Parte o coração




5.Parte o coração


Inevitável, assim como uma sombra, o silencio os seguia e se fazia presente em todas as vezes que se encontravam, mas talvez ele fosse melhor que as palavras que costumavam povoar suas conversas.

Finalmente, a porta se abriu para que entrassem. – Meu nome é Helena, e por enquanto, sou sua professora de etiqueta...
- Desculpe? Não...
- Sim, entendeu bem, Sr. Zabini. Vou ensiná-los a comportar-se adequadamente de acordo com a situação. Por exemplo: Granger, corrija a postura. Malfoy, tire as mãos dos bolsos. Campbell, não pare com as pernas desse jeito; e você, arrume essa postura e mude essa cara.
“Sei das ‘origens’ de todos vocês e independente de se acharem os sabe-tudo nas questões de comportamento, eu digo que estão enganados. Hoje, começaremos dançando. Malfoy e Campbell, Zabini e Granger. – com um aceno de varinha começa a soar uma valsa – Já!”

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Estava muito aborrecido com aquilo. Sabia o bastante sobre comportamento e mostraria àquela mulherzinha arrogante.
Dançar era fácil, fácil demais. Como alguém poderia querer ensiná-lo a dançar melhor, ele, Blás Zabini, até mesmo um cabo de vassoura pareceria uma graciosa dançarina em seus braços...

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Aprendeu a dançar no quarto ano e não se saia nada mal. Estavam indo bem, afinal ele também era um ótimo dançarino, parecia experiente.
Mas de repente estava saindo do ritmo, indo rápido demais.
Talvez não seja tão bom assim...aauu! Qual é o problema desse garoto?
Perderiam pontos ou o que quer que fosse que valia aquilo. Droga. Teria que falar com ele, e lá se ia por água a baixo seu plano de não se irritar com aqueles sonserinos asquerosos. O olhou e ele ou sentiu seu olhar ou percebeu o que estava fazendo, mas de qualquer maneira, voltou ao ritmo normal.

Ao invés de voltar a olhar o nada e perder-se em seus próprios pensamentos, continuou olhando o menino. Moreno, de pele mais bronzeada que a dos amigos ou a de Malfoy, cabelos escuros, traços fortes, olhos claros e a sempre presente arrogância. Uma imagem bonita, mas que não trazia nada de bom. Apesar disso, da raiva que via nos olhos dele, no fundo, bem no fundo, também via... meiguice.



E dessa vez, seu olhar realmente se fez sentir, pois ele finalmente desgrudou os olhos da professora e os mirou nela. Quando viu que o olhava perdidamente, abriu um sorrisinho malicioso antes de ouvirem – Troquem.
Aquela unica palavra a fez estremecer, Zabini foi em direção a Renée, a única que viu sua expressão de desespero quando Malfoy a enlaçou pela cintura e segurou sua mão, sem pronunciar uma palavra sequer.
Olhava fixamente por cima do ombro dele e por isso não sabia o que ele olhava ou como o fazia. Estava se xingando pelo acontecido com Zabini e por aquela estúpida mania analista quando Malfoy sussurrou em seu ouvido. – Se continuar dura assim, vai ser mais fácil dançar com uma vassoura, Granger.

Voltou para ele os grandes olhos castanhos assustada e logo encarou seu ombro outra vez – Desculpe.
- Desculpe? – pergunta ironicamente, controlando o espanto de que estava tomado – Qual o seu problema Granger?
- Nenhum Malfoy, acontece que a gente vai ter que conviver de agora em diante e eu desisti de dar corda pras suas infantilidades.
- Claro, minhas infantilidades... É por isso que ta dura assim? Relaxa, eu não vou fazer nada com você, sangue-ruim...
Estava mesmo travada por causa dele, tinha que relaxar, porque aquilo ainda era uma tarefa e sempre dava o melhor de si. Depois de um tempo, quando finalmente conseguiu se soltar, ele a segurou mais firme e passou não mais a dançar, mas a deslizar pela sala, como se flutuasse. Tinha achado Zabini um bom parceiro, mas não se comparava com Malfoy, toda a segurança e controle que ele tinha da situação começaram a deixá-la nervosa e a única maneira de extravasar era falando. – Dói tanto ser o mínimo gentil?
- Na verdade Granger dói sim, a minha moral, que seria gravemente ferida se eu fosse gentil com uma sangue-ruim.
- A verdade Malfoy. – rosna – É que a gente tem que se aturar, e seria bem mais fácil se você agisse civilizadamente... Desse uma trégua.
- Trégua? – ri sarcástico – Não Granger. Não te daria esse prazer. – diz antes que a musica acabe e Helena volte a falar.
- Vocês ainda tem muito que praticar e a partir de agora as duplas serão essas em que estão. – a cara das meninas e de Draco eram impagáveis – na próxima aula venham de salto. Agora, apresentem-se.
-...?
- Granger.
- Meu nome é Hermione Jane Granger, tenho 16 anos, 1,71 de altura, Grifinória...
- Péssimo. Campbell.
- Renée Campbell, Corvinal, 16 anos, londrina, pais...
- Zabini.
- Blás Zabini, Sonserina, puro-sangue, filho único, futuro empr...
- Malfoy
- Draco Malfoy, prazer.

