Sob as Luzes da Ribalta
Já eram as férias de verão. Gina sentia-se cada vez melhor com a poção que Madame Pomfrey e Snape levavam para ela. Draco a visitava uma vez por semana, porém duas coisas a incomodavam. Por que ele não a visitava mais do que isso e usava sempre o mesmo horário? Melhor ainda, como ele estava fazendo para arrumar os ingredientes para a poção. Sempre que perguntava, ele mudava de assunto e isso a perturbava terrivelmente. E se ele tivesse feito algum acordo com Voldemort? Não! Isso ela não queria de forma alguma.
Seu maior passatempo, já que não podia fazer muito esforço físico, era ler. Às vezes lia alguns livros da escola, mas os seus preferidos haviam sido dados por Hermione, que a visitava freqüentemente.
Duas semanas haviam se passado desde que a ruiva voltara para a Toca. Era domingo de manhã, quando Draco vinha visitá-la. Gina estava da forma mais apresentável que conseguiu, sentada no sofá, lendo. Mas não era apenas o loiro que Gina esperava, Hermione viria hoje para passar o resto das férias na Toca, assim como Harry com Luna. Gina sorriu ao pensamento, seria muito mais divertido de agora em diante.
Bateram à porta. A ruiva fez um esforço para continuar sentada, já que sua vontade era correr até a porta. Esperou, com os olhos no livro, mas não lendo realmente. Então ouviu a voz de Rony:
-Gina, é o Malfoy. –ela olhou, Draco e Rony estavam lado a lado –Olha as liberdades com a minha irmã, cara, ou eu vou te fazer em pedaços. –o ruivo ameaçou e se retirou a passos duros.
Draco sentou-se ao seu lado. Gina sorriu para ele que sorriu de volta:
-Como está? –ele sempre perguntava antes de qualquer outra coisa.
-Cada vez melhor. –afirmou –Mas Draco, como... –ele sabia o que ela perguntaria, por isso calou-a com um beijo.
Apesar da vontade de receber uma resposta para sua pergunta mais freqüente, ela sentia falta de Draco. Tinha que aproveitar enquanto ele estava ali. Por isso, abraçou-o fortemente, beijando-o avidamente. Mas então lágrimas rolaram por seus olhos e o beijo tornou-se salgado. Percebendo isso, Draco descolou seus lábios:
-O que foi Gina? Você está triste? -perguntou, limpando as lágrimas dela.
-Eu estou emocionada com o fato de você se importar tanto comigo e não ter me abandonado.
Ele disse divertido:
-O nosso amor é digno, lembra-se?
Ela passou uma mão pelo rosto dele:
-Draco, por favor, me diz. Por que você vem me visitar sempre no domingo de manhã?
-Porque eu ando muito ocupado.
-Mas ocupado com o quê? –ela perguntou receosa.
Ficou sério quando disse:
-Estou trabalhando.
Gina logo compreendeu que era com isso que ele estava se mantendo fora de casa e estava bancando o tratamento. Mas que tipo de emprego era esse que dava tanto dinheiro? Como ele conseguira um trabalho assim?
-Draco, que tipo de trabalho é esse?
Ele olhou para o outro lado:
-Não vou te dizer. –respondeu e Gina não sabia dizer se ele estava aborrecido, envergonhado ou os dois.
Nesse momento, a Sra. Weasley entrou na sala:
-Bom dia, Draco. –ela cumprimentou-o, abraçando-o em seguida como a um filho.
-Olá Sra. Weasley, como vai?
-Bem. –Molly respondeu sorrindo.
-Mãe, o Draco não quer me contar no que está trabalhando. Eu sei que é ele que está bancando o meu tratamento. Eu quero saber, mãe!
A Sra. Weasley sorriu para a filha:
-Está se preocupando à toa, Gina.
-Você sabe, mãe? –e Molly apenas sorriu novamente –Por que eu não posso saber? Draco, você contou para a minha mãe e para mim não! Que tipo de namorado faz isso?
-O tipo que se chama Draco Malfoy e é orgulhoso como qualquer sonserino. –ele respondeu –Tive que contar aos seus pais ou eles não me deixariam ajudá-la. –disse, pegando a mão dela.
Gina tirou sua mão da dele e virou o rosto para outro lado.
-Gina, por favor, não seja infantil desse jeito. Olha o que trouxe para você.
Relutantemente, ela virou-se para ele e viu que ele segurava um pacote elegante, no qual estava escrito “Tiffany’s”. Draco tirou de dentro uma caixinha de veludo e abriu-a. Era um colar de pérolas negras. Gina abriu a boca, estupefata:
-É para combinar com o vestido preto da Channel que eu comprei pra você na semana passada.
-Draco, quando é que vai pedir a minha filha em casamento? –Molly perguntou, fazendo a filha corar –Compra presentes tão caros e compra os ingredientes para a poção dela, não gastaria tanto se não a amasse de verdade.
-Um dia desses. –o loiro respondeu de um jeito que Gina odiou, pois não sabia se ele estava falando sério ou era apenas brincadeira.
O vestido que Gina usava agora era um preto simples que costumava usar no verão, Draco olhou-o e então disse:
-Deixe-me colocar o colar em você. –ele disse, afastando os cabelos rubros dela para um lado e então colocando o adorno [N/A:E que adorno, diga-se de passagem!] –Ficou lindo. –ele aprovou e deu um selinho nela.
-Concordo. –Molly disse.
Em seguida entraram na sala Harry, Luna e Hermione. O mais rápido que pôde, Draco se levantou:
-Não vá embora agora. –Gina pediu.
-Almoce conosco, Draco. –Molly o convidou.
Após ponderar por alguns segundos, ele respondeu:
-Será um prazer, Sra. Weasley. –e sorriu educadamente- Com licença, vou ao banheiro. –anunciou e se retirou dali.
Harry foi o primeiro a cumprimentá-la. Deu um beijo na bochecha dela:
-Oi, Gina. Como vai?
-Bem. –a ruiva respondeu sorrindo.
Luna abraçou-a em seguida:
-Oi Gina. O que são essas bolinhas pretas no seu pescoço?
