Encontro em Hogsmeade
Capítulo 13 – Encontro em Hogsmeade
Harry caminhou até a frente da classe de poções, sentindo-se muito satisfeito com os resultados daquele dia. Aquela tinha sido uma tarefa complexa, mas ter a Professora Melanadray o ensinando de algum modo fez uma enorme diferença em como ele via a disciplina.
“Bom, Sr. Potter, eu tenho que dizer que seu trabalho tem sido excelente ultimamente”, Melanadray disse a ele quando ele deixou seu vidrinho com a amostra de sua poção na mesa dela para nota.
Harry reparou timidamente que ela estava muito bonita naquele dia em particular, com o cabelo preso com um laço vermelho brilhante. “Hum, obrigado.”
“Ah, você se importaria de ficar um pouco depois da aula? Eu gostaria da sua ajuda com uma coisa”, disse ela, sorrindo para ele.
“Claro, sem problema”, Harry respondeu, sentindo-se muito satisfeito consigo mesmo por ela tê-lo escolhido para ajudá-la.
Ele foi até onde Rony e Hermione estavam. “Ei, eu alcanço vocês depois. A professora quer ajuda com alguma coisa.”
Rony sorriu com ironia, o que fez com que tanto Harry quanto Hermione o encarassem.
“O quê?” Harry perguntou, irritado.
“É, Harry. Você é um cara bem prestativo, não é? Sempre disposto a dar uma mão para alguém em necessidade”, disse Rony, rindo.
“Certo, certo, apenas vá embora”, disse Harry ainda mais irritado, enquanto ia para um dos lados da sala para esperar.
Depois que os últimos alunos se foram, Harry caminhou até a mesa da professora.
“Muito obrigada por me ajudar Harry”, disse ela. “Não vai demorar muito. Eu acabei de receber uma grande caixa com poções, e é muito mais fácil guardá-las com duas pessoas fazendo isso.”
“Está bem”, disse Harry.
Ela foi até um dos lados da sala e abriu um armazém, gesticulando para que ele a seguisse.
“Aqui estamos nós. Eu vou tirá-las da caixa e você vai fazendo a contagem do estoque nesse pergaminho, está bem?” disse ela, entregando a ele uma tabela para que ele pudesse fazer a marcação.
“Certo, professora.”
Melanadray riu um pouquinho e se inclinou em direção a ele. “Você não sabe como é estranho escutar você me chamando desse jeito.”
“Hum, sério?” Harry perguntou com as sobrancelhas erguidas.
“Sim. Sabe, Harry... posso te chamar de Harry, pelo menos quando não estamos em aula?” perguntou ela.
Harry assentiu.
“Bem, Harry... você pode me chamar de Melissa se quiser... de qualquer jeito... eu não sou tão mais velha que você... na verdade, nós por pouco não fomos colegas aqui em Hogwarts. Eu saí no ano em que você chegou”, disse ela, olhando para ele cautelosamente. “Novecentos gramas de pó de asas de morcego.”
“O quê?” Harry perguntou.
Ela balançou um frasco de poções. “Novecentos gramas, pó de assas de morcego.”
“Ah”, disse Harry, anotando a quantidade.
“Trinta gramas, coração de aranha”, ela continuou.
Novamente Harry anotou a quantidade em seu pergaminho.
“Seria legal se nós fossemos colegas de classe, não seria?” disse ela. “Sabe, eu era uma grifinória também... nós poderíamos ter sido amigos. Cento e oitenta gramas, conserva de sapo.”
“Er, é, talvez”, disse ele, se perguntando onde é que ela queria chegar com toda aquela conversa enquanto anotava mais uma quantidade.
Ela estendeu e tirou seu prendedor, balançando seus cabelos loiros longos e sedosos e deixando que eles caíssem como uma cascata por cima de seus ombros. Harry apenas observou o processo, aturdido.
“Assim está melhor”, disse ela. “Eu tenho que ser profissional enquanto dou aulas, mas eu posso ficar mais... relaxada aqui, certo?” ela continuou, olhando para ele com o canto dos olhos e sorrindo para ele. “Trezentos e sessenta gramas, testículos de touro.”
“Tr-trezentos e sessenta gramas”, repetiu Harry, subitamente sentindo o ambiente mais quente.
Eles continuaram desempacotando os ingredientes, Melanadray dizendo as quantidades e vez ou outra sorrindo para Harry. Finalmente eles chegaram ao final, Harry sem saber se o fato deles terem terminado tudo era uma coisa boa ou ruim.
“Muitíssimo obrigada por ter me ajudado, Harry”, disse ela, pousando sua mão levemente sobre o ombro dele enquanto abria a porta da dispensa.
“Hum, claro, sempre às ordens”, disse o garoto, sentindo-se um pouco desapontado quando ela retirou a mão do ombro dele.
“Às ordens, é? Vou manter isso em mente, Harry. É muito bom ter alguém por perto que seja tão... útil”, disse ela, piscando para ele com seus olhos azul-celestes.
Harry sentiu-se ficar sem ar por um momento, a piscadela tendo um efeito semelhante ao de um murro em seu estômago. Naquele momento ele sentiu que ela poderia ter pedido a ele qualquer coisa, e ele teria atendido seu pedido com um enorme sorriso no rosto. Caminhando para fora da sala, ele deu um pequeno sorriso, com a esperança de que Voldemort não tivesse Comensais da Morte como ela.
***
Harry, Rony e Hermione estavam sentados na biblioteca de Dumbledore, com a poeira serpenteando em volta das tochas enquanto davam uma olhada nos livros já muito velhos. Harry levantou os olhos do livro que estava lendo e deu uma olhada em Hermione, que lia profundamente concentrada. Ele estava passando bastante tempo lendo naquela biblioteca secreta, mas era impossível ele conseguir acompanhar o ritmo de Hermione, que estivera lendo aqueles volumes antigos como uma louca. Ele sabia que Hermione era boa com pesquisas, mas ainda assim surpreendia-se cada vez mais com o foco que ela mantinha, enquanto fazia cópias e anotações de feitiços que ela pensava que poderiam ser úteis para ele.
