Coroa
I've always dreamed about this moment / Sempre sonhei com esse momento
And now it's here and I've turned to stone / E agora está aqui e eu me tornei uma rocha
I stand here petrified / Permaneço aqui, petrificada
As I look you in your eyes / Enquanto olho em seus olhos
My head is ready to explode… / Minha cabeça está a ponto de explodir...
…I bleed my heart out just for you. / ...Eu sangrei meu coração só por você.
Apesar de resistir à insistência de Gina, ou pelo menos tentar, Hermione foi passar o Natal na Toca.
Então elas acabaram de preencher suas malas com seus pertences e se encaminharam até a estação para pegar o Expresso.
Hermione queria que a amiga resolvesse logo as coisas com Harry e obviamente ela estando na mesma cabine que eles não funcionaria. Até porque Ronald provavelmente também estaria junto.
Ela esperava que ele fosse esperto o suficiente pra sair.
-Err... Gina, esqueci de perguntar algo para o Hagrid... Será que você pode ir procurando uma cabine enquanto eu vou lá?
-Ah pelo amor de Merlin, Mione! –Gina rolou os olhos.
-É importante! –a menina pontuou.
A ruiva bufou e disse:
-OK. Mas se apresse.
Hermione fez que sim com a cabeça e começou a andar na direção oposta. Um pouco mais a frente encontrou Luna, Dino, Simas e Neville numa cabine na qual ficou conversando com eles até que chegaram na King’s Cross.
-Fico feliz por tudo ter se resolvido. –Luna disse pacificamente.
-Mas... como você sabe? –Hermione não se lembrava de ter falado absolutamente nada para Luna. Um certo pânico nasceu dentro dela. Será que a menina andava bisbilhotando?
-Ah, é simples. Pela sua energia. –Luna, com seu dedo indicador fez um círculo em frente a Hermione que franziu o cenho.
A menina de repente se sentiu desconfortável por ter desconfiado de Luna.
-Mas o maior desafio vem agora, não acha?
Hermione olhou pra ela extremamente confusa. Do que raios ela estaria falando?
Elas pisaram na plataforma e logo avistaram o Sr. e a Sra. Weasley já com Fred, Jorge e Rony. De repente a menina sabia exatamente do que Luna estava falando.
Enquanto as meninas andavam em direção à eles, Hermione viu Harry e Gina descendo de um vagão mais à frente... de mãos dadas. Um enorme sorriso apareceu em seu rosto.
Após cumprimentar os pais de Gina, Hermione atravessou a parede juntamente com a menina e parou para esperar os outros. Só deu tempo de uma troca de olhares animados e um sorriso entre as amigas, pois logo atrás veio o resto da família mais Harry.
Mais tarde eles chegaram à Toca e antes que pudesse fazer qualquer coisa a Sra. Weasley falou:
-Deixem suas malas aí. Vamos jantar e depois vocês guardam as coisas.
Todos se sentaram na extensa mesa e saborearam um sempre delicioso jantar feito pela mãe dos Weasley.
Um tempo depois quando Hermione sacou sua varinha para subir a mala pela escada até o quarto de Gina, Rony apareceu dizendo:
-Hey, deixa que eu carrego pra você. –disse meio tímido.
-Não precisa. –Hermione respondeu talvez ríspida demais. – Posso usar minha varinha.
Eles trocaram uns poucos segundos de olhares e sem dizer mais nada, Hermione agitou a varinha e começou a subir a escada com suas malas logo atrás.
Ela entrou no quarto e pousou as malas logo ao lado da cama que a Sra. Weasley sempre arrumava para ela.
-Qual o seu problema? –Rony de repente entrou pelo quarto, com o rosto um pouco vermelho e com passos pesados andou até Hermione até ficarem separados por alguns centímetros.
Hermione hesitou sem saber o que fazer.
-Você é meu problema Rony. –Ela finalmente disse e contornou o menino indo para o outro lado da cama, colocando espaço entre eles.
-Eu não sou o culpado disso. –disse rudemente.
-Mesmo? Pois eu já ouvi isso antes e não estou a fim de ouvir de novo, então por favor me deixa sozinha. –Hermione disse evitando olhar para o menino.
O que estava acontecendo? Era para ela estar resolvendo as coisas. Assim como Gina e Harry fizeram.
-Você não pode me expulsar de um cômodo da minha própria casa. –O menino soava arrogante.
-Não tem problema – ela falou dessa vez olhando em seus olhos. –Eu saio.
Quando saía do quarto quase se chocou com Harry que vinha na direção oposta.
