Capitulo 2



CAPÍTULO II


— Eu não queria ter causado essa confusão — Hermione lamentou, quase
correndo para acompanhar Harry, que a puxava através do estacionamento. — E aquele homem pode ficar doente de tanto espirrar. Acho que...
— Acha o quê? — perguntou Harry. — Que devia voltar para ajudá-lo? Deixe que espirre até morrer. Além do mais, a polícia vai chegar a qualquer momento.
Ela não teve tempo de protestar, pois chegaram a um elegante carro preto. Harry estendeu a mão para pegar as chaves que dera a ela.
— Não — Hermione declarou com firmeza. — Eu dirijo.
Esperava que ele argumentasse, mas Harry apenas olhou-a por um instante, levando a mão à cabeça, que devia estar rodando.
— Oh, diabos! — ele exclamou. — Acho melhor, mesmo.
Abriu a porta do motorista e ajudou Hermione a entrar.
Ela afundou no assento macio, aspirando com satisfação o perfume de uma colônia masculina misturada ao agradável odor de couro legítimo. O carro parecia exageradamente espaçoso, até que Harry acomodou-se no banco do passageiro. Foi como se o luxuoso interior encolhesse, envolvendo-os num ninho aconchegante.
Hermione recuou ligeiramente para o lado, olhando meio assustada para o painel.
—Você sabe dirigir, não sabe? — ele perguntou, desconfiado.
— Claro que sei, mas nunca dirigi um Ferrari. Bem, um carro é um carro. Para que lado vamos?
— Vire para a direita e siga em frente, quando chegarmos à rua — ele instruiu.
Ela fez como ele mandara e logo deslizavam pela rua feia, ladeada por prédios velhos e em mau estado de conservação. Pelo espelho retrovisor, ela viu duas viaturas policias entrarem no pátio de estacionamento do bar. Lançou um olhar para Harry, esperando vê-lo recostado e com os olhos fechados. Recostado ele estava, mas de olhos bem abertos, fixos nela!
Hermione olhou para a frente, tentando ignorá-lo, mas isso não era fácil. Ignorar um homem tão atraente e másculo era algo quase impossível, mesmo para uma mulher que já virara anjo.
Pelo canto dos olhos, ela observou-o disfarçadamente, quando notou que ele parara de examiná-la. Era musculoso, forte, saudável. Difícil acreditar que só tinha dez dias de vida. Ele radiava masculinidade, potente e segura. Usava o cabelo preto penteado para trás, num jeito muito convencional, tinha boca generosa e sensual. Os olhos verdes, ela já notara no bar, eram inteligentes e tinham lampejos de cínica malícia.
Forçando-se a prestar atenção à rua, ela apertou o volante nervosamente. Bem, por que ficar inquieta? Não se deixaria tentar por olhos escuros e expressivos, boca sensual e corpo musculoso. Não vivera vinte e seis anos na terra, à toa.
Aprendera alguma coisa sobre homens e sabia que eles eram egoístas, prepotentes e teimosos, mesmo os mais fascinantes. Não, Harry não a dominaria com seu charme.
Mordeu o lábio, nervosa. Ia ser difícil lidar com ele, pois não podia negar que se sentia atraída. Mas ele estava sob seus cuidados e não havia como evitar sua companhia. Tornou a olhar para ele e pegou-o observando-lhe os seios marcados pelo tecido maleável do vestido.
Hermione exalou o ar num suspiro ruidoso de exasperação. Se tinha de ser anjo guardião de alguém, por que não recebera a incumbência de cuidar de uma doce garotinha de cinco anos? Ou de um velhinho de oitenta? Precisava ser um homem no auge da virilidade, bonito, que ela fora encontrar num bar, meio embriagado e disposto a trocar murros como um arruaceiro?
Para piorar tudo, "lá em cima" tinham dado uma ordem nova, mandando-a "cuidar de Harry Potter". Cuidar como? Teria de mantê-lo longe de encrencas? Tirá-lo de um caminho errado?
Bem, faria o que fosse possível para cumprir sua tarefa e fazer com que Harry não precisasse mais dela. Assim, poderia voltar depressa para a fila que se estendia diante
daquele maravilhoso portão de madrepérola.
De repente, arrepiou-se, sentindo que ele mexia nos pequenos cachos de cabelo em sua nuca. Que homem impossível! Endireitando-se no assento, ela fugiu ao contato.
— Vire para a esquerda — Harry instruiu.
Ela obedeceu e entraram na rua deserta de um bairro de classe média. Dois quarteirões depois, ele apontou para uma casa de tijolos aparentes.
— Moro ali.
Hermione olhou para a casa vitoriana reformada, franzindo a testa, confusa. Pelas roupas e o carro de Harry, julgara que ele morasse numa parte mais elegante da cidade, num apartamento moderno.
