Selfish Is



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Capítulo VI
Selfish Is


São 9:30h da manhã de domingo.
Faltam apenas meia hora para saírem as carruagens para Hogsmead.
E eu estou aqui no quarto, perfeitamente pronta pra o encontro perfeito, com o cara perfeito, no lugar perfeito.

Meus cabelos estão soltos, lisos e com os lindos e habituais cachos nas pontas que a minha poção Deus me deu.
Eu estou com um short jeans relativamente curto, uma bata azul marino com uma jaqueta Calvin Klein na mesma cor por cimas e sandálias gladiadoras pratas e sem salto Jimmy Choo que combinam perfeitamente com os meus muitos cordões.
Minha maquiagem está sutil, mas poderosa, e me faz ficar com aquela cara de boneca que eu sempre quis ter sem maquiagem.

Imagino o que você esta pensando: “ E o que exatamente você está fazendo parada aí, ao invés de ir para o salão principal encontrar o cara com quem você tem tudo pra dar certo?”

Uma coisa tem que ficar bem clara por aqui: as coisas não costumam dar certo para Isabel McCoy

Justo quando tudo estava começando a se acertar... eu achei um ótimo possível-futuro-namorado, aparece alguma coisa para estragar a minha felicidade.
E não, não estou falando do Gary. Ele não me impediria de ficar com ninguém.
O caso é bem mais complicado.

Mas antes que vocês digam que não estão entendendo bulhufas (?), e tenho que contar essa história do começo.

E o começo está a uns dois dias atrás.

Flashback
Sexta-feira, 10 de Setembro
, 21:00h

- O que aconteceu, Is? – Anne perguntou meio confusa assim que eu entrei no quarto. – Eu te deixei arrasada aqui a algumas horas atrás... E agora você aparece aqui, toda saltitante... Que tipo de passarinho verde te deixou assim?

Enquanto ela falava, deu pra eu averiguar se não tinha mais ninguém no dormitório, e sentar na beirada da cama dela, que estava cheia de livros, penas e pergaminhos, que ela devia estar usando para fazer algumas das lições de casa.

- Ah, Anne! Acho que as coisas nunca podem ficar totalmente ruins... E além disso, Gary é passado. Acho que eu posso muito bem ser feliz com alguém bem melhor.

- E esse “alguém bem melhor” é o motivo desse seu sorriso bobo, suponho.

Eu ri e abracei uma das almofadas que estavam no meio de toda aquela bagunça.

- É... é sim... Na verdade eu acabo de encontrar com ele... Ele é um fofo! Acabou de me convidar pra ir com ele em Hogsmead no domingo...

- Ah! Mas então as coisas estão muito mais rápidas do que eu imaginei... E você pode me dizer quem é o príncipe encantado?

- ammm.... Não.

- AH! Fala sério, McCoy!

- Não-vou-falar! Vai ser uma surpresa.

- Por favoooooor! Eu te falei tudo sobre o Will quando você perguntou... – ah! Isso foi golpe baixo.

- Tudo bem, tudo bem... – cedi. Ela ia descobrir mais cedo ou mais tarde mesmo – acho que você conhece ele – pausa dramática – Zabini. Ryan Zabini.

A reação dela foi estranha.
Bem estranha.
Parecia que ela esperava isso, mas ao mesmo tempo não fosse capaz de acreditar.

E isso estava muito bem ilustrado pelo olhar de reprovação dela.

Vou te contar uma coisa... eu nunca vi nada parecido com o olhar de reprovação da Anne. Eu já estava me sentido meio mal sem nem ao menos saber o que eu tinha feito de errado.

- O que exatamente tem de errado com isso? – eu disse meio na defensiva, arqueando uma das sobrancelhas.

- Quer dizer que... você não sabia que a Violet já ficou com ele? – ela perguntou com um tom desconfiado.

- Não.

Ela deu aquele risinho de quem diz “me engana que eu gosto”.

Mas o pior é que eu não sabia mesmo.