Até mesmo Rony tinha estado animado, pela primeira vez, em passar algum tempo numa biblioteca. Já que Hermione parecia determinada em dar uma boa olhada em todos os tipos de livros, ele decidiu se focar em livros sobre duelos, para tentar achar feitiços que poderiam ser úteis nas reuniões da A.D..
Já Harry estava atualmente fascinado com algumas das informações mais obscuras. Naquele momento, ele estava lendo um livro com feitiços extremamente poderosos que eram usados para construções de larga escala. O feitiço de abrir túneis em montanhas era particularmente muito interessante. Muito poucos bruxos conseguiam realmente fazê-lo, e ele era um tipo muito raro de feitiço que concentrava o poder do bruxo, mas que drenava esse poder por algumas horas.
“Sabe”, disse Harry, refletindo, “eu não sei porque algumas dessas informações são restritas. Elas geralmente dizem que a maior parte dos bruxos não seriam nem capazes de fazê-los funcionar. Quer dizer, eles são poderosos, mas... Eu acho que esperava mais feitiços como convocação de demônios das profundezas do inferno, que partissem o planeta ao meio, ou alguma coisa desse tipo.”
“É, eu sei o que você quer dizer, Harry. Eu suponho que o ministério tenda a restringir qualquer tipo de feitiço que possa causar estragos muito grandes, mesmo que o propósito dele seja ser útil”, disse Hermione. “Eu não ficaria surpresa se eles liberassem algumas informações em particular apenas para companhias licenciadas que realmente precisam delas.”
“Por outro lado”, ela continuou, “algumas dessas informações são muito – bem, aterrorizantes, para dizer a verdade. Eu acabei de ler sobre uma poção que tem efeito similar a um Beijo de Dementador – ela destrói a alma da pessoa que bebê-la. Felizmente, é uma poção extremamente complexa, e tem que ser administrada em circunstâncias muito específicas.”
Harry olhou para Rony, que parecia diferente do normal, realmente interessado em um livro em particular. “O que você achou aí, Rony?”
Rony levantou a cabeça com um olhar de incredulidade no rosto. “Esse livro é... Wow. É um pouco difícil de entender tudo, porque o inglês é bastante antigo, mas a primeira parte do livro mostra como duelar usando feitiços de uma única sílaba. A próxima parte mostra como fazê-los apenas dizendo-os em sua cabeça. E ele tem uma lista de todo tipo de feitiços estuporantes, escudos, esmurrantes...”
Hermione olhou para ele. “Eu não sabia nem mesmo que isso era possível.”
“Bem, parece ser complicado”, disse Rony. “Tem todo tipo de lixo sobre estados mentais e controle e precisão da varinha. E também diz que precisa de muito poder para conseguir fazê-los funcionar.”
Harry caminhou até onde Rony estava e deu uma olhada por cima do ombro do garoto. “Nós precisamos aprender esses”, disse ele de forma decisiva. “Isso é exatamente o tipo de coisa que pode nos dar uma grande vantagem se tivermos mais algum encontro com Comensais.”
Rony assentiu. “Concordo com você, amigo. Vou tentar traduzir alguns desses então, está bem? Talvez eu consiga montar alguns planos de estudo.”
Rony notou Hermione olhando para ele com um brilho de orgulho. “O quê?” Perguntou ele, envergonhado.
“Ah, nada, é só que... Eu nunca tinha visto você tão interessado em estudar alguma coisa”, ela respondeu.
“Bem, todo mundo precisa ajudar com alguma coisa, certo?” Rony murmurou. “Eu, er, talvez precise de alguma ajuda com isso aqui. Parece ser inglês da Idade Média, ou algo assim.”
“Está bem”, disse ela, sorrindo para ele.
Harry voltou a ler seu próprio livro. Mesmo tendo certeza de que Voldemort provavelmente sabia uma grande parte das informações contidas ali, muitos daqueles livros pareciam ser muito antigos e obscuros. Era muito provável que seus Comensais nunca tivessem tido acesso a tudo aquilo que eles estavam tendo.
Harry passou os olhos em sua penseira. Como havia prometido, Dumbledore tinha ensinado a Harry como usá-la para lembrar mais rápido de algumas coisas. Harry sempre tinha tido uma memória mediana, nada como a memória fenomenal de Hermione, mas a penseira parecia colocar as informações muito mais em ordem em sua cabeça. Harry pretendia dividir aquelas técnicas com Rony e Hermione, mas por agora ele queria apenas experimentá-las sozinho.
Ele não queria que eles soubessem ainda, mas ele também tinha estado tentando fazer alguns daqueles feitiços extremamente difíceis e poderosos quando estava sozinha na biblioteca secreta. Muitos dos feitiços requeriam muito poder para chegar a funcionar, e ele queria medir a si mesmo. Apesar de parecer ser capaz de fazer com que os feitiços funcionassem, ele não tinha realmente praticado o suficiente para conseguir fazer com que eles operassem com seu potencial total e ainda não estava totalmente adaptado a eles.
Harry deu uma olhada pelo cômodo. Tinha que admitir que estava começando a se sentir um pouquinho mais confiante desde que eles tinham começado a ler aquele material restrito. Ele finalmente sentia como se estivesse conseguindo algum avanço. Tinha apenas que ter esperança de que tudo aquilo seria suficiente quando o inevitável conflito chegasse.
***
Harry desceu de seu dormitório com sua Firebolt por cima do ombro, satisfeito que os treinos finalmente tivessem recomeçado. Como ele esperava, Gina tinha facilmente conquistado sua vaga no time, assim como os batedores do ano anterior, Andrew Kirke e Jack Sloper, e a artilheira veterana, Katie Bell. Eles tinham adicionalmente encontrado um novo artilheiro que prometia, chamado Sam Peterson, do quarto ano. De modo geral, ele se sentia feliz de que a temporada estivesse recomeçando.
