Tudo tem um começo
Capítulo 1
Tudo tem um começo
Mais uma vez solitária, sempre só, pensava a garota de cabelos ruivos, que vagava pelos corredores de Hogwarts já em seu quinto ano. Sem perceber perdeu o rumo e acabou descendo escadas e indo direto para as masmorras.
“Meu Deus, onde eu estava com a cabeça? Acho que no...” Não , era dolorido demais pensar nele sabendo que estava com uma menina fútil e metida, e que ele, nesses anos todos nem a se quer a notara. Deu meia volta, e de cabeça baixa, continuou seu caminho até tombar em algo, ou em alguém.
- Olha pôr onde anda, garota idiota!- Falou uma voz fria e arrastada.
- Me desculpe...eu estava distraída...
- E o que isso me interessa?
Tarde de mais, a garota sumira de vista , deixando apenas alguns reflexos de seus longos cabelos ruivos.
Ginny passou pela sala comunal sem olhar e sem parar para falar com ninguém, pois saberia que ninguém iria notar sua presença. Nem mesmo seu irmão, que estava entretido demais desvendando mais alguma coisa com Hermione e Har....
“Ele de novo! Que saco! Sempre o maldito moleque ! “. Subiu para o dormitório feminino e decidiu se deitar.
O sol batia levemente em seu rosto. Ele abriu os olhos vagamente e se levantou. Decidiu tomar um banho , pois reparou que ainda era cedo. Tinha tempo de sobra.
- Há há há há ! saia da frente mulher!
- PARE! PARE COM ISSO! VAI SACRIFICAR DUAS VIDAS INOCENTES Á TOA , LUCIUS! SEU LORD JÁ SE FOI .....ELES NÃO TEM CULPA DISSO! DEIXE-OS EM PAZ!
- CALE-SE...SUBA! ANDE SUBA!
Mas a mulher não se mexeu, ainda protegendo duas pessoas encolhidas atrás dela.
- NARCISA, ISTO É UMA ORDEM, NÃO UM PEDIDO! ONDE ESTÁ O SEU SANGUE MULHER? ONDE CORRE O SANGUE PURO DE MALFOY EM SUAS VEIAS?
A mulher, ainda mantendo sua pose de esnobe e peito estufado subiu e o deixou ali com duas criaturas indefesas.
- VAI SER O FIM, SEUS MOLEQUES IDIOTAS!
- PARA PAI! NÃO VAI RELAR UM DEDO DELA, NEM TENTE!
- HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ!VAI ADIANTAR MUITO ...ANDE SAIA DA FRENTE.,ANDA!!!AVA......
- NÃÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ela se levantou num pulo. Seu coração estava disparado e suava feito louca, estava tremendo e não consegui distinguir nenhuma imagem a sua volta. Olhou ao redor e percebeu que estava segura em seu quarto, que não passava de um sonho. Um sonho horrível que vinha tendo as noites. Aquelas imagens passavam rapidamente em sua mente e ela nunca conseguia distinguir rostos e nem vozes e não reconhecia nada nem ninguém.
Mas...porque? Porque ela? Será que lhe iria acontecer algo? Decidiu tomar um banho para se acalmar , pois tempo não lhe faltava, o sol ainda estava nascendo.
Ele desceu as escadas com seus cabelos molhados lambidos pra trás , e seu olhar de desprezo. Chegou no Salão Principal e reparou que havia poucas pessoas, mas entre elas havia uma pequena solitária de cabelos ruivos, que tomava seu café na mesa da Grifinória.
Ele passou pôr ela dando-lhe um olhar de desprezo e foi se entrar ao lado de uma colega sextanista da sonserina. Ela tinha cabelos laranjas chamativos, mais se vestia muito bem, e tinha o mesmo olhar gélido e arrogante dele. Ele a observou falou:
- Passe a manteiga!
- Pensa que eu sou sua empregada? Teu pai não te deu educação? Ainda mais um sonserino! Ainda se fosse um porco da Grifinória! - Respondeu a garota olhando despresivelmente para a mesa da casa.
- Garota, tem noção com quem está falando? Tem noção de quem é meu pai?