Na verdade eu não sabia nem que eles se conheciam até naquela festa.
Nenhuma das meninas nunca tinha falado nada dele pra mim.

E alem do mais.. o quem tem ela ter já ficado com ele?
Quer dizer, ele já deve ter pegado mais umas trezentas alunas aqui de Hogwarts.
Eu não deixaria de ficar com ele por causa disso.

- É sério, ela nunca comentou isso comigo.

- Ta... então ela nunca comentou porque desde cedo ela já percebeu que ia ter alguma coisa entre vocês. – ela suspirou, e passou a falar mais compreensiva – Is, você se lembra quando estávamos no trem e eu disse que ela não queria nada sério com ninguém, a não ser com uma pessoa que ela não me deixou falar?

Não, Isabel.. não ligue uma coisa com a outra.
Vai sobrar pra você, sempre sobra.

- E isso que dizer que... – eu olhei pra ela meio suplicando pra que ela não dissesse o que eu esperava.

- Que Violet é totalmente apaixonada por Ryan Zabini.


Eu acho que a partir de hoje eu vou passar a evitar ficar sozinha com a Anne.
Quer dizer, ela só me dá notícias ruins!

Sabe, parece até sacanagem com a minha cara.
Não é possível que tudo na minha vida tenha que ter alguma coisa errada!

- Você tá brincando? – eu disse, ainda digerindo a informação – Não, porque se você estiver, fica sabendo que é uma brincadeira de muito mal gosto.

- Eu to falando sério. E sabe, Isabel, me admira você que eu pensei que fosse tão íntegra, estar fazendo isso com ela! Ela adora você. Por mais que sejam amigas a tão pouco tempo, ela confia muito em você. Eu não acredito que você vai fazer isso com ela...

- Eu... eu...

- Vai falar com ele que não pode ir, inventar uma desculpa qualquer, né? Né?


Peraí, peraí peraí!

Vamos com calma, girl.

Porque eu faria isso?
Abrir mão de um cara perfeito pra mim... da minha felicidade...
Quer dizer, a Violet não tava nem namorando com ele!

E quem a Spencer pensa que é pra falar comigo desse jeito?
Como se eu fosse culpada de tudo.
Ele não me avisou que já tinha ficado com a minha amiga!
Eu sou inocente nessa história.
E se ela não tivesse contado nada, estaria até agora.

Felizes os alienados.

- Eu não sei, Anne... isso tudo tá muito confuso pra mim...

- Pensa bem no que você vai fazer, então. – ela disse me dando mais um olhar repreendedor e se levantando – porque se tem uma pessoa que não merece sofrer, essa pessoa é a Violet.

E dizendo isso, saiu, me deixando sozinha e confusa no dormitório.

*

Sábado, 11 de Setembro, 10:24h

- E aí, Zac, tudo bem? – surpreendi Zac Allen lendo um livro esparramado numa poltrona no salão comunal. Dei um beijo em sua buchecha e puxei um pufe para que eu pudesse sentar bem de frente para ele.

- E aí, Is, como vai? Parece que tem anos que a gente não se fala...

- Anos? – ri – não tem nem uma semana

- Mesmo assim... nem parece que a gente dorme com apenas uma parede nos separando.

- É verdade... mas esse ano as coisas tão bem apertadas né... eu mal tenho tempo pra respirar!

- É verdade – ele suspirou, com as de cansado.

Houve um silencio durante certo tempo, até que ele olhou meio intrigado nos meus olhos.

- Tem alguma coisa acontecendo, Is? Você parece meio... triste....

- Não estou triste – sorri de um jeito que eu acredito não ter sido nada convincente – só estou... confusa...

- E será que eu posso te ajudar a se desconfundia?

- Bom, ajudar eu não sei... mas se puder dar uma opinião eu ficaria muito agradecida.

Ele fez que sim com a cabeça, ainda muito sério e eu contei a história toda. Durante esse tempo ele me ouviu atento, mas não me interrompeu ate que eu terminasse tudo.

