O Novo Apanhador

Cap. II – O novo Apanhador

[Narração de Remo]

Depois do enorme banquete, ficamos conversando um pouco. Quer dizer, James e Lily estavam brigando como sempre.

- O que acha de umas aulinhas particulares de poções, meu lírio?
- James Potter querendo aulas particulares? – espantou-se Lily – Acho que o professor Slughorn vai ter prazer em ajudá-lo.
- Oh, acho que você acabou de levar um fora, veado – brincou Sirius.
- Não enche, cachorro louco. – Pontas enraivou-se – Eu sei que a ruivinha me ama.
- Evans, Potter, pra você é Evans. E eu acho que as meninas da escola favoreceram bem a sua auto-estima. Cuidado Black, ou ele pode tomar o seu lugar – falou a ruiva.

Todos riram, e por um momento meu olhar encontrou o da Julie. Caramba, como ela é bonita! Acho que nunca reparei nisso antes.

[Narração de Katherine]

Subimos todos juntos para o salão comunal, mas, no caminho, Lily encontrou um garoto lindo da Lufa-Lufa e o apresentou a nós. Nossa, ele é realmente muito bonito. James não controlou seu ciúme e lançou olhares furiosos enquanto os dois conversavam.

- Quem é esse sujeito? – perguntou, tinindo de raiva.
- Thomas Silverstone, um... hãn... conhecido da Lily – respondi, o mais convincente possível.

A Lily despediu-se com um beijo no rosto do garoto, o que fez James praticamente soltar fogo pelas ventas. Finalmente chegando ao salão comunal, todos estavam cansados e foram se deitar. Continuei sentada perto da lareira, e, para minha surpresa o Sirius estava lá também.

- Nossa Sirius, tem algum encontro noturno marcado hoje? – perguntei.
- Para sua sorte, não, Kath. Essa noite eu sou todo seu – respondeu, piscando. – Olha que é uma oportunidade incrível, sonho de todas as meninas.
- Que pena, terei que recusar. Meus sonhos, digamos... vão um pouco mais além.
- Mais além? – perguntou com cara de espanto – A noite mal começou e você já quer ir além? Tsc, Tsc, depois eu sou o cachorro safado de mente poluída.

Nós rimos, era interessante como me sentia bem com o Sirius. Não demorou muito e fomos nos deitar também.

[Narração de Julie]

Estava tudo tão claro, mas nem havia me dado conta que tinha amanhecido. Levantei e coloquei minha roupa, chamei Katherine e Lily para irmos juntas tomar café da manhã. Quando saíamos do salão comunal encontramos os marotos (Remo estava mais bonito do que nunca, por incrível que pareça), e como já era de se esperar, James soltou:

- Bom dia meu Lírio, sonhou comigo essa noite? – e sorriu quando todos se calaram e observaram a resposta.
- Mais uma vez eu repito, pra você é Evans. Porque perderia meu tempo sonhando com você, Potter?

Todos soltaram mais um risinho. E eu continuava a olhar para Remo. Depois todos nós fomos fazer o que ainda não havíamos feito, tomar café.

[Narração de Lily]

Estávamos sentados quando alguém me abraçou por trás. Olhei prestes a explodir, imaginando que era Potter. Tinha me enganado, quando olhei para trás vi o Thomas. Como ele era lindo. Todos pararam e falaram com ele (menos o Potter que bufava de ciúmes).

- Bom dia Lily – falou ele sorrindo pra mim. Não demorei pra responder, e ele sorriu novamente, me dando dois beijos, um em cada bochecha e saindo para sua mesa.
- Não suporto esse Thomas, até parece um veadinho – Potter disse indignado.
- Ah, Pontas imaginei que falaria algo contra ele. Vi sua cara quando ele beijou seu Lírio – Sirius falou rindo.

Então Potter saiu com raiva e se sentou no meio da mesa excluído de todos. Os marotos o seguiram, mas Katherine e Julie ficaram ao meu lado.