Helena abre um enorme sorriso, o primeiro. – Ótimo! Se alguém te pergunta quem é você, responda o seu nome e não sua ficha policial. Quanto mais se sabe sobre a sua vida, mais fácil é te atingir.
“Alguém que você não acha confiável pergunta o seu nome, minta, sempre, a idade, origem, endereço, tudo. É fácil desmentir depois, inventar uma mentira que se encaixe no seu verdadeiro perfil, não. Principalmente se estiverem sob muita pressão. Quem é confiável? Ninguém até que você tenha toda e qualquer informação sobre a pessoa.”
- Pressão?
- É, é muito fácil disfarçar a voz, a expressão e esconder informações de alguém despreparado, mas só os muito bons conseguem esconder alguma coisa, qualquer coisa, de um bom legilimente. Isso é o que eu vou ensinar, primeiro, a serem falsos, e depois, oclumentes.
- E quanto a legilimência? – pergunta Draco.
- Também. – o olha severa, deduzindo as intenções do garoto – mas essa vai ser a ultima coisa. Mais uma dança, e agora – olha para Hermione e Zabini – disfarcem toda e qualquer emoção.
Quando a musica volta a tocar decide tentar uma ultima vez – E então, onde aprendeu a dançar Malfoy?
- Em casa
- O que mais aprendeu?
Olha para ela e responde com olhos e voz congelantes – Tudo que alguém de uma boa família aprende, Granger. Coisas que uma sangue-ruim como você não conhece e nem nunca ouviu falar.
- Porque não pode agir como uma pessoa normal, Malfoy?! – se exalta
- Porque não sou normal Granger, sou o melhor, e sei disso. – também se zanga.
- Podem ir...

O empurrou e saiu bufando da sala. Andou tão rápido que chegou à torre da Grifinória antes do que esperava. Se jogou em uma poltrona na sala comunal, puxou os livros e não se deu ao trabalho de olhar ou falar com ninguém.


Não queria realmente conversar, nem mesmo com os amigos, se estivessem ali. Não era como se pudesse contar sobre o acontecido, e ao invés de ficarem com raiva e tornar tudo mais um assunto deles, fossem só escutar e dizer as coisas que queria ouvir. Não que fossem sequer perguntar o que a incomodava e parar de falar, um instante, sobre os malditos testes de quadribol. Estava cansada daquilo, de ter de ouvir e ajudar os outros e nunca ter alguém com quem conversar sobre seus próprios problemas. Cheia de guardar tudo o que sentia, como se estivesse sozinha quando seus amigos estavam bem ali, do seu lado - jogou tudo em cima da mesa de novo e saiu da torre - Precisava ficar sozinha. Fisicamente, já que psicologicamente estava a muito tempo. Um lugar onde não encontrasse ninguém e pudesse por a cabeça no lugar, se acalmar. Onde?
Torre de astronomia.
Infeliz, ou talvez, felizmente, a torre já estava ocupada. Notou antes mesmo de chegar ao topo, vinha uma musica de lá; bonita, calma, clássica e... trouxa. De qualquer maneira, ficou curiosa para saber quem escutava aquilo. - abriu a porta e se surpreendeu ao ver a menina, com os cabelos presos num rabo, e as roupas combinando com as sapatilhas azuis; dançando, parecendo uma pluma ao vento, com movimentos leves e graciosos. A musica acabou e ela parou numa pose, como em qualquer coreografia de balé. Então entrou na sala e se fez notar pela garota.

