Cho Chang Dá O Ar Da Graça



CAPÍTULO 9: Cho Chang Dá o Ar de Sua Graça (EdD 09)


Foi como se a garota tivesse falado com uma árvore, nenhum dos sonserinos lhe respondeu. A atenção foi imediatamente voltada para Dumbledore, que se punha de pé ao lado de uma sorridente Madame Hooch.

- Bem, meus alunos - começou Dumbledore, observando o agito dos alunos que já iniciavam a sobremesa. - Antes de começarmos a sobremesa, gostaria de lhes dar uma boa notícia, vejo que estão agitados em relações aos "Exames Práticos de Quadribol", agora para TODOS os alunos... Creio que Madame Hooch possa lhes explicar melhor.

- Ah, claro, obrigada, Alvo - agradeceu Hooch, ansiosa e feliz. - O que acontece é que, durante um mês, três vezes por semana, haverá um teste com todos os alunos do quarto ano em diante. Sabemos que todo fim de ano os times das casas sofrem com a saída de seus jogadores que se formam, como o caso da atual campeã, Lufa-Lufa, que perdeu cinco dos sete alunos do time titular. Há também aqueles que desistem no meio do ano. Estes testes servirão para formar em definitivo os times das casas este ano, até que os jogadores se formem.

Um zumbido de surpresa tomou conta do Salão. Madame Hooch ergueu a mão e pediu silêncio:

- Não, e não é só. Faremos isso para que, este ano, tenhamos os melhores times de todos os tempos do campeonato interno. O motivo para essa preparação é que teremos o orgulho de receber em Hogwarts olheiros e treinadores de alguns dos melhores times de Quadribol profissional da Grã-Bretanha e da Irlanda durante nosso ano letivo.

Agora foi a vez de um "oh" percorrer o Salão, fazendo-o mergulhar num silêncio ansioso. Hooch, quase gargalhando de felicidade, anunciou os nomes:

- Serão eles: Ryan, goleiro da Irlanda e atual capitão do Ballycastele Bats, a ex-apanhadora dos Montrose Magpies, e a melhor jogadora de todos os tempos, Eunice Murray, Olívio Wood, nosso ex-aluno e goleiro do Puddlemere United, e ainda teremos o prazer de receber um jogador do Holyhead Harpies e outro do Chuddley Cannos, ainda a serem confirmados.

Hooch continuou com o sorriso largo ao ver a alegria dos alunos, Rony não se agüentava de felicidade e sacudia Harry pela manga da blusa.

- Um... Olheiro... Do Chuddley Cannons... Aqui em Hogwarts! - gemeu Rony, quase chorando de alegria. - Isso é incrível!

- E Olívio! - exclamava Harry. - Isso é demais!

- Eu TENHO que passar nos testes! - afirmou Rony com convicção, apertando os punhos.

- "Peraí"... - estranhou Hermione, do outro lado do Salão, na Sonserina, alheia à festa dos alunos. - A Eunice Murray morreu! Está no livro sobre Quadribol... Como é que ela vem pra cá? Ela por acaso ela é um fantasma?

- Você devia esquecer a implicância com Rita Skeeter e ler jornal, Granger - debochou Malfoy. - Eunice tinha uma irmã, Ivone Murray, que era gêmea. Eunice foi visitar a irmã anônima e anti-social num rancho onde ela vivia, enfiada no meio das montanhas do Himalaia. Andando por lá com a irmã, Eunice encontrou próximo a um templo budista um vale, um santuário de pomorins dourados, encostado no meio das montanhas geladas. Ela ficou extasiada com o lugar e ficou vivendo por lá com os monges bruxos durante décadas. A irmã, brava, voltou para o rancho e morreu algum tempo depois, quando os jornalistas foram procurar por Eunice, que havia saído de férias para o Himalaia e não voltou, encontraram Ivone morta. Como ninguém a conhecia, saíram dizendo que era Eunice. A ex-apanhadora voltou não deve ter dois anos, e os jornais anunciaram a volta dela há uns dois meses como treinadora do Magpies. Ela tem uns cem anos... Mas não parece ter mais de 50. Dizem que a água do vale era mágica e a rejuvenesceu. Bobagens...

Hermione ficou olhando Malfoy com a boca entreaberta, surpresa. Era algo no MÍNIMO, estranhíssimo.