[Narração de Remo]

Quando sentamos ao lado de James ele estava vermelho. Todos ficaram olhando assustados para ele. Estávamos afastados das meninas, mas não conseguia tirar os olhos da Julie, ela estava muito bonita.

- Pontas, pára com isso. De que adianta ficar ai revoltado com o mundo? – perguntei.
- E quem disse que estou revoltado? Pelo contrário, estou bolando um plano. – disse ele com um sorriso maroto, e todos nós demos gargalhadas.

E pela primeira vez em um bom tempo, Rabicho resolveu interromper sua sagrada refeição e falou:

- Já imagino como deve ser esse plano... vai tentar preparar uma poção do amor, por acaso? – e todos riram novamente, menos eu, estava ocupado demais observando Julie.
- E se fosse, Rabicho? Pelo menos tenho chances com alguém, não sou você que só pensa em comer! – Pontas falou agressivamente, deixando todos sem ação. – E além do mais eu sou péssimo em poções, só preparo em casos extremos... ou na aula do Slughorn.
- Entendam ele gente, um veadinho apaixonado! – Almofadinhas zombou, em uma tentativa de melhorar o clima.

Apaixonado mesmo, acho que eu é que estou...

[Narração de Sirius]

Tenho até medo do que o James anda tramando. A primeira aula daquele dia era de Herbologia, então, deixei os outros marotos e fui caminhando até as estufas. No caminho, encontrei a Melanie Dipsey, uma gata da Corvinal.

- Melanie, quanto tempo!
- Ah, oi Sirius, como vão as coisas? – perguntou ela, feliz.
- Melhores agora. – respondi sorrindo maliciosamente.
- Estava indo pra aula de Herbologia?
- É. Na verdade, eu ia. Parece que encontrei algo melhor pra fazer do que estudar plantas carnívoras.
- Hum... e eu posso saber o que é? – ela perguntou.
- Claro que pode.

Sem esperar, encostei-a em uma grande árvore e dei um beijão, tipo daqueles filmes românticos dos trouxas, e a gente acabou derrubando todos os livros no chão. Enquanto nós estávamos... bem... ocupados, o resto do pessoal saiu do salão comentando:

- É o Sirius ali, né? – perguntou Julie, nem um pouco espantada.
- Pelo visto, O CACHORRÃO TARADO ATACOU NOVAMENTE! – berrou Pontas, arrancando risinhos de todos, menos da Kath.

Por falar nisso, ela não estava com uma cara nada boa quando eu voltei a me juntar a eles. Estava... me olhando diferente.

[Narração de James]

O dia passou tranqüilo, rápido. De noite, nós interrogamos o Almofadinhas sobre a tal Melanie. Fui dormir preocupado, a minha ruivinha tinha passado um bom tempo no jardim, fazendo sabe-se lá o quê.

- Acorda, veado! – ouvi Sirius gritar, mas ignorei.
- Acho que ele tá merecendo um castigo, Almofadas – Remo ameaçou.
- Concordo, Aluado, me falaram uma vez que um banho de água fria é ótimo pra começar o dia e...
- JÁ ACORDEI, JÁ ACORDEI! – falei, levantando da cama. – O que você quer me acordando tão cedo, seu sarnento?
- A gente precisa treinar quadribol, andei sabendo que a Lufa-Lufa vai ter um novo apanhador esse ano – Almofadinhas disse preocupado. - Caso ninguém use o campo hoje a gente pode praticar.

Tomei banho e coloquei o uniforme vermelho com dourado de quadribol. Eu e Sirius pegamos nossas vassouras e fomos andando, quando Gerald Wold, o capitão do time da Lufa-Lufa levou seu time para o campo. Nós dois nos escondemos atrás de uma enorme moita e olhamos, procurando o tal apanhador novo.

- É o... o SILVERSTONE? – gritei, até ter a boca tapada pelas mãos do pulguento.
- Caramba, será que ele é bom apanhador? – sussurrou ele.
- A gente pode espiar o jogo, vamos pegar a capa da invisibilidade.