Hermione abraçou a ruiva fortemente e não pôde deixar de reparar na sacola que estava no sofá. Quando soltou Gina, olhou no pescoço dela:
-Nossa, Gina. São pérolas negras da Tiffany’s. Um colar desses é muito caro.
-Foi presente do Draco. –a Sra. Weasley respondeu –Já que chegaram, eu tenho que ir preparar o almoço. –e foi para a cozinha.
-Mione, eu estou preocupada. –Gina confessou –Eu não sei o que o Draco anda fazendo pra ganhar dinheiro.
Hermione fez cara de espanto, Harry abafou umas risadas e Luna fez cara de que sabia do que se tratava:
-Você não sabe, Gina? –Luna perguntou –Ele venceu o prêmio de corrida do Rabo Córneo Húngaro. Estão querendo abafar que esse é o motivo de tanta publicidade, mas eu e o meu pai sabemos da verdade e fizemos uma matéria para o Pasquim.
-O quê? –Gina perguntou –Luna, não viaja!
-Bem... –Hermione comentou –Não é uma total viagem.
-O quê? O Draco andou se arriscando perto de dragões?!? –perguntou indignada.
-Não, Gina. Eu achei que você soubesse, por isso trouxe para te dar. –a morena disse, tirando da bolsa revistas trouxas e bruxas.
Gina olhou o Semanário das Bruxas. Draco estava na capa e estava escrito:
-Draco Malfoy de A a Z. Saiba tudo sobre o bruxo mais comentado da atualidade.
-O quê?!? –Gina perguntou perplexa –Que história é essa?
-Eles exageraram um pouco. –Luna disse –O Harry e o Voldemort sempre foram os mais comentados.
Gina olhou a contra capa de uma revista trouxa. Lá estava o seu namorado, seminu, numa propaganda de cuecas Calvin Klein:
-Oh meu Deus! –ela exclamou e passou para outra revista, ele estava numa propaganda da Armani –Eu não acredito nisso.
-Isso porque você não viu a propaganda de creme dental, a de um shake para manter a forma e a da Triton. Bem, mas de longe a mais comentada é a das cuecas. Tem um outdoor enorme no centro de Londres.
Nesse instante Draco voltou, Harry disse:
-Agora quero ver você explicar para a Gina o porque de estar abraçado a duas mulheres na propaganda do shake e de ser tão assediado.
Draco lançou a Harry um olhar fuzilante:
-Quem mandou você contar pra ela, Testa Rachada? Ainda está na esperança de que ela volte pra você?
-Chega, Draco! –Gina exclamou, fazendo-o se sentar no sofá ao seu lado –Por que você virou modelo e não me contou?
-Porque eu tive vergonha. –falou e estava realmente vermelho.
-Você não gosta de trouxas, não gosta de ser fotografado e fez isso tudo por mim, Draco? –ele acenou afirmativamente, de cabeça baixa.
Gina atirou-se nos braços dele:
-Eu te amo, Draco.
-Eu também. –ele murmurou timidamente.
Dessa vez foi mais suportável para Harry ver os dois juntos, ele achava que Luna estava conseguindo que ele esquecesse Gina. A loira comentou:
-Mas será que esses dois não se tocam que tem mais gente por aqui?
O casal soltou-se. Draco disse:
-Não estou proibindo que agarre o Potter, Lovegood ou que a Granger vá procurar o que fazer com o Weasley.
-É por isso que é tão ocupado, não é, Draco? –Gina perguntou e ele fez que sim –Pelo visto está fazendo bastante sucesso. –ela falou um tanto enciumada.
-Não vou mentir. Um monte de mulheres fica atrás de mim e já até apertaram a minha bunda. –Harry riu –Cale a boca, Potter. Quer dar uma volta lá fora? –ele convidou a ruiva.
-Sim. –ela respondeu, pois sabia que só assim poderiam conversar à vontade –Até depois gente. –falou para Luna, Harry e Hermione.
Atrás da Toca havia um bosque, foram até lá. Sentaram-se no chão. E por ali havia uma brisa fresca:
-Draco, você me traiu? –ela perguntou de repente.
-Não. –ele respondeu sinceramente –Apenas fui beijado à força uma vez.
-Sério?
-Sim. Mas eu dei um fora gigantesco nela em frente um monte de gente. Duvido que alguma mulher voltará a tentar fazer isso.
-Eu sinto a sua falta. Conto as horas para chegar domingo de manhã e poder te ver. –ela confessou.
-Gina, eu tenho uma festa pra ir. Me convidaram, mas eu não queria. Mas agora estava pensando, se você queria ir comigo.
-Quando é?
-Hoje à noite.
-Tão em cima assim?
-Você não vai?
-Tenho que falar com os meus pais.
-Depois eu te trago de volta. Diz que sim. –e deu um selinho nela.
-Depende dos meus pais.
-Então deixa que eu falo com eles.
-Olha só, como eu tenho um namorado corajoso.
Draco sentou Gina em seu colo, de frente para si:
-Já cai na graça deles, fica mais fácil convencê-los.
-Draco, onde você está morando? Está tomando cuidado com os Comensais?
-Feitiço fidélius. Dumbledore é o fiel, não se preocupe. Além do mais, sempre que saio de casa, aurores me acompanham a pouca distância. –e enlaçou a cintura dela.
Gina passou os braços por trás do pescoço dele e então se beijaram. Como ela sentia falta disso! Quando Draco a visitava, apenas davam uns poucos beijos leves, estavam sempre sendo vigiados por alguém da família dela. Pelo menos ali naquele bosque estavam mais à vontade.
-Só fizemos amor duas vezes. –ele disse –Eu sinto falta... –e passou a beijar o pescoço dela.
-Hum...Draco, não podemos fazer isso aqui.
-Eu sei. Apenas vamos aproveitar um pouco.–disse passando as mãos pelas pernas dela e voltando a beijá-la.
Gina arrepiou-se pelos toques dele e o puxou ainda mais para si. Puxou a camiseta dele para cima, sem no entanto arrancá-la, e acariciou o tronco dele com suas mãos delicadas. Logo ouviram um:
-Hem, hem. –e se soltaram, vermelhos.
Era Hermione, que se encontrava vermelha também, por interrompê-los naquela situação.
