NIEMs



- Eu estou dizendo, não fui eu... – dizia Harry sentado no meio da sala da diretora. Ao seu redor todos os membros do conselho escolar e se não bastasse, os dois membros do Ministério, Victorim e Cambridge estavam presentes.

- E como explica que sua varinha tenha sido a causadora do feitiço que levou a auror Tonks para o St. Mungus?- Cambridge voltou a falar.

- Mas é isso que estou tentando dizer... eu estava na torre da Grifinória... como posso ter usado a varinha na ala norte se estava a metros de distância? – bradou Harry mas viu que ninguém além da professora Minerva parecia acreditar nele.

- Muito bem Sr. Potter então, vai nos dizer que sua varinha tem vontade própria... – retorquiu novamente Cambridge com seu bigode de Leão marinho.

- Ora Cambridge... – falava Minerva - ... tenho certeza de que há uma explicação.

- Muito bem Minerva, então que explicação tem? – Harry olhou com um olhar fulminante para aquele Leão Marinho vestido de terno, não podia dizer que estava na sala dos marotos, por que conhecendo seu pai, era bem capaz de ter colocado um feitiço e a porta nem apareceria para um estranho.
- Cambridge, alguém poderia ter pego a varinha do Sr. Potter... e... – quando Minerva iria terminar ouviu algumas batidas na porta. Em segundos, Sara entrava sendo escoltada pelo fantasma da Grifinória.- Sara?

- Desculpe interromper Ti.. digo, professora, mas não foi Harry quem enfeitiçou Tonks...

- Oho.. então quer dizer que a mocinha sabe quem foi?? – disse Cambrige recebendo um olhar fulminante de Minerva.

- Bem, não sei quem foi que lançou o feitiço... mas sei que não foi o Harry... – disse Sara encarando a tia sem olhar para Harry ou outra pessoa na sala.

- Pelas barbas de Merlin, Minerva, contenha a sua sobrinha... – disse Cambridge novamente perdendo a calma. Harry já tinha vontade de acertar um soco naquela cara de hipopótamo quando ouviu a voz de Sara levemente alterada.

- Não foi o Harry por que ele estava o tempo todo comigo! – disse a garota fazendo todos a encarar. Harry viu os olhos de Sarah voltarem-se para ele e ouviu sua voz fraquinha dentro do seu cérebro.”Confirme o que eu disser...”
- Como assim? – O garoto ouviu a voz da diretora sair um pouco trêmula e seus olhos brilharem como feitiços sendo lançados sobre ele.

- Precisávamos estudar... – começou Sara novamente - ... e como a sala comunal estava abarrotada de gente, procuramos outra sala, e achamos uma perto do corredor, sabe, eu não tinha percebido que havia uma sala de leitura na frente daquela tapeçaria do trasgo, mas enfim... ficamos o tempo todo lá...

- Ah... você não vai acreditar em uma coisa dessas... – novamente retorquiu Cambridge - ...não é sua sobrinha que Potter está... – ele lançou um olhar malicioso do qual fez Harry levantar-se – romanticamente envolvido??
Uma força enorme tomou conta do corpo de Harry, tinha vontade de puxar a varinha e enfeitiçar aquele bruxo com uma junção de todos os piores e mais dolorosos feitiços que ele poderia conhecer. Mas ouviu a voz de Sara tão forte e decidida como jamais ouvira antes.

- E desde quando estar romanticamente envolvido comigo pode afetar sua defesa? – disse Sarah e então olhou mais uma vez para a tia que a encarava com o olhar sério – Perdão, mas a Senhora sabe, que se Harry realmente tivesse feito algo contra Tonks, eu seria a primeira a repreende-lo... não é por que o amo que vou deixar que faça coisas erradas... e realmente estávamos na sala, temos N.I.E.M.s na próxima semana Senhor... – agora ela voltava-se para o homem a sua frente - ... como creio que já deva estar ciente, e se Harry tiver que ser punido por estar estudando, eu também tenho, afinal, ele realmente estava comigo.
Harry nunca tinha visto Sara daquele jeito antes, e não podia negar que estava cada vez mais apaixonado por ela. Tentou conter a surpresa em seu rosto, e a admiração que com certeza transparecia em seus olhos.

- Acredito em você querida... – disse Minerva novamente e Harry percebeu que mesmo assim teriam que pagar por alguma coisa - ... mas mesmo assim, se lhe deixa tranqüilo, Cambridge, colocarei os dois em detenção, durante todo esse mês, enquanto esse infeliz acontecimento não seja esclarecido...

- Mas McGonagall... – tentou dizer Cambridge, mas Harry ouviu a voz da professora novamente.

