela se olhou rapidamente no espelho da sala; queria ter certeza de que não exagerara na maquiagem, ou que seu cabelo estivesse devidamente arrumado. Preocupações tolas, já que ela não poderia estar mais perfeita.
Quando o relógio anunciou que era exatamente meio-dia, ela ouviu um barulho na sala de estar. Era ele. Tinha que ser ele. Correu para a sala. Lá estava seu anjo; alto, forte, gracioso e bonito como sempre, olhando para ela com aqueles olhos de esmeralda. Conseguia ser perfeito mesmo coberto pelo pó da lareira em que acabara de sair. Limpou-se rapidamente com um aceno de varinha e, sem dizer nem mesmo um ‘oi’, deu um abraço apertado na sua noiva e suavemente encostou seus lábios nos lábios dela. Um beijo que compensou toda a ausência dele. Toda a paixão expressa por um simples ato. E enquanto seus corpos estavam unidos nada mais importava pra nenhum dos dois. Não importava os ataques dos tais Comensais da Morte. Não importava a grande notícia que ela precisava lhe contar. Nada, absolutamente nada, importava.
– Estava com saudades, Minerva – ele sussurrou no ouvido dela.
– Eu também. Senti muito sua falta, meu anjo – respondeu ela – Diga que não vai mais ficar tanto tempo longe de mim. Nunca mais. Diga, Álvaro.
– Farei o melhor que puder.
– Ótimo. Não sei se sobreviveria a mais um temporada sem você – ela soltou-se dele e continuou: – Deve estar faminto, não?
– Muito!
– Isso é bom. Acho que vai gostar do que eu fiz.
Minerva pegou na mão de seu amado e o levou até a mesa de jantar.
– Frango ao curry! – exclamou Álvaro – Eu amo isso!
– Eu sei, por isso que o fiz. Pensei em fazer mais alguma coisa para incrementar, mas...
– Está perfeito assim, meu amor. Mas não precisava fazer tudo isso para me agradar. Já fico feliz só por te ter ao meu lado
– Gosto de agradar o homem que mais me faz feliz. – respondeu ela. Álvaro curvou-se sobre a mesa e a beijou novamente.
O almoço transcorreu normalmente. Eles comiam e conversavam sobre a viagem de Álvaro.
– Foi meio complicado no começo, mas depois de mostrar o que eles ganhariam com a renovação da aliança, eles não pensaram duas vezes. Duendes são criaturinhas um tanto quanto interesseiras. Mostre a eles as inúmeras vantagens e eles aceitam em dois tempos. Já mandei uma coruja para o Gringotes, e tudo estará resolvido ainda hoje – acabou de contar Álvaro.
– Fantástico, amor. E... – disse Minerva sorrindo – eu tenho uma novidade para você.
– Novidade? Que novidade? – perguntou ele, curioso.
– Ah, anjo, nem sei como dizer. É que eu andei me sentindo meio estranha e Vera me fez ir ao hospital, um desses hospitais de trouxas mesmo, porque tinha certeza de que não era doença mágica. Na verdade, tinha certeza de que não era nada demais. Só estava meio enjoada.
– Você está doente? – perguntou Álvaro preocupado.
– Não! – apressou-se Minerva – Não é nada disso. É que eu estou...
– Você está...?
– Grávida.
– G-grávida? – gaguejou Álvaro, perplexo.
– Sim, grávida! E visitei a Prof. MacFlipper, aquela que nos dava aula de Adivinhação, e ela me disse que será menina, será linda e será muito feliz. E que eu me orgulharei muito dela. – Minerva sabia que não tinha sido só isso que a Prof. MacFlipper dissera, mas não iria preocupar Álvaro com besteira.
– Eu não acredito! VAMOS TER UMA FILHA! – gritou Álvaro e correu para abraçar a noiva – Uma filha! Ah, isso é fantástico! Eu mal posso acreditar.
– Pois acredite. Eu estive pensando, poderíamos dar o nome de sua avó que morreu há pouco. Eu gostava muito da Dona Isabel e ia ficar muito feliz que esse fosse o nome da nossa filha. O que acha?
– Acho perfeito! Isabel Catherine McGonagall. Ficou lindo!
– Que bom que gostou. Estava com tanto receio.
– Receio? Receio de que? De eu te deixar porque está grávida? Nem pensar – disse Álvaro sorrindo e, logo depois, beijando Minerva.