- Ma... Mas... Que coisa... ABSURDA! - gaguejou a menina. - Como é que... No livro... No Quadribol Através dos Séculos... Está escrito que ela...

- Acorda, Granger - rosnou Malfoy, sem olhá-la. - Uma nova edição saiu ano passado, corrigindo o erro e reeditando os times que entraram para a Liga. Você devia aproveitar que já leu TODOS os livros da biblioteca e começar a RELER os que se atualizaram, afinal, você está quase à toa nesse ano, não?

Hermione ficou muito decepcionada ao saber que havia livros em novas edições que ainda não tinha relido. De repente, Goyle grunhiu, animado, para Malfoy.

- Podemos tentar uma vaga, não é, Malfoy? - e em seguida olhou animado para Crabbe, imundo de sorvete e calda de chocolate.

- Não sei, - respondeu - Só quero assegurar meu posto de goleiro e capitão - em seguida ele se levantou com os outros alunos, que terminavam o almoço. - Se vocês conseguirem que seus neurônios voem e concentrem-se na partida ao mesmo tempo... Não haverá objeção - e saiu do Salão.

Na saída dos grifinórios, Rony tropeçava no próprio calcanhar enquanto Harry sorria de orelha a orelha.

- Eu não posso perder essa oportunidade! - dizia Rony, agarrado à barra da roupa de Harry, que marchava à sua frente. - Meu Deus... Eu tenho que entrar pro time! Quem sabe o cara do Chuddley me nota! Harry! – chamou, quase beliscando o amigo.

- Ai, que é? - resmungou, sorrindo. Rony tinha os olhos brilhando.

- Você tem que me ajudar!

- Como?... Eu?...

- Ora... Claro. Você é influente. O melhor da escola. Se você pegar minha vaga no Cannons eu...

- Rony, pode deixar. Não estou a fim do Chuddley Cannos...

- Ah, sei... Mas de qualquer jeito, você me ajuda! Eu tenho que fazer parte de um dos times da liga! Já imaginou se eu tiver que ser que nem o Percy? Eu me mato!

- Creio que essa foi a melhor notícia da vida de vocês, não? - perguntou Hermione, chegando ao lado deles.

- Ô! - exclamou Harry.

- Lógico - completou Rony. - Quem será que vem do Cannons? Ouvi dizer que Aidan Lynch voltaria para o time, quem sabe...

- Eles estavam de olho em alguns astros pro time do novo século, vão ver se dão sorte e voltam aos velhos tempos. Quem sabe chamam o Mullet, que jogava na Irlanda, ele é muito bom. Ou quem sabe compram o Krum, que tá no Vratsa Vultures, da Bulgária... Ele é demais... - comentou Harry.

- Ah... Eles nunca teriam dinheiro pra comprar o Krum... Ele deve valer milhões de galeões. - resmungou Rony.

- Os Chuddley deviam vender a coleção de troféu do século retrasado p’rum museu. Quem sabe, assim alugam o Vitor?... - sugeriu Hermione com cara de safada para Rony, só esperando a resposta do amigo, que foi dada com uma cara mais carrancuda que a do próprio jogador em questão. - Brincadeirinha, Rony, brincadeirinha... Bem... De qualquer forma a festa é por conta de vocês, eu não sei o que vou fazer lá.

- Não seja tão pessimista, Mione. Quem sabe você não é um talento oculto? - sorriu Harry.

- Me poupe, Harry. Um talento NULO, você quer dizer.

- Eu me mato se não entrar pro time. Posso tentar ser batedor, como Fred e Jorge.

- O primeiro teste é daqui a quatro horas e meia. Meia hora antes da Sonserina e meia hora depois da Lufa-Lufa - disse Harry, olhando o horário, em seguida virou-se para amiga. - Você vai, não vai, Hermione?

- Ah... - resmungou, olhando o alto. - Eu vou ter que ir, né? Mas não me imagino no meio de Crabbe, Goyle e Malfoy... Draco vai dar um jeito de continuar no time...

- Ou ele ou o PAI dá um jeito, né? - debochou Rony.

- Eu quero ver o Olívio - animou-se Harry. - Ele é a maior revelação do Puddlemere do ultimo século.

- Quero saber qual será o time da Lufa-lufa - gemeu Rony. - Eles andam estraçalhando, não? Por pouquíssimo a Sonserina não perde no ano retrasado.

