Indo ao Interrogatório

Harry já estava na porta da sala do professor Lupin, estava inegavelmente nervoso, deu duas batidinhas na porta do professor e colocou a cara para dentro da sala e disse:

- Hã... Com licença... Professor, será que eu posso entrar? -ele perguntou timidamente.

- Claro, Harry, pode entrar. -disse o professor 1evantando os olhos dos papeis que tinha na mesa. Harry entrou- O que você deseja?

Harry não sabia muito bem como explicar ao professor uma coisa que ele provavelmente reprovaria, mas então ele começou a falar ao mesmo tempo em que Lupin levava a xícara com chá a boca.

- Eu vou participar do interrogatório. -falou Harry.

- O quê? -disse o professor se engasgando com o pouco de chá que tinha na boca- O que você quer dizer com isso?

- Isso mesmo que o senhor ouviu, eu vou participar do interrogatório. -repetiu Harry- E Dumbledore me mandou esperar aqui na sua sala.

- Dumbledore sabe disso? -disse Lupin um tanto quanto incrédulo.

Harry somente balançou a cabeça positivamente, estava sério, e o professor com certeza mais ainda.

- Bem... Se ele sabe disso e aprovou acho que eu não sou ninguém para ser contra... -disse Lupin com uma voz de quem não pode fazer nada- Mas, Harry, você tem noção de que pode se arrepender de participar desse interrogatório?

- Dumbledore já me falou nisso... -disse Harry- Mas eu estou pronto para correr o risco.

Lupin levantou levemente uma das sobrancelhas, coçou o fino bigodinho e se levantou finalmente da mesa. Deixando Harry sentado na frente de um nada.

- Será mesmo que você corre o risco? -disse Lupin- Harry, muitas vezes em um interrogatório nós podemos escutar coisas que não queremos saber.

- Tipo o quê? -Harry falou em um tom desafiador. Não olhando para Lupin que andava pela sala.

- Você irá saber quando escutar alguma coisa hoje.

Harry engoliu um seco, sabia que aquilo era para intimida-lo, o professor havia de uma maneira conseguido, mas Harry não queria demonstrar isso.

- Você ainda pode desistir, Harry... -disse Lupin.

- Não quero desistir. -falou Harry.

Quando então os dois ouviram um barulho que certamente vinha da porta, eles olharam, e a cara pálida coberta por cabelos sebosos de Snape apareceram.

- Dumbledore mandou eu chamar vocês. -disse ele friamente.
Harry se levantou, Lupin que antes parecia mexer em alguma coisa na lareira e estava abaixado colocou-se de pé, ambos andaram então para a porta.

- Você vai participar do interrogatório, Snape? -perguntou Lupin quando eles já andavam por um corredor.

- É evidente que não, Lupin. -disse Snape mais grosseiro do que nunca- Se Malfoy escapar ele pode avisar para Você-Sabe-Quem que eu sou um espião...

- Foi o que eu imaginei. -disse Lupin. Ele deu uma pausa, mas continuavam andando- Você conseguiu a Poção da Verdade?

- Aqui está. -disse Snape entregando um vidro com um liquido esquisito dentro- Creio que será preciso o vidro todo. Malfoy é forte o bastante para resistir a doses pequenas.

Harry deu uma segunda olhada para o vidro, e pensou alguma coisa como "Nossa, o Malfoy deve ser forte mesmo", pois o vidro que Lupin tinha na mão deveria ser de mais ou menos 600ml.

Eles andaram mais um tempo, os três em silencio, quando então Harry pode ouvir a voz de Snape falando um pouco ironicamente:

- Sabe, Lupin, sempre achei Dumbledore um homem sábio, mas nunca pensei que ele pudesse ter uma atitude tão boba de deixar nossa celebridade de Hogwarts participar desse interrogatório.

- Se ele deixou o garoto participar teve os seus motivos, Snape. -disse Lupin, Sentiu que Harry não havia gostado muito daquilo.