- Não está provado que Potter tenha feito algo Cambridge... e tenho certas dúvidas quanto a isso.Sr Potter conhecia a Auror Tonks, e ambos eram muito amigos, não teria motivo algum para isso, ao contrário de outros alunos que tive reclamações. Por tanto, até que fique provado a veracidade desses fatos, Potter ficará sob vigilância, me encarregarei pessoalmente disso. – Ela então voltou a olhar para Cambridge que abriu a boca para retorquir mas fechou-a assim que viu o olhar da professora.- Sendo assim, quero que voltem para a torre da grifinória, passarei sua detenção amanhã no primeiro horário.

Harry então se levantou e assim que a porta se abriu, os dois, ele e Sara desceram as escadas e começaram a percorrer os corredores.

- Não devia ter dito aquilo... – disse ele finalmente parando na frente da garota - ...Já pensou se sua tia decide nos dar Veritasserum?

- Ela não faria isso... sabia que eu estava mentindo... – disse Sarah e então Harry a encarou surpreso – Não contei a ela sobre a sala dos marotos, mas mentalmente lhe disse que estava o tempo todo no dormitório dos garotos tentando fazer você fazer as pazes com Hermione. Tecnicamente o dormitório dos garotos é proibido, mas como não fui com “segundas” intenções, tudo correu bem, pelo menos você não foi expulso.

Harry sorriu um pouco sem jeito, seu coração batia acelerado só em pensar no toque de sua namorada. Foi se aproximando dela lentamente até lhe tomar os lábios em um beijo possessivo e envolvente. O coração batendo rápido e o calor tomando conta do seu corpo. Seus lábios deslizando pelo rosto de Sarah até esconder o rosto no pescoço da garota sentindo o seu perfume. O qual lhe deixava completamente maluco.

- É melhor voltarmos pra torre... – ouviu Sarah sibilar e então a encarou roçando seus lábios nos dela.

- Sim, também acho... mas quero ficar um pouco com você antes de irmos dormir...

- Está bem...- a ouviu dizer e enlaçando a cintura esguia de Sarah começou a andar enquanto dizia - ... também tenho que conversar com Rony e Hermione sobre aquele feitiço no livro dos marotos.


Harry explicara exatamente o que havia acontecido a Rony e Hermione assim que chegara da noite anterior. Já haviam estipulado uma divisão e cada um investigaria Malfoy, Corner e os outros membros do antigo “Esquadrão Inquisitorial” para poder terem certeza de quem havia mandado Tonks para o hospital.

A falta de Noticias de Dumbledore se somou aos súbitos desaparecimentos de seu professor de DCAT. Constantemente Mesmero sumia sem deixar vestígios, reaparecendo no dia seguinte contando uma mentira pior do que a outra.
- Mas o que é que ele tanto faz nessas saídas? – perguntou Rony enquanto sentava-se na biblioteca para a última revisão daquela tarde. – Digo, não tem motivo nenhum para ele ficar saindo desse jeito, ele só se comprometeria mais...

- Rony tem razão.. – disse Hermione fechando o livro para espanto de todos – Por que ele se arriscaria a perder o emprego em Hogwarts? Não faz o menor sentido...

- Bem, talvez quem o contratou esteja lhe cobrando sucesso não? – disse Sarah e então Harry a olhou – Olhem, não acho que Mesmero esteja trabalhando diretamente para Voldemort, se fosse um comensal da morte, o mais provável é que ele tivesse a marca negra no braço, e isso já constatamos que ele não tem... agora, nada impede que ele trabalhe para um comensal, isso sim faria sentido...

- Sara está certa... – disse Harry finalmente - ... Narcisa foi vista nos arredores de Hogsmeade no dia em que eu e Sarah fomos atacados por lobisomens, e momentos depois disso, ou melhor no dia em que fomos visitar Hogsmeade, vimos Mesmero todo estranho... nada me tira da cabeça que Narcisa e Mesmero estão ligados... e se estiver certo, ele está ensinando o que Malfoy precisa para ser um comensal...

- Ou não...- retorquiu Hermione – Harry, Malfoy é idiota demais pra trabalhar como um Comensal. Não...

- É filho de Narcisa, e de Lúcius... Hermione... – disse Harry a cortando – Lúcius rendeu um belo atraso para Voldemort, você até pode estar certa de que Draco é idiota, mas é por ele ser idiota e sedento por poder, que é mais fácil de manipular.

- Vendo por este ângulo... – começou Rony - ... até que faz sentido, Corner seria inteligente demais para entrar numa furada de servir Voldemort... principalmente sabendo que Dumbledore saberia já na primeira missão.

- Bem... mas aquelas anotações do livro que encontramos podem ser úteis de alguma forma... – disse Harry novamente mas Hermione lhe encarara com aquele mesmo olhar que dava para quando fazia algo errado. – Nem vem Hermione, o livro pertenceu ao meu pai...

- Só por que você encontrou em uma sala, não quer dizer que pertenceu ao seu pai. – disse Hermione.

- Não é só uma sala... é a sala dos marotos... o quartel General deles pra você ter uma idéia... – disse Harry desgostoso.