- Não digo o mesmo - gemeu mais doído ainda Harry. Nos últimos dois anos Lufa-Lufa fora, de longe, o melhor time. No quinto ano perderam a taça para Sonserina por 10 pontos e no sexto venceram Grifinória por uma arrasadora diferença de 100 pontos, mesmo com Harry apanhando o pomo, após 8 horas de partida.

- Pense pelo lado bom - disse um esperançoso Rony -, eles perderam cinco dos sete jogadores principais...

- Pelo menos isso - suspirou Harry, que olhou o horário e fez cara de quem não gostou nem um pouco. - Ah meu Deus... Amanhã temos três aulas de Adivinhação Avançada... Seguidas...

- Ah, Jesus... - gemeu Hermione, fazendo cara de desanimo. Rony olhou.

- Que foi?

- Eu também tenho aulas dela...

- Ué? Mas você não tinha desistido das aulas dela?

- É, mas eu sou obrigada a ter um mínimo de presença... Fui adiando, adiando... Esse ano vou ter que ir...

- Bom, então pelo menos as aulas dela vão ficar mais divertidas. Imagina só, Harry, a Mione agarrando de briga com a Trelawney todo santo dia!

- Só lamento não estar junto - disse Harry, esticando a cabeça para olhar o horário de Hermione. - As aulas da Sonserina são separadas. Que pena, ia ser tão divertido...

- Nossa, MUITO divertido... - suspirou a amiga.

O trio se separou logo depois e Harry subiu para dar um trato na Firebolt IV, a melhor vassoura do ano. Recebera no aniversário, pouco antes de voltar para Hogwarts. A Firebolt IV era a última das linhagens das Firebolts, que seria substituída até o fim do ano pela Ocean Wind. Mas a nova vassoura só habitava os sonhos dos jogadores. Até o fim do ano só mesmo os profissionais teriam acesso à maravilha, ela estaria apenas disponível nas revistas especializadas. Ainda que Harry estivesse bastante animado com a Firebolt, a Ocean era algo que já lhe habitava os sonhos.

- Ah, Harry - disse Rony, com os olhos brilhando - não vejo a hora de te ver montado nessa Firebolt! Ninguém vai sequer chegar nas cerdas!

- Se eu já tivesse ela ano passado nós não teríamos perdido o campeonato...

- Ih, Harry, relaxa! Esse ano a gente arrasa!

Nessa hora a professora McGonagall entrou na sala, procurando por Harry.

- Que bom te encontrar aqui, Potter. Preciso que os capitães se apresentem com os times de uniforme, junto aos demais alunos, para que os profissionais lhes conheçam.

- Ahn... Professora - perguntou Rony -, quem vem do Chuddley Cannons?

- Não sabemos, Weasley. Até agora não responderam nada. Talvez não venham...

- Ah...

McGonagall saiu e Rony caiu desanimado no sofá.

- Calma, Rony - disse Harry, polindo o cabo da Firebolt IV. - Eles ainda aparecem...

Da masmorra da Sonserina, Malfoy espiou ao longe o campo de quadribol, com as bandeirinhas tremulando no alto que cada torre. O sol começava a querer se pôr. Ele voltou a fechar a cortina e descer da janela. - Ok, vamos indo minha gente - resmungou, indo em direção à saída da sala. Em seguida Crabbe e Goyle o seguiram. - Já está chegando a hora, mas eu ainda quero ver os panacas da Grifinória.

Os dois grandões deram risadonas enquanto pegavam bastões. Draco pousou o olhar em uma pilha de livros e pergaminhos num canto isolado da masmorra. Atrás dela, óbvio, estava Hermione. Ele chegou até a mesa e com o dedo abaixou o enorme livro que estava aberto na frente da cara da garota.

- Oh, minha filha - resmungou sem ânimo. - Vai ficar aí? Não adianta que sua cabeça não aumenta mais de tamanho. Vamos logo pros exames, você tem que ir.

Hermione respondeu com uma cara tão amigável quanto a de um trasgo montanhês, fechou o livro com tanta violência que o barulho fez eco por toda a masmorra e suas franjas voaram. Ela esperou o trio sair para só depois embicar atrás.