— Por que escolheu morar neste lugar? — perguntou.
— Cresci neste bairro e quando vi esta casa à venda, alguns anos atrás, comprei-a como investimento e dividi-a em três apartamentos, um em cada andar. Aluguei os dois de baixo e moro no terceiro. Gosto de estar sempre por cima.
— Eu também — respondeu Hermione, distraída, parando o carro de frente para uma entrada de veículos. — Mas ficar embaixo não é ruim, quando a pessoa de cima tem
consideração.
— Concordo plenamente — ele respondeu.
Achando o tom dele meio suspeito, ela olhou-o e viu a expressão maliciosa no rosto atraente. Desviou o olhar, rapidamente, sentindo que corava.
— Para quem alugou os apartamentos? — indagou.
— Duas senhoras idosas ficaram com o primeiro. O segundo aluguei para um casal com filhos adolescentes.
— Legal.
— É. Bem, agora, siga pela entrada de carros até encontrar uma barreira, lá nos fundos.
Ela fez o que ele mandou e logo viu-se diante de um tipo de portão. Harry abriu-o, acionando um controle remoto, e logo depois ela estacionava na garagem. Desceram do carro e começaram a andar para a frente da casa. Hermione assustou-se, quando ele cambaleou e quase caiu.
— Harry! O que foi? — perguntou alarmada, segurando-o pelo braço.
— Nada — ele respondeu, passando a mão no rosto. — Fiquei um pouco tonto, de repente.
— Bebeu demais — ela comentou.
Harry tornou a cambalear, mas conseguiu firmar-se.
— Não bebi tanto assim — protestou em tom impaciente. — Não sei por que estou me sentindo tão tonto.
— Não devia ter bebido nada — ela replicou. — Bebida não pode fazer bem, no seu estado.
Ele olhou-a de esguelha.
— Ainda não estou caindo aos pedaços, pelo amor de Deus!
— Ótimo, porque o que vou fazer não depende só mim. Você terá de colaborar.
Harry fitou-a, parecendo espantado.
— É claro que vou colaborar!
— É tudo o que eu quero. Passe o braço pelos meus ombros. — ordenou Hermione. — Vou ajudá-lo.
Abraçou-o pela cintura e sustentou-lhe o peso, guiando-o. Conseguiram entrar sem incidentes no antiquado elevador que parecia uma gaiola de ferro, mas assim que a porta fechou-se ele caiu sobre ela, como se fosse desmaiar.
Hermione ficou mais preocupada. O estado de embriaguez parecia acentuar-se a cada momento.
— Você tem um cheiro tão bom... — ele engrolou de encontro aos cabelos dela.
— Obrigada, mas agora só estou querendo levá-lo para a cama.
— Boa idéia — ele concordou.
O elevador subia lentamente. Hermione assustou-se, quando Harry deixou a mão escorregar por suas costas nuas, tentando introduzi-la pelo decote, quase na altura da cintura. Ela segurou-lhe o braço, colocando-o de volta em seus ombros.
— Assim é melhor -— observou, no momento em que o elevador parou e a porta gradeada abriu-se. — Dá mais apoio.
Harry não protestou e seguiu-a pelo corredor até chegarem a porta do apartamento.
— A chave — ela pediu.
— Está com as outras, no chaveiro — ele respondeu. — Uma amarela.
Ela encontrou a chave e introduziu-a na fechadura, rodando-a sem dificuldade. Empurrou a porta e entrou, levando-o junto.
Harry acionou um interruptor e o ambiente encheu-se de luz.
— Nossa! É grande como um celeiro! — exclamou Hermione, espantada.
— Gosto de bastante espaço — ele explicou.
— Nem precisava dizer —- murmurou Hermione, examinando o enorme aposento.
O piso era de madeira encerada na parte que abrigava a sala de estar, onde viam-se, além de um aparelho de som, três sofás e um imenso televisor com videocassete acoplado, formando um quadrado junto à lareira de mármore branco. Na extremidade mais distante havia uma pequena cozinha a sala de refeições, separadas do resto por uma mureta baixa que servia de banco, coberta por uma longa almofada forrada de tecido xadrez em tons de verde e azul.
A esquerda deles, Hermione viu uma porta, que obviamente levava ao quarto.
— Vamos, Harry. Estamos quase chegando.
Ele beijou-lhe o topo da cabeça.
— Não vejo a hora de cair na cama com você — declarou, tentando escorregar a mão para dentro do vestido novamente.
Hermione empurrou-o, apoiando a mão livre em seu peito, mas continuando a segurá-lo pela cintura para evitar que ele caísse.
— Harry, por favor, pare com isso.
Ele não lhe deu atenção, beijando-lhe a orelha.
— Harry! — ela advertiu, sentindo um estranho calor subir-lhe pelo corpo.
— O quê?
— Ande, vamos. Preciso colocá-lo na cama.
