Revelando segredos



O trem finalmente parou na estação de Hogwarts. De sua cabine puderam ver Rony e Hermione, juntamente com Draco, Pansy e outros monitores guiando os alunos do primeiro ano para suas carruagens. Eles cumprimentaram os amigos de longe e seguiram caminho para as carruagens reservadas para os vetereanos.

_Hermione está radiante no cargo, não? – comentou Rebecca, sorridente.

_Rony não fica atrás. Quero ver quando os gêmeos tiverem a chance de falar com ele. – riu-se Harry.

_Ei, Christian, Cho! – alguém gritou. Os quatro se viraram e viram um rapaz se aproximando sorridente do grupo.

_Como vai, cara? – Christian e o rapaz se cumprimentaram barulhentamente.

_Tudo legal! Cho, tudo bem? – ele a cumprimentou com um beijo no rosto. – Harry, Rebecca, beleza? – ele cumprimentou os outros dois.

_Tudo bem. – responderam. Rebecca nunca foi muito com a cara deste garoto. Era o mesmo que vivia fazendo gracinhas no começo do namoro dos dois.

_Por que vocês não vem com a gente. A galera do time tá toda reunida. Vocês vão ter tempo para matar as saudades. – falou dando uma piscada debochada para Rebecca.

_Não sei... – Christian falou inseguro olhando para Rebecca.

_Por mim tudo bem. A gente se vê mais tarde. – disse tranqüilizando o namorado. -Longe desses dois. – pensou.

_Então tá. – ele deu um beijo na namorada. – Falou Harry. – apertou a mão dele e seguiu com o amigo.

_A gente se vê Harry. – disse Cho com um sorriso meio decepcionado. – Tchau Rebecca.

_Tchau. – falou com um sorriso falso. – Já vai tarde. – acenou para ela e o amigo de Christian. – Não vou com a cara desse garoto... – ela se virou para Harry que estava imóvel olhando em direção ao grupo de corvinais que se afastava. – Harry... HARRY!

_Ãh? O quê? – disse assustado.

_Nada... – ela seguiu em direção a carruagem deixando-o para trás.

_Oi! Podemos dividir a carruagem com vocês? – Gina se aproximou dos dois.

_Oi Gina. Claro! – respondeu Rebecca.

_O que é isso?! Por que colocaram esses animais para puxarem as carruagens? – perguntou Harry voltando à Terra.

_Que animais Harry? Tá louco? – perguntou Gina rindo da cara do amigo assim como Rebecca.

_Como assim? Vocês não estão vendo? – indagou Harry começando a ficar preocupado com a possibilidade de , mais uma vez, ver algo que ninguém mais vê.

_São testrálios... – respondeu Luna vagamente.

_Testrálios? – perguntaram os outros três subindo na carruagem.

_Sim. Sempre estiveram aí. Desde o primeiro ano.

_Você também vê, Neville? – perguntou Gina, interessada. – Por que só nós duas não vemos?

_Só quem já viu a morte de perto vê os testrálios... – respondeu Luna, mais uma vez, olhando para o infinito.

_Ah... Quer dizer que o Harry os vê por causa do que houve ano passado... – afirmou Rebecca baixinho.

_Você fala do Cedricco? – perguntou Neville.

_É, mas vamos mudar de assunto, né? – tentou Rebecca.

Harry apenas olhava para os animais que puxavam a carruagem com o olhar triste. Para alívio de todos eles logo chegaram a entrada do castelo. Muitos alunos já estavam descendo e, aparentemente, nenhum deles podia ver os testrálios, já que eles desciam das carruagens sem dar a menor atenção para quem as puxava. De longe eles puderam ver Rony, Hermione e um grupinho da Sonserina parados na entrada do castelo.

_Harry, olha ali. – Rebecca chamou a atenção do amigo.

_Malfoy! Vamos até lá. – disse, decidido.

_Talvez não seja uma boa. Ele é monitor agora, sabiam? – disse Neville inseguro.

_Bom, eu vou entrar. Aqui fora tá frio e eu não quero pegar uma detenção no primeiro dia de aula. Vamos Luna. – Gina se despediu e saiu puxando uma Luna totalmente alheia a tudo.

_Eh.. Eu vou entrar também... – disse Neville seguindo as duas meninas.

_Bom. Se o problema é a detenção, você já está acostumado, né? E eu... Bom, tem sempre uma primeira vez... – disse puxando Harry em direção ao grupo.

_O fato é que você não pode acuar os alunos mais novos Malfoy! – dizia Hermione, raivosamente para um Malfoy totalmente desinteressado.