-Oi, Mione. –Gina disse, sem graça, saindo do colo de Draco.
-Desculpa. –ela murmurou –Mas é que a sua mãe pediu para chamá-los. O almoço está pronto.
-Tá. –Gina disse e se levantou, estendendo a mão para Draco que se levantou em seguida.
-Não se preocupem, eu não vou contar o que vi. –Mione garantiu.
Gina deu um sorriso culpado e Draco disse:
-Obrigado, Granger.
O Malfoy passou um braço pela cintura de Gina e acompanharam Hermione até a Toca. A ruiva tivera que tomar o remédio, antes da refeição. Ela sempre odiava o gosto amargo que o mesmo tinha.
O almoço fora delicioso, ao terminar de comer, Draco disse:
-A comida estava maravilhosa, como sempre, Sra. Weasley. –elogiou.
-Obrigada. –Molly agradeceu, sorrindo com orgulho.
-Sabe, -Draco começou e todos prestavam atenção nele –hoje à noite eu tenho uma festa em que tenho que comparecer. Eu gostaria muito que a Gina fosse comigo, vocês deixariam?
-De noite? –o Sr. Weasley, pareceu preocupado –Nesses tempos...
-Tenho aurores no meu pé dia e noite. A Gina estaria segura comigo. –ele garantiu.
-Vocês não estão pensando em deixar, estão? –Rony perguntou abismado aos pais.
-Cale a boca, Ronald! –Gina ralhou com o irmão.
-Eu tenho uns papéis no meu escritório, Draco, gostaria que desse uma olhada neles. –disse, levantando-se.
O loiro levantou-se também e os dois subiram para o escritório do Sr. Weasley. Entraram e o Sr. Weasley começou a falar, não sem antes trancar a porta e fazer um feitiço de imperturbabilidade:
-Sente-se, Draco. –convidou e os dois sentaram-se em poltronas, um de frente para o outro –Não te chamei aqui por causa de nenhum papel. Quero conversar com você.
O loiro engoliu em seco. Viria bomba pela frente?
-Sim, Sr. Weasley. Sobre o que gostaria de conversar?
-Sobre a Gina, por certo. Sabe que ela te ama de verdade, não é mesmo?
-É claro, tanto quanto eu a amo.
-Então está presenteando a minha filha e custeando-lhe o tratamento por amor e não por pena ou culpa?
-Sim, eu amo a sua filha. E-eu... –e tomou coragem –Quero me casar com ela.
O Sr. Weasley arregalou os olhos e deu um assovio que mostrava o seu assombro:
-Tem certeza disso? Acho que são jovens demais.
-Em tempos de guerra, esses tipos de atos precipitados não são considerados insensatos.
-Bem, tem razão. –ele concordou, lembrando-se que havia fugido para casar com Molly na primeira vez que Voldemort estava no poder.
-Eu planejo pedir a Gina em casamento hoje à noite, se vocês permitirem que ela vá comigo. Eu já até comprei o anel de noivado.
-Que tipo de festa é?
-Da agência de modelos. –disse descontente.
-Tem mesmo aurores que o vigiam?
-Sim, claro.
-Ok, então eu vou deixar que a Gina vá, mas com uma condição.
-Qual?
-Que ela esteja de volta antes das 2h, já que nesse horário ela tem que tomar o remédio.
-Sim, estaremos de volta dentro do horário. –o loiro prometeu.
-Mais uma coisa...
-O quê?
-Continue fazendo a minha filha feliz, o sorriso dela é um prêmio para mim.
Draco sorriu:
-Para mim também.
O Sr. Weasley apertou a mão dele:
-Nunca pensei que teria um Malfoy como genro. Mas devo dizer que faço gosto nisso, você provou que é digno de entrar para essa família.
“Vocês são menos selvagens do que eu tinha pensado no início.” O loiro pensou, mas não foi o que disse.
-Também me surpreendeu. -soltaram as mãos –Pode contar para a Sra. Weasley, se quiser, mas fora ela, gostaria que ninguém soubesse por enquanto.
O Sr. Weasley fez que sim e saíram do escritório. Agora todos estavam na sala, o Sr. Weasley disse:
-Você pode ir à festa, Gina.
A ruiva levantou-se do sofá e foi correndo abraçar o pai:
-Obrigada, papai!
Rony fez cara feia e disse:
-Se ela voltar com um fio de cabelo a menos, Malfoy, vai se ver comigo.
-Largue de exagero. –Draco disse a Rony –Eu vou cuidar bem dela.
Em seguida, Gina puxou Draco até o sofá, sentaram-se um do lado do outro. Ele passou o braço ao redor dos ombros dela.
-Chega de melação. –Rony reclamou –Quem é que quer jogar quadribol?
Luna, Harry e Hermione seguiram Rony pra fora da Toca. Draco até queria jogar.
“Lógico, eu iria mostrar quem é o melhor, mas...” ele pensou, mas a verdade é que preferia ficar com Gina.
Ela não podia jogar, então ele também não jogaria, por ela. Além do mais, não podiam perder a oportunidade de namorarem um pouco (mesmo porque o Sr. E a Sra. Weasley tinham ido para a cozinha):
-E então? Como está a minha ruivinha favorita? –ele perguntou.
-Favorita? Você tem outras? –perguntou enciumada.
-Você sabe que não, foi apenas uma forma de expressão. Não precisa ficar com ciúme.
-Eu não estou.
-Sei...Mas então, você está se sentindo bem?
-Pára, Draco. Assim você faz com que eu me sinta como uma semidefunta. Eu estou bastante bem. Quantas vezes tenho que repetir isso?
-Até que me convença e tire o meu medo de perdê-la.
-Bobo. –disse, tirando os fios de cabelos dourados de cima dos olhos dele –Se é assim, como espera que eu dance na festa.
-Nós não vamos dançar.
-Vamos sim. –ela teimou –Por favor, Draco. Só um pouquinho.
Ele suspirou:
-Tá bom, só um pouquinho. Lembre-se, você não pode fazer muito esforço.
“Desde quando dançar é esforço?” ela perguntou-se.
-Promete que não vai me trocar por nenhuma modelo?