- Ai que susto!...Oi
- Desculpa, não sabia que você dançava.
- Como saberia – da um sorriso enquanto mexe em uma espécie de radio – a gente só se conhece a dois dias.
- É...
- Mas você não ta bem. – afirma olhando para ela.
Da um sorriso triste e vai admirar o céu e o horizonte – To sim. Tudo bem.
- Tá que a gente não se conhece muito bem, mas qualquer um vê que você não ta legal.
- Aparentemente não é qualquer um – volta a olhar a garota – Você dança bem. Não sabia que bruxos dançavam ballet.
- Não dançam, eu que sou degenerada – riem – fui pra Paris quando era criança e minha mãe me levou ver uma apresentação, gostei, ela me colocou pra ter aulas e agora eu danço quando dá vontade.
- Você é o sonho de toda mãe trouxa, todas elas colocam as filhas pra fazer ballet, mas muito poucas continuam. Acho que a gente acaba criando uma espécie de trauma – riem outra vez.
- Então você sabe também?
- Eu? Não, um desastre natural, coitada da minha mãe, acho que ela nunca superou isso. Na real, não sou muito boa dançando.
- Você dançou bem hoje.
- Malfoy dançou bem, você quer dizer.
- Não, você mesmo. Draco é um bom dançarino, mas eu já vi meninas que eram um desastre, mesmo com ele. E o Zabini, só de pensar naquela cara já se arruína qualquer possibilidade de sucesso em uma coreografia e você conseguiu.
Ri do comentário da garota - Você não gosta muito dele né?
- Um imbecil. Na real, não tenho nada contra, mas as vezes ele me irrita. Você é que tem sorte de não ter que agüentar garotos feito ele.
- Como?
- Não da pra entender, quer agradar, mas faz tudo errado, um prepotente, isso que ele é.
Acha graça do jeito da outra - Nossa do jeito que você fala, até parece que gosta dele.
Renée quem ri dessa vez – Não, é só que é irritante mesmo, no fundo eu gosto dele, acho que não é assim de todo mal. – Hermione continua rindo – É, você fica dando risada porque os seus amigos não são assim, tampouco deixam um garoto desses chegar perto de você.
- Meus amigos são piores dos que você imagina, Renée. Bem piores, quem me dera se eles fossem só um pouquinho prepotentes – fala ainda sem perder o bom humor – Mas e você? Disse que o Malfoy não é seu amigo, Zabini também não, quem são os seus amigos?
- Sei lá, eu conheço tanta gente, nem sei te dizer quem são os meus amigos, se são meus amigos.
- Como assim?
- Ah, sei lá, não sei qual o conceito que você tem de amigo. Eu conheço muita gente, mas não tenho alguém que diga, nossa é meu melhor amigo coisa e tal. Você tem?
- Sim. O Harry e o Rony...
- Deve ser estranho ser a menina no meio dos garotos.
- As vezes é...
- Eu já tive a minha fase “procurando por amigos”, mas ela passou quando eu notei que na maioria das vezes eu era amiga da pessoa, mas ela não era minha. Deixei pra lá esse negócio, conheço uma pancada de gente, são meus conhecidos, comparsas, sócios, mas nenhum deles é meu amigo, assim cada um exerce a sua função quando é preciso e eu não preciso ser amiga de ninguém – conta indiferente, mas Hermione não se convence.
- Nossa, isso é estranho. Quais exatamente são as funções das pessoas?
- É só modo de falar sabe. Tipo tem alguém que eu quero conhecer, quem me apresenta é um conhecido, ou o conhecido de um conhecido, me meti em alguma confusão com alguém, comparsa, quem me tira dela, o sócio que eu ajudei em alguma coisa – Hermione faz cara de indignada – Não me olhe assim, não é diferente do que você chama de amigos, com exceção de que eu não converso com eles sobre os meus problemas e não preciso escutar os deles.
- Ta, pode ser, mas mesmo assim é ruim não ter ninguém pra te ouvir quando você precisa.
Ri - Já me acostumei.
- Não devia. E a partir de agora você pode me incluir nessa sua lista ai e me identificar nela como amiga. Não precisa ser minha se não quiser, mas eu vou ser sua e ponto final.

Renée ri da atitude da menina que conhecia a tão pouco tempo mas concorda com a exigência. Algo lhe dizia que aquela seria uma verdadeira amizade.