Quando chegou ao salão comunal viu Gina descendo as escadas de seu próprio dormitório com sua vassoura no ombro, parecendo tão animada quanto ele.
“Ei, Harry”, ele disse com um grande sorriso. “Mal posso esperar para começar a treinar... E você?”
Harry sorriu para ela. “Você não tem idéia, ainda mais depois de ter sido banido no ano passado.”
“O Rony já foi?” ela perguntou.
Harry riu. “Sim, saiu há uma hora atrás. Disse que queria deixar tudo preparado para nosso primeiro treino.”
“Sabe de uma coisa, ele me assustou um pouco nos testes. Eu nunca tinha visto ele tão... er, sonoro”, disse ela, rindo.
“É mesmo. Você nunca viu Olívio Wood, Rony estava parecendo com ele. Mas Rony não vai deixar que isso lhe suba a cabeça como Olívio fazia. Ele estava apenas entusiasmado por ser o primeiro dia dele”, disse Harry, enquanto eles caminhavam até o buraco do retrato.
“Mal posso esperar para experimentar minha vassoura também em um treino real”, disse Gina, enquanto dava alguns tapinhas em sua vassoura vermelho-fogo de modo apreciativo.
“Ela tem funcionado muito bem. Você foi um terror nos testes… Foi muito impressionante, na verdade.”
“Bem, eu não tenho certeza disso”, disse Gina modestamente. “Mas é certamente muito bom voar em uma vassoura boa como essa.”
Gina olhou para ele desconfiada pelo canto do olho enquanto eles saiam do ambiente quentinho do castelo para um dia nublado e frio. Seria um treino de fim de tarde, e nuvens de chuva começavam a se juntar. Rony tinha estado com medo de chover em seu primeiro treino, mas parecia que a chuva esperaria até mais tarde para vir.
“Eu escrevi para Fred e Jorge agradecendo-os pela nova vassoura. Foi extremamente legal da parte deles, você não acha?”
Alarmes de aviso começaram a soar dentro da cabeça de Harry. “Er, é, foi mesmo. Mas você mereceu”, disse o garoto, lutando para manter sua voz normal. Gina estava o observando minuciosamente.
A menina sorriu. “Mereci, é? É muito gentil da sua parte dizer isso, Harry.”
“Ah, você sabe, aquela vassoura velha estava... erm, te dando tantos problemas... que... erm, Fred e Jorge provavelmente resolveram que você precisava de uma nova”, Harry disse meio sem jeito.
“Bom, isso é verdade... E foi na hora perfeita... Isso porque eles nunca tinham visto a vassoura de perto, e eles nem mesmo jogaram quadribol com a gente durante as férias”, disse Gina, pensativa.
“É, eu acho que eles devem ter desconfiado que sua vassoura estava ficando velha, e estava, er, provavelmente já dando defeito...” Harry disse, desejando que pudesse ter pensado um algo um pouco menos ridículo para dizer.
Eles pararam em frente às portas dos vestiários. Gina virou-se e olhou para Harry, fitando-o com seriedade.
“Eu agradeci a eles, mas o que eu realmente não disse foi o quanto isso significou para mim”, ela disse, olhando-o diretamente nos olhos.
Harry não disse nada, sua voz parecia tê-lo deixado.
“Sabe, mesmo antes de eu vir para Hogwarts, eu sempre quis entrar no time de quadribol, mas nunca tinha tido confiança o suficiente para isso. Eu nunca disse a ninguém, mas no ano passado, parecia que as expectativas para o time estavam tão baixas, que mesmo que eu não jogasse bem, ninguém iria me culpar. Mas esse ano, você esta de volta no time... e nós ganhamos no ano passado... e eu estava realmente com medo que minha vassoura antiga me deixasse na mão.”
“Então... foi muito... atencioso da parte deles, e eu estou mais agradecida do que... eles... jamais saberão”, disse a menina, e depois abruptamente virou-se e entrou no vestiário feminino.
Harry continuou parado no mesmo lugar por algum tempo, olhando para a porta fechada, e depois entrou em seu próprio vestiário para se trocar.
***
“Em seus lugares!” Rony gritou, enquanto o time se alinhava na parte em comum dos vestiários e se sentava um ao lado do outro no banco. Harry sentou-se no final, ao lado de Gina. Rony pegou uma pilha de livros bastante grossos e os entregou a Harry, que começou a passá-los de mão em mão até que todos tivessem um em mãos.
“Esses são nossos livros de jogadas. Eu gastei muito tempo escolhendo formações, assim como as melhores das melhores estratégias. Eu quero que todos vocês as estudem, as memorizem, vivam delas... Todo treino nos vamos usá-las. Eu quero que este time as executem perfeitamente, sem nem mesmo precisar pensar”, Rony falou com a autoridade de um general.
E então ele começou a andar de um lado para o outro, com as mãos cruzadas em suas costas. “No ano passado nós ganhamos a taça. Mas vamos encarar os fatos, foi por muito pouco. MUITO POUCO!” ele gritou de repente, fazendo com que todos se assustassem. Harry e Gina olharam brevemente um para o outro.
“Nós temos de longe o melhor time de Hogwarts. Se nós jogarmos juntos, se nós jogarmos como um time – se nós jogarmos com paixão”, disse Rony, seus olhos arregalando-se enquanto balançava a sua frente seus punhos fechados com força, “não tem jeito de perdermos.”
“Deixe-me repetir isso. Quadribol é sobre paixão. É sobre vida. É sobre dar tudo o que você tem, e mais, e deixar tudo isso no campo. É sobre querer a vitória mais do que qualquer coisa que você já quis em sua vida. Quando você está no campo, você tem que abraçar a beleza que é o quadribol... Você e sua vassoura têm que ser apenas um. Tudo o que importa durante o jogo é jogar em sua posição, sendo uma parte de um grande todo.”
