Bêbado



N/A: Nesse capítulo têm partes que são narrados por 3° pessoa pelo ponto de vista de Hermione. Quando acontever a parte será separada por ( ***). O mesmo pode acontecer nos próximos, mas a narração da história continua sendo predominanetemente feita pelo Draco.
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Fazia exatamente oito dias que não falava mais com Hermione. Ela havia voltado a falar com o Potter e com a Weasley, mas via que ela estava triste. No café ela quase não sorria e ela nunca olhava para mim. É...minha vida voltou à moda antiga.

No almoço, vi a garota sentar sozinha na mesa da Grifinória. Logo depois, Potter sentou ao seu lado e foi lhe perguntar algo que deveria ser sobre Poções. Hermione tentava ensinar o garoto enquanto tomava um sorvete de flocos com cobertura de mel.

Estranhamente parecia que a cada colherada de sorvete o mel descia e melava a boca da garota. Ela tentava limpar, mas só se sujava mais com o mel quente do sorvete. Vejo Potter passar o dedo indicador nos lábios de Hermione limpando-os e sinto meu corpo queimar por dentro.

Hermione sorriu meio de lado e voltou o olhar para o sorvete. Outra colherada de sorvete e mais uma vez o mel foge da colher e mela a boca dela. Sinto minha calça querer estourar de novo. Meu Deus..a menina não sabia nem tomar sorvete direito!

Eu não queria comer. Saí do salão e fui pro quarto, mas não conseguia dormir, não conseguia estudar, nem prestar atenção às aulas. Com Hermione ou sem Hermione eu ficava louco. Eu prefiro ficar louco com ela do que sem, mas agora era tarde. Iria esquecer Hermione Granger ou pelo menos tentaria.

E aqui estou eu sentado no chão de concreto da famosa sala da biblioteca encostado-se à parede. À minha frente está a mesa com livros, pergaminhos e anotações, rasgadas; a tinta preta derramada em papeis e caindo no chão; as penas alongadas que uso para escrever estão ressecadas e algumas quebradas.

Ao meu lado esquerdo está a estante de madeira completamente vazia sem livros e empoeirada. No chão, livros de couro abertos, fechados, rasgados e molhados. O vitral da janela fechado dando um ar escuro ao aposento.

Escuto passos rápidos vindo da biblioteca. Alguém abre a porta de vidro da sala. Abro os olhos e levanto a cabeça para ver quem era. O que diabos ela estava fazendo ali?

-Que está fazendo aqui? – Perguntei seco. O ódio aumentando.

-Quero falar com você Draco. – Disse a menina um pouco ansiosa.

-Não me chame de Draco!Só uma pessoa pode me chamar de Draco e não é você Weasley!

-Ah é...esqueci que é a Hermione. – Respondeu fazendo uma careta. –Desde quando começou a falar com Hermione?

Aquilo era ciúmes? Parecia. A beterraba perguntou um pouco estressada. Sei que sou irresistível, mas nunca dei brexa para Gina Weasley. Nem nunca darei.

-Por que se importa? –Perguntei perdendo um pouco minha calma.

-Responda!

-Com quem pensa que está falando?? – Me levantei nervoso. Era só o que faltava..a Weasley me obrigando a algo. – Não sou o Potter para te obedecer feito seu cachorrinho...não quero falar com você Weasley..vai lá transar com Potter.

Vi ela me olhar com raiva, sorri friamente. – Que foi? Vai dizer que o Potter não te quer mais?

-POR CULPA SUA! – Gritou raivosa. Levantei as sobrancelhas. – Desde aquele dia que você falou que a Hermione amava ele, Harry não olha mais pra mim! Fica grudado o tempo todo com Hermione, parece siameses!

Meu coração bateu depressa e uma imagem de Potter e Hermione apareceu na minha cabeça. Os dois caminhando pelo castelo de mãos dadas e se beijando. Minha mão se fecha instintivamente.

-Não suporto vê-los juntos! – Disse a beterraba. Sorri.

-Agora sabe o que Hermione sente quando vê vocês dois se beijando. – Respondi. Ela me olhou apreensiva. – Mas era muito pior. VOCÊ não tem idéia, Weasley, do que Hermione sente pelo Potter...você nunca vai sentir aquilo.

-Você sente? –Ela perguntou.

Meu estomago embrulhou...bom era algo realmente forte o que sentia por Hermione, mas não sabia se era a mesma coisa que ela sentia pelo Potter. Uma parte me dizia que sim outra que não. Outra vez uma imagem de Hermione e Potter habita meus pensamentos. Não respondi. Minha garganta tinha um bloco de saliva impedindo a resposta.