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Voltou para a sala comunal e os amigos ainda não estavam lá. - Tinha gostado de conversar com Renée, no fundo achou que sentiam a mesma coisa - sozinha no meio da multidão – apesar da garota ser muito mais equilibrada do que ela mesma. Nunca tivera uma amiga fora Gina - que não compartilhava muitos dos seus interesses - quem sabe aquela não acabasse sendo uma boa experiência, afinal, faziam as aulas extras juntas mesmo, pelo menos não ficaria sozinha. É...com certeza seria legal, só não podia ser melhor porque também dividia essas aulas com Malfoy.
Tudo seria tão melhor se ele não existisse!
Só com aquele pensamento idéias assassinas lhe vinham a cabeça.

Quando desceu para o jantar os meninos já estavam na mesa, parecendo exaustos. Comendo como se fosse a ultima refeição que fariam na vida.

- Oi – se senta. Ambos levantam os olhos para ela e respondem com a boca cheia. – Como foi a aula?
- Sinceramente Mione, se eu pudesse deitar agora, não me importaria nem se fosse num caixão. A mulher é o demônio.
- Nossa Harry, que horror. Porque?
- Ela não dá um segundo de descanso. E não é como se pedisse pra gente lançar um expelliarmus um milhão de vezes, é pedir pra levitar Hogwarts em cima da cabeça e ficar equilibrando o dia inteiro.
- Nossa... Rony, você ta bem?
- To sim, Mione.
- Tem certeza? Ta meio branco – confirma com a cabeça
- E você Mione? Tudo bem?
- Tudo sim, Harry...

Foram juntos até o corredor das salas em que teriam aula. Chegaram na porta da sala de Hermione, pararam e continuaram conversando, assim como os outros três que já esperavam.
Os meninos falavam empolgados sobre os animais em que queriam se transformar quando pudessem virar animagos e faziam mímicas e sinais, arrancando gargalhadas da amiga, enquanto ao lado Draco também dizia algo que divertia Renée e Zabini. Então, Padma e Susana passaram.

- Acho que ta na hora da gente ir...
- É mesmo, melhor não se atrasarem.
- Mas te deixar é difícil demais, Mione – dramatiza Rony e chama a atenção dos outros.
- Sim Mione, parte o coração, te deixar nesse estado, definhando de amor por nós.
- Seria muito cruel simplesmente partir. Antes do adeus final devemos te dar o conforto e te fazer companhia essa noite na enfermaria. – inventa como uma sugestão para fugirem das aulas.
- Oh não, não quero que me vejam assim, nesse estado deplorável. Vão...
- Não!
- Não, o amor é maior do que a dor que sente, amada. – não agüenta a interpretação de Harry e começa a rir.
- Vão logo
- Mas amada...
- Vai logo, Harry. – ele desiste e pára com as brincadeiras – e leva o Dom Juan aqui com você. – volta para puxar Rony que ainda brincava com a amiga e segurava a mão dela.
Os dois seguem para a outra sala e quando pára de rir dos amigos se vê sozinha com Malfoy, Zabini e Renée que ainda conversavam. Olha sem jeito para a menina que lhe sorri e chama para a conversa. – Já sabe de que é essa aula Mione?
- Aham. – pára de frente para Renée, cercada por Malfoy e Zabini – magia branca.
A menina faz uma careta de ansiedade e medo – Dizem que é difícil, porque dura muito tempo. Você já fez?
Draco que até então fingia não ver a garota presta atenção – Não.
- E vocês? – os dois negam.

Silencio. Já estava começando a se sentir mal por ter interrompido a conversa dos três quando o treinador abre a porta.

- Fiquem frente a frente. – se dividem entre menina e meninos – As duplas da Helena, que eu tenho certeza, não são essas. – tomam as posições certas e um pequeno sorriso brota nos lábios do homem. – Bom, eu sou Donn e trabalho com antiga magia branca.
“Vocês vão fazer feitiços de proteção, que são muito poderosos e se feitos corretamente, por alguém bem preparado, podem durar séculos ou até mesmo a eternidade. Mas pra isso é preciso muita dedicação.”
“O que começarão hoje exige concentração, habilidade com poções e muito poder. Quais os motivos pelos quais se quer proteger alguém?”
- Necessidade – diz Zabini.
- Pode ser, mas isso não produziria uma proteção muito forte.
- Carinho?
- Esta no caminho certo srta. Campbell, mas ainda não.
- Amor
- Exatamente Malfoy. Amor, ele é capaz de produzir as proteções mais fortes, porque leva consigo todos os outros motivos. Isso é o que vocês tem que fazer, não há necessidade de dizer o quão difícil pode ser. Então, comecem!
- Desculpe. O que exatamente devemos proteger?
- Seu parceiro, srta. Granger – ela arregala os olhos e Draco solta um riso descrente.
- E de quê?
- Boa pergunta. Porque não de você mesma? Vamos podem começar. O feitiço é esse. – aponta escritos em uma parede - no final da aula os dois devem ter conseguido o mínimo progresso, não saem daqui enquanto não fizerem.