Rony fez uma pausa, seus olhos irradiando uma fúria maníaca enquanto olhava cada jogador nos olhos, um por um.
Sua voz tornou-se então tão baixa quanto um sussurro. “Um grande todo. Não só um time – mas o maior todo de toda a casa da Grifinória. Nós representamos o orgulho de não só nossos colegas estudantes, mas de cada estudante, todo time que um dia já torceu por nós. Nós não podemos desapontá-los”, disse Rony, parecendo estar prestes a começar a chorar a qualquer segundo.
De repente ele gritou. “Quem somos nós?”
“Grifinória!” Harry ouviu a si mesmo urrar junto com o resto do time, de algum modo inspirado pelo discurso.
“O quê?” disse Rony, colocando a mão em forma de concha na orelha.
“Grifinória!” eles urraram novamente ainda mais alto.
“Não estou escutaaaaaaannnndooooo!”
“GRIFINÓRIA!”
“Nós vamos ganhar a taça esse ano?” Rony berrou.
“SIM!” o time berrou de volta.
“Nós vamos conquistar todas as vitórias?”
“SIM!”
“Vocês juram, por tudo que vocês mais amam, devotar a si mesmos totalmente à paixão do quadribol enquanto estiverem em campo?”
“SIM!”
“ENTÃO VAMOS LOGO PARA O CAMPO TREINAR!”
Todos ficaram de pé e quase atropelaram uns aos outros enquanto corriam em direção ao campo.
***
Aconteceu algumas semanas, depois enquanto Harry estava sentado com Rony e Hermione fazendo dever de casa. Suspirando, ele largou sua pena e começou a refletir sobre seu primeiro mês de volta a Hogwarts.
“Cara, esse mês parece ter passado voando. Não acredito que já estamos indo para Hogsmeade amanhã”, disse Harry. “Eu tenho estado tão ocupado com quadribol e a A.D., isso sem mencionar apenas as aulas normais. Mal posso esperar pelo nosso dia de folga.”
Hermione de repente pareceu ficar um pouco aflita. “Erm, Harry, sobre nossa ida a Hogsmeade amanhã...”
Rony levantou os olhos de seu dever suspeitosamente.
“O que?” perguntou Harry.
Hermione corou. “Bem, er, é que, Joseph me chamou para ir com ele.”
“Ah”, disse Harry. Ele se sentiu um pouco desapontado. Exceto pelo tempo que ele e Rony tinham estado brigados, ele sempre ia a Hogsmeade com seus dois amigos, e ele estava realmente desejando apenas um dia normal e divertido.
Rony olhou para ela com seu pavio curto. “Você vai com o anão?!” ele perguntou incrédulo.
Hermione então ficou nervosa. “Só porque ele é um pouco, er, pequeno não quer dizer que você pode sair por ai chamando ele de anão! Ele é muito legal, e gosta de estudar comigo. Sabe, você podia ser um pouco mais educado, Ronald Weasley!”
“Ahh é, eu aposto como ele adora ‘estudar’ com você” Rony resmungou. “Bem, sabe o que eu vou fazer amanhã? Não vou a Hogsmeade. Vou ficar aqui estudando!”
Hermione parecia petrificada. “Você não vai a Hogsmeade? Para poder estudar?”
“É!” Rony disse, parecendo triunfante.
“Você está se sentindo bem, Rony? Você tem estudado horrores ultimamente... e isso... er... não combina com você”, ela disse, parecendo preocupada.
Rony sentiu-se ofendido. “Só porque eu tenho estudado muito não quer dizer que haja alguma coisa errada comigo.”
Hermione se atrapalhou um pouco depois desse argumento. “Não foi isso o que eu quis dizer...”
Harry suspirou. “Então eu vou sozinho?”
Hermione parecia triste. “Eu poderia perguntar a Joseph se você pode ir com a gente...”
“Não!” disse Harry rapidamente. Ele definitivamente não queria se entrar no meio daquilo tudo. “Não, divirtam-se vocês dois.”
Rony olhou para Harry com uma cara insatisfeita, como se tivesse achado ruim que Harry não quisesse ajudá-lo.
Harry voltou a fazer suas tarefas, mas estava achando difícil se concentrar. Ele não queria ir a Hogsmeade sozinho, mas também não queria ficar enfurnado dentro do castelo. Procurou por Gina pelo salão e se perguntou se ela já tinha planos.
Levantou-se de onde estava e caminhou casualmente até onde ela estava, sentindo-se nervoso. Talvez ele pudesse descobrir se ela já tinha combinado algo com alguém sem dar tão na cara.
“Hum, oi Gina”, disse ele. “Eu estava aqui pensando, er, se você não tem uma pena para me emprestar.”
“Oi, Harry”, ela disse animada. “Claro, eu tenho uma aqui na minha mochila.” Ela se abaixou, puxou sua mochila para mais perto e começou a procurar por uma pena. “A Hermione não tem nenhuma não? Eu pensei que ela sempre carregasse um monte de penas extras.”
Boa pergunta, Harry pensou, sentindo-se estúpido pelo truque óbvio. Ela lhe estendeu a pena, e Harry decidiu ignorar sua pergunta esperando que ela se esquecesse disso.
“Obrigado. Então... doida para ir a Hogsmeade amanhã?” Harry perguntou tentando parecer casual.
“Ah sim! Apenas um mês de aula e os N.O.M.s já estão me matando. Um dia de folga é o que eu mais quero no momento”, disse ela.
“É, eu também. Você vai com os seus... amigos?” ele perguntou.
“É, estou indo com um grupo de amigos.”
Harry sentiu-se frustrado com aquela falta de especificação. Perguntou-se se algum garoto estaria levando-a junto com outros amigos. Subitamente sentindo-se envergonhado com toda aquela situação. Ele não queria que ela lhe dissesse um não, se realmente estivesse indo com outro garoto.
“Ah. Divirta-se então”, disse ele.