- ... e é isso... eu simplesmente não sei o que fazer.

- hmmm.... – ele colocou uma de suas mãos no meu ombro e falou com toda a calma do mundo, o que meio que fez que ele ficasse comicamente parecido com o meu pai – Olha Is, eu sei que você pode estar afim dele e tudo... mas sei la, né? A Violet é uma pessoa legal... não sei se seria certo deixar ela chateada, por mais que isso implique deixar algumas coisas de lado... mas, bom, você que sabe o que faz...

Eu dei um sorriso triste de canto de boca, me levantei e o beijei mais uma vez na bochecha.

- Obrigada, Zac... mas eu ainda não estou tão convencida assim do que é certo ou não.

*

Sábado, 11 de Setembro, 14:43h

- ÊÊÊ, Is hein! To sabeeeendo! – Eu não tive outra alternativa se não rir. Por mais que não fosse, Scorpie às vezes fazia umas coisas muito de viado.

- Sabendo de que, Scorpie?- me fiz de desentendida.

Eu estava sentada sozinha em baixo de uma árvore perto do lago, quando ele chegou, sorridente.
Fazia um dia bonito, mas ventava frio. Algumas poucas folhas secas voavam com o vendo, mostrando que o outono já dava as caras por aqui.

- HAHAHAHHA! Não finge que não sabe do que eu to falando! - ele disse se sentando ao meu lado – o Ryan me contou que chamou você para ir à Hogsmead amanhã...

- Ah..ele falou, é?

- Ué! Porque você não está feliz?

Contei também para ele a história. Diferente de Ryan ele ficava me interrompendo toda hora, o que fez com que eu demorasse muito mais para terminar. Eu nem precisei pedir uma opinião.

- Eu não acredito que você está cogitando não ficar com ele por causa dessa menina!

- Ela é minha amiga, Scorpie...

- Fala sério, Isabel! O Ryan é uma pessoa legal, tem uma família muito importante, e você não vai achar muitos como ele por aqui. E se ele não ficou mais com essa p... Córner, é porque tem um bom motivo.

Eu sorri, e dessa vez não foi um sorriso triste.
É, ele tinha falado exatamente o que eu queria ouvir.

- Obrigada, Scorpie... eu juro que vou pensar sobre isso com carinho.

Fim do flashback


2X1 para “não fique com ele, ou você será totalmente babaca com uma pessoa totalmente legal”

Acho que é melhor eu tirar essa roupa, colocar um pijama e voltar ao meu sono de domingo.

Atá.
Até parece



- S... você tá me ouvindo? – é, eu estava cara a cara com o meu espelho mágico. Ele sempre sabia a solução.

Não demorou muito para ela responder dessa vez. Em poucos segundos eu já pude ver aqueles conhecidos olhos azuis.

- Oi? Que que houve? – ela tava com uma voz de “quem-diabos-me-acordou-a-essa-hora-da-adrugada?”

- Te acordei? – perguntei, rindo.

- Não são nem dez horas em pleno domingo! O que você acha?

Eu dei uma gargalhada.
Se tinha alguém que gostava de dormir, esse alguém era Sarah.
O que só acentua ainda mais nossas diferenças. Eu não durmo quase nada.

- Ah! Desculpa pela hora bebê soninho, mas é uma questão de vida ou morte.

E repeti a história pela quinquagésima [novas regras ortográficas ;x] vez.
Ela não me interrompeu.
Nunca interrompe. Ouve sempre com toda atenção do mundo e só dá opinião quando eu peço.

- O que eu façooooo? - falei por fim, deitando na cama de um jeito dramático.

- Eu acho que você tem que ficar com ele.

Oi?
Era mesmo com a Sarah que eu estava falando?

- Ficar com ele? Simples assim?

- É, ué. Não é isso que você quer?

- É... na verdade é, mas... e a Violet?