– Sei que fui tola, mas há coisas que nem eu mesmo entendo e o medo de te perder me deixou apavorada. Mas estava tão feliz por ser mãe. Não sei explicar qual foi minha sensação.
– Não tem que se preocupar com isso. Nem a morte nos separará, acredite. Eu vou te amar para sempre – disse Álvaro acariciando o rosto de Minerva – e um pouco mais! – acrescentou piscando um olho.
– Eu também, Al – disse Minerva – E você tem que parar de ser assim! Qualquer dia me mata com essas palavras.
– Se você quiser, eu paro.
– Claro que não quero, bobinho! – retrucou-lhe Minerva – Agora venha, você precisa provar a sobremesa, amor!
– Sobremesa? Qual é?
– Pavê de morango!
– Pavê de morango? Eu amo pavê de morango!
– Agora conte-me uma novidade! – respondeu Minerva, sorrindo
Minerva puxou Álvaro até a cozinha, abriu a geladeira e retirou o pavê. Colocou um pouco em um pratinho e o entregou á Álvaro, enquanto colocava mais um pouco em seu próprio pratinho.
– Acho que devíamos fazer alguma coisa para comemorar – disse Álvaro deixando cair um pouco de pavê na sua blusa.
– Seu babão! – brincou Minerva limpando a blusa dele – Comemorar como?
– Sei lá. Podíamos sair, o que acha?
– Ir onde?
– Eu ouvi dizer que há uma Chave de Portal que vai sair da orla da Floresta de Sherwood para Veneza. Está marcada para as três horas.
– Veneza? Oh, Álvaro! Sempre quis ir á Veneza! – disse Minerva, se jogando sobre o noivo e dando-lhe um forte abraço.
– E a gente pode voltar depois de amanhã com a Chave de Portal que sai de lá para Londres. Sei que é pouco tempo, mas...
– Seria maravilhoso. Sem contar que em Veneza não há nenhum grupo misterioso e encapuzado tentando começar uma rebelião – lembrou Minerva.
– É, seria um lugar perfeito e seguro para comemorarmos a sua gravidez – falou Álvaro, piscando.
– Então vou fazer uma malinha.
– Isso! Não vamos precisar de muita roupa. Vamos ficar apenas dois dias.
– Certo – disse Minerva, indo para o quarto arrumar as coisas.
– Ah, Minnie! – chamou Álvaro – Solte o cabelo, te deixa mais bonita. E troque de roupa; formal demais – e deu uma piscadinha que deixou Minerva sem ar. Só foi lembrar que tinha que respirar quando chegou ao quarto. Soltou o cabelo e vestiu a primeira roupa que viu. Era bem simples, na verdade. Apenas uma calça jeans e uma blusinha azul-bebê.
Ela abriu seu guarda-roupa e pegou três blusas, uma vermelha com listras brancas, uma amarela com uma estrela estampada, e uma totalmente azul; dois shorts, um jeans claro e um outro escuro; uma calça, a jeans que ela mais gostava; um vestido rosa-bebê; um casaco vermelho e preto; algumas calcinhas e alguns pares de meias. Deve bastar, pensou Minerva. Colocou tudo dentro de uma pequena mochila (qualquer um que olhasse por fora não pensaria que havia espaço suficiente por dentro) e foi para a cozinha. Álvaro já tinha lavado a louça e a esperava sentado. Minerva parou e observou a beleza de seu noivo; não importava quanto tempo estavam juntos, ela ainda não se acostumara com o fato de ele ser tão perfeito.
– Não precisava ter lavado a louça, querido – ralhou Minerva, com uma cara que ela julgava ser severa, mas que, para ele, era cômica.
– Você sabe que eu não me incomodo em fazer essas coisinhas pra você. Não existe trabalho algum em fazer alguns feitiços domésticos – respondeu Álvaro, com um sorriso torto que fazia Minerva se esquecer de tudo – Acho melhor irmos – acrescentou.
– Não vai fazer sua mala? – perguntou Minerva.
– Já está feita, esqueceu? Acabei de chegar da Itália. Foi onde ouvi sobre a Chave.
– Ah, é! Nem me lembrava; esqueço de tudo quando estou contigo.
– Normal – brincou Álvaro.
– Ser convencido também é normal ou é só hábito?
– Só hábito – respondeu Álvaro e os dois começaram a rir.
Ainda riam quando giraram seus corpos graciosamente e, com um pequeno estalido, desaparataram.