Harry chegou ao campo à frente da Grifinória, a vassoura no braço. Atrás só vinham os alunos do sexto ano em diante, entre eles Gina e Colin, além de Simas, Neville, Dino e Rony, colegas do sétimo ano. Eles viram que o movimento estava num descampado a uns quinhentos metros da colina do estádio de quadribol. Nele, alguns alunos da Lufa-Lufa voavam velozmente pelo campo, acompanhados por onióculos dos profissionais e pelos outros alunos. Havia aqueles que tentavam rebater balaços, aqueles que jogavam a goles uns pros outros e os que corriam atrás de um pomo que não era dourado, mas sim, vermelho e muito visível.

McGonagall e Madame Hooch vieram animadas e sorridentes ao encontro de Harry, que gentilmente retribuiu o sorriso.

- Ah, Harry, venha! - chamou McGonagall. - Preciso apresentar você aos jogadores! Rony apertou o passo para segui-los e ver os jogadores.

O primeiro a ver Harry foi um já conhecido jogador da Irlanda, Ryan. Harry o viu na final do campeonato mundial quando estava no quarto ano. Ele era o goleiro, e por isso não ficou muito animado ao ver Harry, que era apanhador.

O segundo, porém, causou uma série de exclamações vindas da Grifinória. Era Olívio, com o casaco do Puddlemere United, que quase virava a cara devido ao tamanho do sorriso.

- Olívio! - exclamou Harry.

- Harry Potter! - disse Olívio, abraçando Harry e quase quebrando suas costelas. - Não vejo a hora de provar pra esses caras que tudo que falei sobre você é verdade!

Harry sorriu sem jeito. Uma mulher veio ao seu encontro, muito animada, e não parecia ser mais velha que McGonagall, e sim da idade de Madame Hooch. Porém não tinha menos de 85 anos, e era a lendária Eunice Murray, a maior apanhadora da história do Quadribol. Ela se aproximou de Harry, pôs as mãos sobre seus ombros e o sacudiu:

- Sr. Harry Potter! - exclamou Eunice, com voz muito rouca. - Não sabe o quão estou ansiosa para ver você voar atrás do pomo!

- Também não vejo a hora, a senhora vai se decepcionar muito! - era Malfoy, que chegava resmungando, escoltado por um batalhão de alunos da Sonserina. Todos riram, menos, é claro, Hermione, que chegava arrastando os pés de má vontade.

- Você enchendo o saco a essa hora? - resmungou Rony. - Os exames da Sonserina são daqui a quarenta minutos!

- Ora, Weasley... Só vim me divertir - zombou Malfoy.

Rony só não sentou a vassoura na cabeça de Draco porque Madame Hooch intimou os alunos da Grifinória a montarem.

- Muito bem, garotos - começou a dizer -, vamos separá-los em turmas, de acordo com a posição que querem ocupar. Bem, quem quer entrar para a turma de apanhadores?

Harry, é claro, foi o primeiro a levantar, só que ninguém mais levantou e ele ficou muito sem graça.

- Tá achando que somos loucos de competir com você, Harry? - riu Rony. Hooch sacudiu a cabeça.

- Tudo bem... Batedores, então. Quem?

A turma se olhou e alguns deram uns passos à frente, entre eles Parvati Patil e Rony, muito vermelhinho.

Olívio, sorrindo, deu o bastão a Rony e desejou boa sorte, antes de virar para todos os voluntários:

- Como vocês já sabem, os batedores rebatem os balaços. Uma dica: procurem bater como meio ou a ponta do bastão, pois assim vai facilitar muito a porrada e ele vai voar longe! - e vez o movimento correto.

- Vamos vê-los em terra primeiro - comentou Hooch.

Ela soltou alguns balaços mais lentos e maiores que os normais, para facilitar a vida do pessoal, mas mesmo assim eram poucos que se davam bem. Rony foi um deles e mandava seu balaço longe. Em pouco tempo os batedores foram "peneirados" Olívio e Hooch ficaram animados com a eficiência do garoto; Harry e Hermione também.

- Como é que nunca notei ele quando estudava aqui? - reclamou Olívio. - Acho que é talento de família.

- É mesmo - animou-se Hooch, virando-se para Gina. - Olhe a Srta. Weasley, ela pode ser uma rival de Harry Potter!

Gina não se animou muito. Olívio estava interessadíssimo.