- Olha... eu acho que ela e sua amiga sim e tal... mas será que ela pensou nisso quando decidiu que não ia contar pra você que era apaixonada por ele? Se ela não se importou, você também não tem com o que se importar...

Eu pisquei os olhos repetidamente, ainda um pouco incrédula.
A Sarah era sempre tão, certinha e preocupada com o bem do próximo...

Mas dane-se.
Até parece que ela não tinha me falado exatamente o que eu queria ouvir.

- Você tem toda razão, S. – sorri.

- É, eu sempre tenho.

Ela apenas piscou, antes de desaparecer e eu só poder ver os meus próprios olhos refletidos.

Eu guardei o espelho de volta no malão e fui me olhar em um que não fosse mágico, mas que fosse maior.

Eu nunca tinha sido exatamente aquilo que se chama de uma garota gata.
Mas também nunca fui um bagulho.
Sempre vivi nesse meio termo, nunca tendo sido notada por garotos mais velhos e bonitos como Ryan. Até porque, eu não sou nem um pouco do tipo simpática, que tem milhares de amigos e sempre quer fazer mais.

Nesse ano as coisas estavam mudando bastante pra mim. Eu me sentia mais bonita, mais interessante. Eu sentia que eu não só podia, como tinha o direito de ser feliz com um cara super gato que estivesse interessado por mim.
E agora isso!

Suspirei e olhei o meu reflexo com mais atenção.
Eu estava até me sentindo bonita.
Fala sério, eu não tinha me arrumado toda assim atoa.

Dane-se! Eu vou.
O Scorpie a S. têm razão : se ela não se incomodou em falar pra mim que era apaixonada por ele, porque eu deveria me incomodar?
Quer dizer, se a Anne não tivesse falado nada eu continuaria tão inocente quanto eu sempre estive.
E ela, a Violet e não a Anne, sabia disso, porque ela não me contou. E além disso, até onde eu sei, eu ainda não consigo ler pensamentos, ou praticar Lesgilimência, tanto faz.

A questão e: Mesmo se eu fosse totalmente generosa e preocupada com o bem-estar alheio, eu não estaria abrindo a mão da minha felicidade em favor da dela.
Ate porque, se ele ao menos quisesse alguma coisa com ela, eles estariam juntos ate hoje ao invés de terem ficado só uma vez num passado remoto.

Na verdade ele me quer e eu o quero.
E nada pode ser mais puro que o amor verdadeiro.

Né?

*

Retiro tudo que eu disse.
Retiro absolutamente tudo que eu disse.

O Zabini é um idiota manipulador de meninas indefesas e eu sou uma imbecil que realmente acreditou que ele era um fofo só porque me convidou para um suposto passeio em Hogsmead.

E agora eu estou aqui, no salão principal, esperando o idiota, enquanto todas as outras pessoas, seja não estão nas suas respectivas carruagens-sem-cavalos, estavam à procura de uma.

Ou seja: se ele não chegar tipo assim AGORA eu não vou mais para lugar nenhum!
E não é porque eu sou chata, chiliquenta e mimada e odeio esperar, mas porque eles vão sair daqui a 3 minutos.

Coloquei a mão no cós da calça, procurando a minha varinha.
Se eu fosse ele, se não aparecesse agora, não aparceria nunca mais, para o bem da sua própria saúde.



- Isabel!



Sorri aliviada.
Eu não precisaria mais pensar em qual azaração seria mais cruel adequada.
Ryan vinha ofegande das escadas.

Ainda parou para pegar um ar antes de falar comigo, gracinha como sempre:


- Desculpe a demora – respira – é que eu tive – respira – que resolver umas coisas – respira – e acabei atrasando – respira – para me arrumar...

Sorri de novo.
Tinha valido a pena: ele estava ainda mais gato, com aquela xadrez bege perfeita para o clima do dia e o jeans escuro que o faz parecer um pouco mais alto do que realmetne é.

O cabelo estava molhado e ele cheirava a shampoo, pasta de dente roupa limpa – os cheiros bons de homem.