-Onde está Ron? –Harry perguntou sem notar direito o que se passava com a amiga.
-No quarto da Gina. –ela disse rapidamente, desceu as escadas praticamente correndo e do mesmo jeito se encaminhou até o lado de fora da casa.
Sentou-se no gramado coberto pela neve d’A Toca e olhou para o céu. Não nevava aquela noite, o que era estranho levando em conta a época do ano. Mas não foi preciso entender nada sobre tempo, pra saber que aquela situação mudaria logo, logo.
Distraída, tentando ocupar sua mente com possíveis previsões de tempo e afastar a pequena discussão que acabara de ter com Rony, não percebeu quando Gina sentou ao seu lado.
-Não está com frio? –a ruiva perguntou e Hermione levou um susto.
Gina riu um pouco, mas percebendo a cara da amiga rapidamente parou.
-O que houve?
Hermione só olhou para Gina.
-Rony? –Gina perguntou um tanto quanto incrédula. –Ah, nossa! Era pra vocês estarem se dando bem!
Hermione riu sem humor, relembrando o pensamento de mais cedo.
-Não sei se isso vai acontecer. –Hermione disse olhando para o lado oposto da ruiva.
Um silêncio caiu e poucos segundos depois, Hermione sentiu algo batendo no seu rosto e quando virou viu que fora Gina que acabara de jogar uma bola de neve em sua cara.
-O que? –Hermione perguntou indignada.
-É pra ver se você acorda. –Gina disse sem rir.
As duas se olharam seriamente por um tempo e foi Hermione que desviou o olhar.
Mione considerou a atitude da amiga infantil e isso a deixou um pouco mais irritada do que já estava. Sem querer brigar com ela, Hermione mudou de assunto.
-Me conta como você se acertou com Harry?
Gina sorriu de orelha a orelha, se jogou na neve e começou a contar.
-Estou tão feliz por você! –Hermione disse um tempo mais tarde e abraçou Gina.
-Obrigada. Mas Hermione, sobre você e meu irmão...
-Eu sei Gina. Eu sei que deveria estar tudo bem agora, mas está tão confuso. Não consigo perceber o que está saindo errado.
Hermione desabafou e Gina apenas observou a amiga.
-Acho que eu ainda estou magoada pelo que ele disse ao Harry.
-Mione, você sabe o que ele disse depois. E também não é como se ele tivesse saído inteiro dessa.
Hermione apenas olhou para Gina e seus olhos encheram d’água. A menina segurou as lagrimas e disse:
-Vamos entrar. Todos já estão indo dormir.
Gina sorriu e falou:
-Não fique triste. Ainda há tempo para um milagre de Natal.
Hermione riu da frase clichê e se lembrou dos filmes trouxas que assistira, mostrando que Natal era tempo de união, que todos ficavam juntos, que tudo se resolvia nessa época. Ela profundamente esperava que fosse assim.
A manhã seguinte chegou e neve caia por todo lugar no exterior da casa dos Weasley.
Hermione acordou, porém não se levantou logo, se permitindo algum tempo mais de descanso depois de um ano inteiro de estudos e stress.
O dia passou sem nada de mais, exceto por uma hora perto do almoço em que seu olhar cruzou com o de Rony o que não durou mais de alguns segundos. Ela ficou o tempo inteiro na cozinha ajudando a Sra. Weasley enquanto os outros conversavam na sala.
Ao anoitecer, todos se sentaram a mesa para a ceia e abertura dos presentes.
Entre muitas risadas, todos trocaram presentes... exceto por Hermione e Rony.
Ela tinha que confessar que havia comprado um presente para ele. Havia feito isso na última visita a Hogsmedale após a pequena conversinha que tivera com Malfoy. O presente constava em um kit de equipamentos de segurança para quadribol. Ela podia imaginar o brilho no olhar do ruivo quando ele abrisse o presente.
Entretanto, o pacote estava dentro de seu malão. Ela pretendia entregar o presente para ele. Provavelmente pediria Edwiges emprestada a Harry e lhe enviaria o pacote.
E isso ia acontecer porque ela não agüentava mais sair machucada de todas conversas que eles tinham. Aquela rispidez que não combinava com o ruivo, pelo menos não quando ele falava com seus amigos, a atingindo e lhe dando uma grande vontade de atingi-lo com algum feitiço.
Ele, ao contrário, não parecia ter comprado presente algum. E ela não se importava. Ou pelo menos era disso que ela estava tentando se convencer a algumas horas.
A comemoração do Natal durou até metade da madrugada e aos poucos as pessoas foram se retirando, indo para suas camas.