O treino de batedores se encerrou, depois iniciou o de goleiros e, por fim
de artilheiros. Gina se apressou para não sobrar para os apanhadores e se enfiou no meio dos artilheiros. O fato de achar super desajeitado carregar aquela goles enorme não parecia ser notado pelos profissionais, Gina era leve e voava mais veloz que os outros. Chegou a vez dos apanhadores, e Harry teve de competir... Sozinho. Isso, ninguém se arriscou ao cargo de apanhador.

- Francamente, ninguém aqui vai tentar? - reclamou Madame Hooch com as mãos na cintura.

Malfoy deu um risinho com a boca fechada, debochando. Hooch o ignorou e chegou até Harry.

- Bem, Harry, você vai ter de pegar o pomo, é óbvio - Olívio pôs a mão sobre o ombro do garoto - Vai ser moleza, Harry. Esse pomo é bem mais lerdo, e é vermelho - ele abriu a mão e mostro o pomo, seria idêntico ao original se não fosse um vermelho metálico muito "cheguei".

Eunice se aproximou quando ele montou a Firebolt. Olívio soltou o pomo que voou dez metros e parou. Harry olhou e sorriu, "vai ser moleza...", e saiu zunindo atrás do bichinho. Os alunos se espremeram para ver.

Harry estava a poucos centímetros do pomo quando este zuniu para a esquerda. Com um único e quase imperceptível toque no cabo da vassoura disparou na direção do pomo de novo, que tentou desviar, mas Harry o agarrou facilmente. Em seguida embicou para o chão e saltou antes de chegar. Correu na direção dos professores e depositou o pomo nas mãos de Olívio.

- Nem deu pra esquentar - sorriu Harry. A Grifinória explodiu em vivas e os profissionais abriram um sorriso.

- Eu falei, não falei? - disse Olívio. - Esse é o Harry Potter!

- Estou ansiosa para vê-lo em uma partida de verdade, Sr. Potter- sorriu Eunice, animada.

- A senhora vai poder vê-lo, claro - disse Madame Hooch, abrindo caminho entre os alunos. - Mas vamos logo antes que escureça. Alunos da Sonserina, goleiros e artilheiros, venham por aqui. Vamos separá-los.

Parte dos Sonserinos - incluindo Malfoy - seguiu para o campo aberto e começou a jogar. Harry encontrou os amigos.

- Esse pomo vermelho é muito lerdo - disse.

- O pomo é lerdo ou você que é muito bom? - sorriu Rony.

- Acho que você já tem vaga nos Montrose Magpies - disse Hermione. - A Eunice virou sua fã.

- Imagina - disse Harry, corando. - E você, Mione? Vai fazer teste pra quê? Os artilheiros e goleiros já foram...

- Sssshh! - fez com o dedo, encolhendo-se no meio dos grifinórios. - Quero passar despercebida, por favor...

- Pelo amor, Hermione! - exclamou Rony. - Vai lá, é super legal!

- Não mesmo... - gemeu.

Hermione permaneceu escondida enquanto os batedores se apresentaram. Crabbe e Goyle se saíram muito bem por causa do tamanho. Mas mesmo assim volta de meia os lerdos balaços davam “olé” nos grandões.

Draco chegou suando e com ar de triunfo, era, de longe, o melhor sonserino em campo, e Ryan ficou muito animado.

- Muito bem - aplaudiu Hooch. - Creio que faltem os apanhadores, não?

Hermione se encolheu atrás de Harry, que segurou um risinho quando ela começou a resmungar alguma coisa, com a testa encostada nas costas do garoto e agarrada ao casaco dele. Dois sonserinos se apresentaram, e Malfoy chegou nos professores.

- Posso tentar de novo? - todos se olharam, ninguém tinha tentado duas posições antes, e era óbvio para Rony, ele queria se exibir.

- Tudo bem, Malfoy - disse Hooch, dando de ombros, e fazendo sinal para que ele voltasse a se aproximar.

Malfoy abriu o costumeiro sorriso superior e pôs-se a marchar para o campo de novo, passando entre os alunos da Grifinória, que abriam um corredor para o nariz empinado de Malfoy. Quando passou ao lado de Harry, fez um movimento com o braço e puxou alguma coisa com força pela capa e arrastou com ele até o campo. A 'coisa' tropeçava nos próprios pés e grunhia em protesto. A "coisa"... era Hermione.