- Não, tude bem.. eu acabei de chegar

O que não era exatamente mentira.
Com tudo aquilo de “ir ou não ir, eis a questão” eu cheguei a mais ou menos 15 minutos.
È, eu sou a rainha do drama.

Ele colocou a mão na minha cintura daquele jeito meio tímido dele, que fazia qualquer garota se derreter toda e comçou a me conduzir para uma carruagem, onde alguns amigos dele já o esperavam.

*

Foi uma viajem tranquila e breve, o que era bom, porque eu já estava me sentindo sufocada naquele especo de 2 x 1,5m com mais umas 5 pessoas que eu nunca tinha visto na vida..

Deixamos nossos coleeguinhas ainda na carruagem.
Ryan até tentou se despedir, mas eu vazei pra fora de lá assim que eu pude ouvir o som abafado do veículo tocando terra firme.

- Pra que a pressa? – ele perguntou, enquanto eu o arrastava em direção à rua principal do povoado – a gente tem o dia inteiro...

- Nada de mais... eu só fico meio enjoada com todo esse vôo.

- Você está se sentindo mal? – ele perguntou todo preocupado, olhando nos meus olhos bem de perto.

Filho, eu passo mal é com essa proximidade toda essa proximidade.
Da até pra morrer do coração.

- Não! Não agora pelo menos... Só de estar bem firme no chão eu já me sinto melhor...

- Bom, se é assim... – ele me deu um beijinho na testa – Mas qualquer coisa você me fala, viu?

Antes que eu pudesse ficar devaneando, olhando para a carinha que ele fazia quando estava preocupado comigo, ele passou os braços pelo meu ombro e nós começamos a caminhar.


Kiss me - Sixpence None The Richer

Hogsmead costumava ser um povoado pacato, onde famílias bruxas vivam vidas calmas, com o ar puro do interior e toda a traquilidade que você possa imaginar.
Agora, experimenta ir até lá na primeira visita do ano dos alunos de Hogwarts.
Você terá sorte se conseguir respirar

Depois de muito empurra-empurra, eu e Ryan conseguimos nos infiltrar para dentro da Dedos de Mel.
Lá dentro estava o que eu costumo chamar de inferno.
Tão quente que eu podia sentir o meu cabelo enrolando na nuca, com o suor.

Mas para a minha sorte, eu tinha um príncipe encantado ao meu lado, que fazia de tudo para que eu não levasse muitas pancadas da incontáveis pessoas que nos espremiam lá.
Não com muito sucesso, mas o que vale – e vale muito – é a intenção.

- O QUE VOCÊ VAI QUERER? – ele falou basicamente gritando. Não estava muito fácil de se fazer ouvir por ali

- EU NÃO SEI AINDA... ACHO QUE SÓ UNS SAPOS DE CHOCOLATE E UMAS DELICIAS GASOSAS...

Ele se afastou um pouco de mim e se espremeu entre as pessoas para alcançar as prateleiras. Eu fiquei ali no meio da multidão, parada e sorrindo, como uma retardada, e olhando para direção onde ele tinha ido.

Ele não demorou muito para voltar, pelo menos não se levar em consideração quantas pessoas lutavam para comprar alguns doces.
Vinha sorrindo vitorioso e com as bochechas rosadas provavelmente pela quantidade que ele foi espremido antes de conseguir pegar e pagar pelo que queria.
Enfiou uma das sacolas que carregava na minha mão e me empurrou o mais delicadamente que pôde para longe dali, antes que um de nós morresse sufocado.

- Quanto eu te devo? – perguntei casualmente quando já estávamos seguramente caminhando pelas suas do povoado.

- Nada.

Eu ri, antes de fazer a expressão mais indignada que eu consegui.

- Lógico que devo! A não ser que você tenha assaltado a Dedos de Mel.

- Não, eu não assaltei. E não, ainda assim você não me deve nada.

Eu revirei os olhos.
Era fofa a atitude dele e tal, mas mamãe me ensinou a não deixar um cara pagar tudo pra mim assim logo de cara.