- Se te faz ficar mais tranqüila... – disse Sara pegando o livro das mãos de Harry e entregando a amiga - ...Sei que pode descobrir se tem algum feitiço escondido, pronto... vai em frente e o teste...

Hermione pegou o livro meio a contra gosto. Harry sabia que não fazia por mal, afinal por várias vezes se metera em confusões por causa de livros mesmo ela dizendo para ele tomar cuidado. Foi então que viu Hermione segurar o livro e o tocar com a varinha.
- Secretum Revelare – a ouviu dizer enquanto uma luz pálida saía da varinha e envolvia o livro. Harry achou que não aconteceria nada, pois não tinha segredos dos quais ele já não tivesse contado a amiga.No entanto Hermione retirou a varinha deixando o livro ainda luminoso pelo feitiço.

- Ei... está aparecendo algo na capa... – ouviu a voz de Rony e todos se aproximaram.

- “Lamentamos informar, Srta e bela dama que por motivos sanguíneos não está habilitada a ver os segredos maróticos contidos nesse modesto diário...” – leu Hermione em voz alta – “E se novamente tentar anular nossos feitiços, algo que achamos afirmativamente impossível pois somos maravilhosos e invencíveis... sofrerá as terríveis conseqüências...”

- Acho que eles ficaram bravinhos... – retorquiu Rony se segurando para não rir. Harry no entanto sabia que Hermione não suportava ser “passada” para trás, e essa não seria a primeira vez.

- Não vou perder para um livro... – ralhou Hermione já com a varinha em punho.

- Eu não faria... – tentou dizer Harry mas já era tarde, Hermione foi envolta em uma fumaça amarelada seguida de um estampido. Harry mecanicamente protegeu Sarah e quando ouviu as gargalhadas de Rony ambos viraram para ver o que havia acontecido.

- Ótimo sistema de segurança... – disse Rony se segurando para não rir - ... me lembre de colocar um assim na minha mochila.

- Aha aha aha... – disse Hermione e então Harry pode ver o estrago feito pelo feitiço. A amiga estava com o rosto todo laranja e uma incrível verruga na frente do nariz. Tecnicamente parecia uma bruxa daquelas de contos infantis e quando ele pensou em rir, acabou levando uma cotovelada de Sarah nas costelas.

- Sinto muito Hermione... – disse Sarah – Mas o livro te avisou...

- É eu sei... – disse ela de mal gosto - ... vou tentar ver se me livro dessa coisa na cara... afinal... não deve estar tão ruim assim...

Sarah lançou um olhar para Harry como se dissesse para não comentar nada, e depois ele mesmo olhara feio para Rony que abrira a boca para falar.

- É melhor irmos mesmo... – disse Sarah concordando – Eu te ajudo...

- Não deixe ela se olhar no espelho... – sussurrou Harry quando Sarah passou.

Sarah confirmou com a cabeça mas antes que pudesse subir as escadas ouviram o grito horrorizado de Hermione.

- Acho que ela já viu o estrago... – sussurrou Harry a Rony enquanto Sarah subia correndo as escadas em caracol.


Como era de se esperar as duas semanas que antecediam os testes passaram como um vento. Eram alunos saindo esbaforidos da biblioteca carregando pilhas de livros, eram outros andando nos corredores como zumbis por passarem horas e horas estudando em suas salas comunais.

Madame Pomfrey nunca tivera tanto trabalho como naquelas duas últimas semanas. Hermione e Rony tiveram trabalho em conter alunos que vendiam “poções milagrosas”. Harry lembrara-se de que no seu quinto ano tinham tentado vender a ele e Rony poções para aumentar o raciocínio, para ficar mais inteligente e coisas desse tipo. No fim, graças a Hermione, acabaram por descobrir que aquelas “poções” milagrosas eram composta exclusivamente de fezes de fadas mordentes.

- Você se lembra muito bem do que aconteceu quando tentaram lhe oferecer essas poções no quinto ano não? – disse Hermione praticamente metralhando Rony com os olhos.

- Eu sei Hermione... – respondeu Rony decepcionado - ... mas não garanto que consigo passar nessas provas... poções está pior do que antes...

- Não seja ridículo... Não vai ser Snape quem vai avaliar sua poção, sabe disso.

- Se querem saber... – disse Sarah sentando ao lado de Harry na poltrona dupla diante a lareira.- Se não conseguimos aprender tudo até agora, em quase 7 anos, não aprenderemos tudo em uma noite. E se fosse você Hermione, iria dormir cedo para estar bem descansada na prova. Não vai querer dormir no exame não é?

- Sarah tem razão... – disse Harry pondo-se de pé – Acho melhor irmos dormir, temos prova teórica de manhã e prática a tarde.

- É melhor irmos dormir... – concordou Hermione já pegando suas coisas, Rony porém segurou-lhe a mão e a ajudou levantar-se. Harry e Sarah apenas trocaram olhares enquanto viam uma Hermione completamente sem ação sendo conduzida escadaria acima.

