Um tal de Lorde Voldemort...

Um tal de Lorde Voldemort...



(Capítulo um pouco melancólico, mas na minha opinião um dos melhores que eu j´escrevi)

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Um ano.
Bem… Talvez um pouquinho mais. Acho que se passaram uns 15 meses desde a última vez que escrevi aqui. Foi aquelas férias na praia, lembra? O desastre… Puft! Esse foi um dos motivos de eu não ter separado mais o meu tempo para escrever aqui (Bem, esse e o fato de ter esquecido o contrafeitiço de segurança do diário... ops! Caderno de anotações diárias e confidenciais para seres masculinos expressarem seus sentimentos sem receios.)

“Fiz as pazes” com Evans na praia, briguei com Evans na praia. Moony se declarou para Mary na praia e ela deu um fora nele... na praia. Sírius e Sarah se entenderam na praia e se desentenderam... Bem, fora da praia.

Ah, é! Essa é a única coisa que aconteceu no ano passado e que vale a pena ser comentada.

Lembro-me de ter tido uma conversa com Padfoot poucos dias depois das garotas irem embora, que era algo mais ou menos assim:

- Vem cá, Pad... O que está havendo entre você e a Sarah? Vocês estão namorando, ou…

Fui interrompido pela risada dele.

- Que isso agora, Prongs? De onde tirou essa idéia?

- Sei lá… Vocês dois parecem tão sincronizados... Será que não é hora de você se acalmar e sossegar agora que encontrou alguém como ela?

Sírius me olhou como se eu fosse louco.

- Eu gosto da Sarah. Ela é… perfeita. Mas combinemos, Prongs, namorar sério com alguém seria o fim! Nem tanto pelo fato de ficar com outras garotas¹ mas pela sensação de aprisionamento! Não estou preparado para me prender, depender de alguém. Quero liberdade!

- Mas, Padfoot... pensa só... Quando você acha que vai encontrar alguém como Sarah? Porque você não acha que ela vai te esperar por toda a vida, acha?

Pad pareceu pensar no que eu falara.

- Ora, Prongs! Sei lá! Sarah não é a única garota do mundo afim de Sírius Black! Se ela não me quiser mais e eu estiver afim de companhia, eu arrumo uma outra pessoa! Mas isso não vai acontecer.

- O que? Você querer companhia?

- Não! Ela não me querer mais! Eu estive reparando em suas atitudes, ela parece gostar de mim!

Ergui as sobrancelhas.

- Não se deixe enganar, Pad. Sarah é esperta. Se ela estiver afim e perceber suas intenções, te dará um pé na bunda! E toma cuidado, ok? Ela não é como as garotinhas que você está acostumado a catar por aí. Ela é inteligente, legal… Saiba valorizar o que você tem nas mãos, Padfoot.

Ele apenas riu e na primeira semana de aulas em Hogwarts teve uma surpresa bem desagradável…

Bem, na verdade todos nós nos surpreendemos, até mesmo eu, pois minhas palavras tornaram-se reais.

Sim. Sarah deu um pé na bunda de Padfoot! Sinceramente, eu nunca o vi daquele jeito! Pad não estava acostumado com foras e aquele foi fatal para o seu ego!

Lembro-me que ele entrara na Sala Comunal após um encontro com ela, furioso! Estava horrivelmente insuportável.

- Ela me… Como ela… Não acredito… Se atreveu… Me dispensou?

Sério, deu até pena! Depois do longo tempo em que passou insociável com todos, começou a agarrar todas as garotas que estavam por perto quando Sarah passava. Ela nem parecia ligar, claro, mas eu também nunca perguntei o motivo que terminara com Pad, já que ela continuava sozinha. Honestamente, eu cheguei a pensar (como todos) que eles não se deram bem juntos e que, como a mais sensata dos dois, pois um fim antes que chegassem ao limite.

Era isso o que eu concluira até me encontrar com Sarah no lago essa noite, sozinha, voltando ao nosso atual momento.

- Sarah? – perguntei. Estava bem pensativa, pelo pulo que deu.

- Ah! Oi, Jammie – (A propósito, esqueci de comentar que quando Sarah soube que meu pai me chamava assim e que eu odiava esse apelido, ela também passou a usa-lo.) – Senta aqui do meu lado.

Obedeci.

- O que faz aqui sozinha, Sarah?

- Estou pensando?

- Em quê?

Ela me encarou, mas algo atrás de meus ombros pareceu chamar a atenção dela. Suspirou, voltando a mirar o lago.

- O que foi?

- Sírius.