- Não, e não tenho o mínimo interesse em conhecer... tive o prazer de não falar com você antes- respondeu a garota friamente, pondo seus cabelos pra trás – com licença.
Ela se levantou, acenou para um garoto alto e branquelo, ,mais muito bonito, que acenou de volta.
- Isabelly Wendy - falou o garoto para quem a garota acenou - fria, racista, bonita e veneno puro...
- Quem te perguntou? – respondeu ele
- To vendo que não é só ela que tem sangue sonserino!
O garoto se levantou e saiu do Salão .
Ginny observava aquela cena tranqüilamente, enquanto comia um pedaço de bolo. Aquele garoto a intrigava. Ela sabia algo sobre ele que não podia dizer o que era. Somente sentia algo quando olhava para ele.
Seu dia foi cansativo e longo, parecia que ia durar uma eternidade. Mas finalmente acabou. O sol já estava se pondo quando ele chegou em seu dormitório. Viu que havia algo em cima de sua cama, um envelope preto com o brasão dos Malfoy. Era mais uma maldita carta de seu pai , falando da alegria que ele sentiu quando seu filho aceitou em se tornar um comensal e ajudar Voldemort a ressurgir. Mas ele não se interessava em se tornar um porque ele vangloriava o Lord, mas sim porque ele queria ver sofrimento, trouxas morrendo, sangue ruins sofrendo pôr terem aquele maldito sangue, mas o que ele queria mesmo era matar aquele garoto, o torturar até a morte. Sim , aquele garoto que odiou desde que o viu. Aquela maldita cicatriz que o marcava, que deixava ele famoso. Pôr causa de sua mamaezinha retardada que se matou para salvar a sua vida. Que ódio! Ele jurou para si mesmo que mataria ele nem que fosse a última coisa de sua vida.
- Ginny! Ginny?! acorda!
- Ham? Que ? Onde? Qual?
- Sou eu, Ron!
- Ron? Onde eu estou?
- Na biblioteca, até agora adquirida em sono profundo em plena hora de jantar! Francamente garota, você esta pior que a Hermione. Vamos jantar? O Harry e as meninas estão nos esperando
- Meninas? Você quis dizer a menina - respondeu a garota se levantando
- Não...eu pensei que você já sabia....mas você não vai ficar chateada por isso vai?
- Como... por isso?
- Er...bem, você sabe... o Harry já está grandinho e... ele está namorando a ...
- Chang?
- Então você já sabia?
- Ah Ron faça me o favor! Eu já tenho 15 anos! Você esperava o que? Que eu saísse chorando por ai por que o famoso Harry Potter...
- O que tem eu?
Lá estava ele o famoso Harry Potter... olhos verdes esmeralda, cabelos despenteados e um olhar confiante.
- Anda , responde! O quê que tem eu?
- Bem é que eu estava falando pro Ron lhe dar os parabéns pelo namoro, alias, acho que vou dar pessoalmente - disse ela friamente estendendo a mão para o garoto - Parabéns Potter, espero que você seja muito feliz ao lado da Chang! - Ela se virou e saiu andando sem rumo.
- O quê que deu nela? - Perguntou Ron, indo para fora da biblioteca acompanhando Harry.
- E eu que vou saber?
Ela corria desesperadamente sem saber para onde. Desceu as escadas e passou pelo saguão de entrada indo em direção ao jardim.
“ Porque? Porque essas coisas acontecem comigo? Será que alguém pode me responder? Não , não pode Ginny Wesley! Sabe porque? Porque você não tem amigos! Você não tem ninguém!”. Lágrimas começaram escorrer de seus olhos e correr por seu delicado rosto e chegavam no chão quase em pedaços. Ela andou em direção a orla da floresta e se sentou encostada em uma árvore na escuridão. “Certo eu tenho que ser forte, assim como fui na frente de Ron e Harry. Pense Gin, pense em algo que fará você melhora! Nada, nada a fazer, só deixar o tempo passar e continuar sofrendo que nem uma idiota...”
Ele desceu as escadas a procura de entretenimento. Olhou para os lados a procura de algo, alguém. Achou. Aquela garota de cabelos alaranjados iria ser um ótimo entretenimento, mas mudou de idéia quando um garoto chegou e a beijou.