-Hey, Hermione? –Gina chamou. –Vai ficar aí até o Sol aparecer? –deu uma risadinha junto com Harry.
Hermione apenas sorriu e falou:
-Só vou ficar mais um pouco – deu à amiga um sorriso tímido ao qual Gina respondeu da mesma forma.
-Okay.
-Boa Noite, Mione. –Harry disse acenando e já subindo as escadas. Gina foi logo atrás, ainda dando uns olhares para a amiga querendo verificar se estava tudo bem.
Hermione percebendo, acenou com a cabeça e assistiu Gina e Harry sumirem pelas escadas.
Mione estava sentada no sofá de frente para a lareira e dando um olhar ao redor, percebeu que fora a única que sobrou.
É, parece que não haveria milagres de Natal pra ela.
Mais uma vez, seus olhos encheram d’água, mas a menina se recusou a chorar. Isso era o que pessoas fracas faziam, ficar chorando ao invés de procurar uma solução para o problema. E essa não era ela, não era Hermione Granger.
Hermione Granger era racional e não emocional. Logo, seu coração não tinha muita moral, o que havia lhe permitido se concentrar nos estudos, ser bem sucedida na escola, conseguir tomar decisões sérias e resolver seus problemas. Isso. Essa sim era ela. Hermione sabia que isso lhe trouxe grandes vantagens e já podia sentir seu futuro garantido como uma Auror, como vários professores lhe diziam.
Ela parou por um momento, percebendo algo. Onde essa menina tinha parado?
Quer dizer, não que ela estivesse desaparecido totalmente, mas se olhando agora e vendo a situação que se encontrava... Bom, não podia afirmar que essa definição lhe correspondia em 100%. Ela continuava desse jeito, mas uma nova Hermione havia crescido dentro dela. Uma Hermione emocional, que ligava para que um certo menino chamado Ronald Weasley dizia, que se sentia magoada e machucada por eles não estarem juntos, uma menina que chorava por causa desse menino, uma Hermione fraca.
Ou talvez essa parte sempre estivera lá e esse ruivo idiota foi quem despertou.
Então é isso. Ela brigava tanto por ele porque ele a enfraquecia.
Quando Hermione estava com ele, ela não era mais a menina sabe-tudo, ela era apenas ela com todos seus sentimentos, aberta, vulnerável. Por isso a irritabilidade direcionada a ele, pois Hermione tinha certeza que não gostava dessa parte dela.
Ela desejava voltar a época na qual as únicas coisas com as quais se importava era trabalhos, testes e provas, a época que a única coisa que lhe deixava nervosa era a espera das notas.
Talvez fosse melhor se eles nunca tivessem se conhecido, afinal. Se fosse apenas Hermione Granger amiga de Harry Potter, sem um Ronald Weasley adicionado.
Ela sacudiu a cabeça e voltou à realidade, calando seus pensamentos.
Ficou mais alguns minutos apenas admirando as chamas da lareira a sua frente e por fim se levantou e foi se deitar.
Quando acordou na manhã seguinte, já quase perto do meio-dia, percebeu que Gina já havia se levantando como esperava.
-Bom dia – voz masculina entrou pelo quarto e Hermione se assustou.
-Oh, bom dia Harry! –a menina lhe deu um sorriso tímido.
-A Sra. Weasley mandou lhe trazer – Harry disse apontando para uma bandeja de café da manhã que segurava.
-Oh Merlin! Não precisava! Não queria dar trabalho e...
-Só coma. – Harry falou cortando-a.
Hermione franziu o cenho e o menino explicou:
-Foi o que ela mandou lhe dizer, pois sabia que você ia falar isso.
Os dois riram.
Após uns minutos de silêncio Hermione finalmente disse:
-Estou tão feliz que as coisas voltaram ao normal entre você e Gina.
-Eu também. – garoto sorriu. –Hermione, você realmente desconfiou que fosse eu com a Vane naquela noite?
Ela fez que não com a cabeça e disse:
-Sabia que era o Malfoy. Você a ama de mais pra fazer isso.
Eles sorriram um pro outro.
-Sabe, eu fiquei um pouco incomodado pela Gina ter desconfiado de mim.
-Pensei que isso provavelmente iria acontecer. Mas Harry, não a culpe ok?
É só que... quando você ama alguém, bem... acho que ela só estava com medo de te perder. Insegura sabe?
Ele apenas acenou com a cabeça.
-Hey será que você me empresta a Edwiges? –Hermione de repente falou.
-Er, ok. –Harry disse intrigado, mas não perguntou o porquê.
Harry foi até o quarto em que estava e trouxe Edwiges na gaiola.