- E você, Potter, não vá fazer nada de idiota, assim como o seu pai faria no seu lugar...

Harry ia responder alguma coisa extremamente mal educada para o professor, mas Lupin interviu falando primeiro:

- Snape! Não deixe que as suas rivalidades antigas interfiram na sua profissão. -disse Lupin- Assim como eu faço.

Snape não respondeu nada, murmurou qualquer coisa, mas Harry não conseguiu escutar, eles chegaram então ao terceiro andar, chegaram na porta onde Harry encontrara Fofo da ultima vez.

- Eu não vou entrar. Não é seguro para mim que Malfoy me veja. -disse Snape- Não se esqueça: Todo o vidro. -ele abriu a porta.

Harry e Lupin entraram, Harry viu que Fofo estava caído no chão, com certeza graças a um violino que tocava sozinho perto dele. Ele olhou para o lado, e sentados estavam Moody, Tonks, Quim e Dumbledore. Este último se levantou assim que os viu entrar.

- Que bom que vocês chegaram! Estávamos esperando. -ele chegou para Lupin- A Poção, por favor, Remo.

- O vidro inteiro, Dumbledore. -disse Lupin ao entregar a poção.

Harry viu então Malfoy, todo amarrado em uma cadeira, parecia estar desacordado. Olhou para o lado e viu Tonks fazendo sinal para que ele se sentasse ao lado dela.

- Olá, Harry, como vai? -ela perguntou assim que ele se sentou.

- Hã... Acho que tudo bem... -disse Harry.

Ela sorriu, e apesar de estar bem escuro, Harry percebeu que a garota estava usando os cabelos de cor verde cumpridos e amarrados em um rabo-de-cavalo.

Olhou novamente para Lúcio Malfoy agora, Dumbledore e Quim faziam com que ele tomasse a Poção da Verdade a força.

- Cinco minutos para começarmos. -disse Dumbledore após ele e Quim conseguirem fazer Lúcio tomar tudo.

- Vocês realmente acham que uma poçãozinha irá me fazer falar?

- Na verdade, Malfoy. -disse Dumbledore calmamente.

Malfoy parecia estar um tanto quanto tonto, espremia os olhos, queria resistir à poção. Harry então olhou para Dumbledore.

- Você ainda pode desistir Harry. -disse ele com certeza notando que Harry estava nervoso.

- Não vou desistir. -disse Harry decidido e querendo esconder o nervosismo da voz.

- Rapaz corajoso! -disse Quim parecendo dar risadas.

- Um minuto, Dumbledore. -disse Moody então.

Harry olhou para Malfoy. Ele se contorcia todo na cadeira amarrado, agora mais do que nunca parecia desesperado.

- E você Potter! Mi Lorde vai saber de tudo isso! E você irá morrer! -gritou Malfoy- Você verá! Irá morrer nas mãos de Mi Lorde!

Harry sentiu seu coração tremer de nervosismo, se sentiu intimidado, mas então Tonks chegou perto e falou baixo para ele:

- Não tenha medo. Eles fazem isso para intimidar o que parece ser o mais... Fraco do interrogatório. -disse Tonks.

Harry deu um suspiro profundo. E balançou a cabeça positivamente. Estava nervoso e se deixara ser intimidado por um Comensal da Morte.

- Três... Dois... Um... Agora! -disse Moody então.

Harry voltou o olhar para Lúcio Malfoy que bem naquele momento deixou sua cabeça cair sobre o próprio ombro, parecia ter levado uma injeção letal ou qualquer coisa parecida. Mas logo pareceu voltar ao normal parecendo um pouco chapado.

- Está pronta para relatar esse interrogatório, senhorita Tonks? -perguntou Dumbledore. Tonks balançou a cabeça positivamente- Então, vamos começar.

N/A: E é isso! Fim da primeira parte. Ficou meio estranho esse final, mas é para a fic não ficar muito cumprida. A continuação da fic se chama "Segunda Guerra" e garanto que tem bem mais... Ação. Eu a postarei assim que puder...

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