- Eu tô falando sério, Ryan. – Enfiei a mão no bolso da minha calça e tirei um galeão, o que eu calculei que daria – e sobraria – para pagar tudo que ele tinha comprado pra mim.

Diria que foi uma cena engraçada.
Pessoas se viravam pra ver eu comicamente tentando colocar a droga da moeda no bolso dele.
É óbvio que parecia que eu tava tentando por a mão na bunda dele.

Num golpe certeiro ele prendeu minhas duas mãos, me pondo a sua frente.
Levando em consideração que, apesar de eu ser uma anã, ele também não é muito alto, você podem concluir que os nossos rostos estavam a poucos centímetros.

Eu podia sentir as minhas mãos suarem e o meu rosto geralmente muito branco ficando mais vermelho que um pirulito de sangue (eca :P).
O rosto dele também estava rosado e nós respirávamos forte e em sintonia.
Ele sorriu e pegou a moeda.

- Tudo bem, eu vou aceitar um pagamento... – parou por uns segundos, analizando a moeda - ... Mas acho que isso aqui não vai servir... Estava pensando em outra coisa...

Sabe quando tudo parece acontecer em câmera lenta?
A moeda, que ele jogou no chão, pareceu flutuar.
Os milésimos de segundos que demoraram até o fim da queda e até os nossos lábios se encontrarem pareceram uma eternidade.

Mas, graças a Deus, não foram.

E então, como nos filmes mais piegas que eu via no cinema com meu pai, parecia que o mundo todo girava em torno de nós dois, nos beijando ali, exatamente no meio da rua, onde pessoas totalmente sem importância passavam apressadas para fazerem coisas mais sem importância ainda.

E quando se passaram alguns minutos – ou horas, ou dias – os nossos lábios finalmente – ou infelizmente – se descolatam e eu perguntei, sorrindo bobamente:

- Onde você quer ir agora?

- Pra qualquer lugar onde eu possa ficar um pouco só com você.

*

O problema de querer ficar a sós com alguém em Hogsmead era que... bem, não havia um lugar onde se podia ficar a sós com alguem em Hogsmead.

Não que a gente não tivesse tentado.
Muito pelo contrário, a gente até procurou bastante.

Três Vassouras : Lotado.
Cabeça de Javali: Um público realmente estranho.
Madame Puddifoot: Um público realmente idiota.
Zonko’s: Sem comentários.
Arredores da Casa dos Gritos:Nossa última opção.


É lógico que, assim como foi a nossa ultima opção, também foi a última opção de todos os outros casais de Hogwarts que não tinham paciência para lugares melosos como a Madame Puddifoot.

Não que fossem muitos, mas o suficiente pra tirar toda a paz que eu tanto almejava.

A Casa dos Gritos não era mais tão assustadora quanto a 30 anos atrás.
Não havia nenhum lobisomem se transformando lá junto com seus amigos animagos.

Agora, ela era um patrimônio do mundo bruxo e parte dela estava passando por uma reforma, para virar um museu em homenagem a Harry James Potter e mais todos aqueles que ajudaram na ultima grande guerra.

- Hey, Is! – Falando em Potter....

Ryan e eu estávamos nos sentando sob uma das árvores que circundavam o local.
Quando eu ouvi meu nome e olhei, pude ver Al com ninguém menos que Alice Longbottom.
Quem olhasse, podia pensar que era aquele lindo casal de conto de fadas, que até exala pureza. Até parece.

Ele me olhava com cara de: “danadinha, como você não me contou disso?”. Estava sorridente, como se estivesse feliz por mim.

Se eu ia responder?
Bom, se eu esquecesse essa historia do Gary tão depressa não seria... bem, eu.

Divirta-se com a sua ninfeta, baby.
Eu não preciso de você tanto quanto você não se importa comigo.

- Quem era? – Ryan me perguntou. Ele até devia conhecer Al de vista daquela festa, mas não iria reconhecê-lo assim a distância.