Em menos de um minuto os dois viam-se parados na frente da Floresta de Sherwood. Já havia algumas pessoas ali, a maioria casais. Um homem jovem, provavelmente bruxo, pela estranha combinação de roupas (bermuda de tactel amarela e um paletó listrado), andava por entre as pessoas com uma prancheta fazendo algumas perguntas e apontando para um ponto na floresta. Enquanto esperavam as instruções do homem, Minerva perguntou:
– Por que não podemos simplesmente aparatar na Itália?
– Magia de segurança. Alguns países como a Itália, os Estados Unidos e a Espanha proíbiram a aparatação de estrangeiros, ou melhor dizendo, de ingleses. Os Comensais da Morte se locomovem e somem por aparatação até onde sabemos. Ficaria mais complicado para eles destruir algum ponto desses países já que não se pode aparatar diretamente lá.
– Achei que eles estivessem focados apenas no Reino Unido.
– E estão, por ora. Mas os ataques estão ficando cada vez mais frequentes e o Ministério não fez avanço algum até agora. Duvido que consiga fazer. Se eles resolverem que querem expandir a “Rebelião” seria muito fácil.
Nesse momento o homem de paletó listrado se aproximou do casal.
– Boa tarde! Meu nome é Jackson Calixtrato.
– Boa tarde, senhor! – responderam Minerva e Álvaro.
– Para onde pretendem ir? – perguntou Jackson formalmente.
– Veneza, Itália – respondeu Álvaro.
– Certo. Eu só preciso fazer algumas perguntas á vocês, se importam? Medidas de segurança, sabem.
– Claro, pode fazer – respondeu Álvaro.
– Nome completo?
– Álvaro Alexander McGonagall e Minerva Margie Smith.
– Mas logo será Minerva McGonagall – brincou Minerva. Jackson ignorou-a e continuou escrevendo na pranchetinha.
– Voltam quando? – perguntou ele.
– Depois de amanhã. Com a Chave de Portal que sai perto da Basílica de São Marcos.
– Certo – respondeu, tomando nota – Vão de lua-de-mel?
Claro que não, idiota. Acabei de dizer que ainda não casamos, pensou Minerva, revirando os olhos.
– Não, vamos apenas comemorar a gravidez de minha mulher.
– Parabéns pelo casamento – respondeu o homem, sem prestar atenção no que Álvaro acabara de dizer. Minerva tossiu para disfarçar o riso que ela não conseguira segurar.
– A Chave de Portal está em uma clareira nesta direção – disse o homem apontando para um ponto da floresta em que as árvores eram mais espaçadas umas das outras – Tenham uma boa viagem e uma ótima lua-de-mel – acrescentou com uma voz entediada, se dirigindo para um casal com uma filha que estava perto deles.
Álvaro e Minerva seguiram o caminho que Jackson apontara até chegarem a uma clareira. Havia muitas pessoas ali. Sete réplicas de mais ou menos um metro (Torre Eiffel, Opera House, Cristo Redentor, Estátua da Liberdade, Pirâmide do Egito, Muralha da China e Basílica de São Marcos) estavam espalhadas pela clareira e ao lado de cada uma estava um bruxo para orientar as pessoas. Álvaro e Minerva se dirigiram ao bruxo que estava ao lado da Catedral de São Marcos.
– Rumo à Veneza? – perguntou o bruxo.
– Sim – respondeu Minerva.
– Deram sorte, então. Essa última era para ir para Roma, mas acabaram trocando. Enfim, de qualquer forma, meu nome é Natan Black. Encostem na Chave de Portal e não soltem até chegarem á Veneza – ele disse, e depois acrescentou: – E por favor não empurrem ninguém que for com vocês.
– Certo, obrigado – disse Álvaro.
As pessoas iam chegando e se dirigindo para a miniatura que correspondia aos seus lugares de destino. Quando faltava apenas dois minutos para as três horas, Álvaro deu um beijo em Minerva e sussurrou "Te amo, minha Minnie." As três horas chegaram e os dois sentiram como se fossem puxados por um gancho preso ao umbigo, os pés deles deixaram o chão e eles começaram a girar.
Quando abriram os olhos já estavam com os pés no chão, meio tontos, e puderam soltar da Catedral. Tinham chego. Na cidade que Minerva tanto sonhara em conhecer.
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n/a: Primeiro capítulo revisado e reeditado. Tá meio óbvio, mas, para os que não perceberam, essa é a Minerva jovem. Com 27 anos, melhor dizendo. Enfim, COMENTEM! (:
# Love and Happiness @ Al Green
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