Olhei para trás, surpreso. Padfoot estava lá, com uma loira lufa.

- Achei que tinha terminado com ele no ano passado – comentei, sem conseguir conter um leve tom de repreensão.

Sarah sorriu, triste.

- Terminei. Foi melhor… Não estava preparada para me envolver mais com alguém que não iria me aceitar em sua vida.

Pisquei.

- Sarah, como assim se envolver m… Oh! – A compreensão veio incômoda demais para que eu conseguisse dizer alguma coisa. Sarah continuou sorrindo triste.

- A culpa foi minha – falou. – Naquele dia do lual eu e ele conversamos. Nenhum estava afim de ter algum relacionamento sério, nada de romance ou algo desse tipo, mas… Eu… Acho que… me apaixonei por ele.

Tive conhecimento de que minha boca estava aberta, então fechei-a, forçando-me a dizer alguma coisa.

- Mas se você se apaixonou, porque… Porque terminou?

- Ora, James! Você o conhece muito bem! Pensa, o que ele faria se eu me declarasse?

Era ele quem lhe daria um pé na bunda, com certeza, mas minha gentileza me proibia de lhe falar isso.

- Então você resolveu terminar antes que esse sentimento se aprofundasse – concluí. – Certo. E isso funcionou?

- Você sabe que não. Você também está longe de Lílian e tem plena consciência de que não consegue esquece-lo, não é? Sírius não parece ser do tipo que quer um relacionamento, ele sequer deve ter se importado quando terminei com ele!

- Bem, na verdade ele ficou bem enfurecido, sabe? Geralmente é ele quem dá os foras e não quem recebe. Mas acho que tem algo a mais nisso tudo…

Sob o olhar curioso de Sarah, continuei:

- Sabe, já faz um ano! Ele já tem 17 anos, está mais maduro agora, não fica com qualquer uma que aparece…

Sarah me deu um olhar cético, e me apresei a explicar.

- Bem, ele só está com alguém quando você está perto, longe de você lê sequer olha para as garotas e é isso o que eu mais acho estranho! Porque ele ainda se importa? O Sírius Black que eu conheço não estaria nem ligando mais!

- O que você está dizendo, Jammie? Ou melhor, a onde você quer chegar?

- Você não ficou com ninguém no ano passado, ficou?

- Não, eu não acho que é legal...

- Então, porque você não começa a sair com alguém? Sério! Mostra para Padfoot que você está tocando sua vida! Se ele estiver mesmo sentindo algo como eu penso que está, alguma reação ele vai ter!

Sarah ficou um temo pensativa, para depois falar:

- Você acha mesmo?

- O quê? Que você deve arrumar alguém?

- Não. Que ele talvez… goste de mim?

- Acho – respondi, sério. – Mas se não, veja por outro ângulo… Essa experiência não será de todo ruim, você pode acabar conhecendo alguém que te mereça!

Ela sorriu.

- Obrigada, Jammie. Agora só falta um pequenino detalhe… Quem eu vou namorar?

Nos entreolhamos.

- Isso não é o mais importante, Sarah…

- Claro que é! Eu não vou ficar com qualquer um!

- Bom, depende de quem você considera como qualquer um.

- Um sonserino, por exemplo.

- Ah! – brinquei. – Que pena, pois eu tinha uma leve impressão de que o Snape está sozinho.

Sarah me olhou, incrédula. Eu não agüentei e gargalhei.

- Puxa, eu cheguei a achar que você estava falando sério!

- Não… Não sou tão louco assim… Mas vamos, os sonserinos estão fora de cogitação… Lufas-Lufas?

- Hã… Muito sentimentais… Corvinais são uma boa…

- Muito espertos. Não vão se deixar envolver numa história como essa…

- Bom, só sobrou os Grifinórios, então. Você vai ter que me ajudar, Jammie. Conto com você e com seu ótimo gosto para ficar de olha na Sala Comunal e encontrar alguém…

- Sarah! O que vão pensar se me verem encarando outros garotos? Não, não, isso não dará certo!

- Jammie, você não precisa secar os garotos! Só olha, aqueles que estiverem sozinhos e que você acha que serve para mim, vem me procurar que eu me encarrego de secá-lo.

Ela me olhou e piscou.

- Ok, ok! Vou fazer o que eu posso. Agora vamos jantar que eu estou morrendo de fome.

Nos levantamos e fomos conversando animados até o Salão principal.

Quando chegamos lá, porém, a animação morreu. Não só a nossa na verdade.

Porquê?