Renée e Blás se aproximaram e foram ler o feitiço, enquanto Draco e Hermione nem se mexeram. Até que a garota andou até ele e parou de braços cruzados. – O que vamos fazer?
- Não olhe pra mim como se eu soubesse Granger! Vamo fazer o feitiço, não tem mais nada que a gente possa fazer. – dá um passo em direção a parede, mas ela o impede.
- Não adianta Malfoy, não funciona se não tiver pelo menos um dos motivos certos.
- Ótimo. Já tem, necessidade – rosna.
Revira os olhos – não vai adiantar, porque mesmo que precise, você não quer me proteger – lhe da as costas outra vez – se quer tentar azar o seu, mas não vai funcionar - conjura um pergaminho com a copia do feitiço, que flutua à frente dele. Ele o pega e se vira tirando a varinha das vestes – Nesse tipo de feitiço não se usa a varinha Malfoy. Você tem que canalizar a energia em algum ponto do seu corpo, de onde ela possa passar pra outra pessoa. – explica como se fosse idiota – acho que você sabe fazer isso né? – recebe um olhar fulminante, o papel volta a flutuar ao lado da sua cabeça enquanto ele guarda a varinha, tira a capa dobra as mangas da camisa e segura suas mãos. Mesmo extremamente desconfortável com a situação apenas o observa respirar fundo antes de começar a ler as palavras do encantamento, termina e fecha os olhos, esperando que acontecesse algo antes de abri-los de novo. – Eu avisei que não ia dar certo, Malfoy. – diz com o típico tom de “eu avisei...”
- Acontece que eu não vou te amar, Granger. – explode e solta as mãos da garota – Como diabos você pretende fazer isso então?
Respira fundo se recuperando do susto e decide por outra tática – Porque você age assim, Malfoy? – mais um olhar fulminante, mas nenhuma resposta – Não vai adiantar nada ficar ai berrando e dando showzinho, no fim, vai ter que tentar. Não me amar, é claro, mas pelo menos querer, por algum motivo, me proteger. Nem que seja pra nunca mais poder chegar perto de mim.
- Qual o seu problema, Granger? Qual o maldito problema? Ta doente? Bebendo? Usando drogas? Não se importa mais com os insultos, esquece da vida admirando o papai aqui, puxa papo. O que foi, esqueceu quem sou eu? – anda na direção dela e a prensa na parede. – É isso que você quer, Granger? – fala sedutor roçando os lábios nos da garota – É?
Mesmo com o coração acelerado mantém a voz firme – Não Malfoy, acho que isso é o que você quer.
Se surpreende, e até decepciona, mas a olha nos olhos, e vê toda a firmeza da voz desmentida. Receio, desejo e duvida lhe saudaram das íris castanhas, sorriu maldosamente e se afastou. – Então Granger, o que vai fazer? – enquanto espera a resposta uma luz laranja vem da outra dupla.