-Você sente! – Ela exclamou.

Dei de ombros e sai daquela sala. Já não agüentava mais ir lá e não ver Hermione. Iria esquecer aquela garota. Tinha que esquecer aquela garota.

Na hora do jantar vi Hermione, Potter e Weasley conversarem e rindo. Hermione levanta um pouco para pegar o prato que continha frango. Ela põe um pedaço de peito no prato e Weasley diz algo. Vejo ela reclamar e de repente ela olha pra mim. Fiquei um tempo olhando os olhos cor de mel de Hermione. Não agüentei e sorri. Hermione pisca os olhos e volta a olhar para Potter que havia chamado.

Naquele instante meu corpo pegou fogo e quis matar o Potter com minhas próprias mãos. Não. Não era por ele ter chamado Hermione e fazendo com que ela desviasse o olhar de mim. Era pelo que ele estava fazendo com ela naquela hora. Uma mão do Potter colocou a franja de Hermione atrás da orelha e apoiou o rosto na outra. Ficou observando Hermione enquanto a outra mão ficava brincando com o cabelo dela. !! Caloteiro!! Corno!! Desgraçado!! Energúmeno!! Idiota!! Indigente!! Maldito!! Xinguei em ordem alfabética. Anote: Mais raiva do que qualquer coisa no mundo.

Levantei-me sentindo inveja, raiva, solidão, tristeza, ciúmes. Tudo numa forma violenta que fez meu estomago embrulhar. Apertei a mão esquerda e sai o mais rápido dali...se visse Potter brincando com Hermione provavelmente daria uma voadora no cicatriz.

Fui para um lugar que ninguém me encontraria. O quarto dos Monitores-Chefes.

Subi a quarta torre, cheguei perto do quadro preto e disse a senha que eu deveria dizer. ‘Preconceito’.

No mesmo instante um bonequinho de biscuit exatamente igual a mim surgiu pendurado na porta do quarto. Uma serpente no chão ao lado do boneco, na minha mão esquerda minha vassoura e pendurado no pescoço uma placa prateada surgiu com o nome ‘DRACO MALFOY MONITOR CHEFE’ em preto.

Entrei no quarto. Era extremamente grande pra uma pessoa só, mas muito aconchegante. Uma lareira em pedra clara ia do chão ao teto. No chão um tapete com as cores da Grifinória. A cama era das cores da Sonserina. Era tudo divido entre essas cores.

Havia mesas, cadeiras, estantes para Hermione, sofás, poltronas e puffs para mim. Algumas roupas minhas penduradas no cabide ao lado da cama. Deitei na cama cansado.

Será que Hermione e Potter estavam namorando? Será que aquele idiota deu-se conta dos sentimentos de Hermione e para não deixa-la ficar comigo finge que gosta dela? Acha que estou louco? Eu to perdendo o juízo. Sei disso. Fecho os olhos tentando dormir e esquecer.

***

Hermione viu Draco Malfoy levantar-se e sair do Hall. A garota abaixou a cabeça e soltou um pouco de ar. Sentia a mão de Harry brincar com seu cabelo. Se fosse antes acharia o momento mais perfeito do mundo. Mas agora sentia-se um pouco estranha...queria mas não queria que Harry parasse.

Viu o olhar de Gina que estava sentada ao lado do Neville a sua frente. Queria pedir desculpas pelo Harry estar fazendo aquilo, mas uma parte imensa no fundo de seu âmago queria que a ruiva sentisse o que ela havia sentido todo aquele tempo. Queria que a ruiva sentisse como era desesperador ver o garoto que mais ama com uma amiga. Mas algo inócuo e crescente dizia para a castanha que aquilo não era justo. Tudo bem que ela sofrera, mas fazer os outros sofrerem só pra provocar inveja ou ciúmes ou raiva não era legal...somente as pessoas ruins sentem prazer em ver o sofrimento alheio. Um sentimento de culpa a invadia por completo e a sufocava como um balão cheio de ar dentro dos pulmões. Pensou em Malfoy e viu o quanto estava sendo injusta com ele...ele a havia ajudado com o Harry. Ajudou na hora que Hermione mais precisou de um amigo. Era como se estivesse esfregando e esnobando todo o que Malfoy fez por ela.