- Pelo jeito Rony finalmente aprendeu a dar atenção a Hermione... – Harry ouviu Sara dizer e então a encarou. Ela estava em pé ao seu lado, e ele aproveitando a enlaçou em seus braços afundando seu rosto no pescoço da garota enquanto a ouvia - ... Está nervoso?

- Não... – disse ele beijando suavemente o pescoço da namorada - ... já enfrentei coisas piores...

- Vai se sair bem... – Ouviu Sara dizer e então a encarou nos olhos, o brilho daquele olhar era como uma estrela em uma noite clara. - ... é inteligente, e talentoso...

- Esqueceu “sortudo”... – disse ele com tom maroto que fez a jovem sorrir. Harry não se conteve e roubou-lhe um beijo no qual foi aprofundando mais e mais até sentir que lhe faltava ar. O coração batendo forte no peito lhe dizendo o quanto amava aquela linda garota a sua frente. - ... não quer ir comigo até a sala dos marotos... – concluiu lhe dando selinhos nos lábios – podemos ficar lá alguns minutos sem ninguém nos interromper...

- Esqueceu do senhor Pontas? – disse Sara passando os dois braços pelo pescoço do garoto e lhe encarando – Não vamos ficar sozinhos com aquele cervo contando histórias sobre os marotos... e além disso temos provas amanhã no primeiro horário, e o senhor... – Sarah então tocou na ponta do nariz de Harry com seu indicador - ... Sr. Potter, tem que descansar...

- Não estou cansado, só quero ficar com você... – disse ele lhe dando outro selinho - ... mas se não quer ficar comigo...

- Deixa de bobagens Harry! – disse Sara agora séria – Deixemos passar essas provas, então teremos todo o tempo do mundo para ficarmos assim... – Sara então colou seu corpo no do garoto, enquanto beijava-lhe os lábios – está bem?

- Promete? – perguntou ele com um olhar de cachorrinho sem dono.

- Prometo... – disse Sara já segurando na sua mão e o levando escadaria acima. Querendo ou não, ela estava certa. Tinham prova no dia seguinte e precisavam estar descansados.


O café da manhã foi razoavelmente calmo, a não ser por novamente Ana Abbott acabar tendo uma crise de nervos como tivera no seu quinto ano. Parvati Patil e Padma Patil tomavam as lições de Transfiguração uma da outra. Hermione terminava de ler o Livro Padrão de Feitiços da 7ª Série enquanto Harry, Rony e Sarah tomavam seu café tranqüilamente. Ao contrário de na época dos seus NOMs, os avaliadores chegaram na hora do café e se dirigiram a mesa onde encontrava a diretora Minerva sentada no alto do patamar. Os 9 avaliadores, incluindo os seus seguranças, os dois que acusaram Harry de executar o feitiço contra Tonks estavam presentes.

- Não sei o que esses dois vieram fazer aqui... – ouviu Sarah murmurar e apenas passou o braço por sua cintura lhe trazendo para mais perto -...aposto que estão achando que alguém vai usar os NIEMs para enfeitiçar um dos avaliadores...

Harry pensou em perguntar mas Rony pareceu ter lido sua mente.

- E por quê motivo fariam isso?

- Ora Rony, você não se lembra do que Malfoy fez no nosso quinto ano, ele achava que só por que era conhecido de alguns avaliadores poderia passar sem fazer nada. O resultado não foi muito bom não é?

- Eu sei ué.. – disse ele novamente - ... mas daí a azarar um examinador?

- Se tem uma coisa que aprendi nesses anos aqui é que Malfoy é capaz de tudo... – disse Harry agora sério. Malfoy fizera poucas e boas, incluindo servir de cobaia para Voldemort no ano anterior. – Por isso não acho a idéia dele ser um Comensal mirim tão absurda.

- De novo com essa idéia Harry? – disse Hermione o encarando – Achei que já havíamos explicado a você, Malfoy é burro demais pra ser um comensal... além disso, pra mim o que importa agora são os exames. E o de feitiços me parece ser o mais difícil...

- Hermione, você praticamente decorou cada livro da biblioteca nesses sete anos... – disse Rony a encarando - ... É a aluna mais brilhante e inteligente da Grifinória, como pode estar com medo de esquecer alguma coisa?

Harry pode ver um certo rubor no rosto de Hermione, que sorriu para o amigo logo após lhe dar um beijo no rosto. Rony parecia estar se controlando para não cometer nenhum deslize na frente de Hermione como era acostumado.

- Por falar em feitiços, alguém conseguiu descobrir o que queria dizer aquele feitiço que achamos no “diário dos marotos”? Tentei persuadir professor Flitwick mas ele decididamente estava certo de que não existia tal feitiço. Pelo menos não, que ele conhecesse...

- É eu também persuadi a Madame Pince na biblioteca... – disse Hermione - ... Ela também disse que nunca ouviu falar nesse feitiço, até achou que eu estava criando os meus próprios e ameaçou contar a professora McGonagall que eu estava dando uma de Agripa...