- Muito bem Renée! Você conseguiu o segundo estagio. Vamos logo vocês dois, só faltam mais quarenta minutos. – diz para Draco e Hermione antes de voltar a se concentrar em seus papeis.
- Quando você faz aniversario? – pergunta nervosa, preocupada com o tempo.
Com cara de duvida responde – 5 de junho
- Entendi...
- O que?
- Você é geminiano. Por isso muda de humor toda hora – diante da confusão decide explicar – Astrologia, uma espécie de estudo trouxa sabe. Tem gente que não acredita, mas eu gosto, explica um pouco da gente. E você? Gosta do que Malfoy? – ele apenas cerra os olhos, ela senta no chão com as pernas cruzadas e volta a falar – Também gosto de cavalos sabe, mas eles sofrem aqui, por causa do frio...Meu avô me ensinou a montar, na fazenda, lá também tinha um cachorro que eu gostava, um são bernardo que ficava o dia inteiro deitado na varanda. – conta feliz com as lembranças – Eu sempre ia pra lá nas férias, por causa daquele monte de bicho, alem dos meus avós é claro. Mas a minha mãe não gosta, diz que já passou tempo demais com eles – ri – até o bichento, odiou quando eu comprei ele, mas agora adora.Você tem algum bichinho de estimação?
- Não. Minha mãe não gosta de sujeira na casa e meu pai não faz nada que tire a autoridade dela lá dentro.
- E você, gosta?
- Alguns.Cobras, espertas, discretas e fatais. Cavalos são úteis, mas burros demais. Odeio cachorros. Os felinos são os melhores, todos eles.
- Meio bizarro. Imagina só, alguém vai na sua casa e é atacado por um tigre “a esse é o meu gatinho, uma gracinha neh?” te perguntam o porque de ter um tigre e você diz o que?
“ah, é que ele é esperto”
- E você vai ter um cachorro babão, vai dizer o que? Assim eu economizo água? – ela ri.
- Não, mas é mais normal um cachorro babão do que um gatinho de duzentos quilos. De qualquer maneira minha mãe não me deixaria ter um cachorro. Mas agora é mais fácil entender porque você é assim.
- Assim como, Granger?
- Ranzinza, uma criança sem um bichinho é uma criança sem infância. – ele cai na gargalhada – Do que você ta rindo, Malfoy? To falando sério.
- Ah é, e quantas crianças que não tiveram um bicho nem infância você conhece?
- Você, o Harry – ele volta a gargalhar – é, porque você acha que ele é assim, – ela ri também – meio complexado.

Param de rir e ficam em silencio, digerindo a experiência de uma conversa civilizada, até serem avisados de só tinham 5 minutos.

Agora que finalmente tinha se acalmado resolve tentar. – Me da a mão, Malfoy – ele a olha implorando mentalmente para que conseguisse e obedece.

O pergaminho volta a flutuar e fecha os olhos. Pensa em toda a conversa que tiveram, nas conclusões que podia tirar sobre ele. O odiava por ser como era, e agora podia ver os motivos que o levavam a ser assim. Fora uma criança que cresceu protegida das coisas que não faziam parte do seu mundo, no entanto, totalmente desprotegida dele próprio. E aquele mundo era feito de idéias deturpadas, e pessoas que não mediam esforços para alcançar os objetivos errados. Ele precisava de proteção contra o seu próprio mundo, contra as pessoas que faziam parte dele e não hesitariam em machucá-lo quando fosse preciso. Era essa a proteção que lhe daria. Precisava cumprir a tarefa, mas mais do que isso. Ele precisava daquilo, e mesmo sendo seu inimigo, não deixaria que fosse traído. Se alguém precisasse derrotá-lo, ela mesma o faria. Enquanto isso, o protegeria, não só porque ambos precisavam daquilo, mas porque queria.
Voltou a abrir os olhos, mas o medo a impediu de encarar a imensidão cinza que tinha diante de si. Leu o feitiço ainda sob a mira dos frios olhos de aço e antes de dizer as ultimas palavras, cedeu à vontade de se perder neles.
Foi mergulhada no cinza que sentiu o calor envolve-la por inteiro antes de se concentrar nas mãos unidas às dele e depois, deixá-las, como uma pequena estrela azul que pairou no meio dos dois antes de sumir no peito dele. No fim, tudo o que ainda restava era o cinza, tudo o que viu antes de apagar.


 


Seguinte povo, prox. cap com 50 coments.


Não é muita coisa, mas considerando que o ultimo capitulo foi postado a quase um mês e esse saiu assim que bateu 40 eu acho que se quiserem coisa nova é melhor se apressarem o.O


O proximo cap ja esta pronto mas eu nao posto sem os 50.


Duvidas, criticas, indagaçoes, questionamentos e reclamaçoes, favor dirigir-se ao balcão de atendimento ao lado :D



[email protected]

quem quiser pode add, e criticas construtivas sao sempre bem aceitas.