A garota sentiu os olhos arderem. Estava agindo como o Harry. O que o garoto fez com ela, ela estava fazendo com Malfoy e a Gina...que a castanha sabia não era má pessoa. Queria ficar de bem com o Harry, Gina, mas também com o Malfoy. Precisava falar com ele.

-Que foi? – Perguntou Harry.

-Huh?

-Você pôs o frango, mas nem comeu. O que foi que houve Mione? Em que está pensando?

-Nada. – Disse a garota olhando para prato. Não estava mentindo. Estava pensando em alguém e não em algo. – Tô...confusa.

-Mas deve se alimentar, Mione senão vai ficar doente. Não quero ver você doente...nunca vi e não quero ver.

-Obrigada pela preocupação Harry, mas não quero mais.

-Mais? Você nem comeu! – Interrompeu Rony. – Se não quiser o frango eu aceito!

Hermione deu um sorriso e afastou o prato para perto do ruivo. – Eu vou dar uma volta...tô cansada. Té mais Harry, Rony não coma com a boca aberta. Gina – a garota não conseguiu encarar a ruiva – desculpe.

Hermione levantou-se e saiu do salão sabendo que Harry a encarava. Por quê? Por que tudo acontecia agora de uma forma tão avassaladora?

Hermione disse a senha para a Mulher-Gorda. Viu descendo as escadas Parvarti Patil. Deu um sorriso torto e foi subindo as escadas.

-Hermione. – Chamou a menina. Hermione parou no meio da escada. – Verdade que você ta namorando o Harry?

-Harry ta namorando a Gina, Parvarti. – Respondeu calmamente.

-Tá é? Não parece..ele anda tão carinhoso contigo. Se eu fosse a Gina eu andava direto com ele...

-Ta dizendo que Harry é cafajeste? – Indagou Hermione com raiva. Não gostava quando alguém falava mal de Harry. Além de que estava insinuando que ela era fácil e que agarrava qualquer um.

-Não..é que..

Hermione não deixou que a menina continuasse. Desceu ás escadas. Não iria ficar naquele quarto com meninas a interrogando toda hora. Subiu a quarta torre e chegou ao quadro escuro. Disse a senha que ela precisava dizer. ‘Orgulho’.

Uma bruxinha feito de biscuit igual a Hermione apareceu no alto da porta. Aos pés da boneca Bichento e na mão direita dois livros. No pescoço uma placa prateada escrito ‘HERMIONE GRANGER MONITORA CHEFE’ em preto.

A garota abriu a porta. Fechou com raiva e deixou-se escorregar. Agarrou os joelhos e sentiu seus olhos se encherem da lagrimas. Sentiu um cheiro de menta invadir as narinas. Conhecia aquele cheiro.

Levantou-se. O coração da garota deu um pulo. Na cama deitado estava Draco Malfoy. O lençol branco cobrindo parte das pernas, a camisa branca de Hogwarts no cabide ao lado. O braço esquerdo caindo pra fora da cama e o tórax extremamente definido a mostra...fazendo Hermione ver que naquele tempo ainda existiam deuses gregos.

A garota chegou mais perto do loiro. Um sorriso discreto se apossou do rosto de Hermione. Tremendo a castanha colocou a mão direita sobre a mão esquerda de Malfoy.
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Ele estava caindo.

O vento frio batia-lhe no rosto o machucando pela velocidade que caia. Uma dor no peito começou a surgir, como se uma grande mão estivesse comprimindo seu coração. Ele buscou ar, mas o ar não veio.

Mais rápido, ele caiu na água gelada daquele lago. Seu corpo afundava e seus pulmões se comprimiram pelo ar gélido da água. Suas pernas estavam pesadas e ele não conseguia subir. Precisava de ar, mas não conseguia subir.

Sentiu uma corrente prateada amarrar seu corpo, e o puxar mais ainda pra baixo. Seu coração batia cada vez mais forte, até que parou. Seu coração parara de funcionar.

Viu que no lugar em que estaria seu coração tinha um buraco escuro como se o próprio órgão tivesse sido arrancado do corpo. Escutou algo palpitar perto dali, e sabia que era seu coração. Ele foi descendo cada vez mais, na parte exterior do lago, flutuando no ar, havia uma pessoa. Ele conhecia...usava um manto preto e um capuz. Na mão direita do desconhecido viu seu coração palpitando, perdendo forças. O sangue escorria pelo órgão e caiam nas águas límpidas do lago fazendo-o ficar vermelho por alguns segundos.

Levantou os braços querendo alcançar o coração e coloca-lo de volta no lugar. O desconhecido apertou mais forte. Ele gritou de dor e desespero. O sujeito abriu a boca e dela saiu uma gargalhada malevicamente gostosa.