Gina olhou para ele de um jeito estranho, e pareceu estar prestes a lhe perguntar alguma coisa, mas pensou melhor e desistiu. “Está bem, Harry. Quem sabe a gente não se vê amanhã.”
“É, a gente se vê”, disse ele, enquanto saia de perto dela. Sentou-se novamente em sua mesa, olhando para a pena que tinha pegado emprestado, sentindo-se irritado consigo mesmo. Por que você apenas não a convidou? ele pensou. Suspirando, ele voltou a ler seu livro.
***
Era um bonito dia de outono no qual Harry caminhava rumo a Hogsmeade assim como os demais estudantes, só que sozinho. Pensou ter visto alguns olhares curiosos enquanto caminhava, mas tentou ignorá-los. Ele realmente queria aproveitar o dia, e estava feliz que o tempo estivesse bom.
Enquanto caminhava viu Gina mais à frente junto com seus amigos, seus cabelos cor de fogo inconfundíveis brilhavam com a luz do sol. Ele acompanhou o ritmo do caminhar deles de uma distancia segura. Parecia haver umas cinco pessoas no grupo dela incluindo ela mesma, três meninas e dois garotos. Ele não sabia dizer se ela estava em algum encontro com algum dos garotos ou não.
Quando eles entraram no vilarejo de Hogsmeade, Harry olhou em volta tentando decidir onde queria ir primeiro. Assim que ele decidiu visitar a Dedos de Mel primeiro, ouviu uma voz feminina chamar por ele.
“Harry!”
Ele olhou para trás e viu Parvati acenando para ele energicamente. Ela estava junto com Simas, Dino, Lilá e mais uma garota da Lufa-Lufa. Ele a viu dizer algo para seu grupo e depois correr em sua direção.
“Ei, Harry. Você está sozinho?” ela perguntou, parecendo preocupada.
“Bem, er, mais ou menos isso”, ele perguntou, sentindo seu estômago afundando.
“Posso me juntar a você então?” ela perguntou esperançosa.
Harry suspirou. Sentindo que seria muito rude de sua parte dizer não, respondeu, “Está bem então.”
Parvati abriu um enorme sorriso contente e seus olhos quase brilharam. “Bem, então vamos! Onde você quer ir primeiro? Eu tenho uma idéia... Eu sei de um lugar realmente bom para nós irmos. Vamos à Madame Padfoot!” disse ela, entusiasmada.
“Não!” Harry sentiu-se horrorizado, lembrando-se da última vez que tinha estado lá, com Cho. “Quero dizer, não, por que nós não vamos a Dedos de Mel? Eu estava indo pra lá quando você chegou, na verdade.”
“Está bem, Harry. Você é quem sabe”, disse ela, feliz.
À medida que iam caminhando juntos, Harry não pôde deixar de notar que ela estava muito bonita, e estava usando o mesmo perfume da noite em que houve aquele encontro da A.D.. Sentiu-se um pouco aturdido, enquanto se lembrava da tentação que tinha sentido aquele dia.
“Onde estão Rony e Hermione?” ela perguntou.
“Bom, Hermione tem um encontro, e Rony decidiu ficar no castelo estudando.”
Os olhos dela se arregalaram em surpresa. “Hermione tem um encontro? Com quem?
“Ah, Joseph alguma coisa...”, Harry respondeu.
“Eu conheço ele! Eu estava mesmo pensando nisso, eles parecem estar estudando muito juntos ultimamente. Bem, você conhece a Hermione – ela estuda muito de todo jeito, mas eu não achava que ela estava realmente saindo com ele, mas ele parece muito legal, então eu suponho que não seja tão surpreendente assim que eles estejam realmente juntos. É engraçado que Rony tenha decidido estudar logo hoje, ele nunca me pareceu ser do tipo estudioso, mas pelo jeito ele foi bem nos N.O.M.s no ano passado, então eu suponho que tudo é possível”, disse Parvati, sem nem mesmo parecer precisar de respirar.
“É”, disse Harry, sem saber o que dizer depois daquela seqüência de assuntos que ela tinha coberto.
Eles entraram na Dedos de Mel e Harry mais uma vez ficou maravilhado com a diversidade de doces disponíveis na loja. Aquela com certeza tinha que ser a loja mais colorida de toda Hogsmeade. Ele se aproximou de uma bancada e começou a pegar um pouco de cada coisa. Teve certeza de ter pegado um pouco de todos os favoritos de Rony, já que se sentiu mal pelo amigo ter ficado para trás. Decidiu que alguns doces iriam animá-lo um pouco.
“Ahhh! Eu amo esses aqui”, disse Parvati, enquanto apontava para uma caixa cheia de guloseimas em formato de gafanhoto. Quando ele olhou para a caixa pôde vê-los pulando lá dentro, parecendo estar tentando escapar.
“Eles são bons?” perguntou Harry, meio incerto.
“Nossa, eles são os melhores! Por que você não experimenta um?”
Harry deu de ombros, decidindo acreditar nela. Pediu ao atendente para adicionar um saco cheio de gafanhotos. O homem abriu a caixa com cuidado, tapando a abertura com a mão. Ele segurou o saco dentro da caixa e deixou que os gafanhotos pulassem para dentro dele em vez de tentar pegá-los com o pegador como normalmente fazia.
Ele pôs o saco junto com os demais escolhidos por Harry. O saco pulava de um lado para o outro na mesa, enquanto Harry pegava o dinheiro para pagar.
Eles saíram da loja e Harry ofereceu as balas a Parvati. “Obrigada por comprar alguns para mim, Harry”, disse ela sorrindo timidamente para ele.
Harry suspirou. Já devia ter desconfiado que ela iria encarar isso como um presente. Não importava o que ele fizesse, ela sempre dava um jeito de interpretar como um encorajamento. Ele tinha que tomar mais cuidado.