COMENTARIOS:
Lolly Granger – Ahhh, caras novas e que gostam da fic me deixam FELIZ :D Seja bem vinda


°Moony XD° - No way, olha só, seu pedido foi atendido, esse cap tem mais D/Hr pra variar, e pode até parecer que foi assim, PA PUM, rápido demais, mas a história é longa e eles são fofos demais pra pouca coisa :D Desculpas aceitas, mas com a condição de que você comente, se não, naaao rola =)


Kikawicca – Oh guriah fogo na roupa você 8) vixxi vixxi, acho que se tem mais mal com o Harry que eu, esse alguém é você *Dó* boom voce fez várias perguntas e eu acho que, de verdade mesmo, não posso responder nenhuma, mas, vamos lá. Rony e Hermione são SIM amigos do Harry, mas as coisas já não são como antes, nem poderiam, afinal eles cresceram e passaram por varias coisas nada fáceis, os deuses vão ter uma influencia na amizade deles com certeza, só não sei se boa ou ruim. Depende do ponto de vista :D Ain, meus treinadores *suspira* sabee eu to realmente orgulhosa deles ultimamente, de alguma maneira também vão ser beem importantes. Não há mais o que dizer, a fic é como a típica teoria das cordas. Esperar pra ver. Ahhh e vai sim ter mais encontros amistosos e fraternais, só não sei entre quem o.O Suuuper esperando seus coments hiper empolgantes, espero que tenha ajudado em algo, mas de qualquer maneira, fique tranqüila, porque mistério não é o meu forte e tudo se esclarece rapidinho :D


B. Black – Concordemos que os impossíveis são os melhores, hehe você é totalmente compreendida ;) Então, a Mione como sempre se pilha aos extremos neh, queem sabe não rola um período de enfermagem mesmo?!? :D Sim sim, você foi a segunda a mencionar interesse pessoais. Sorry, não posso dizer nada alem de: Será? 8| saabe, eu realmente fiquei inclinada a postar depois do seu coment, tava loouca pra postar, mas e o que seria da minha moral?! Eu pensei, anyway, da próxima vez se você comentar beem fofamente acho que posto em sua homenagem haha, se houverem pelo menos mais alguns é claaro. Esperando sua visita nos coments =**


Claudiomir José Canan – Com certeza, nada com que eles não possam lidar. To com medo de passar em Apollyon sem ler tudo. No capitulo que eu parei o Gabriel estava meio irritado e eu realmente preso minha cabeça no lugar que ela esta :D Visita adiada novamente. Mil desculpas “o


Mione03 – Nadaa com que se desculpar :) Sim, daria pra descobrir pelas cores, mas eles não sabem muito sobre isso, e algumas outras coisas vão ocupar a cabeça deles :D *sorriso maroto* Explicado o motivo da dança, eu vou me empenhar no animago da mione, mas garanto que não será uma lontra hehe beeijo


Isabel McCoy – Ahaa, finalmente alguém que lembrou dos patronos \o/ Sei lá neh... Você não acha mesmo que eu vou te contar assim de Mao beija da neh?! Han, não senhora, nem pensar. Comente e eu prometo que vai descobrir rapidao :D


Clau Fletcher – Perfeita :o ohh que looove você :D ahh, ama o Draco, putz, eu também o.o Geeente, o Ares é mesmo um suuuper partido, mas não sei se vai ta tão fácil assim 8? To vendo é que vou ser apedrejada daqui a alguns capítulos pelas admiradoras que ele anda conquistando o.O Assiiim a atualização não veio ‘logo’ mas a culpa é toooda de vocês. Comeente, eu adoro leitores novos e empolgados, seja bem vinda e novamente, comeeentaa!


**Ane e Lyra B. Malfoy** - Sei não se Ares e Draco vão se entender hein... já Temi, eu juro solenemente será essencial o.O Ahhh eu amo ela sabe, acho que todo mundo já percebeu, mas não me importa, haha ela pavora e sei lá... Sim sim, o Rony reealmente surpreende neh, hehe e olha lá o casal top JÁ começou a se enfrentar, espero que tenha(m) gostado :D e espero mais coments


Kelly C. Ferretti – Siiiiim, eu adoro patronos o/ :D Sonserina hein, eu também gosto deles ;) Anyway o patrono do Draco ta lah neh, agora é esperar... Comente mais, comente sempre, e seja bem vinda :D


Pá Tonks – Oww, thanks, já que você insiste eu acho que posso continuar :D não esquece de comentar maais.



Um beijo e um queijo,


*Marjo*
24-09-2008

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