_Acontece, Granger – ele pronunciou o nome com desprezo. – que eu sou monitor, e posso fazer o que eu quiser!

_Tinha que ser! Draco Deslumbrado Malfoy. – Rebecca falou sarcasticamente. – O poder subiu a cabeça, foi? Ah não! Você sempre se achou o dono do mundo, né? – ela parou em frente ao rapaz sorrindo com a mesma expressão de indiferença que ele usa sempre.

_Se eu fosse você não falava assim comigo, Riddle... – Disse encarando-a

_Por quê? Vai me trancar no armário de novo? Quem se deu mal da última vez foi você, lembra? – todos ao redor, que agora eram muitos, tentaram inutilmente disfarçar as risadas.

_Sabia que eu posso tirar pontos de você agora, Riddle? – disse se aproximando perigosamente dela.

_É, mas não vai tirar, Malfoy! – Rony se adiantou. – Falar a verdade não é motivo para perder pontos.

_E é você quem decide isso, Weasley? – os dois se encaravam como se pudessem se matar apenas com o olhar.

_Ninguém vai tirar pontos de ninguém! – Foi a vez de Hermione interferir. – Acabou o espetáculo! Todos para dentro do castelo, a seleção já deve ter começado. – ela dizia dirigindo-se aos curiosos que se amontoaram ali. - Rony, deixa ele aí, vamos entrar também. – falou tentando tirar Rony do lugar.

Rebecca sentiu alguém segurar sua mão e puxá-la do círculo formado.

_Você não perde a chance de criar confusão, né? – Christian a puxou e deu-lhe um beijo no rosto.

_Mas eu não fiz nada! – ela ria inocentemente para o namorado.

_Isso é problema entre monitores. – disse. No fundo achava graça da propensão dela em criar confusão com sonserinos, principalmente com Malfoy. – Hermione, Rony, tudo bem com vocês? – cumprimentou tentando terminar com a discussão antes que sobrassem detenções a todos por ali.

_Oi Christian! – cumprimentou Hermione, sorridente.

_Oi. – cumprimentou Rony desinteressado.

_Vocês ouviram a Hermione, galera! – Christian falou para aqueles que ainda não tinham entrado no castelo. – Vamos entrar! Acabou o show! – depois encarou Malfoy para mostrar que aquela era a última palavra.

O grupo então resolveu que já era o suficiente. Todos começaram a entrar no castelo, mas foram parados mais uma vez por Malfoy.

_Você deve estar feliz com a eminente reunião de família, não Riddle? – disse em alto e bom tom em meio a um grande número de alunos que ainda não tinham entrado.

Todos pararam para ouvir o resto da provocação. Rebecca se virou para encarar Malfoy. Não acreditava que ele dizia aquilo com aquela tranqüilidade.

_Ah, é mesmo... – disse cínico. – Não era para ninguém saber, né? – ele e os outros alunos da Sonserina começaram a rir.

_Cala a boca, Malfoy! – Harry gritou nervoso aproximando-se do rapaz.

_Por que?! Foi você mesmo quem disse que Você – Sabe- Quem estava voltando. – disse rindo mais ainda.

Um grande burburinho iniciou-se ao redor do grupo. Quem ainda não havia entendido do que Draco estava falando acabara de entender e tratava de contar aos que estavam mais afastados. Aqueles que estavam mais próximos do grupo começaram a se afastar e entrar rapidamente no castelo. Os que eram da Grifinória se apressaram para sentar o mais longe possível do lugar que Rebecca costumava ocupar na mesa do Salão Principal. Os que resolveram ficar para ouvir mais alguma coisa logo foram dispersados pelos passos rápidos da professora McGonagall que vinha chegando.

_O que está havendo aqui?! Todos já para dentro!

Todos entraram sem hesitar. Malfoy e sua turma passaram a frente do grupo de Rebecca. Estes entraram seguidos da professora Minerva. Dentro do salão a notícia se espalhara e muitos olhavam assustados para o grupo.

_Rebecca, não me diga que é o que eu estou pensando! – perguntou preocupada a professora.

_Exatamente, professora. Malfoy falou para quem quisesse ouvir que eu sou neta dele.

_Era só o que me faltava! – a professora apressou-se para a mesa dos professores. Assim que sentou-se ao lado de Dumbledore sussurrou algo em seu ouvido que o fez olhar preocupado para o grupo na mesa da Grifinória.

Ao redor de onde estavam os quatro amigos havia um certo vazio. Fred , Jorge e Gina vieram ocupá-lo.