Ela lhe ofereceu um dos gafanhotos. “Obrigado”, disse ele, colocando-o na boca. A bala pulou violentamente e depois explodiu com um ‘pop’ bem audível. Harry se assustou por meio segundo, e depois um sabor doce cobriu sua boca com uma textura sedosa e deliciosa. Ele tinha que admitir, as balas eram realmente boas.
“Wow, isso é muito bom”, ele disse de modo apreciativo.
Parvati sorriu como se ele tivesse acabado de dizer que ela era a garota mais bonita de toda a face da Terra. “Eu sabia que você iria gostar.”
Eles continuaram caminhando pela rua, enquanto comiam os doces. Harry tinha acabado de começar a relaxar um pouco quando sentiu Parvati chegar mais perto de si e segurar sua mão. Ele deu uma olhada rápida para ela e viu que ela se manteve olhando para frente, parecendo um pouco receosa.
Harry sentiu-se entrar em pânico. Ele não queria dar corda para ela, mas também não queria magoá-la. Sua confusão aumentou ainda mais, quando uma parte de si teve que admitir que era até muito bom segurar a mão dela.
Para com isso! ele pensou desesperadamente. Ele tinha que encontrar um jeito de sair daquela situação. Olhou em volta desesperado, esperando que conseguisse pensar em algo. Então ele viu o Três Vassouras não muito longe dali, dando a ele uma possível solução.
“Erm, vamos tomar uma cerveja amanteigada?” Harry perguntou torcendo para que ela aceitasse.
“Está bem. Parece uma boa idéia, Harry”, disse ela, dando a ele outro sorriso.
Eles caminharam até a porta, o que deu a Harry uma desculpa para soltar sua mão. Ela o esperou, olhando para ele.
“Ah”, finalmente percebendo o que ela estava esperando. Ele abriu a porta para ela, deixando que ela passasse primeiro.
Ela esperou por ele para que procurassem por uma mesa. Decidindo por uma bem ao fundo, onde ele não poderia ser visto pelas janelas da frente, Harry guiou Parvati até lá e eles se sentaram, com Harry dando uma olhada pelo salão.
“Hum, eu vou pegar as cervejas para nós, está bem?” disse o menino.
“Isso seria ótimo, Harry.”
Harry pensou seriamente em pedir a ela dinheiro para pagar a cerveja amanteigada, com a intenção de fazer com que tudo aquilo parecesse menos com um encontro, mas apenas não conseguiu se forçar àquilo. Ela estava olhando para ele tão feliz que ele teve certeza que iria magoá-la se fizesse isso. Então caminhou até o bar onde Madame Rosmerta estava servindo as bebidas.
“Olá, Harry”, disse Madame Rosmerta, com a mesma aparência de sempre.
Harry sempre sentia-se um pouco tímido perto dela. “Hum, olá”, disse ele. “Duas cervejas, por favor.”
Enquanto ela pegava suas bebidas, deu uma espiada na mesa em que Harry estava. “Hum, vejo que você tem uma garota um tanto quanto bonita como companhia hoje”, disse ela, piscando para ele.
Harry corou. “Bem, ela é só uma amiga.”
“Se você está dizendo...”, ela disse, lhe lançando um sorriso indulgente. “Bom, aqui está.” Harry lhe deu algum dinheiro e saiu, sentindo-se um pouco irritado.
Assim que ele se virou para voltar a sua mesa, ouviu uma risada familiar que atraiu seus olhos até uma mesa no meio do salão. Gina estava sentada nessa mesa com seus amigos. Harry continuou andando até sua mesa, esperando que Gina não o visse ali. Pôs as cervejas em cima da mesa.
“Obrigada, Harry”, disse Parvati com um sorriso agradecido.
Harry forçou um sorriso de volta e tomou um gole de sua bebida. Ele tinha uma boa visão de Gina do lugar onde estava sentado. Ela estava sentada ao lado de um dos garotos, mas Harry não poderia dizer se eles estavam juntos ou não.
“Ah, olhe”, disse Parvati baixinho. “Ana Abbot está com Jack Sarnock. Ela já gostava dele a eras, mas ele nunca tinha prestado atenção nela. Parece que ele finalmente a convidou para sair. Lilá me contou que o melhor amigo dele disse a ela que Jack estava pensando em fazer isso, mas eu não achava que ele tinha realmente levado isso até o final. Ele é um pouco tímido, sabe? Mas eu estou feliz por Ana. Mas é melhor ele tratá-la bem. O irmão dela está no sétimo ano e você deveria ver como ele olha para os garotos que a chamam para sair. Tenho certeza que ele o amaldiçoaria se ele desse uma de engraçadinho. Há vezes em que eu tenho vontade de ter um irmão mais velho como ele, mas eu suponho que os garotos com quem eu saio não concordariam comigo, você não acha?” Ela riu. “Mas eu amo ter uma irmã gêmea, mesmo que ela tenha acabado ficando na Corvinal. Mas pensando bem, ela sempre foi mais estudiosa do que eu.”
Harry apenas concordava com a cabeça enquanto ela fazia seu monólogo, dizendo um ocasional ‘humm’ ou ‘sério?’ o que parecia ser tudo o que Parvati precisava para continuar a falar e falar. Encontrou sua mente viajando enquanto ela continuava falando dos mais variados assuntos.
Ele olhou novamente para Gina. Ela estava rindo enquanto conversa com os amigos. Deu um sorriso risonho para um dos garotos que estavam sentados na mesa, e Harry se sentiu um pouco irritado com isso. Perguntou-se o que o garoto poderia ter dito a ela. E então arrependeu-se de não ter apenas convidado-a para vir com ele naquele momento no salão comunal, talvez ela tivesse recusado, mas pelo menos haveria uma chance de que ela estivesse sentada ali com ele naquele momento ou invés de...
“O que você acha, Harry?” Parvati perguntou com um grande sorriso.
“Perdão?” disse ele.
“Eu perguntei se você achava que a Cho já está se sentindo melhor.” Ela não pareceu notar que Harry tinha parado de prestar atenção nela.