-Que pergunta idiota é essa, Gina?
-Esquece. –ela murmurou e encostou seus lábios, apenas roçando de leve.
Ficaram nessa espécie de beijo suave por algum tempo:
-Eu amo você, Draco. –ela disse, separando suas bocas.
-Eu também te amo, Gina. –ele falou, passando a mão carinhosamente pelos cabelos rubros dela –E a sua pedra?
-Está no meu quarto. Perto de um porta retrato que tem uma foto nossa.
-A minha está no meu bolso. –falou –Eu sinto tanto a sua falta. Durante a semana é um inferno.
-Desculpa, Draco.
-Desculpa, por quê?
-Você está se submetendo a isso por minha culpa.
-Não se culpe, eu faria quantas vezes fossem necessárias. –ele puxou-a contra si e seus lábios tocaram-se mais uma vez.
Dessa vez o beijo não era leve como o anterior, e sim passional. A ruiva pensava o que seria se seus pais entrassem na sala, mas esse pensamento sensato estava sendo empurrado para o fundo de sua mente. Ela não queria pensar em nada. Apenas no contato direto e maravilhoso que seus lábios e línguas estavam fazendo. Sentia tanta falta desses beijos calientes. Mas então de repente foram interrompidos:
-Hem, hem. –ouviram e soltaram-se imediatamente.
O Sr. e a Sra. Weasley estavam parados de braços cruzados:
-Não se empolguem tanto. –Arthur alertou.
-Exatamente. –Molly concordou com o marido.
Draco e Gina estavam muito vermelhos e envergonhados, era uma situação realmente constrangedora.
“Eu bem que te disse que seus pais podiam chegar a qualquer momento.” Uma parte da consciência de Gina lhe disse “Eu sei, mas eu não conseguia pensar...” a outra parte respondeu.
-Mamãe...papai... –Gina murmurou, sem ter coragem de encará-los –Eu...
-Não diga nada, querida. –Molly disse.
-Não precisa explicar nada, Gina. –Arthur disse.
“Não dizer nada? Não explicar nada? Será que eles estão se sentindo bem? Em outras ocasiões eles me dariam um sermão quilométrico e não deixariam que eu e o Draco ficássemos sozinhos por um bom tempo.” Ela pensou confusa, não entendendo nadinha.
-Eu acho que é melhor ir embora. –o loiro se pronunciou –Alguns afazeres, sabem? –e piscou, cúmplice, para o Sr. Weasley.
-Claro. –Arthur disse e apertou a mão do Malfoy –Bom trabalho.
A Sra. Weasley abraçou Draco fortemente e parecia emocionada:
-Até mais. Cuide-se, querido. –disse, como se fosse seu filho.
Gina estava extremamente confusa. O que estava acontecendo com todo mundo?
-Vocês não teriam algo para me contar? –ela perguntou desconfiada.
Draco beijou Gina:
-Até à noite. –e desaparatou.
***
Às 7h e 30min da noite, Gina já se encontrava pronta, estava impaciente, conversando com Hermione:
-Mione, você acha que eu estou bem?
A morena suspirou:
-Gina, essa é a terceira vez que você me pergunta isso...
-Ai, é que eu estou tão nervosa. É uma festa de gente importante. E se eu fizer o Draco passar vergonha?
-Sai dessa, Gina. Vai dar tudo certo. –Hermione disse, otimista.
-Mas eu estou mesmo bem?
-A resposta é a mesma das outras duas. Você está linda e o Draco vai adorar.
A ruiva vestia o vestido longo e preto da Channel. Calçava uma sandália preta Gucci e usava o colar de pérolas negras da Tiffany’s. Seu cabelo estava cacheado nas pontas, num belo penteado.
Pouco tempo depois, Draco chegou. Deu um selinho na namorada e cumprimentou a todos. Prometeu que traria Gina de volta no horário estipulado. A seguir o casal despediu-se de todos e saíram para o lado de fora da Toca.
-Nós iremos como?
-Está vendo aquele carro preto lá na frente? –ele perguntou.
-Draco! Mas aquilo é uma limusine! –disse, espantada.
-Na verdade não. É um carro do Ministério enfeitiçado para parecer uma limusine. Os aurores que nos acompanharão estão lá.
-E quem são eles?
Draco foi conduzindo Gina pelo quintal e pareceu fazer cara de desagrado ao dizer:
-Aqueles aurores estão me deixando louco com suas medidas de segurança. São a maluca da Tonks, Lupin, Shacklebolt, e Moody.
-Draco eles só querem o melhor...
-Mas desse jeito não teremos a mínima privacidade. –ele reclamou.
-Nos dias correntes, segurança tem que ser levada a sério. Ainda mais para nós que escapamos de Voldemort..
Malfoy não teve tempo para responder. Nesse instante alcançaram o carro. Entraram os dois atrás, primeiro Gina, depois Draco. O carro era bem espaçoso, ampliado com magia, é claro.
À frente iam Shaclkebolt ao volante e Moody no banco do carona. Atrás estavam Lupin e Tonks. Gina abriu um grande sorriso. Fazia tempo que não saía, era bom sentir de novo alguma liberdade, mesmo que esta fosse assistida e controlada. Disse animada:
-Boa noite a todos. –ela perguntou e o carro partiu.
-Boa noite. –responderam a ela -Como vai, Gina? Está tomando direitinho a poção? –Lupin quis saber.
-Sim, mas aquilo tem o pior gosto que se possa imaginar. É realmente horrível. –ela reclamou.
-Mas é preciso. –Tonks opinou –De outro modo como o Draco vai ca... –foi interrompida por Draco.
-Então, querida prima, Ninfadora. –forçou rapidamente –Como o Lupin consegue suportar a sua total falta de semancol? –ele perguntou, bravo, já que quase Tonks contara a Gina o que ele pretendia.
-Tá bom, Draco, mas não precisava ser tão grosso. –a auror criticou-o –Eu só...
-Fique quieta, sim? É mais seguro. –ele respondeu.
-Do que vocês estão falando? –Gina quis saber.
-É que... –Tonks começou, mas foi cortada.
-Nada. –o loiro respondeu categoricamente.