Malfoy empurrou a garota para frente dos professores e ela quase caiu de boca no chão; morrendo de vergonha.

- Ela também vai pros testes, professora - disse Malfoy com o risinho na boca. Em seguida chegou até a garota e sussurrou. - Achou que eu ia esquecer você, Granger?...

- Você vai fazer questão de me esquecer assim que eu lhe lançar a pior azaração que encontrar, Malfoy - rosnou Hermione entre os dentes, arrumando a gola da roupa.

- Ih, o plano dela deu ‘xabu’ - riu Rony, de braços cruzados. Harry não estava rindo, olhava Malfoy bravo:

- Ela não queria ir! Praga de Malfoy, por que a forçou?

Eunice se aproximou e sorriu para Hermione.

- Você é...

- Ahn... Granger... Hermione Granger. – apresentou-se, coçando a nuca.

- Acho que vou gostar de você!

- Não brinca... - murmurou entre os dentes, aflita. Aquilo estava pior do que pensava...

- Vamos logo, menina - resmungou Malfoy, montando a vassoura. - Ou vai me dizer que não dá conta nem mesmo de se equilibrar numa vassoura? - e subiu.

Hermione engoliu em seco, queria cavar um buraco e sumir. Harry deu dois tapinhas no ombro da amiga.

- O segredo é você manter o corpo inclinado no cabo da vassoura, assim você tem uma maior estabilidade - disse ele ao pé do ouvido da garota. - Quando avistar o pomo, faça todo o corpo acompanhar ele, não só os olhos, OK?

- Ah, valeu pela dica - resmungou Hermione, como se estivesse indo para um matadouro. Montou na vassoura e subiu até Malfoy e os outros.

- Pode ir! - gritou Olívio soltando de novo o pomo, que sumiu.

O pomo vermelho surgiu entre os olhares de Hermione e Malfoy antes de sumir de novo. A garota olhou Malfoy meio assustada. Ele sorriu irritantemente e piscou com um olho.

- Vamos ver quanto tempo você leva pra cair daí, gracinha...

Hermione sentiu a orelha queimar e lamentou não estar com sua varinha para transforma-lo em doninha saltitante. O pomo voltou a surgir acima deles. Ela respirou fundo e partiu atrás de Malfoy. Os outros dois acabavam de sair do chão.

Hermione usava uma vassoura mais lerda que a do garoto e ficou comendo poeira, mesmo porque não sentia segurança para voar muito rápido. Só que, para surpresa de todos, quando Malfoy estava já com a mão esticada para pagá-lo, o pomo disparou na vertical, descendo a toda velocidade. Pouco mais de cinco metros abaixo vinha Hermione, também subindo na vertical, agarrada à vassoura com toda a força. O pomo ignorava completamente a garota vindo em sua direção, e com certeza acertaria em cheio o meio da sua testa.

Quando teve certeza de que o pomo não desviaria, Hermione teve um desesperado reflexo de tirar as mãos da vassoura e esticar na frente do seu rosto para proteger-se. O pomo encaixou direitinho nas mãos dela, no exato instante em que a vassoura continuava subindo e seu corpo iniciava uma queda livre. Malfoy descia velozmente e quase teve o olho furado pelo cabo da vassoura de Hermione.

Hooch sacou a varinha e correu até Hermione, enquanto Olívio punha-se debaixo dela para pegá-la em segurança. Assim que a cena se encerrou, Olívio riu ao ver que Hermione tinha os olhos arregalados de terror, respirava ofegante e tinha as mãos apertadas contra o peito.

- Calma, minha filha. Você não precisa morrer pra pegar um pomo. A não se que seja uma final de um mundial, claro...

Hermione pôs os pés no chão e sorriu trêmula. Os alunos vieram ao seu encontro. Ela respirou fundo e abriu as mãos. O pomo vermelho estava paradinho da silva. Malfoy aterrissou com cara de desgosto. Já os outros dois nem tiveram tempo de ir muito longe.

- Quinze segundos! - exclamava Eunice, abrindo caminho entre Harry e Rony, que sorriam. - Isso foi...

- Isso foi sorte! Pura sorte! - resmungou Hermione, passando a mão na franja suada. - O pomo se jogou em cima de mim!