“Bem, eu conversei com ela na primeira reunião da A.D., e meio que tenho a visto por aí”, disse ele. De fato, agora que estava pensando nisso, ocorreu-lhe que ele a estava encontrando até que bastante por aí. Ele não tinha realmente pensado nisso antes, mas parecia que eles estavam até se esbarrando muito. Não era nada tão óbvio assim, mas... no intervalos das aulas, durante as refeições...
“Ahm”, disse Harry, percebendo que Parvati ainda estava olhando para ele. “Ela realmente parece estar se sentindo melhor.”
“Sinto muito por não ter dado certo entre vocês dois”, disse ela, sendo simpática.
“É”, disse ele. “Acho que isso acontece às vezes.”
Parvati concordou com a cabeça. “É! Eu acabei de dizer a Lilá que quando eu saia com Jeremy Johnson, eu sempre me divertia, mas ele simplesmente não era a pessoa certa para mim. Ele era da Lufa-Lufa, e era muito gentil, mais eu gosto de caras que são um pouco mais... aventureiros.” Ela disse isso olhando direto nos olhos de Harry, flertando com ele com um sorriso e tocando a mão dele. Harry sentiu um arrepio nervoso subir-lhe a espinha.
Parvati continuou seu falatório enquanto Harry dava uma olhada pelo salão, dizendo uma palavra ocasional aqui e ali quando parecia ser necessário. Mas apesar de estar totalmente distraído, Parvati continuava a falar sobre diversos assuntos, e tocar sua mão ou seu braço vez ou outra.
De repente Harry sentiu que alguém estava olhando para ele. Olhou em volta e viu que Gina e seus amigos tinham se levantado da mesa. Ela estava olhando para ele, seus olhos indo e voltando entre ele e Parvati. Ele sorriu fracamente e deu um pequeno aceno. Seus lábios se tornaram uma linha fina quase igual aos de McGonagall e o cumprimentou abaixando levemente a cabeça antes de se virar abruptamente e seguir seus amigos para fora do Três Vassouras.
Ela parecia irritada com alguma coisa, Harry pensou. Ele se perguntou se ela teve algum tipo de problema com seus amigos quando estava sentada na mesa.
“Você quer dar mais uma volta por Hogsmeade?” Parvati perguntou já que eles já tinham terminado suas bebidas.
“Por mim pode ser...” respondeu o garoto.
Os dois se levantaram da mesa e caminharam para fora do salão para um clima fresco de outono. Algumas nuvens tinham começado a se formar, como se uma tempestade talvez fosse acontecer durante a noite. Eles passaram o resto do dia olhando vitrines e entrando em algumas lojas como a Zonkos, além de dar uma paradinha para comer alguma coisa nas diversas lojas de comida que havia pelo caminho.
Eles estavam saindo de uma lojinha em particular quanto no final do vilarejo Harry pôde ver Gina novamente com seu grupo de amigos. Ele realmente não queria encontrá-la novamente enquanto estivesse com Parvati, então mudou de direção.
“Vem, vamos por aqui”, disse ele, gesticulando em direção ao lago.
Os olhos de Parvati se arregalaram. “Ah! Por aqui? Está bem, Harry”, disse ela, sorrindo manhosa. Harry não conseguiu entender aquela reação dela. Apesar de olhar bem para onde estavam indo, não conseguiu notar nada de diferente. Eles estavam indo para o lago, mas havia densos arbustos ao redor da beira.
À medida que se aproximava dos arbustos, Harry notou casais com olhares travessos mergulhando por entre os arbustos. De repente ele percebeu o que estava acontecendo com Parvati – aquele era o lugar onde os casais iam para procurar algum lugar onde pudessem dar um amasso com privacidade. Ah não, ele pensou, entrando em pânico.
Parvati agarrou seu braço e o puxou para dentro dos arbustos onde ninguém pudesse mais vê-los. Sentiu-se extremamente nervoso, não pôde deixar de notar o quão bonita ela estava hoje. Parvati deu um passo em sua direção e começou a brincar com seus longos cabelos por entre os dedos.
“Eu estou tão feliz de termos nos encontrado hoje, Harry”, disse ela vagarosamente e então deu mais um passo na direção dele.
“Hum, é...” disse ele ainda nervoso.
“Sabe, Harry”, ela continuou, olhando para ele, “você tem os olhos mais lindos que eu já vi.”
“Hum, obrigado...” disse o menino, mal conseguindo falar. Parvati estava muito, muito bonita... E ela estava muito perto...
De repente ela jogou seus braços em volta do pescoço de Harry e o puxou até sua altura, o beijando agressivamente.
“Mmmph!” disse Harry, seus olhos arregalados em choque.
“Mmmrrowrr”, Parvati respondeu, rosnando baixinho.
Uma parte de Harry lhe dizia que ele tinha que trazer as coisas a seu controle novamente, mas outra parte agitou-se fortemente. Pensou bem e decidiu que talvez não doesse beijá-la por alguns minutos, e então colocou seus braços ao redor dela...
“Por Merlin! É o Snape!” alguém gritou.
Harry imediatamente a soltou e deu um passo para trás. Apenas ouvir aquele nome era como um balde de água fria em qualquer coisa que ele pudesse estar sentindo naquele momento. Notou que um monte de casais apareceram ao seu redor, parecendo não estar se importando com sua presença ali, enquanto voltavam para o lago.
Parvati olhava para ele com uma expressão de pura frustração enquanto eles voltavam para o lago junto com os outros. Harry viu Snape fitando os estudantes com suspeita, mas parecia que não tinha conseguido realmente pegar ninguém. Pela primeira vez em sua vida, Harry estava feliz em ver Snape. Se as coisas continuassem daquele jeito, ele não sabia o que faria depois daquele dia.
Eles passaram mais algum tempo sentados em volta do lago conversando, Parvati falando a maior parte do tempo. Harry mantinha seu olhar no lago, apenas metade de si escutando ao que ela dizia sobre os diversos casais que também estavam sentados em volta do lago.