-É só que... –a auror tentou novamente, não obtendo sucesso.
-Nada mesmo. –respondeu, sério.
Tonks estava brava com Draco, ela apenas iria inventar uma desculpa. Draco tinha que ser tão chato com ela? Ela já tinha se tocado. Não contaria que o primo pretendia pedir a Weasley em casamento.
-Olha aqui, Draco Malfoy...
-Sou eu mesmo, o que quer? –perguntou com cinismo.
Tonks bufou e ia responder, mas Lupin falou:
-Calma, Dorinha, não seja infantil desse jeito. O Malfoy é praticamente uma criança.
-E você tem praticamente a idade para ser pai dela, lobisomem.- respondeu com raiva.
-Draco! –Gina exclamou.
-Eu não sou criança. –ele respondeu, cruzando os braços num gesto infantil que conjtradizia o que falara -Tenho 17 anos, sou maior de idade.
-Então se mostre adulto. –a ruiva disse –Peça desculpas agora mesmo.
-Você não vai me obrigar a fazer isso, Gina.
-Você me obriga a tomar aquela poção horrível.
-Mas Gina, aquilo é pro seu bem. É completamente diferente...
-Não quero saber. Você é mesmo um ingrato. Os aurores têm te protegido e você é um grosso.
-Gina...
-Não, sem acordos. Peça desculpas, ou eu não falo mais com você. –ela foi drástica.
-Desculpa, Tonks e Lupin. –ele murmurou –Eu apenas estou nervoso por hoje à noite.
Lupin piscou:
-Tudo bem. –respondeu.
-Por hoje eu te perdôo. –Tonks disse.
-Essa noite é tão importante assim pra você? –Gina perguntou.
-Sim, você não imagina quanto... –o loiro respondeu.
-Não mesmo. Você não me conta sobre o seu trabalho, eu descobri graças à Hermione ou ainda estaria pensando que você estava fazendo algo ilícito.
-Você vai ver que não é tão bom ter um namorado famoso como você possa pensar. –ele disse.
-Por que está dizendo isso?
-Você vai ver. –respondeu misterioso.
Não muito depois chegaram ao local, visto que a falsa limusine era capaz de alcançar velocidades incríveis. Primeiro desceram os aurores. Então a porta foi aberta para que Draco e Gina saíssem. Ele segurava a mão dela. Estavam em frente de um majestoso prédio e havia pessoas em todos os lugares. Flashes disparavam de todos os lados e estavam deixando-na um pouco tonta. Começaram a andar sobre um tapete vermelho ela pôde perceber. Escutou gritos e estava atordoada com tamanho tumulto.
-DRACO!!! –ela ouviu dezenas de vozes femininas gritarem.
Uma garota baixinha de uns 15 anos conseguiu furar despercebida o bloqueio de aurores ao redor de Gina e Draco. Ela parecia nervosa:
-A-assi-na pra m-mim? –gaguejou, entregando ao Malfoy uma caneta e uma revista em que ele estava na capa.
Nessa hora, Draco disse para Lupin:
-Pode deixar, é apenas um autógrafo. Não tem nenhum perigo.-e olhou para a garota –Qual é o seu nome?
-Martha.
-O nome da minha avó. –Gina não pôde deixar de dizer.
-Você é irmã do Draco? –a garota perguntou, fitando-a.
Gina viu que os olhos da garota estavam esperançosos. Percebeu que apesar de não haver nenhuma aparência entre ela e Draco, percebeu que a garota queria acreditar que ela era apenas a irmã caçula de seu ídolo. A ruiva sorriu, não tendo coragem de desiludir alguém com um olhar daqueles:
-Aqui está. –Draco entregou de volta a revista e a caneta –Com carinho para Martha, de Draco Malfoy. –ditou o que escreveu –A propósito, sinta-se privilegiada. Saberá de algo primeiro do que qualquer revista. Ela. –apontou Gina –Chama-se Gina Weasley e é minha namorada. Tenha uma boa noite.
Moody afastou a garota do casal, ela parecia lutar entre a alegria de ter falado com Draco e a tristeza de saber que ele era comprometido.
-Quer dizer que até agora você não tinha contado pra ninguém que tem uma namorada?
-Não. –respondeu e segurou a mão dela novamente –Não queria que tornassem sua vida pública assim como aconteceu comigo, mas agora isso será inevitável.
Entraram no saguão do prédio, era lindo, mas não se demoraram por ali:
-A festa é na cobertura. –o loiro explicou, enquanto se dirigiam até o elevador.
A porta do elevador abriu-se. Os aurores deram uma boa olhada no elevador antes de deixarem Gina e Draco entrarem.
-Boa noite, Sr. Malfoy. Boa noite, Srta. –o condutor do elevador cumprimentou, ao que Gina sorriu e Draco acenou com a cabeça –Tenham uma noite agradável. –desejou, quando chegaram na cobertura.
Havia um enorme terraço, todo enfeitado nas cores branco, preto e azul:
-São as cores da agência. –o loiro explicou.
Havia na entrada, um homem elegante, com um caderno a sua frente:
-Boa noite, Sr. Malfoy.
-Boa noite.
-Poderia saber quem são todas essas pessoas?
-A minha acompanhante e os meus seguranças. Podemos entrar?
O homem fez cara de quem estava passando por cima das regras e disse:
-Mas é claro, Sr. Malfoy, um astro como o senhor precisa estar acompanhado por seguranças.
-Obrigado. –ele agradeceu.
-Todo mundo fica te paparicando, Draco? –Gina perguntou curiosa.
-Mais ou menos isso. –ele respondeu.
-Então também quero ser uma modelo.
-Aposto que a sua beleza chamaria a atenção de qualquer agência, mesmo você não sendo tão alta. Mas eu morreria de ciúmes, não quero que os caras dêem em cima de você.
-Quer dizer que você pode viver rodeado de mulheres e eu não posso viver rodeada de homens? –ela soltou sua mão da dele.
-Vão arrumar o que fazer. Não precisam ficar grudados em mim.–Draco disse aos aurores e eles saíram, vendo que em briga de namorados ninguém mete a colher –E por que você iria querer viver rodeada de homens, Virgínia? Eu por acaso disse que gostava de ser assediado?