-Aqui está.
Hermione abriu seu malão e amarrou, apenas um pacote sem nenhuma identificação, na perninha da coruja que pareceu reclamar com um pio.
-Não se preocupe Edwiges, não é uma viagem longa. –Hermione falou.
O menino apenas olhava para a amiga sem nada perguntar e não foi até que sua coruja voou pela janela que ele disse:
-O que era?
Hermione ainda olhava pra onde Edwiges acabara de sair e sem encontrar o olhar de Harry respondeu:
-O presente de Natal de Ronald.
-Eu não acredito Hermione! – Harry disse indignado.
-O que? Eu não entreguei ontem.
-Ah e você precisa da minha coruja sendo que vocês estão, a hum..., provavelmente cinco metros distantes um do outro.
-Preciso! Não quero mais ter contato com ele, ponto.
Harry riu sem humor e saiu do quarto.
Hermione sentou na sua cama, sem entender. Ela esperava que o amigo fosse gritar com ela ou sei lá, fazer alguma coisa.
O que aconteceu foi que uns dez minutos mais tarde Rony rompeu pelo quarto com um pacote na mão, andou até ela e lhe perguntou:
-O que é isso?
Hermione olhou pra dentro da caixa e respondeu:
-Me parece um kit de proteção para quadr...
-Não seja cínica, Hermione! –Rony disse meio irritado.
-O que?! –Hermione disse raivosamente.
A menina ia saindo do quarto e sentiu uma mão agarrando seu braço.
-Me solta, Ronald Weasley!
-Huh, usando meu nome inteiro, mãe?
-Deixa de ser ridículo!
-Ridículo eu? Quem mandou um presente por uma coruja estando na mesma residência que eu foi você.
-Ah é mesmo? Porque? Tinha algum bilhete dizendo de quem era o presente? - Ela puxou seu braço pra si.
Rony riu sem humor e falou:
-Harry me disse.
Eles se olharam por alguns minutos e quem quebrou o silêncio foi Rony:
-Pra que você fez isso? Eu esperava uma atitude mais crescida de você!
Hermione gargalhou e disse:
-Como você pode saber o que é uma atitude dessas se você nem sequer as conhece.
-Ah, cala a boca!
-Ta vendo – Hermione apontou pra ele. –Você tem o que? 9 anos de idade?
-É eu tenho! E você deve ter 6, não é mesmo?
Hermione, extremamente indignada virou de costas pra ele o que só fez ele aumentar seu discurso de que ela era uma criança.
E Hermione sabia que era verdade. Se fosse outra pessoa que estivesse assistindo essa cena, ela provavelmente estaria rindo. Sua irritação só ia aumentando a cada vez que Rony falava e ela poderia enforcá-lo agora mesmo.
Ele foi pra frente dela e começou a falar novamente, aliás, ele estava praticamente gritando. Hermione queria gritar de volta, mas ela estava paralisada. Ao contrário disso, seus olhos ameaçaram encher de lágrimas novamente.
Ali estava ela diante dele. Tão fraca quanto se odiava sentir, totalmente vulnerável sendo machucada por cada palavra que ele gritava. Mas ela podia parar aquilo, se ela quisesse. E ela queria. Ela queria que ele parasse de gritar e lhe abraçasse. Mas ele não fazia, ele só estava lá fazendo discursinhos.
-Chega. –Hermione disse quase inaudívelmente e Rony sequer percebeu.
-Porque você não foi até mim, huh? Você não percebe o quanto isso é infantil e...
-Chega! – disse alto e Rony hesitou mínimos segundos, mas continuou.
-Chega? Chega de que Hermione? Você deveria dizer chega pra essas suas atitu...
-Chega, Rony! Eu te amo!
Rony abriu a boca mais uma vez, mas foi pego de total surpresa.
-É isso! Eu te amo! Não quero mais brigar com você. – enquanto dizia as palavras Hermione se deu conta que a parte que havia crescido dentro de si, era parte dela querendo ou não. Não existia mais a antiga Hermione só. As duas partes coexistiam e se complementavam.
Eles se olharam por mais algum curto tempo e Rony que ainda estava segurando a caixa com o kit, largou-a no meio do chão, fechou a curta distância entre os dois e a olhou nos olhos. Hermione segurou a respiração um pouco pensando que ele fosse gritar ainda mais.
OK, provavelmente ela sairia dessa com cacos no lugar do coração.
Porém o menino pegou o rosto dela com as mãos e lhe beijou. Um beijo doce, profundo e com muitas saudades. Mesmo terminado o beijo, eles mantiveram suas testas juntas.