_O que foi que houve? Por que demoraram tanto? – um dos gêmeos perguntou.

Antes que alguém respondesse Christian se despediu de Rebecca e dos outros e foi até sua mesa.

_Malfoy deu com a língua nos dentes. – Rony falou.

_Isso já sabemos! – Gina respondeu. –Mas por que ele faria isso?

_E ele precisa de motivo para arruinar a vida de alguém? – falou Rebecca impaciente. – Claro que não! Mas eu acabo com ele!

_E nós te ajudamos. – falaram os gêmeos ao mesmo tempo.

_Temos até algo aqui que realmente poderia ser útil. Podíamos testar nele e se der algum efeito colateral melhor.

Mas a conversa foi interrompida pelo discurso de Dumbledore seguido pela cerimônia de seleção. Ninguém mais queria comentar o assunto. Todas as casas pareciam estar tensas, exceto a Sonserina que era a única que conversava e ria alegremente. Alguns das outras casas, principalmente os alunos mais novos que eram sempre os últimos a saber de tudo também estavam bem tranqüilos.

Ao final do jantar Hermione e Rony tinham que levar os alunos do primeiro ano para a Grifinória. Fred e Jorge já haviam sumido com suas invenções e Gina acompanhou Rebecca e Harry até o salão comunal, todos em silêncio. Ficaram um tempo no salão onde tentaram conversar, mas nenhum assunto rendia. Todos os alunos que passavam pelo retrato encaravam o grupo com cara de espanto e dúvida. Neville foi o único que teve coragem de se aproximar.

_Eh... Rebecca...Eh...

_Sim!

_Sim o quê? – disse confuso.

_A resposta para sua pergunta é sim! Eu sou mesmo neta de Lord Voldemort. – Rebecca completou olhando para o chão.

Neville parecia que ia desmaiar. Ficou branco como cera e não conseguia desviar os olhos da menina. Rebecca mirou os próprios pés. Era exatamente o que ela temia, que toda escola ficasse sabendo e começasse a temê-la por isso. Aos poucos Neville pareceu se acalmar e tomou coragem para dizer alguma coisa.

_Eh...Com certeza não é algo fácil de escutar, mas se você fosse má estaria na Sonserina e não aqui, certo? – perguntou inseguro, ainda com um tremor na voz.

Rebecca olhou para ele incrédula. – Você não está com medo de mim agora?

_Bem... Se o Harry não tem medo de você por que eu teria?! – disse um pouco mais confiante.

_Puxa Neville! Eu não esperava isso de você! Que bom! – ela se levantou e abraçou o garoto que ficou meio confuso.

_Quem já sabia disso? – perguntou depois que a garota o soltou.

_Alguns alunos da Sonserina, os Weasley, Harry, Christian e todos os professores. – respondeu mais aliviada.

_Eh... Não vai ser fácil! Todos tiveram medo do Harry no segundo ano por que acharam que era ele quem estava petrificando os alunos... – Neville adquiriu aquela coloração branca de novo e a encarou novamente.

_Não Neville! Também não era ela quem estava fazendo aquilo! – Harry se levantou rapidamente segurando os ombros de Neville como se pudesse convencê-lo mais facilmente assim.

Ele colocou Neville sentado em seu lugar. Rebecca e Gina se entreolharam assustadas. Esta última estava tão branca quanto o garoto. Rebecca abaixou-se para ficar na mesma altura que o garoto e disse:

_Neville, eu sou a Herdeira da Sonserina, mas eu não sabia disso quando os ataques começaram. Não era eu que atacava as pessoas, era o próprio Voldemort. – Neville pareceu que ia ter uma síncope ao ouvir este nome. Rebecca se impacientou, mas não comentou. – Eu só descobri o parentesco no dia em que Harry destruiu o monstro que estava atacando as pessoas. Neville olha pra mim! Não fui eu!

_E..eu...sei..., mas é difícil! É muita informação para um dia só. Eu... eu acho que vou dormir. – Neville se levantou olhando para o nada e foi para o dormitório.

_Ah droga! – Rebecca falou desanimada sentando-se no sofá.

_Fica fria, Rebecca. Não vai ser fácil, mas logo todos vão perceber que você não é como ele. – disse Gina tentando animá-la.

_É. Eu sei... Acho que vou dormir também, isso é, se me deixarem entrar no quarto... – disse tentando descontrair.

_É claro que vão deixar! Ninguém vai querer te deixar nervosa agora! – disse Harry rindo enquanto se levantava para ir dormir também.