-Gosta sim. Você ficou todo cheio de si quando aquela garota veio te pedir um autógrafo.
-Então por que eu deixei claro que você é a minha namorada?
Gina, bufou. Havia perdido na discussão, mas não queria admitir.
-Eu já te dei provas mais do que suficientes que amo você, não é mesmo? Deveria acreditar nisso... –disse, meio chateado.
-Eu acredito, Draco. Mas é que é difícil ver o namorado sendo tão cobiçado. Agora mesmo tem um monte de garotas te olhando. Elas são tão bonitas, confiantes e elegantes. E eu? O que eu tenho?
-Você tem o meu amor. E por mais bonitas que elas sejam não vão me fazer desejar admirar a aparência delas ao invés da sua. Você não tem razão para se sentir insegura e deselegante.
-Eu não sou rica como elas ou como você.
-O meu dinheiro é nosso dinheiro...
Gina o interrompeu:
-Eu nunca teria coragem de te pedir dinheiro, Draco.
Ele sorriu, em breve ele poderia por lei dividir o que tinha com ela. Bem, isso se ela aceitasse o pedido, é claro.
-Vou te apresentar a algumas pessoas, Gina. –ele avisou.
Acontece que esse ‘algumas’pessoas, não eram algumas e sim muitas. Gina sentia que nunca tinha falado tanto “Prazer em te conhecer.” . As pessoas pareciam surpresas, quando Draco dizia que Gina era sua namorada, não botavam fé de que duraria muito tempo. Muitas das pessoas famosas costumavam trocar de namorado(a) quase com a freqüência com que trocavam o guarda-roupa.
“Que milagre que a imprensa não veio me entrevistar ainda.” O Malfoy pensou, enquanto ele e Gina dirigiam-se até a mesa reservada.
Sentaram-se à mesa. A Weasley preocupou-se com a grande quantidade de talheres e o fato de haver três pratos e duas taças para cada um:
-Por Merlin, Draco. O que eu faço com tudo isso?
-Uma das taças é para uma bebida que acompanha a refeição, mas não vou pedir nada com álcool, já que o seu remédio não permite. A outra taça é para água. Os pratos são para a entrada, o prato principal e a sobremesa, use-os de cima para baixo e os talheres de fora pra dentro.
-Ah... –murmurou, impressionada.
Tudo transcorreu perfeitamente. Eles conversaram sobre o que faziam durante a semana.
-Draco, podemos ir dançar? Está tocando uma música lenta, eu não vou fazer esforço.
Ele pensou por um momento, então respondeu:
-Está bem. –e levantou-se, para em seguida conduzir a namorada até a pista de dança.
Tocava uma música lenta. Draco enlaçou a cintura da ruiva e ela o seu pescoço. Passaram a movimentar-se vagarosamente, no ritmo da melodia:
-É ótimo dançar assim, é como um sonho. –comentou, sorrindo maravilhada enquanto olhava nos olhos do namorado.
Draco sorriu:
-Fico feliz em saber que pensa assim. Posso não ser nenhum dançarino profissional, mas garanto que não vou pisar no seu pé.
-Você já veio em outras festas desse tipo, não?
-Sim.
-E você dançou com...
Percebera qual era a intenção dela, então a interrompeu:
-Para ser sincero, sim.
-Hum... –ela murmurou simplesmente, afundando a cabeça no ombro dele.
-Mas não precisa ficar com ciúmes. Pergunte para a Tonks se quiser, eu não dei confiança para nenhuma mulher.
-Eu confio em você, Draco. –disse suavemente –Tenho que confiar depois de tudo o que aconteceu entre a gente.
Ele ficou sem saber o que responder, apenas sorriu e para Gina aquele sorriso valia mais do que qualquer coisa que ele pudesse ter respondido.
Após algum tempo, uma música mais agitada começou a tocar:
-Vamos voltar para a mesa, Gina.
-Já? Mas eu queria continuar dançando.
-Você sabe que não pode. O medibruxo te proibiu de fazer demasiados esforços.
-Isso não é demasiado...
-É sim.
Ela suspirou:
-Ok, você venceu. –e deixou-se ser conduzida de volta à mesa.
Quando chegaram lá, sentaram-se. Sobravam apenas as taças com água pela metade. Draco engoliu em seco, antes de murmurar:
-Hum....Gina...
-O quê? –ela perguntou, sorrindo abertamente para ele.
Ao ver o sorriso dela, Draco sentiu como se suas estranhas estivessem se remoendo, não sabia como fazer:
-Eu quero te dizer uma coisa, mas não sei como você vai reagir.
A ruiva mordeu o lábio inferior.
“Não me diga que você foi pra cama com outra, por favor.” Ela implorou em pensamento.
Respirou fundo:
-Pode dizer, Draco. Eu estou preparada.
Ele colocou sua mão sobre a direita dela que estava em cima da mesa:
-Você sabe que eu te amo, Gina. E que eu quero estar sempre com você. –disse, olhando dentro dos olhos dela –O que você diria se eu te pedisse em casamento?
Por instinto ela tirou sua mão da dele e abriu a boca com visível espanto:
-Eu diria que não estava preparada. –falou sinceramente.
Draco sorriu sem graça e tirou do bolso uma caixinha de veludo negro:
-Em todo caso... –e entregou a caixa na mão dela.
Gina abriu:
-É lindo, Draco. –mirou o anel coberto de diamantes.
Porém, antes que pudesse dizer qualquer outra coisa, sentiu flashes sobre si:
-Como se sente ao ser pedida em casamento pelo modelo mais comentado da atualidade? –um repórter enfiou um gravador em frente a Weasley.
Gina não sabia o que dizer ou o que fazer.
-Quando será o casamento, Sr. Malfoy? –dessa vez o gravador estava virado para Draco.
-Sem comentários. –o loiro respondeu, decidido.
Nesse momento, os aurores chegaram perto do casal afastando os repórteres e fotógrafos. Draco olhou no relógio, era meia noite:
-Vamos embora. –decidiu.
Saíram da festa escoltados pelos aurores:
-Eu lamento por ter acabado assim, Gina. Eu não queria te expor à mídia.