- Ei, e se realmente esse “feitiço” foi inventado... – disse Harry - ... lembram quando perguntei a Lupin, até mesmo os marotos inventavam feitiços...

- Bem, mas... – começou dizer Hermione mas foi interrompida pela voz ligeiramente aumentada da Diretora McGonagall.

- Por favor, queiram prestar atenção... – disse ela sendo vista por todos os alunos. – Como sabem, os alunos de quinto e sétimo ano, terão duas semanas de exames. Por essa razão, e segurança, temos aqui nossos membros do Ministério, já conhecem os senhores Victorim e Cambridge. Eles serão responsáveis por toda a segurança desses exames.

- Somente pela segurança física, cara Minerva... – balbuciou Cambridge do alto do patamar parecendo um Leão marinho vestido com uma capa roxa.

Harry percebera que ninguém rira ou prestara atenção nele, muito menos professora Minerva que continuou como se nada tivesse acontecido.

-... Devo advertir-lhes que todas as provas são enfeitiçadas com feitiços anti-cola mais fortes que existem. Nem pensem em contrabandear para a sala de exames, Punhos-de-cola destacáveis, Penas de resposta Automática, Lembrois e nem tinta autocorretora. Receberam os resultados em Julho, assim como uma carta do Ministério com a indicação dos melhores cursos para aperfeiçoamento mágico que poderão fazer. As provas duraram duas semanas consecutivas, sendo provas teóricas pela manhã, e práticas a tarde. A não ser a prova de Astronomia que será feita durante a noite, a prova de hoje, feitiços começará daqui a uma hora, as nove horas em ponto. Terão três horas para concluir a prova escrita, depois o salão será liberado para o almoço. As duas horas em ponto começará o exame prático.

Harry percebera a careta que Rony fizera, nem ele estava certo de que realmente sabia todas as respostas. Eram tantas respostas e tópicos que seu receio era de troca - las. Foi então que ouviu a voz de Sara.

- Acho melhor darmos uma volta antes dos exames... – disse ela com um sorriso - ... sabe, distrair o cérebro...

Harry sorriu e lhe deu um selinho. Levantou-se e ajudou a namorada se levantar.

- Onde é que vocês vão? – perguntou Rony indignado com uma Hermione aflita ao lado balbuciando respostas.

- Rony, vamos enfrentar três horas de exame daqui a uma hora, passei os últimos dois meses fazendo revisões, vou é descansar a cabeça se não vou pirar... – disse Harry passando o braço pela cintura de Sara.

- Eu faria o mesmo Hermione, sobrecarregando o cérebro assim, pode muito bem trocar as respostas... – disse Sara e Hermione a encarara horrorizada.

- Não diga isso nem por brincadeira Sara... – disse ela fechando o livro rapidamente. - ... é melhor dar um tempo mesmo...

Harry sorriu ao ver o rosto sardento de Rony olhar agradecido a Sara que piscou discretamente para o amigo. Os jardins e terras do castelo contrastavam com o sol como se fosse uma pintura. O céu limpinho abria-se diante deles enquanto o lago refletia o a imagem límpida do céu. O vento morno batia de leve em sua face e Harry sentia-se bem ao estar rodeado por todo aquele verde. Ele e Sara andaram calmamente até a beira do lago, e sentaram-se debaixo da árvore centenária onde ele havia visto quatro garotos uma certa vez em um pensamento.

- Por que está tão calado? Preocupado com os exames? – ouviu a voz de Sara e então a fez recostar-se em seu peito.

- Não... – respondeu ele depois de um suspiro - ... estava só pensando que vou ter que ficar três horas dentro de uma sala quando podia ficar aqui com você aproveitando...

- Veja pelo lado bom... – respondeu a garota – ... depois que acabarmos esse exame, será uma prova a menos... além disso, vai ser bom você sentir um pouco de saudades...

- E o que tem de bom nisso? – perguntou Harry a encarando e ela então sorriu.

- Oras, assim o reencontro fica muito melhor... – respondeu ela com um sorriso maroto. Harry sorriu ao sentir o coração saltar no peito. Foi se aproximando lentamente dos lábios de Sara até os tomar de forma possessiva. Sentia-se amado por ela, e não trocaria isso por nada no mundo. Tinha consciência do que viria pela frente, e enfrentaria, mas tendo Sara ao seu lado, era um motivo a mais para ter esperança.


Assim como no seu quinto ano, as nove horas os alunos do quinto e sétimo anos se encontraram no saguão de entrada. Hermione parecia estar muito segura no entanto o rosto de Rony expressava um certo ar enjoado.

- Comeu alguma coisa que não lhe caiu bem? – perguntou Harry assim que ele e Sara chegaram. – Eu falei pra não exagerar...