Começaram a caminhar para a porta do quarto, mas chegar lá não foi tão fácil quanto ela imaginara. Harry dava um passo para a frente e dois para trás, cambaleava, pendurava-se nela, quase derrubando-a.
Hermione sentiu o impulso de rir. Os dois pareciam estar executando passos de uma dança ridícula, chegando mesmo a girar, quando ele pendia para o lado e ela precisava ampará-lo. Por fim chegaram à porta, que ela empurrou com o pé. A luz que vinha da sala, viu uma enorme cama de casal encostada numa das paredes.
Empurrou Harry para lá e quando chegaram junto à borda, a curta e turbulenta caminhada transformou-se numa espécie de luta para ver quem caía primeiro na cama. Em dado momento, aproveitando-se de uma cambaleada dele, Hermione empurrou-o.
Harry caiu de costas e ficou oscilando de modo estranho, até que ela descobriu tratar-se de um colchão de água. Quando o movimento parou, ele ficou lá, esparramado sobre o edredom de cetim cor de vinho, olhando para ela com um sorriso embriagado.
— Que divertido! -— exclamou em tom pastoso.
— Divertido o diabo! — ela praguejou, batendo na boca em seguida, arrependida.
Inclínou-se e tirou os sapatos e as meias de Harry. Depois, desabotoou-lhe a camisa e desafivelou o cinto, arrancando-o com um puxão.
O sorriso dele alargou-se.
— Está inspirada, meu anjo.
— Não imagina quanto — ela replicou.
Endireitou-se e refletiu se deveria tirar-lhe a calça para deixá-lo mais à vontade. Então, decidiu que não faria mais nada. Recuou dois passos, fitando-o. Harry franziu a testa.
— Venha cá — chamou, fazendo um gesto com a mão.
— Não.
— O quê?
— Não.
Ele observou-a por um momento, carrancudo, e então tornou a sorrir.
— Tudo bem — concedeu com um suspiro, cobrindo os oIhos com um braço. -— Não estou me sentindo bem, mesmo. Minha cabeça parece que vai incendiar.
— Está muito quente? — ela perguntou, alarmada. Aproximou-se e inclinou-se para tocar-lhe a testa e ele segurou-a pelo pulso. Puxou-a e ela, perdendo o equilíbrio,
caiu sobre o peito largo e musculoso. Num movimento rápido, Harry rolou, prendendo-a por baixo dele.
— Você é gostosa, macia...
— Largue-me! — ela exigiu.
— Não.
— Saia de cima de mim, Harry! — ela gritou, debatendo-se. Em vez de soltá-la, ele ajeitou-se melhor, tentando colocar uma coxa entre as dela.
— Calma, meu bem. Vai ver como sou bom nisso.
— Isso não pode fazer-lhe bem, Harry. Precisa cuidar-se. – ela comentou, virando o rosto para evitar que ele a beijasse na boca.
— Não posso imaginar algo que me faça mais bem do que isso —- ele contrariou-a, beijando-a na têmpora.
Hermione estremeceu sob o toque.
— Mas você está doente! — lembrou-o.
Ele ergueu a cabeça para fitá-la com ar confuso.
— Doente?
— Não se lembra? Você me disse que está... morrendo.
Por um instante ele observou-a com expressão atônita. Então, começou a rir.
— Não sei de onde tirou essa idéia maluca! Se estou morrendo, é de vontade de fazer amor com você.
— Mas você disse... — ela começou, interrompendo-se, completamente atrapalhada.
Talvez tivesse interpretado mal o que Harry dissera sobre ter apenas dez dias. Na verdade, ele não dissera que estava doente. Bem, fosse como fosse, aquele louco não tinha o direito de prendê-la naquela cama e muito menos de querer fazer amor com ela.
— Pare com isso! — tornou a protestar. — Solte-me! Já!
— Relaxe — ele pediu, acariciando-lhe o cabelo. — Você é tão linda, tão macia e cheirosa...
— Mandei você parar — ela insistiu com firmeza. — É melhor obedecer. Não quero machucá-lo.
—- Também não quero machucar você — ele replicou, beijando-a no pescoço.
— Pare, Harry — ela repetiu em tom já não tão firme.
— Você está gostando.
— Não.
— Mentirosa.
— Não estou mentindo. Estou proibida de mentir e de dizer palavrões.
Ele gemeu baixinho, mordendo-a de leve no pescoço.
Hermione arrepiou-se, arqueando o corpo involuntariamente. Então, de repente, recomeçou a debater-se.
—- Que praga, Harry! Se não me soltar, terei de...
Ele tapou-lhe a boca com um beijo ávido, sufocando o protesto.




Obs:Oiiiii pessoal!!!!Capitulo postado!!!!Espero que tenham curtido!!!!Domingo tem mais.....Bjux!!!!Adoro vocês!!!!

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