Bem, vou tentar descrever a cena: Uma parte dos estudantes tinha o profeta vespertino na mão e devorava com olhares cada vez mais chocados, cada palavra. Outra parte (Bem pequena) chorava ou consolova aqueles que o faziam. Já o resto, que era a maioria, conversavam sem parar e cochichavam, provavelmente sobre o assunto.

Muitos olhares se voltaram para mim e Sarah. Alguns até pararam de fazer o que faziam para nos encarar. Me senti estranho... Olhei, intriado, para Sarah, e ela respondeu o meu olhar com a mesma expressão.

Vacilante, dei um passo para a frente e comecei a andar até a mesa da Grifinória, arrastando Sarah comigo.

Algumas pessoas voltaram a cochichar e alguns chegaram mesmo a nos apontar pelo caminho. Não demorou nada que para que todos, TODOS os olhares agora estivessem voltados para nós.

Antes de mais nada, porém, Moony e Evans surgiram de algum lugar a nossa frente e nos arrastaram para fora do salão.

- Moony, o que...?

- Depois, Prongs.

- Lily!

- Um minuto, Sarah.

- Mas o que está acontecendo? - perguntei irritado, quando nos soltaram no corredor.

Os dois se entreolharam.

- É... James, Sarah... Aconteceu uma... Uma coisa, e...

- E? - Sarah se intrometeu, impaciente. - Por Merlim! Porque vocês estão pálidos assim? O que aconteceu?

Evans abriu e fechou a boca, sem conseguir dizer mais nada.

- Sr. Potter? Srta. Breath? - Era McGonagall, acompanhada do diretor, andando em nossa direção. - Eu estive procurando pelos senhores mas não os encontrei. Onde estavam?

Antes que eu respondesse, porém, Dumbledore pediu para que eu permanecesse em silêncio.

- Isso não vem ao caso, Minerva. Vocês dois... Eu gostaria que me acompanhassem até o meu escritório. Srta Evans e Sr. Lupin? Obrigado, mas já podem se retirar.

Nos olhando como se estivessem receosos de nos deixar a sós com o diretor, Evans e Moony se afastaram.

- Diretor, o que está acontecendo? - perguntou Sarah, enquanto andávamos a caminho do escritório dele.

- Eu irei explicar, senhorita. Quando chegarmos lá.

Ele tinha uma voz gentil, apesar de tudo. Não consegui penar no qu eu teria feito de tão grave... Bem, há uns dois dias tinha pintado os cabelo do Ranhoso de verde, mas Sarah não teve nada a ver com a brincadeira! (Brincadeira engenhosa, eu tenho que acrescentar.)

- Bombas de chocolate!

Eu e Sarah nos entreolhamos, mas não comentamos nada enquanto subíamos as escadas. Já havia estavado no escritório do diretor muitas vezes, mesmo assim... Bombas de chocolate?

O.O

Mesmo sentados não nos arriscamos a falar nada, esperamos aé que ele se sentasse e olhasse para nós. Foi então que suspirou.

- Senhores... Creio que já ouviram falar num tal de Lord Voldemor, não?

Sarah apenas balançou a cabeça. Eu respondi:

- Sim, senhor. meus pais são aurors, então direto eles trazem notícias para casa. No verão passado mesmo eles me falaram que estávamos entrando em guerra e que as missões eram cada vez mais... mais...

Me calei. Uma pontada dolorosa no peitor de repente... Compreensão? Talvez? Não... Não podia ser...

- Eles... - murmurei, encarando os olhos azuis a minha frente. - Ele estão bem... Não estão?

Dumbledore continuou me olhando... Apenas isso... Não! Não era para ele ficar naquele silêncio! Eu queria que ele negasse! Pra quê me fazer pensar o pior? Porque ele não dizia logo que não era nada daquilo, que eu estava enganado?

- Sinto muito, James, mas eu não posso dizer o que está querendo que eu diga. Tanto os senhores Potter, quanto os senhore Breath estavam numa missão muito arriscada, e...

Fechei os olhos, não querendo ouvir... Porque Dumbledore estava dizendo aquilo? O que ele estava insinuando? Que brincadeira de mal gosto!

- Diretor, eu não sei que brincadeira é essa, mas definitivamente não está sendo agradável!

- Sr. Potter, o professor Dumbledore nunca brincaria com algo assim - repreendeu a profª Minerva.

Sacudi a cabeça, me levantando.

- Francamente, não sei o que pretendem com isso! Meus pais devem estar em casa, agora! Descansando e resmungando por mais um dia exaustivo de serviço. é só mandar uma coruja que eles vão confirmar...