- Não, é nervosismo mesmo... – concluiu o ruivinho encarando o amigo. Hermione fizera-lhe carinho e segurara sua mão enquanto ouviam a voz arrastada e fãnha de Cambridge.

- Podem entrar...

As mesas estavam postas como quando fizera os seus NOMs, não era difícil ver o pânico nos rostos dos alunos quintanistas que fariam seu primeiro exame. Sorriu solidário para um aluno do quinto ano que parecia um pouco mais nervoso e então, sentara-se atrás de Sara. Enquanto o professor de feitiços passava os últimos recados, Harry curvou-se sobre a carteira murmurando um boa Sorte no ouvido de Sarah. Ela virou-se a tempo de lhe roubar um beijo antes do Professor Flitwick girar a ampulheta dando início ao exame. Harry lembrava-se da primeira questão como se fosse naquela época. “Cite o encantamento e b)descreva o movimento da varinha exigido para fazer os objetos voarem.” Ele sabia que era Vingardium Leviosa e precisava somente girar e sacudir a varinha. Lembrava-se claramente de um bastão voador despencando com violência na cabeça de um trasgo. Harry sorriu ao recordar-se, mas sua primeira questão era um tanto mais complexa: Como você descreveria os feitiços para se organizar,obter água e fogo com magia.

Harry lembrava-se vagamente de uma Hermione incendiando o vaso do banheiro para cozinharem a poção polissuco. Também havia feito uma revisão rapidíssima com o Aguamenti. Feitiço que fazia sair água da varinha, fora o que Sara havia usado pela na noite anterior quando Neville conseguira colocar fogo no tapete na sala comunal. Sorrindo ele começou a escrever, sua mente muito ativa era como uma tela de cinema, onde cada momento que vivesse, cada feitiço executado, estava transformado em pergunta em seu teste.


Três horas mais tarde, Harry se encontrara com Sarah, Hermione e Rony no saguão de entrada onde se juntaram com o resto dos alunos para o almoço. Rony estava com uma cara um pouco melhor, no entanto, Hermione parecia indignada por uma resposta não suficiente para o feitiço do esquecimento.

- Eu não acredito que esqueci de colocar o contra feitiço...

- Hermione... agora o teste já passou... – dizia Sarah sentada no degrau da escada parecendo cansada - ... vamos ter o teste prático hoje a tarde, pode recuperar os pontos que perdeu nessa questão acrescentando na prática...

- Além disso Hermione, já foi ruim fazer o teste uma vez... – retorquiu Rony – Não vai ficar repassando cada questão, de cada prova vai?

Sarah então sorriu ao ver Harry e ele foi sentar-se ao seu lado. Passou o braço por sua cintura enquanto dava-lhe um beijo no pescoço.

- Cansada? – perguntou ele agora dando-lhe um selinho.

- Um pouco... – respondeu ela com um sorriso enquanto ouvia Rony novamente ralhar com Hermione para dar um tempo no assunto da prova. – Hermione quase me enlouqueceu...

- Ela é ótima nisso... – disse ele sorrindo enquanto via as portas para o salão principal abrirem-se para que pudessem almoçar.

Os Setimanistas e Quintanistas almoçaram com o resto da escola, porém a uma hora da tarde foram chamados para a sala ao lado onde aguardariam a liberação do salão principal para o teste prático. Assim como no quinto ano, os alunos que saiam da sala para o salão principal não voltavam mais. Harry aguardara ansioso sua vez porém, os nomes foram sorteados de modo aleatório. Primeiro os quintanistas foram chamados pelo Professor Flitwick. Enquanto aguardava sua vez, Harry viu por vezes os alunos executando feitiços ou repassando movimentos uns com os outros. A um canto viu Malfoy visivelmente abatido sendo amparado por Pansy Parkinson, seja lá o que fosse que estava acontecendo com Malfoy, o estava consumindo aos poucos. Crabbe e Goyle, seus fieis escudeiros feito portas olhando para o nada.

Ao contrário de Malfoy, Corner parecia muito tranqüilo para não dizer confiante demais. Seu rosto altivo e esnobe mostrava um brilho maligno, tão ruim que fizera Harry sentir uma fisgada na cabeça. Principalmente quando este lançara um olhar para Sara. Harry então a envolveu em um abraço. Queria protege-la de tudo, principalmente se esse alguém fosse Corner. Não demorou muito para que o professor Flitwick aparecesse.

- Atenção, alunos do sétimo ano... – ouviu-se a voz esganiçada do professor Flitwick. - ... quando chamar seus nomes, queiram me seguir senhores... Hermione Granger...

Harry viu Hermione dar um salto, só não sabia se a amiga estava ansiosa ou nervosa. Talvez um misto dos dois. Ela assim como, Ernest McMillan, Crabbe, Antony Goldstein e Parvati Patil saíram atrás do professor.