Então, observamos invisíveis o treino. Thomas voa muito bem, eu admito, mas não é páreo pra mim. Daquele dia em diante tive que passar metade das semanas treinando para o primeiro grande jogo, que por coincidência (ou não) era exatamente contra a Lufa-Lufa.

[Narração de Julie]

Nossa, hoje o dia amanheceu lindo. Bem hoje que é o dia da primeira disputa de quadribol do ano. Acordei as meninas, nós colocamos nossos adereços da Grifinória e partimos para o campo. Lily estava animadíssima, era a estréia do Thomas, e como ela estava saindo com ele há dias, parecia torcer mais para a Lufa-Lufa do que para qualquer coisa.

- Lily! – gritou Thomas.
- Thom! – ela respondeu com um enorme sorriso.
- Ei linda, quero você na primeira fila, hein?
- Pode deixar, não perco esse jogo por nada. – piscou Lily.

E ele saiu apressado, se despedindo dela com um selinho. Eu e Kath pedimos explicações, mas ela preferiu deixar pra depois. Sentamos na arquibancada bem na hora que os times entraram. Remo estava do meu lado, gritava feito louco, me fazendo rir.

- Vai, James, pega logo esse pomo! – berrava Katherine.
- Caramba, OLHA O BALAÇO SIRIUS! – Remo se desesperava.
- Ei, o que é aquilo, tem gente brigando? – perguntei.

No campo, os dois apanhadores estavam discutindo muito alto, desceram de suas vassouras e pareciam querer partir para a o ataque. James avançou, já com a varinha em mãos, mas o juiz o colocou de volta no seu lugar. Se olhando feio, os dois subiram de novo e o jogo continuou. A Grifinória estava perdendo de 60 à 40, James deu um giro no ar com a vassoura e partiu, desviando-se dos outros jogadores, com certeza tinha avistado a minúscula bolinha dourada, e foi seguido até ficar lado a lado com o Thomas em alta velocidade, até que...

- ELE PEGOU! ELE PEGOU O POMO! – ouvia-se a multidão gritar.
- E James Potter, Grifinória, captura o pomo, conseguindo 150 pontos e dando a vitória à sua Casa! – a voz do locutor ecoou pelo campo.

Carregados pelo povo, os jogadores da Grifinória foram comemorar no salão comunal. Lily foi consolar Thomas, então, eu e Katherine seguimos para a bagunça da vitória.

[Narração de Katherine]

Depois de um longo tempo comemorando o resultado da disputa, fui me deitar. Dali a dois dias seria o primeiro passeio a Hogsmeade e eu queria descansar, iria com o Augusto Pennet, Lufa-Lufa. Não queria, mas como já aceitei o convite não posso fazer uma desfeita assim.

Tive um sonho muito estranho, estava no casamento do James e da Lily. Mas, graças a Merlin, as garotas me despertaram com uma guerra de travesseiros.

- Bom dia, Kath! – Lily disse, me dando uma travesseirada na cabeça.
- Bom dia, garotas! – sorri, tacando uma almofada em cada uma.

Tomamos banho e fomos para o café. Como sempre, os marotos ainda não tinham chegado, eles demoram anos se arrumando.

- Olá garotas! – falou Sirius entrando no salão.
- Caramba, Sirius, achei que você tinha se afogado enquanto tomava banho – eu brinquei.
- Para a sua felicidade, não. – ele sorriu – Manter o posto de garanhão da escola não é fácil, sabe?

Na aula de Poções a Lily se encarregou de ganhar 10 pontos pra Grifinória com uma poção perfeitamente elaborada.

- A garota mais linda de Hogwarts é também a mais inteligente? – perguntou James, fazendo Lily corar.
- Você nunca vai aprender a me chamar de Evans? – ela perguntou, séria.
- Só quando você aprender a me amar, ruivinha.

A aula acabou e nós saímos. Depois de um dia cheio de feitiços, transfiguração e história da magia, fomos dormir pensando no dia seguinte. Hogsmeade nos espera.

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