Repentinamente, o sujeito foi desaparecendo. As correntes foram soltando-o devagar. Sem forças, não conseguia subir até a superfície. Uma mão o pegou pelo braço e o puxou para superfície. Ele tomou ar e abriu os olhos procurando a mão ajudante. Em cima de sua cabeça, encontrava-se uma garota. Ela flutuava como se fosse ajudada com par de asas, o vestido que ela usava era azul claro, e os raios de sol intensificavam o brilho de inteligência, grandeza e gentileza da garota dando um ar mais angelical.

-Por quê? – Perguntou o garoto exasperado.

-Porque você precisa de mim, Draco Malfoy. – Respondeu a garota entrecerrando os olhos e com um sorriso gentil que acalmou a alma do garoto.

-Quem é você?

-Sou o que você vem procurando em toda sua vida.

O garoto ergueu o braço para que ela o ajudasse a sair daquele lago, mas a menina foi desaparecendo assim como o desconhecido. Draco abriu os olhos mais que o normal, e num segundo ela havia desaparecido. Estava só naquele lago gelado. De repente uma pontada no peito. O coração havia voltado e batia numa rapidez impressionante dentro do seu corpo.

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Acordei.

Ali estava ela, ao meu lado, me olhando com aqueles olhos cor de mel. Senti um pouco de suor descer pela minha testa.

-Que aconteceu? – Perguntei.

-Você tava dormindo. Tava tendo um pesadelo?

-Mais ou menos. – me levantei e fiquei sentado na cama. Notei que ela tinha os olhos um pouco vermelhos. – Tava chorando? Que o Potter fez agora?

-Nada. Não aconteceu nada Malfoy.

Senti uma tristeza ao ouvir ela me chamar como me chamava antigamente. Gostava mais quando ela me chamava de Draco. Notei que ela ficou corada e sentou na cama olhando para o tapete vermelho-ouro.

-Tá me evitando?

-Não. – Disse corando ainda mais. Abraçou as pernas e continuou olhando para o tapete. Franzi a testa. Parecia triste. –Você ta bem?

-Por que não me olha? – Vi ela ficar mais vermelha que estava. Apertou as pernas com mais força. –Que foi?

Ela levantou-se e andou até a porta. –Vai embora?- perguntei estupidamente.

-Não, vim aqui só pra contar o tanto de passo que dou até chegar à porta. – Respondeu. Não sei se foi com raiva ou só para se divertir.

-O que foi? Por que cargas d’água não me olha mais? Passou quase um mês sem você falar comigo e...

-Foi você que pediu. – Ela virou na mesma hora. – Você disse para não te ver mais...disse para não te procurar..pra te esquecer não foi? Então... fiz o que pediu...ta reclamando por quê?

-É, mas você não precisava se esfregar no Potter. – Disse cuspindo o nome daquele garoto.

-Eu não estou me esfregando no Harry...e você mesmo disse pra ficar com ele...não entendo vocês homens! Sério...o Harry namora a Gina e você me ajuda, daí quando eu to bem contigo, você vem e me dá uma patada, ai logo depois vem o Harry todo manso pra cima de mim, ai depois você volta pedindo explicações! - Disse um pouco revoltada. Vi os olhos dela perderem o brilho.

-Weasley me disse que vocês estão grudados feito chicletes! Eu vi ele todo se esfregando pra cima de você hoje no jantar, ai você vem e diz que não ta se esfregando no Potter...tá certo quer enganar quem?

-Gina? São amigos agora?

-Deus me livre. – Respondi com nojo.

-O que estava falando com ela?

-Está com ciúmes?? – Perguntei cruzando os braços. Um sorriso se apossou do meu rosto quando imaginei Hermione brigando com Weasley por minha causa.

-Você é ridículo Malfoy. – Meu sorriso desapareceu. – Acha que todos gostam de você não é?

Ta, aquilo fez minhas mãos tremerem. Lembrei da minha vida antes de conhecer aquela garota...sabia que muita gente não gostava de mim. Mas pensei que pelo menos ela gostava, o que já bastava pra mim. Não me importo se todos me odeiam, se ela gostar de mim, que se exploda o resto. Descruzei o braço.

-Você não gosta? – perguntei atônito. Vi Hermione recuar um passo. Olhou para o tapete e engoliu em seco. – Você gosta?