“Bem , o que quê eu vou fazer? Atormentar o Potter? Ou dar uma voada pôr aí? Bem a Segunda opção me parece melhor” Ele pegou sua vassoura e desceu para o campo de quadribol.
Ela ainda chorava freneticamente e estava perdida. O que faria? Seria forte ou simplesmente continuaria se enganado? “Será? Será que eu sempre gostei dele ou só me iludi achando que gostava ? O certo seria eu continuar levando minha vidinha opaca e sem graça. É acho que é isso que vou fazer”. Ela se levantou e começou a andar em direção ao castelo, enxugando as lágrimas que ainda restavam em seu rosto. Pensou melhor. Era fraca demais para suportar ver aquele maldito garoto com aquela retardada de mãos dadas. Resolveu voar , já que era artilheira de seu time.
Subiu até seu dormitório sem olhar para ninguém a sua volta. Pegou sua vassoura e sua varinha e foi até a janela. Decolou dali mesmo. A noite estava chegando com estrelas e uma lua espetacular. Voou sobre a floresta , sobre o castelo, sobre o lago. Seu coração dava batidas mais leves e ela começou a se sentir melhor , até avistar que alguém também voava tranqüilamente sobre o campo de quadribol. Ela realmente não estava afim de falar com ninguém. Deu meia volta e foi voar sobre a floresta novamente.
Suas pálpebras estavam fechadas , o vento acariciava seu rosto deixando mais frio que o de costume, devido ao vento seu cabelo estava jogado sobre os olhos, mais ele não dava a menor importância para isso. Queria ficar só para pensar melhor na vida, mas num rápido olhar para a floresta percebeu que ele não estava só. Havia um pontinho vermelho que fazia manobras exageradamente engraçadas que arrancou uma risada dele. O pontinho se movia de um lado para o outro meio bêbado, sem controle. De repente ele começou a cair e Malfoy já não estava mais rindo, e sim indo em direção ao tal pontinho.
Ela se sentia fraca , suas pálpebras pesavam e estava perdendo o controle, suas mãos tremiam não conseguindo segurar a vassoura. Vozes começaram a gritar dentro de sua cabeça, fazendo ela perder totalmente o controle. Depois disso ela adormeceu.
Ele deu uma volta e acelerou apanhando ela no ar. “Era uma garota...mais eu conheço esta garota ela me é familiar, parece uma... Weasley! Eu não acredito que acabei de salvar a vida de uma Weasley” - pensou ele pousando na orla da floresta. Jogou a garota para o lado e deu meia volta. Parou. A garota começara a gritar algo que lhe era conhecido...
- SAÍ DAÍ MALFOY! ELE VAI TE MATAR! NÃO , ISSO NÃO!
Ele se virou e viu que a garota não estava bem, se debatia e suava muito. Foi ate ela e observou seu sofrimento. Então ela se calou e parou de se debater, fazendo ele se aproximar mais, aquilo lhe dizia alguma coisa... ela gritou seu nome sem ao menos o conhecer. Ele começou a sentir uma atração pôr ela, como se fosse um chamado. Se aproximou dela cada vez mais, podia sentir sua leve respiração e sentir seu doce perfume, fazendo-o se hipnotizar mais, agora estava boca a boca com ela. Ele olhou em seu rosto e viu suas delicadas feições, de sua boca até seus olhos, sobrancelhas, cabelos...parou. O que ele estava pensando em fazer? Alias o que ele estava fazendo? Deu um pulo e se levantou. Pensou. Não podia deixar aquela Weasley ali, quase morrendo, desmaiada, simplesmente ali, solitária. Ele era ruim, mais não a ponto de deixar alguém que não lhe fez nada morrer. Pegou ela no colo e recolheu sua vassoura, olhou para o castelo e pensou novamente. Não poderia aparecer simplesmente com uma Weasley no colo, seria demais. O que fazer então? tentar acorda-la? Ele a sacudiu bruscamente, ela porem nem se mexia, estava cada vez mais pálida e gelada.
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