Uns dez minutos depois foi a vez de Rony, Pansy Parkinson, Malfoy, Ana Abbott, e Sara. Harry deu-lhe um beijo de boa sorte e sentiu um arrepio enorme ao ver o modo com que Corner acompanhara a namorada com os olhos. Um misto de raiva e controle percorreu seu corpo. O que aquele metido da Corvinal estaria tramando? Boa coisa não era, isso Harry já tinha certeza. Tinha vontade de tomar satisfações, de dar-lhe umas boas azarações, mas não podia arriscar-se a um confronto no meio do exame.

- Padma Patil, Suzan Bones, Harry Potter, Lisa Turpin e Michael Corner... – Harry ouviu o professor Flitwick novamente. Harry pode observar o olhar de Corner para ele, e sua intuição o fez deixa-lo passar primeiro pela porta. Teve a nítida impressão que talvez, tivesse visto um brilho negro bem familiar.

- Potter, ali na mesa do professor Tofty... – disse o professor Flitwick mostrando-lhe o professor que havia lhe avaliado no quinto ano. Ele parecia ainda mais velho e mais careca que a dois anos. Ao lado, a professora Marchbanks começava a avaliar Michael Corner...

- Como está rapaz... – disse o velho com um sorriso bondoso - ... vamos ver se lhe posso conceder outro “Excepcional” nesse exame...

Harry percebera que Corner não gostara muito de ouvir que ganharia um Excepcional, tanto que o livro pesado que levitava caíra no pé da professora Marchbanks.

O exame correra até bem, Harry conseguira fazer a mesa do professor Tofty levitar no mínimo uns dois metros, também conseguira finalmente fazer o feitiço de troca de cor. O rato que estava negro o deixou branco, embora não soubesse muito bem como fizera aquilo. Seu único problema foi o feitiço para terminar com feitiços persistentes. Lembrou-se somente depois quando encontrou Sara e recordara-se do dia que encontraram o malão com pertences dos marotos.

Na manhã seguinte, fizeram o exame de transfiguração. Harry e Sara dessa vez fizeram o exame juntos, o que deu a Harry um pouco mais de tranqüilidade. Assim que vira a namorada transformar seu gato em uma enxarpe peluda, Harry lembrou-se de como fazer seu furão se tornar uma almofada de pó de arroz.

O Exame de Herbologia não fora tão ruim também. Fora o fato de ter praticamente sido nocauteado por um arbusto lutador, Harry achara que havia conseguido resolver os problemas. Por fim, o último exame da primeira semana, Defesa contra Artes das Trevas.

Novamente o professor Tofty veio lhe avaliar, depois do teste ficara sabendo que o próprio Tofty fizera questão de avaliar seu teste. Harry entrou na sala assim como Parvati, Pansy, Mcmillan e Corner. Hermione, e Sara já haviam feito os testes e Rony ainda aguardava na ante sala.

- Nervoso Harry? – perguntou Ernest educadamente.

- Não... – respondeu ele com convicção vendo Corner lhe lançar um olhar fulminante.

- E por quê razão estaria não é? – disse Ernest novamente – Você é expert no assunto...

- Se ele souber impressionar os avaliadores... – retorquiu Corner com desdém que fez Harry sentir ainda mais antipatia do que estava sentindo.

- Ele não precisa impressionar... só o nome já diz... – disse Pansy Parkinson dando risinhos. Harry tinha certeza de que se Sara estivesse ali, Pansy não estaria tão a vontade.

- Bem... pelo menos tenho um nome conhecido pelos meus feitos... não pela minha cara de buldogue... – disse ele andando para a mesa de avaliação em que se encontrava o professor Tofty. Por coincidência, ficava ao lado da mesa de Corner e era possível ouvir os feitiços que ele fazia.

- Bem Sr. Potter, vamos começar... – Harry ouviu a voz do professor Tofty. Não teve nenhum problema ao executar as contra-azarações e feitiços defensivos. Novamente o professor pedira-lhe para executar o Patrono, e ganhara um ponto extra com isso. Porém, enquanto seu cervo prateado perambulava pela sala em meio as palmas do seu avaliador, Harry notara um certo desconforto em Corner ao seu lado.

- Seu exame foi razoável Sr. Corner... – disse a professora Marchbanks olhando suas anotações - ... se tiver algo que saiba fazer que possa contribuir, estou deixando livre para que o faça...

- Tenho sim, Professora... – disse Corner com um olhar malicioso e desafiador para Harry.

Harry agora tentara prestar atenção no que o garoto fazia ao seu lado. Um patrono ele duvidava que o garoto poderia conseguir já que o tinha visto tentar. Com tudo ouviu a voz do professor Tofty.

- Muito bem Sr. Potter... – disse ele e Harry o encarou - ...sei que conhece muito bem as forças das trevas, e fora um dos poucos até hoje que vi conhecer tudo com apenas 17 anos...

Enquanto o professor Tofty falava, Harry viu Corner pelo canto do olho, ele estava em pé diante da professora Marchbancks que fazia aparecer um gato a sua frente.