Por fim o salão comunal ficou vazio. Ao entrar no quarto Rebecca percebeu que Lilá e Parvati fingiam estar dormindo, pois ela pôde ouvir vozes antes de entrar que simplesmente cessaram quando ela entrou. Resolveu não dar atenção e foi dormir.

No dia seguinte, durante o intervalo das aulas, Rebecca soube por Hermione que estava sendo chamada a sala do diretor. Ela foi até lá, sempre seguida por olhares assustados da maioria dos alunos com quem cruzava no caminho. Ao chegar a frente da estátua de pedra viu que Draco Malfoy estava parado junto a ela juntamente com o professor Snape.

_Até que enfim, Riddle! – disse Snape secamente.

_Desculpe. Só recebi o recado agora pouco. – disse olhando ameaçadoramente para Draco.

Snape disse a senha, a qual ela nem ouviu de tão atormentada que estava com a presença de Draco, e a estátua se moveu abrindo passagem para a sala do diretor.

_Ah! Que bom que já vieram. – disse Dumbledore sem tirar os olhos de alguns papéis que estavam sobre a mesa. – Obrigada Severo. Pode ir agora.

_Com licença. – respondeu Snape saindo silenciosamente da sala.

_Bem... Sentem-se. – duas cadeiras surgiram a frente da mesa, seguidas por um prato com bolachinhas. – Aceitam? – perguntou Dumbledore, educado.

_Obrigada... – respondeu Rebecca.

Draco aceitou uma bolacha. Parecia muito tranqüilo apesar de estar na sala do diretor.

_E então, senhorita Roddle. Como é que estão reagindo os alunos da sua casa diante da descoberta?

Rebecca se espantou um pouco com a pergunta tão direta do diretor. Ela se mexeu um pouco desconfortavelmente na cadeira e fez o possível para não olhar para o garoto a seu lado que comia tranqüilamente as bolachinhas que foram servidas.

_Bem... O senhor se lembra de como trataram o Harry quando acharam que ele era o herdeiro da Sonserina?

_Lembro-me. – respondeu tranqüilamente o professor.

_Bom... estão em tratando como se eu fosse o próprio basilisco. – respondeu cruzando os braços.

Draco tossiu baixinho como se tivesse engasgado por rir com a boca cheia de farelos de bolacha.

_Satisfeito, senhor Malfoy? – perguntou Dumbledore com a mesma tranqüilidade de sempre.

Draco não soube o que responder. Terminou de engolir a bolacha e disse:

_Todos descobririam mais cedo ou mais tarde...

_QUE FOSSE MAIS TARDE ENTÃO!- gritou Rebecca esquecendo-se por alguns instantes que estava na sala do diretor.

_Por favor, acalme-se Rebecca. O que você fez foi muito errado, senhor Malfoy. Esse era um segredo que não cabia ao senhor revelar. Sabe da impressão que causa a menção do nome de Voldemort, quanto mais de uma parente dele! Achei que como um rapaz inteligente que é saberia ponderar certos assuntos, mas vejo que me enganei. – ele pegou um pedaço de pergaminho onde escreveu algumas linhas. Depois entregou-o a Draco dizendo: - Leve este papel a professora McGonagall. Você cumprirá detenção com ela.

Draco esboçou uma reação contrária, mas desistiu de falar diante de um gesto de Dumbledore. O professor pegou um outro pedaço de pergaminho e o entregou para Rebecca.

_Este a senhorita pode levar a Madame Hook. Você cumprirá detenção com ela...

_Mas por quê?! – perguntou ignorando o mesmo gesto que Dumbledore fez a Draco.

_A senhorita desafiou a autoridade de um dos monitores. Não escolheríamos alunos para monitorar as casas se eles tivessem a mesma autoridade de qualquer outro aluno, certo?

_Mas professor! Ele estava...

_Eu sei exatamente o que o senhor Malfoy estava fazendo. – o homem se virou para ele reprovador. – E essa detenção vai servir para isso também. O senhor já pode ir, senhor Malfoy.

_Com licença... – Malfoy se levantou da cadeira onde estava. Aproveitou uma distração do diretor para olhar debochado para Rebecca.

Quando ele fechou a porta atras de si Dumbledore continuou:

_Fico contente de saber que a senhorita não se dá bem com ele. Ficaria preocupada se ocorresse o contrário. – ele sorriu olhando para ela por cima de seus oclinhos de meia lua. – Pode ir também. Só não queria que vocês dois saíssem ao mesmo tempo.

_Certo, professor. Com licença. – ela se levantou também sorrindo.

_Toda...

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