Rita Skeeter e Marco Evans





- Até que enfim você chegou!- disse Rony quando Gina se juntou ao trio no Três Vassouras.

- Eu estava aqui contando ao Rony sobre o encontro desagradável que tivemos com o Malfoy.- disse Hermione olhando seriamente para Gina.

- Ah!- fez Gina se assentando.

- Eu me enojo só de pensar que ele era primo de Sirius.- disse Harry.- Como alguém pode ser tão ridículo?

- O que você esteve fazendo, Rony?- perguntou Gina fugindo do assunto.- Seus olhos estão vermelhos.

- É que ele e o Simas acharam que seria divertido experimentar Whisky de Fogo no Cabeça de Javali.- Disse Hermione em tom de desaprovação.

- É muito bom, Gina! Melhor que qualquer bebida trouxa.- disse Rony sorrindo demente.

- E você? Onde estava, Gina?- perguntou Rony.

- Por aí.- respondeu a garota.

- Ah! E Hermione que história era aquela que você gritou lá com o Malfoy, sobre a Gina?- perguntou Harry.

Hermione deu um pisão de pé em Harry;

- Que história?- perguntou Rony meio lerdo.

- Não tem história nenhuma.- disse Hermione séria.

- É!- concordou Harry.

- Olá!- disse uma voz em tom empolgado acima da cabeça deles. Era Luna Lovegood.- Posso me assentar aqui?

- Claro.- disse Gina sorrindo.

Ela assentou-se e tirou o último exemplar do Pasquim de um bolso interno e após abri-lo, ergueu-o à altura do rosto.

Todos olhavam para ela.

- Padma disse que você estava ridículo após tomar excessivas doses daquele Whisky de Fogo.- comentou ela sem baixar a revista.

- Rádio Lovegood informa a última fofoca...- disse Rony em tom de pouco caso.

Luna foi a única a rir.

- Você tem um ótimo humor!- disse ela ainda rindo.

Hermione porém tinha os olhos grudados na primeira página do Pasquim. Havia a fotografia de uma espécie de Meteoro que atravessava um céu muito azul. Em baixo letras grandes dizia: “Inomináveis na Amazônia, será o fim do mundo?”

Depois de algum tempo Luna parou de rir e ergueu novamente o Pasquim tapando, assim, o rosto.

- Luna.- disse Hermione então.- Será que depois você deixaria eu dar uma olhada nessa revista?

- Você?- perguntou Luna arregalando ainda mais os olhos.

- Sim, algum problema?- perguntou Hermione.

- Não.- disse Luna enquanto metia novamente a mão no bolso interno das vestes tirando de lá um relógio de bolso idêntico ao, já esquecido, relógio que ela dera a Harry de aniversário. Luna se levantou.- Pode ficar com esse.- disse ela.- Acabei de me lembrar, tenho de ir.

E deixando a revista sobre a mesa ela saiu saltitante. Rony esticou a mão para pegar a revista mas Hermione foi mais veloz.

- Vou dar uma olhada mais tarde.- disse ela.- Mas, Harry, aquele relógio dela é igual ao seu.

- Foi ela quem me deu.- disse Harry.- Eu já havia me esquecido dele.

- Aquele relógio de Luna é uma espécie de miniatura do relógio de mamãe.- disse Gina.

- Eu imaginei.- disse Hermione.

- Eu não sei usá-lo.- disse Harry.

- Se você quiser, posso dar uma olhada depois.- disse Hermione.

- Por mim tudo bem.- disse Harry e consultando o próprio relógio de pulso completou.- Mas, Mione! Já está na hora de ir trocar o curativo do braço.

- Podem aproveitar o fim da tarde.- disse Hermione sorrindo amavelmente.- Gina vai comigo.- completou se levantando e depois de dar um “tchauzinho” com a mão ela e Gina deixaram o Três Vassouras.

Alguns alunos já tomavam o caminho de volta ao castelo.

- O Malfoy esteve no Mr. Jonks.- disse Hermione.

Gina não respondeu.

- Porque você não marcou em outro lugar? Você sabia muito bem que eu gostava de ir lá.- disse Hermione.

- Eu não sabia que ele conhecia aquele lugar. Aliás, eu nem sabia que aquele era o tal Mr. Jonks.- disse Gina.- Você me viu lá?

- Bom, digamos que eu tive que dar um jeito de distrair o Harry.- disse ela dando um sorriso brejeiro.- Mas eu vi quando você entrou e quando saiu. Aonde vocês foram depois?

- Não fomos a lugar algum. Eu fui embora e acabei me distraindo com as vitrines.- mentiu Gina.

- Não tente me enganar Gina.- disse Hermione.- Pois você sabe que ninguém é capaz de me enganar por muito tempo. Eu vi você atrás de uma árvore pouco antes de eu e o Harry deixarmos o Malfoy caído ali. Você estava em sua forma animaga, mas eu lhe reconheci.

Gina permaneceu calada.

- Olha, se você não quer me contar sobre o que aconteceu tudo bem!- disse Hermione em um tom de voz extremamente severo.- Só gostaria de lembrar você de duas coisas. A primeira é que quem cala consente.

Gina pigarreou.

- E a Segunda é que você sabe bem o tipo de pessoa que o Malfoy é, e que se estiver escutado as coisas que ele disse vai descobrir que ele não é nem um pouco confiavel.- Após dizer isso Hermione se calou. E as duas seguiram caladas até que elas saíram da enfermaria.

- Mione.- disse Gina pensativa.

- Diga.- disse Hermione.

- Como você se sentiu quando foi beijada pelo Harry a primeira vez?- perguntou Gina.

- Eu pensei que não era certo fazer aquilo com o Victor.- disse Hermione.- E que o Rony me mataria.