Hermione dirigiu seu olhar aos olhos do menino que brilhavam como a muito tempo ela não via. E eles não estavam “expulsando-a” ou “julgando-a” desta vez, eles não pareciam portas fechadas. Eles eram ternos e a envolvia.
Ele sorriu e ainda mais profundamente como Hermione pensou que não fosse capaz, a olhou e disse:
-Eu te amo.
A menina sorriu e abraçou Rony fortemente. Dessa vez ela não conseguiu impedir e algumas lágrimas correram pelo seu rosto. O ruivo enxugou-as e lhe beijou novamente. O menino de repente quebrou o beijo e pegou algo em seu bolso.
-Eu trouxe... hum... seu presente de Natal – disse timidamente. Eles sorriram um pro outro e Hermione pegou a caixinha de suas mãos.
A caixa era azul e estava amarrada com uma delicada fita branca de seda.
Ela de repente olhou pra ele alarmada.
Ai meu Merlin! Ele vai pedir pra casar comigo. –pensou.
Não entendam mal. Ela amava ele com a certeza de todas as células de seu corpo e ela queria casar com ele, mas não agora. Eles ainda eram adolescentes e...
-Hey, abra. Não é um anel de casamento. – Rony disse cortando o pensamento de Hermione e riu nervosamente. A menina riu sem graça.
-Não vou pedir sua mão... –o menino disse divertido e com um sussurro falou no ouvido dela. -Pelo menos não agora.
Ambos sorriram e Hermione deu mais um beijo no menino. Logo depois ela finalmente abriu o pequeno pacote.
Era sim uma jóia. Mas não era um anel e sim uma pulseira. A corrente era de ouro e delicada e pendurada nela havia um pingente, uma coroa.
Hermione sorriu lembrando-se de como a torcida chamava Rony nos jogos de quadribol.
-Eu estava vindo te entregar quando Edwiges entrou no quarto... Eu... er... pesquisei em alguns livros e...
-Hã? –Hermione elevou as sobrancelhas.
Ele riu e continuou: -Pois é. Então eu achei esse símbolo e vi que ele combinava com você.
-Mas eu pensei que...
-Bom – ele cortou ela gentilmente, pegou a pulseira e começou a colocar em volta de seu punho. – Esse símbolo é relacionado a mérito, vitória... – fechou a pulseira no fecho, a abraçou e continuou – É também símbolo de amor puro, poder, força, de pessoas que lutam pelo que desejam, das que não suportam que brinquem com seus sentimentos... soa familiar?
Ela riu e respondeu:
-Algumas partes.
Eles riram um pouco e se beijaram rapidamente.
-E claro, que vai te lembrar de mim. –Rony confessou timidamente e Hermione riu sabendo que ele falava de seu “apelido” nos jogos de quadribol, como havia pensado mais cedo.
-Que namorado humilde que tenho. –Hermione disse e logo se arrependeu. Namorados? Era isso que eles eram? Os dois de repente ficaram sérios e um breve silêncio caiu.
-Você pode dizer isso de novo? –Rony perguntou.
Hermione franziu o cenho.
-Err... o que? Desculpa eu não quis...
-Só aquela palavra.
-Humilde? –Hermione disse com certo receio de dizer a outra.
-Não, não. –Rony disse e um sorriso esperto cresceu em seu rosto. –A outra.
Hermione sentiu seu rosto esquentar e disse:
-Err... namorado. –ela sorriu amplamente.
-Você sabe a quanto tempo eu quero ouvir você dizendo isso? – ainda com o sorriso de antes no rosto.
-Há provavelmente tanto tempo quanto eu quero ouvir você dizendo o que eu sou sua.
-Você? –ele coçou a cabeça fingindo que estava pensando. –É minha namo... Não.
Hermione arregalou os olhos e Rony sorriu abraçando ela mais forte:
-Minha rainha. –Ele disse pegando gentilmente o pulso da menina e mostrando a coroa. Hermione derreteu internamente. –E minha namorada. –Ele finalmente disse e depois de rir um pouco eles se beijaram novamente.
Ela ficou totalmente envolvida pelo beijo como se naquele momento só houvessem os dois em todo o mundo. Nada mais importava, todas as preocupações eram apenas obstáculos vencidos. Os braços do menino ainda a rodeavam e a apertavam gentilmente, o que fazia ela se sentir... segura. Então, assim como quando ele enxugou as atrevidas lágrimas que correram a pouco, ela soube que por mais vulnerável que ela estivesse, por mais fraca que ela se sentisse, Hermione tinha certeza que Rony estaria ali por ela.
~FIM~
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