-Não importa. –ela respondeu distraída.
Tudo à sua volta parecia irreal. Martelava em sua mente o momento em que o loiro disse que pretendia a pedir em casamento. Teria realmente ouvido isso? Lembrou-se do anel, sim fora real. Ficara tão surpresa que nem respondera. Na verdade ainda se encontrava surpresa. Era jovem demais para se casar. O que seus pais diriam de tal coisa? Será que era isso o que queria para sua vida? Casar com um Malfoy?
“Eu amo o Draco.” Sua mente respondeu por si.
Porém de alguma maneira, ainda se sentia insegura sobre sua resposta. Guardaria ainda algum sentimento por Harry?
“Claro, o Harry sempre vai ser especial para mim. Ele foi meu primeiro amor. Mas agora ele é apenas um amigo muito querido, não passa disso.” Pensou “Então por que eu continuou me questionando sobre o que devo responder? Do que eu tenho medo?”
Chegaram até a limusine e entraram nela. Draco pegou a mão dela e Gina deitou a cabeça sobre o ombro dele.
Ainda estava perdida em pensamentos, quando ouviu a voz de Draco:
-Tonks, eu preciso conversar com a Gina.
-E por que não conversa? –ela questionou.
-Eu quero dizer à sós. –Draco diz, mantendo a paciência.
-Hum... –a auror murmurou –E por que eu deveria te ajudar?
-Não seja rancorosa. Eu sou seu primo.
-Agora se lembra disso.
-Não arranje encrenca, Dorinha. –Lupin disse –Tudo bem, nós emprestaremos a nossa casa para vocês. Mais precisamente a biblioteca.
-Obrigado. –o loiro agradeceu.
-Então eu toco para a sua casa, Lupin? –perguntou Shacklebolt.
-Sim. –o ex-professor de DCAT respondeu.
Poucos minutos depois, chegaram até a casa do casal de aurores. Desceram após Moody e Shaclkebolt checarem os arredores. A casa era simples, mas bonita, sem ser chamativa. As paredes eram pintadas numa cor creme apagado. Ao adentrarem o lugar, Lupin disse:
-Tudo o que têm a fazer é seguir reto nesse corredor e entrarem na última porta.
Draco e Gina seguiram as instruções de Lupin. Entraram na biblioteca:
-Lumus. Colloportus. –Draco disse, agora tinham luz e a porta estava trancada.
Sentaram-se em um tipo de sofá que havia por ali:
-O que tem para falar comigo? Se é sobre o pedido de...
-Shiu. –Draco fez, colocando um dedo nos lábios dela –Primeiro eu quero falar, se você me interromper, eu não vou conseguir. Tudo bem? –perguntou e a ruiva fez que sim –Gina, você viu o tipo de vida que estou levando. Garotas e imprensa em cima de mim, eu fiquei famoso. A fama é desgastante, por isso tentei mantê-la afastada de tudo isso. O medibruxo recomendou que descansasse. Posso não gostar muito de ser modelo, mas com isso estou conseguindo bancar o seu tratamento, então sou grato por ter conseguido esse emprego. Cada vez que eu penso que estou fazendo isso por você, eu consigo encarar as câmeras e outras atribulações. Não quero que se sinta um peso, eu amo você. Não quero que pense que te pedi em casamento porque estou com pena de você. Eu realmente quero ficar com você, mas é por amor, palavra que você me ensinou. Mas eu não vou te culpar se você não quiser. Mesmo que corra o risco de ganhar uma resposta negativa...Eu vou perguntar novamente. Gina, você aceita se casar comigo?
Houve silêncio. Ele baixou os olhos ao ver que ela não respondia e murmurou:
-Ok. Se você não quer... –começou a dizer, mas foi interrompido.
-Agora eu posso falar?
-Sim.
-Quem disse que eu não quero? –perguntou indignada.
-Mas você também não disse que quer.
-Eu me sinto nova demais para casar...
-Eu sei que somos jovens, mas se você não está segura, não faz mal. Eu fui mesmo um idiota de achar que você...
Draco não pôde terminar a frase, os lábios da ruiva buscaram os seus.
-Eu amo você. –ela disse após um beijo longo.
-Mas não quer se casar.
-Disse que acho que sou nova, o problema é que sou menor de idade, Draco. Eu quero me casar com você, mas com certeza os meus pais não deixariam.
-Sim, eles deixaram.
-Como é que é?!? –perguntou surpresa.
-Eu disse ao seu pai que pretendia pedir você em casamento. Ele disse que tudo bem e pela reação da sua mãe hoje depois do almoço, ela também concordou.
-Então é por isso que eles estavam agindo estranhamente. –ela concluiu –Agora faz sentido. Eu quero sim me casar com você, Draco Malfoy.
O loiro deu um sorriso enorme e encostou seus lábios nos da Weasley, dando beijos leves.
-Draco, você quer mesmo fazer isso? –perguntou, olhando profundamente em seus olhos –Você quer mesmo casar comigo?
Ele pareceu chateado:
-Eu confio no julgamento da Pedra do Amor, você não? Não está certa de que...
Ela colocou um dedo sobre os lábios dele:
-Não diga isso. É que parece um sonho.
-Se fosse um sonho, você não sentiria isso. –ele respondeu, capturando os lábios dela com os seus.
Draco beijou-a apaixonadamente. Trouxe o corpo dela para mais perto de si pela cintura. Gina puxou-o num abraço apertado. Era maravilhoso estar aconchegada mais uma vez nos braços dele. Sentia tanta falta... Viam-se apenas uma vez por semana desde o fim das aulas em Hogwarts e isso a deixava ansiosa de poder vê-lo. Agora estava ali com ele e havia sido pedida em casamento e mal podia acreditar nisso. Não sabia se continuava a beijá-lo ou começava a rir de tanta felicidade. Resolveu optar pelo primeiro. Sentiu as mãos de Draco subirem seu vestido e passearem por suas pernas. Por sua vez, a ruiva começou a desabotoar a camisa dele. Não pensavam mais que estavam na casa de Lupin e Tonks.