Eu apenas balancei os ombros como se não fizesse a mínima idéia e disse:

- Quem se importa?

Ele riu e me beijou.
Eu não poderia ter um dia melhor.



with love - hillary duff
Esquece o qeu eu falei.
Eu definitivamente poderia ter um dia melhor se eu fosse agraciada por deus com um pouco de paz.

Em uma bela hora, enquanto eu respirava depois de um beijo de muitos minutos, eu pude ver um casal se aproximando.

As primeiras pessoas que vieram à minha cabeça foram Al e sua ninfetinha, mas eu estava enganada.
De jeans e camiseta, Anne parecia uma noiva radiante de mãos dadas com quem eu presumi que fosse William Brandt.

Ele era, bonito, forte e tinha um rosto bem simétrico.
E definitivamente combinava com ela: tinha cabelos claros, quase loiros, assim como os dela e seus olhos também era claros, embora fossem de um verde mais chegado para o castanho do que para o cinza. Além disso, ele passava aquela mesma classe que eu sempre vi em Anne, o que fazia parecer que os dois faziam parte da realeza.
Não pude deixar de imaginar os filhos lindos que teriam se um dia se casassem : todos loiros e com olhos claros e com aquele ar sério e aristocrático que os dois tinham.

Quando eles perceberam que eu e Ryan estávamos olhando, Will deu um sorriso sm graça e Anne deu um que eu não soube muito bem decifrar o que expressava.
Nós nos levantamos e eles nos cumprimentaram. Ryan parecia conhecer Will, o que faz sentido, porque eles dois estão no sétimo ano e portanto devem ter feito algumas aulas juntos.

O clima estava engraçado. Ninguém parecia a vontade para falar de nada que não fosse algo muito idiota como o tempo.
Até que Anne falou alguma coisa em voz baixa para Will e depois se voltou para Ryan.


- Deixa eu roubar a Is de você só um segundinho? – ela disse numa voz doce cheia de falsidade enquanto me puxava muito delicadamente pelo braço para longe dali – Ela está por perto. Se você ainda tiver um mínimo de consideração por essa amizade não deixe que ela te veja.

- Eu não tenho nada a esconder, Anne. – revirei os olhos – Até parece que ela não vai descobrir uma hora ou outra...

- Eu sei que provavelmente ela até já sabe, mas ela não precisa ver.

- Tudo bem... eu faço o possível.

Ela me olhou de novo com aquela cara de reprovação. Balançou a cabeça de um lado para o outro, como as mães costumam fazer ao repreender seus filhos e disse:

- Eu ainda não acredito que você trocou a Violet por esse menino...

- Eu não troquei ninguém! – explodi – Quem ouve você falar assim pensa até que ele era namorado dela sei la... – abaixei meu tom de voz ao perceber que estava quase gritando – O Scorpius falou que teve um motivo pra ele terminar com ela, então comigo ou sem mim ele não ficaria com ela. Não é a minha felicidade pela dela, Anne... é só a minha que está em jogo.

Ela apenas fez de novo aquela coisa de “mamãe repreende a filhinha” disse:

- Eu nunca conheci ninguém tão egoísta como você.

Eu ri e já dei um jeito de sair dali e voltar para os braços de Ryan...

- Na verdade já. Todo mundo é. Eu apenas não gosto de hipocresia.


Ela e Will se despediram muito educadamente e saíram de mãos dadas, nos deixando – finalmente – a sós.

Eu me encostei na árvore e ele se pos a minha frente. Eu pensei que ele ia voltar a me beijar ardentemente, mas ele olhou nos meus olhos e me perguntou:

- Vocês estavam brigando, discutindo.. sei la?

Eu suspirei.

- Não era nada de importante... coisas de amigas...

- Tem certeza? Nada que eu possa ajudar?

- Na verdade... – pus a mão no queixo, fingindo pensar - acho que eu sei um jeito melhor de você me ajudar...