- Sr. Potter...

- Podem tentar também a rede-de-flú... É... Acho que é melhor... Vocês têm pó-de-flú aqui, não têm?

- James?

Olhei para Sarah, pois fora ela quem me chamara. Estava pálida, os olhos brilhando, úmidos.

- O que? Qual é, Sarah, você não está mesmo pensando que alguma coisa aconteceu, não está? Isto é um absurdo! Vocês estão loucos! Os três!

Percebi que estava alterado. Muito alterado. E sabe o que era ainda pior? O fato de que ninguém fazia nada para me impedir! Sabiam que eu estava a ponteo de sacudí-los para que caíssem na real, mas não faziam nada! Meus pais? Queriam que eu acreditasse que alguma coisa tinha acontecido com ele? Fala sério!

- O que... Aconteceu com eles, diretor? - perguntou Sarah. Girei os olhos. Não é que ela acreditava mesmo?

- Sua mãe está no St. Mungus, senhorita. Ferimentos graves, mas está viva e fora de perigo.

- E... meu pai?

Dumbledore a encarou.

- Sinto muito.

Sarah cobriu a boca com as mãos e começou a soluçar.

- Não! Isto não está certo! - gritei. - Olha o que vocês fizeram com ela! Porque estão fazendo isso? Porque estão inventando essas coisas todas?

- James...

- Ahh!!

Dei as costas, arfando por ter gritado. Mas que droga! Uma parte de mim estava começando a acreditar no que eles estavam dizendo... E não! Não! Não! NÃO! Eu não queria acreditar naquilo! Não podia...! Não estava certo! Por quê?

- James, sua mãe também está bem. Teve ferimentos e também está internada, mas está bem.

Continuei de costas, tentando superar uma vertigem.

Minha mãe estava bem... Certo. Algo deveria ter se reconfortado dentro de mim... Talvez uma parte até o fez, mas... Minha mãe? Eu não tenho apenas uma mãe! Quero dizer... Não tinha, ou será que agora...?

Droga! Eu tenho um pai! E porque Dumbledore estava demorando tanto para me dizer que ele tambem estava bem e que esse tal de Lord Voldemort não passava de um maníaco suicída que já fora pego e jogado em uma cela em Azckaban?

Voltei-me novamente para os três naquele escritório. Os olhares de pena de McGonagall, os soluços de Sarah... Eu não queria nada daquilo! Eu queria apenas ver meus pais...

Juntos.

De novo.

Vivos.

Caminhei lentamente até a poltrona onde estava antes e me joguei nela. Mirei meus pés por um instante, antes de me voltar para Sarah que ainda chorava desesperadamente entre as mãos.

Que egoísta, eu era! Ela precisava de conforto, precisava de um amigo!

Passei um dos braços por seu pescoço e a puxei delicadamente, para que deitasse em meu ombro. Ela o fez, se agarrando em minha camisa de tal forma que ameaçava até rasgá-la.

Deitei minha cabeça sobre os cabelos escuros, sentindo lágrimas inevitáveis virem aos meus olhos e explodirem para fora. Pisquei e olhei para o diretor. Só precisava de uma confirmação...

- Meu pai...?

Por favor, diga que não, diga que não, que não...!

Mas ele disse que sim. Me olhando nos olhos, ele disse que sim... E baixou a vista, pesaroso.

Voltei a fechar os olhos, sentindo duas novas lágrimas encontrarem o caminho das outras.

Naquela noite, depois de visitar a enfermaria e tomar todas as poções estranhas que me mandaram, além de receber os pêsames das mais diversas pessoas e até um abraço carinhoso de Evans, eu soube apenas deitar em minha cama, fechar os olhos e desejar que quando acordasse, tudo tivesse sidoo um sonho ruim...

Mas não era um sonho ruim. Eu soube quando acordei no dia seguinte e a realidade me invadiu. Soube quando os dias se passaram e algumas coisas mudaram. Soube quando me conformei e me adaptei a estranheza de uma vida sem meu pai. Soube quando ouvi Sarah me chamando de Jammie e me fazendo lembrar dele...

Eu soube.

Soube que nada mais seria como antes. E que tudo se devia a esse tal de Lord Voldemort...

♥________________________________________♥

(¹ JK não contou, segundo a ODF, que o Sírius nem parecia notar os suspiros pelas garotas? Então… Coloquei isso como uma forma de respeitar o que pode significar que ele não ligava tanto assim para casos, mas para aventuras em geral)

Fim do capítulo sete!!

mas um já se foi, heim??

Só falta três...

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