Porém, ao ouvir um suspiro mais profundo por parte de Gina, Draco parou o que estava fazendo. Olhou para a ruiva. Ela tinha os olhos fechados, como que esperando que ele retornasse os lábios aos dela, mas isso não aconteceu.
Abriu os olhos, meio surpresa e decepcionada:
-Por que você parou, Draco?
-Não podemos. –e ela fez uma cara de “por que não?” –Além de podermos ser interrompidos a qualquer instante, o medibruxo recomendou...
-Que eu ficasse em repouso e não fizesse demasiado esforço. Pro inferno com tudo isso! Eu quero você, Draco. Eu senti tanta falta.
-Não seja tão negligente com a sua saúde, Gina. Você precisa se cuidar.
-Mas Draco... –ela começou e foi interrompida.
-Nada de mais nem menos. Eu prometo que quando acabar o seu tratamento, eu vou te recompensar por todo tempo perdido.
-Promete. –ela perguntou manhosa.
-Sim. –respondeu, acariciando o rosto dela com delicadeza –Sabe o que vem agora?
-O quê? –perguntou curiosa.
Draco mais uma vez tirou de seu bolso a caixinha de veludo negro:
-O seu anel. Vou colocar no seu dedo.
Draco pegou a mão direita de Gina e deslizou o anel vagarosamente pelo anelar dela. Ela mirava o anel com visível contentamento:
-É tão lindo, Draco!
-Você merece. –ele sorriu –Acho que está na hora de irmos, prometi ao seu pai que não demoraríamos. –acrescentou.
Draco levantou-se do sofá e puxou Gina para que ela levantasse também. Ao ficar em pé, Gina beijou-o intensamente. Naquele beijo estava agradecendo por tudo o que ele tinha feito por ela e o quanto a deixava feliz. Ao separar-se dele, o loiro perguntou:
-O que foi isso?
Ela sorriu com divertimento:
-Pode ser chamado de ósculo, mas é mais conhecido como beijo. Poderia até dizer que foi um beijo à francesa...
-Ok, ok, engraçadinha. Você sabe que não é essa a resposta que eu quero.
-Tá, isso foi pra mostrar o quanto sem palavras eu estou para expressar o que sinto.
-Basta que diga que me ama e já estará ótimo.
-Eu te amo, Draco. –ela disse tão sinceramente, que ele não pôde encarar seus olhos.
Conduziu-a pela mão para fora do aposento. Na sala estavam reunidos os quatro aurores:
-Tudo resolvido? –Lupin perguntou na dele.
Gina ergueu a mão direita, mostrando o lindo anel de diamantes.
Tonks correu a abraçá-la:
-Que bom, Gina! Seremos primas também! –disse alegremente, enquanto a abraçava com força.
-Hey, não aperte tanto assim a minha noiva. –Draco ralhou e Tonks soltou Gina.
-Ele me trata como se fosse uma xícara de porcelana que pudesse quebrar a qualquer momento.
-Parabéns, Malfoy e Weasley. –disseram Moody e Shacklebolt.
Gina sorriu e Draco disse um obrigado. Tonks perguntou:
-Onde vocês vão morar?
-No meu apartamento. –Draco respondeu sem hesitar.
-Na Toca. –a ruiva disse ao mesmo tempo que ele.
-Não mesmo! –disseram os dois.
-O quê? Eu não vou morar com a sua família, Gina!
-Mas vocês estão se dando tão bem, Draco...
-Vocês não tinham que ir embora? –Moody pergunta.
-Sim. –Draco responde.
-Então vamos logo. –o auror insistiu.
Foram caminhando para o carro e continuavam a discutir a questão. Lançavam-se de diferentes argumentos o tempo todo. Quando chegaram na frente da Toca e saíram do carro, ainda discutiam:
-Eu quero ficar perto da minha família, Draco. Estamos em meio à guerra.
-Os seus irmãos, principalmente o Ronald, não gostam de mim. Tornariam a nossa vida como casal um inferno, entenda isso, Gina.
-Mas você conquistou os meus pais... –não terminou a frase.
Cansado da briga, Draco enlaçou a cintura de sua noiva e beijou-a com fervor. Aconchegada nos braços de Draco, ela compreendeu que não importava onde iriam morar. O que realmente importava era que ficariam juntos. Poderia ser no Alaska ou no deserto do Saara e ela ainda assim seria feliz, porque o teria a seu lado. Já haviam passado por tantas coisas. Uma questão por aquela era mínima diante do que sentiam um pelo outro. Nenhum dos dois queria que aquele beijo acabasse, mas como tudo o que é bom dura pouco... Ao se soltarem, Gina fez menção de falar:
-Draco, sobre... –mas ele colocou um dedo gentilmente sobre seus lábios, calando-ª
-Não vamos discutir sobre isso agora, não importa. Eu amo você, Gina.
-Eu também te amo, Draco.
-Viu? Isso é o que importa. Agora você tem que entrar, daqui a pouco é o horário do seu remédio. –ela fez cara feia –Fique curada logo, Gina. Por nós, está bem?
Ela fez que sim:
-Hum, as suas fãs vão se decepcionar tanto...
-Não posso fazer nada. O meu coração já tem dona. Agora vai, Gina. Não tente me enrolar, você tem que tomar o remédio.
-Eu vou, Draco. Até mais. –e começou a andar em direção a porta da frente da Toca.
-Sonhe comigo. –ele pediu e a ruiva virou-se de volta.
-Não preciso sonhar. Com você, todos os meus sonhos se transformam em realidade. –respondeu, olhando o anel com carinho.
Draco sorriu e acenou, antes que ela entrasse. Deu um profundo suspiro ao vê-la desaparecer pela porta. Pensava em como era incrível o fato de que quando alguém menos esperava, acontecia uma reviravolta em sua vida. Nunca ficou tão satisfeito com o ditado “O feitiço que virou contra o feiticeiro”.
“É Potter, eu te devo uma.” Pensou, sorrindo mentalmente ao lembrar-se de que no começo seu objetivo era vencer Harry. Foi com esse pensamento irônico que entrou de volta no carro e partiu para seu apartamento.
N/A: Vlw td mundo q leu e desculpa se tiver algum erro, eu não tive tempo de reler o cap. Bjuss
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