E dizendo isso, puxei ele pra perto o beijei.
Ele meio que se assustou com a minha atitude no começo, mas logo “pegou o ritmo”.
E eu vou te contar: ele tem uma pegada...

Eu podia não só ficar o resto do dia ali como o resto da minha vida.
Os beijos eram intensos, como se fosse a ultima vez que a gente fosse se ver na vida.
E não se restringiam apenas à boca: passavam pela orelha, pelo pescoço e por cada pedaço que as roupas deixassem a mostra.
Eu sei que pode estar cedo demais, mas ele me deixava maluca.

E eu juro que estava perdendo a consciência. Eu tentava continuar em pé, mas parecia impossível. Por sorte Ryan era um daqueles caras que respeitam mocinhas como eu.

Eu estava ofegante. E tinha muito tempo que ninguém me deixava ofegante (deixando bem claro que objetos sexuais como o Justin e idiotas como Gary não contam).
Tudo aquilo me fazia pensar que valia a pena eu estar sendo a pessoa mais egoísta que a Anne conhecia.

Ryan conseguia fazer tudo tão certo que me fez me desligar de todo o resto, menos dele. A única pessoa que não poderia ver aquela cena, aquele amasso (isso fora qualquer pessoa da minha família) era a Violet.

E ela parada, quase imóvel a no máximo uns 5 metros de nós, com aquele meio sorriso que parecia incapaz de tirar dos lábios, foi a única coisa que me fez sair do transe que o Ryan havia me colocado.

_____________________________________________________


N/A:

Hi friends !

Então... não tenho muito a dizer sobr o capítulo , eu acho...
mas tenho MUITO a agradecer !

Tay McKinnon (Capítulo dedicado a você, que me fala todo dia pra postar)
Nandinha,
Nessynháah Girl ( Me perdoa por ter sumido das suas fics? eu juro que vou passar a ser muito mais presente :~)
Ash Malfoy ( Amei os 160 *-* muchas gracias ! )
Dominick Carlson
Lyla Garbo
Jeh Halle
alicia e. cunningham
Manu Rodrigues
CaroL BlαcK² ( Sumi da sua fic tb né? :/ juro que aparço em breve ! )
'Lemonααde.
e Sofia ( aqui cabe um agradecimento especial, por ter ajudado essa mente fraca a terminar o capítulo. Os créditos das últimos parágrafos são todos dela ! )

CARA VOCÊS SÃO LEITORIES MARAVILHOSOS !
Eu me dliciei com cada comentário, até aqueles que pareciam que queriam me matar por eu não postar o cpítulo... muito obrigada MESMO !


E, como eu dise que teria em todos os capítulos :


FICS QUE VOCÊS DEVEM LER


Hm. - ela era só mais uma brincadeira, mas ele nunca imaginou que iria se apaixonar., de Lemonaade:
Como eu já disse pra autora, é uma fic que nos remetemà leveza daqueles tempo de Lílian/Tiago (não era nem Lily/James ainda) , lembram disso?
Enfim, uma história de P.Os impossível de parar de ler (juro)

http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=32126


Hermione Granger Está Morta e Vivendo em Nova York, de Jeh Halle:
Uma comédia de ótima qualidade, muito bem escrita com uma historia impressionante.
Juro que, além de morrer de rir em TODOS os capítulos, eu nunca vi nada parecido aqui na Floreios

http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=29601

E, POR ULTIMO MAS NÃO MENOS IMPORTANTE


Procurava um Marido e Encontrei um Cachorro, de Isabel McCoy (sim, eu mesma)

Uma adaptação do livro homônimo para vocês se divertirem quando eu demorar muito para postar os caítulos de Foolish Pride (já que memso nao querendo eu sempre acabo demorando)
Espero que vocês gostem, a história é realemtne muito divertida.

http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=32690



Bom, vuo parar por aqui, se nao a N/A vai ficar maior que o Cap inteiro, que já nao foi muito pequeno...

Mais uma vez obrigada

XOXO
I.M.

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