- Mas você pegou o pomo, não pegou? - frisou Rony. - Isso é que importa.

- Bem... Acho que vou ter problemas - riu Harry.

- Ah, não vai, não - disparou Hermione sem respirar. - Eu não vou entrar pra time de quadribol coisa nenhuma!

Eunice chegou apertando os nós dos dedos para Hooch e Olívio.

- Podemos usar um pomo original? Gostaria de ver os apanhadores numa partidinha!

- Boa idéia! - confirmou Hooch.

Hermione gemeu, dolorida. Harry se animou.

- Então vamos soltar o pomo para os quatro apanhadores da casas - disse Olívio. - Aliás, três, o pessoal da Corvinal já foi pro outro campo.

- Espere um pouco só, eles já estão vindo - disse Hooch, mirando os olhos de falcão na direção de vários alunos de azul, vindo para o campo dos testes.

- Vamos lá! - disse Harry, subindo na Firebolt e zunindo para o alto.

- Ai... Isso não tá acontecendo, isso não tá acontecendo - gemeu Hermione, subindo também.

O rapaz que capturou o pomo da Lufa-Lufa, o Ernesto McMillan, também subiu.

- Você foi ótima, Mione! - sorriu Harry, quando a amiga se emparelhou com ele. - É só da próxima vez você se lembrar de que precisa de uma mão pra segura a vassoura... Se não você cai dela... - riu.

Hermione mostrou a língua e riu. Hooch soltou o pomo, que zuniu e
desapareceu.

- Mas... Já? - resmungou a menina, procurando a bolinha desesperada.

- É a vida... - disse Harry, disparando para o alto, com Hermione e Ernesto atrás.

O trio zunia de um lado para outro atrás do pomo, e nada. Hermione ainda sentia náuseas de ficar fazendo ziguezague numa vassoura a mais de 15 metros de altura. Os alunos da Corvinal se aproximaram e começaram a ver a partida, enquanto a corrida ao pomo continuava, até que Harry e Hermione se separaram. Ela ficou no alto, e Harry rente ao chão, até que Ernesto quase caiu da vassoura no alto. O pomo passou por ele e desceu até fazer um "L" rente ao chão. Harry aproveitou e disparou atrás, com o bico do tênis raspando a grama. Hermione finalmente avistou o pomo e ia inclinar-se quando...

Alguém dentre os profissionais se adiantou e esticou a mão na trajetória do pomo e pluf - o pegou. Harry deu uma brecada tão forte que quase caiu de cara no chão. Ele arregalou os olhos e o coração saltou para a boca.

Quem tinha pegado o pomo era uma quase garota de pouco mais de 18 anos, usava um uniforme verde escuro com uma garra dourada no peito, denunciando o Holyhead Harpies. A garota era muito bonita, tinha os cabelos longos, negros e com certeza tinha descendência oriental:

- Não adianta, gente. Vai ser difícil alguém alcançar o pomo antes de Harry Potter.

Harry gaguejou, coçando a nuca:

- ...Cho... Chang?... Você por aqui?

Rony chegou rindo e deu um tapão nas costas de Harry. Gina continuou exatamente na mesma posição, observando tudo. Hooch e Olívio chegaram perto do casal.

- Tá vendo, Harry? - sorriu Olívio. - A Cho saiu de Hogwarts e há pouco tempo entrou para o Holyhead Harpies. Deve ter uns dois meses que é a apanhadora oficial!

- Puxa, que demais! - exclamou Harry, melhorando a cor do rosto de vermelho pimentão para rosa.

Ao fundo, atrás dos sonserinos, Hermione aterrissou. Deu dois passos e parou ao lado de Draco, que estava de braços cruzados. Ela bateu os olhos em Cho.

- O que é que essa menina tá fazendo aqui? - perguntou juntando as sobrancelhas. Malfoy olhou a garota e sorriu com o canto da boca:

- Você se lembra do que madame Hooch disse; cinco profissionais: um do Ballycastle, um do Montrose, um do Puddlemere, um do Chuddley e um do Harpies. Ela é do Harpies. Talvez a chamaram porque estudou aqui em Hogwarts, como o inútil do Wood.

Cho jogou a bolinha para o alto e voltou a pegá-la. Harry continuava a coçar a nuca.