Hermione girou os pés e fiquei a encarar os cabelos castanhos dela. Tive a impressão de ter escutado algo, mas não consegui identificar o que era. Então ela saiu da sala.

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Uma campainha toca. Percebo que é a minha.

Me levanto do sofá ainda segurando a taça de vinho tinto. Abro a porta.

-Olá senhor Malfoy, não gostaria de ir à nossa casa? – Perguntou um vizinho mexicano.

-Não. – respondi sem cerimônia. Entao fechei a porta com brutalidade.

Volto ao sofá e tomo mais um gole de vinho. Fecho os olhos lembrando aqueles tempos.

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Caminho pelos corredores escuros de Hogwarts iluminados pelas centenas de tochas. Vida de Monitor-Chefe não é lá essas coisas quando você sabe o que tem que fazer. Todo dia rondas até a meia noite. Sem que nenhum aluno quebre as regras, sem nenhuma brincadeira de Pirraça ou sequer uma aranha fazendo teias. Nada! Absolutamente nada! Coisa chata do cão. Pelo menos posso ver Hermione..ou podia. Porque faz tempos que não a vejo na ronda. Fazia.

Ao dobrar um corredor vejo os cabelos reconhecíveis de Hermione. Minhas pernas começam a tremer e corro até ela.

-Hermione! – Vejo ela parar no meio do corredor. – Se quiser a gente faz a ronda juntos.

-Não, obrigado. – Respondeu voltando a andar.

-Mas você não gosta de andar sozinha pelo castelo.

-Antes só do que mal acompanhada. -Pisco os olhos e engulo em seco.

Juro que tento entender o que diabos eu fiz para ela me tratar dessa forma. Pelo que me lembro não fiz nada com ela. Mas ela vai me dizer o que ta acontecendo...Corro até ela. Meu coração batendo rápido. Chego por trás e a prenso na parede. Ela tenta se soltar, mas não consegue.

-Me larga Malfoy!

-O que cargas d’água eu te fiz? – Perguntei ignorando ela.

-Me larga! – Ela mandou ainda tentando se soltar.

-Não sou criança. Não gosto de aturar essas infantilidades.

-Não está falando com Pansy Parkinson. – Ela respondeu.

-Eu sei...estou falando com Hermione Granger. A monitora-chefe de Hogwarts. E eu quero que me responda o que diabos está acontecendo!! – Olhei nos olhos dela.

-Você não manda em mim! Faço o que eu quiser...

-Por que você não é assim com o Potter?

-Me larga! Tenho que fazer a ronda.

-Mentirosa, sua ronda já acabou. Conheço seus horários. – Respondi esboçando um sorriso. Eu só queria que ela me dissesse o que estava acontecendo. Juro.

-Sai fora Malfoy...tenho que voltar para a torre. Me larga!

Acho que estava sendo um pouco bruto então a soltei. Olhei nos olhos cor de mel de Hermione. Entao eu fiz o que estava querendo há 20 anos. Minha mão esquerda parou na nuca de Hermione, a direita na cintura e os nanômetros que nos distanciavam acabaram. Beijei Hermione como nunca fizera em toda minha vida. Como se ela fosse a última, a única, como se fosse lógico, como se fosse óbvio, como se fosse mágico, como se fosse bêbado.

Escuto algumas vozes ao longe e me separo instintivamente. Sem olhá-la nos olhos fui para o quarto de Monitor-chefe. Precisava de um lugar para me acalmar.

***

Hermione olhou para o chão. O peito subindo e descendo. A mente embaralhada.

-Granger? Está tudo bem? – Perguntou Justin Flinch-Fletchey, monitor da Lufa-Lufa.

Hermione apenas aquiesceu.
-Tem certeza? Está tremendo e parece nervosa.

-Achei que fosse...Snape. – Disse Hermione tentando consertar a situação.

-Ah, eu vi ele há um pouco tempo atrás...Você já acabou a ronda? – A garota acenou. – Se quiser te acompanho até a Grifinória.

-Ah, obrigada Justin, mas está tudo bem. Eu já estou indo...té mais.

-Té mais. – respondeu o lufa-lufa corando de leve.

Hermione andava pensando no que acontecera. O dedo indicador se encontrou com os lábios que antes havia sido beijados por Draco Malfoy. Ninguém nunca a havia beijado daquela forma. Nem mesmo Krum que sempre fora muito carinhoso com ela. Sorriu de leve e subiu as escadas da torre da Grifinória iluminada por tochas.

Continua...
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Obrigada pelos reviews. Se puderem continuar, serei muito grata.

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