- Muito bem senhor Corner, agora me diga como fará esse animal dormir eternamente como diz...

- Bem... – Harry o ouviu dizer, seus instintos o faziam prestar atenção em qualquer movimento de Corner, mesmo estando cercado por membros do Ministério. - ... A Senhora terá que ficar com o gato, pois quando eu digo que é sono eterno, é sono eterno mesmo...

- Muito bem... – disse novamente a professora Marchbanks - ... levarei o gato e considerarei a possibilidade de que ele realmente durma tempo suficiente para poder avalia-lo Sr. Corner. Contanto, veremos...

- Ele durmira quanto tempo eu queira, Sra. Marchbanks... – disse ele já impondo a varinha. Harry mal ouvia o que o professor Tofty falava a ele, seus ouvidos estavam totalmente apurados em Corner agora.

Professor Tofty escrevia algumas anotações, e Harry fingia estar muito interessado em como poderia seguir no ramo dos aurores ou ariscar-se em ser um Inominável. Contudo com o canto dos olhos pode ver Corner que a cada palavra dita brilhava mais o seu olhar. Professora Marchbanks parecia não estar muito convencida de que poderia confiar no garoto que avaliava, ou não levava muita fé que ele conseguisse tal façanha mas acabou cedendo. Em segundos fez aparecer um gato diante do garoto.

- Está bem Sr. Corner, pode começar.

- Muito bem... Somnus Externus – disse Corner fazendo um floreio com a varinha e então um raio branco azulado envolveu o bichano que praticamente caiu no sono instantaneamente.

Ao ouvir o feitiço virou o pescoço tão rápido que seus músculos reclamaram.Professora Marchbanks parecia ligeiramente impressionada como o garoto mas apenas sorriu.

- Muito bem Sr. Potter, creio que é o suficiente por hoje. Aproveite seu dia de folga e, não se preocupe, terá seus resultados em Julho, e duvido que não tenha sucesso.

Harry apenas sorriu para o professor e assim que viu Corner ser dispensado. Já tinha ouvido aquele feitiço antes, mas não tinha tempo para lembrar-se onde o tinha visto. Tentou alcançar o garoto mas não conseguiu. Corner pareceu perceber o interesse de Harry e por essa razão desaparecera por alguma passagem secreta assim que o viu sendo abordado por dois sextanistas nas escadarias de mármore.

- Droga... – murmurou ele olhando para os lados a procura do Corvinal. - ... Somnus Externus... onde é que já vi isso...

- Melhor não pegar mais nenhum livro ou vai ficar lelé Potter... – disse uma voz atrás dele o fazendo dar um salto. - ... não é muito bom ser pego falando sozinho, principalmente feitiços...

- Não... digo... bem, foi algo que eu ouvi durante a prova e fiquei curioso... – disse ele para Antony Goldstein - ... um feitiço que Michael Corner demonstrou...

- Ah, isso? – disse Goldstein dando de ombros – Ele esta espalhando pra todo mundo que “criou esse feitiço, mas na verdade aprendeu em algum canto, sabe, ele tem andado muito com os sonserinos e não duvido que tenha surrupiado esse de algum dos alunos... se quer um conselho Potter, nem queira aprender, fazer os outros dormirem é a diversão preferida de Corner... ele enfeitiçou Lisa Turpin durante uma das aulas da Auror Tonks e ela dormiu por quase um mês...

- Quer dizer que o feitiço funciona então? – perguntou Harry curioso.

- Se dura uma eternidade... eu não sei, mas que a pessoa dorme mesmo... ah isso dorme... bem, tenho quer ir, Mandy está me esperando...

Harry viu o garoto desaparecer escadaria abaixo. Se realmente o feitiço funcionava, era hora de buscar na memória onde o tinha visto. Ele foi subindo as escadarias para a torre da Grifinória e sem querer acabou esbarrando em Sara que passava também por uma das passagens secretas.

- Estava indo a sua procura... – disse ele rapidamente.

- Nossa, aconteceu alguma coisa pra agir assim? – perguntou ela preocupada.

- Corner... – disse ele rapidamente - ... ele usou disse um feitiço de sono, fez o gato que a professora Marchbanks tinha adormecer...

- Ué, o que tem de tão especial nisso? – perguntou Sara estranhando o olhar alarmado de Harry.

- Bem, ele não usou nenhum feitiço do sono que conhecemos... – disse Harry encarando a garota - ... ele diz ter criado o feitiço, tenho certeza de que já vi esse feitiço antes... Somnus Externus ... mas onde?

Seus olhos encontraram os de Sara e o mesmo pareceu passar por sua cabeça. Lembrava-se claramente do dia em que encontraram a passagem para o quarto secreto dos Marotos, lembrava-se de Pontas, o cervo de madeira que guardava a porta, e também...

- O diário dos Marotos! – disseram os dois juntos pondo-se a subir a passagem rapidamente.

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