- Então, Harry - começou Cho -, fomos escalados para treinar os times de Hogwarts esse ano.

- Jura? - animou-se Harry.

- Sim, cada profissional vai cuidar de um time, quem sabe escolhemos alguns para seguirem carreira profissional.

- Uau! - Harry e Rony se olharam e se agitaram. Ela voltou a jogar o pomo pro alto e a sorrir para Harry.

- Pena que no Harpies só entrem garotas. Você daria um excelente apanhador, se não fosse eu, lógico - e piscou para Harry.

No exato instante alguém parou bruscamente ao lado de Cho, quase a lançando de nariz na grama aos pés de Harry. Era Hermione, com a mesma cara de tonta cínica do Malfoy.

- E esse jogo? Continua ou não? - em seguida olhou Cho e fez uma cara de como se a presença dela fosse uma grande surpresa. - Oh! Cho Chang!

Cho respondeu com a mesmíssima cara de tonta.

- Ah... Hermione Granger...

- Puxa, menina, você em Hogwarts? – comentou Hermione, aérea - Não sabia... Que tinha sido reprovada.

Harry arregalou os olhos. Rony engoliu o riso, os sonserinos deram risadinhas e Cho sorriu amarelo.

- Não, Granger, Eu sou uma das profissionais, eu estou no Holyhead Harpies agora.

- Ah, jura?! - Hermione disse, num gritinho de falso espanto. - Eu não sabia... Que coisa, não?

Malfoy ria de longe, de braços cruzados. Ela olhou os garotos e continuou se fazendo de sonsa, apontando o céu que escurecia.

- Ahn... Bem... Já que não vai ter mais jogo, eu vou indo, está escurecendo e não quero me atrasar para o jantar. Até.

Ela deu um tchauzinho a saiu. Malfoy a acompanhou um tempo depois, fazendo sinal para os sonserinos o seguirem.

Harry e os outros - menos Rony, que ria - continuavam espantados, olhando a garota marchar para o castelo. Cho, com uma cara muito parecida com a de Narcisa Malfoy, virou-se para Harry e se desmanchou em outro sorrisinho como se nada tivesse acontecido.

- Então... Quem vai treinar vocês?

- Treinador?...

- É! Eu vou treinar a Corvinal!

- Eu, lógico, fico com a Grifinória! - disse Olívio.

- Eu gostei daquele garoto da Sonserina... - disse Ryan. - Mas acho que vou ficar mesmo com os atuais campeões, a Lufa-Lufa.

- Eunice? - perguntou Hooch. A velha coçou o queixo, olhou os sonserinos, depois Harry.

- Não me decidi ainda... Mas poderiam haver dois treinadores por casa?

- Quem sabe - pensou Hooch em voz alta. - É que eu quero examinar mais minuciosamente os alunos... Vocês têm muitos talentos aqui em Hogwarts...

*


N.A 1: Olha só, segunda atualização da semana. Isso não vai durar... =P

N.A 2: Perdoem os erros de digitação, formatação e português que passarem. Tento ao máximo postar a fic o mais eprfeita possível, para que seja de fácil leitura, e que todos consigam ler, entender e não tropeçar em erros cabeludíssimos.

N.A 3: Aqui começa a ser introduzido (ui) o tema que é pano de fundo de boa parte da EdD Azkaban, e, claro, é o tema da segunda fic da série, que é o Quadribol. Como os personagens se afastam da escola mais adiante (ai spoiler), eu exploro demais o Quadribol.

N.A 4: LEMBREM-SE: a EdD é o SÉTIMO ANO de Harry, mas os spoilers que conto aqui são até o LIVRO 4, e POUCAS coisas do 5. Harry AINDA joga Quadribol. Rony AINDA VAI entrar pro time,e NÃO vai ganahr beijinho no rosto da Hermione! E Gina NÃO vai virar a mega ultra apanhadora e NÃO vai ser agarrada pro Harry do nada na festinha da vitória. Pq afinal de contas, a EdD é de pobre, mas é limpinha! Hehehhe. xD

N.A 5: Para fazer as modificações, eu usei mto o livro Quadribol Através dos Séculos, aquele livrinho verde q a JK publicou aí, 'imitando' livros existentes na série. Todas as informações teóricas foram tiradas de lá (exceto o aparecimento da Eunice). Enjoy!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.