“Bem, acho melhor nós irmos andando”, disse Harry, notando que o sol estava começando a se por no céu.
“É, acho que você tem razão”, disse ela, parecendo um pouco desapontada.
Harry se levantou, e Parvati estendeu a mão para ele. Harry pegou sua mão e a ajudou a se levantar.
“Obrigado, senhor”, disse ela, sorrindo para ele.
Enquanto eles caminhavam de volta a Hogwarts, Parvati aproximou-se e segurou a mão dele novamente. Harry suspirou silenciosamente, e deixou que ela segurasse sua mão. Olhando mais a frente ele viu Gina a uma boa distância, e ficou grato de que ela não pudesse vê-lo.
Eles finalmente chegaram a Hogwarts, o que deu a Harry uma desculpa pra soltar a mão dela enquanto eles subiam as escadas.
“Eu me diverti muito hoje, Harry”, disse a menina, parando do lado de fora da porta e arredando um pouco para o lado, fora de uma visão direta. Harry a seguiu, se perguntando onde ela estava indo.
“Hum, é, eu me diverti também”, disse Harry educadamente.
Parvati abriu um enorme sorriso. “Estou tão feliz que você também tenha se divertido, Harry! Estou realmente feliz de que a gente tenha se encontrado!”, disse ela olhando para ele com seus olhos negros bastante bonitos. Ela deu um passo em direção a ele.
Tentação tomou conta dele quando Harry suspeitou o que ela tinha em mente. Ele deu um leve passo para trás, mal conseguindo manter o controle de si mesmo.
“Hum, er, é melhor nós entrarmos”, disse ele, tentando não olhar diretamente para ela. Relutantemente começou a voltar para a entrada do castelo.
“Está bem, Harry”, disse ela, parecendo levemente desapontada, mas ainda sorrindo para ele. “Acho que você deve estar com fome, não está? Você tem trabalhado duro nos treinos de quadribol.”
“É, é isso aí – fome”, disse o garoto, feliz que ela tivesse dado a ele uma desculpa.
Eles entraram no castelo e Harry sentiu um pouco de alivio de que o dia tivesse finalmente terminado, apesar de ter que admitir para si mesmo que não tinha sido tão ruim assim passar aquele tempo com Parvati. Tinha sido até um pouco relaxante, já que ela não requeria que ele falasse muito.
Eles entraram no Grande Salão, onde o jantar tinha acabado de começar a ser servido. Harry apenas suspirou quando percebeu que Parvati continuava grudada nele. Ele tinha pensado que seu tempo com ela tinha acabado, mas aparentemente ele tinha se enganado.
Dando uma olhada pelo salão, ele viu Hermione parecendo um pouco tímida sentada ao lado de Joseph na mesa da Corvinal. Harry piscou novamente não acreditando no que estava vendo; ele nunca tinha visto Hermione sentada em numa mesa que não fosse a da Grifinória. Ele procurou por Rony, mas aparentemente ele ainda estava estudando. Harry suspeitou que ele deveria estar evitando Hermione.
Ele suspirou novamente e se sentou à mesa da Grifinória, e Parvati sentou-se bem ao seu lado. Ouvindo apenas pela metade o que Parvati estava dizendo, ele viu Gina sentada na outra ponta da mesa rindo animadamente com seus amigos, e desejou mais uma vez que estivesse sentado com ela ao invés de onde estava.
***
Oi pessoal...
Está aí o cap. 13... Como eu já tinha dito, a Parvati ainda ia aparecer mto antes que os fãs de H/G, assim como eu sou, começassem a ser satisfeitos com cenas desse casal que pra mim é o melhor de todos... Mas para quem está sentindo falta disso pode ficar feliz pois o próximo cap é puroo Harry e Gina.
Algumas explicações: sei que disse que ia dar o gás quando entrasse de férias pq estava passando um aperto danado com meus estudos, mas acho que quando finalmente pude parar um pouquinho e descansar acabei ficando mal acostumada e não fazendo mais nada da minha vida por um bom tempo... E, apesar de ter sido um descanso mto bem merecido, tenho que pedir desculpas pra vcs por isso... Quanto a esse novo semestre posso dizer que está mto mais leve que o anterior, e é exatamente por isso que na quarta-feira da semana passada, assim que minhas provas terminaram e eu tive uma folga na facul por causa de um seminário de economia que aconteceu lá, resolvi parar de enrolar e tentar voltar ao ritmo... Traduzi todo o cap. 13 até sábado da mesma semana e mandei para a minha beta... O 14 eu terminei hoje, mas ainda precisa ser betado. Já o 15 está apenas no comecinho, só tenho algumas frases iniciais, mas eu prometo que vou tentar manter um certo ritmo enquanto posso...
Entendo mto bem quem disse que vai tirar a fic das favoritas por falta de atualização, até pq até algum tempo atrás eu era uma leitora assídua (fiquei bastante tempo sem ler e comentar um monte de fics que eu adoro e estou tentando voltar a acompanhar devagarzinho...) e também detestava demoras... Mas hoje posso dizer que entendo a posição de quem é autor...
Quero deixar claro também que hoje a minha prioridade é a carreira que eu pretendo construir e que, se precisar novamente como no semestre passado, vou acabar dando um certo tempo com as traduções, mas também garanto que vou fazer um esforço para terminar a fic o mais rápido possível e tentar postar caps novos em um certo ritmo... Tenho que confessar também que achei que traduzir desse muito menos trabalho do que realmente dá, mas acho que como vou fazer um intercâmbio de um mês em janeiro do ano que vem, as coisas vão ficar mto mais fáceis...
Ahh e uma última coisa... Para quem estava querendo saber, a fic em inglês já está terminada, mas não tem continuação... São 32 capítulos no total mais um epílogo...
Bjos, e obrigada a quem não desistiu da fic!
Paulinha Potter
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