- Não o que você pensou e sim o que sentiu.- disse Gina.

- Ah! Eu não conseguiria descrever.- disse Hermione ruborizando de leve.

- Mas, seu coração disparou?- perguntou Gina.- Seu estômago caiu? Sua respiração ficou rápida e você sentiu-se voar?

- Sim!- disse Hermione cujas bochechas estavam muito rosadas agora.

Gina não disse nada a princípio. Mas Hermione notou que ela havia ficado pálida depois do sim.

- Porque está me perguntando isso?- perguntou Hermione temendo já saber a resposta.

- Eu acho que estou apaixonada pelo Draco.- disse Gina assim que elas entraram no salão principal. Harry e Rony já estavam lá.

Hermione jantou alheia à conversa dos três amigos sobre os acontecimentos do dia. Sua cabeça estava cheia de coisas. A essa hora a tal chuva de Meteoritos já devia ter acontecido. E o que mudaria desde então? E o que será que a matéria do Pasquim dizia? E ainda tinha Gina. O que faria para tentar salvar a amiga?


****


Hermione observou a figura na capa do Pasquim. Lentamente ela abriu a revista. O índice dizia:


Pasquim edição especial:

Chuva de Meteoritos abala o mundo: * O que esperar do fenômeno?

* O que fazer para se prevenir?

* Pode ser o fim do mundo?

Não perca a próxima edição do Pasquim, que comemora no próximo mês seu décimo quinto aniversário. Na edição comemorativa você encontrará as mais de quarenta páginas com as duas reportagens mais bombásticas dos últimos anos.

Hermione abriu na página que falava sobre o que esperar do fenômeno. A princípio Hermione achou tudo um monte de bobagem reunida. Mas na última página do Pasquim ela encontrou uma coluna em letras miúdas. A foto de Rita Skeeter em cima. Ela agora era colunista do Pasquim.


“O que vai ser do mundo daqui para frente? Depois da longa Guerra que durou mais de onze anos, Aquele- Que- Não- Se- deve- Nomear teve uma brusca queda ao tentar matar o pequeno herdeiro dos ilustres Potter. O garoto sobreviveu com aquela bizarra cicatriz na testa e treze anos depois de perder os pais, tragicamente assassinados pelo cruel Lorde, o mesmo garoto, Harry Potter, que hoje é como o grande herói das criancinhas de todo o mundo bruxo, assistiu à ele, o seu maior e mais temido rival, ressurgir das trevas ajudado pelo seu fiel servo Rabicho.

Após o acontecimento, que foi brevemente narrado ao mundo pelo ilustre bruxo Alvo Dumbledore, ser desmentido por bruxos ministeriais, o próprio ministro, hoje sob inquérit,o Sr. Cornélio Fudge, assistiu Aquele- Não- Se- Deve- Ser- Nomeado fugir veloz após um violento duelo que destruiu boa parte do belíssimo Ministério da Magia da Grã- Betanha.

Pois essa manhã, após ler a notícia da chuva de Meteoros fora de época eu estive a me contestar: O que acontecerá conosco agora? Lembro-me perfeitamente do bravíssimo exército do bem, liderado por Dumbledore, que durante a última guerra resistiu bravamente ás tentativo dos bruxos Negros de dominar o mundo. Mas onde estarão esses bruxos agora? Pois ao que narrou o primeiro secretário de nosso idolatrado ministro, Percy Weasley, os bruxos negros, vulgos Comensais da Morte invadiram extraordinariamente o Ministério da Magia e atraíram até lá um grupo de seis jovens estudantes de Hogwarts, segundo a Sra. Umbrisge ex-inquiridora de Hogwarts os jovens formavam uma espécie de exército montado por Dumbledore, que foram bravamente salvos pelo que parece ser o atual Exercito da Luz e, é claro, por mais uma brava atuação do nosso querido Harry Potter. Mas um grupo formado por cinco bruxos, agora com a morte de Sirius Black, quatro pode ser chamado de Exército? O que seremos de nós, pobres bruxos mortais, tendo de depositar as nossas esperanças em um grupo de quatros bruxo e alguns jovens estudantes rebeldes? Será que este é o fim do mundo? Pois após ser revelada toda a corrupção existente no Ministério que era tido como exemplo para diversos outros, após o governo de Fudge ter ido pro espaço se mostrando tão falho - Enquanto ele concentrava todos os seus esforços em caçar Sirius Black o Lord das Trevas reuniu novamente o seu maléfico exército debaixo de nossos narizes - e agora com essa inexplicável chuva de meteoritos eu temo que a qualquer momento vai começar uma chuva de estrelas que fará o mundo acabar em chamas e todos nós morreremos.”


- Hermione?- chamou Gina.

- Desculpe, nem vi você chegar.- disse Hermione.

- Pensei que não viveria para ver você ler o Pasquim com tanta atenção.- riu Gina.

- Leia você mesma.- disse Hermione esticando a revista para Gina.

A garota se concentrou ali e depois de algum tempo se virou para Hermione.

- Cheio de nove horas como sempre foram as colunas de Rita Skeeter.- disse Gina.- Não vejo nada demais além do drama que ela fez.

- Não vê que ela tem razão, Gina?- perguntou Hermione.

- Em qual parte? Na que ela fala que o mundo está acabando, quando fala que a Ordem não pode muita coisa contra Voldemort, ou ainda quando fala do fiasco que tem sido o Ministério de Fudge?- perguntou Gina.

- Quando ela diz “Enquanto ele concentrava todos os seus esforços em caçar Sirius Black.”- disse Hermione.

- Como assim?- perguntou Gina.

- Pode ser loucura minha.- disse Hermione.- Mas quando fui buscar o livro que Lupin havia tomado eu escutei o final da conversa dele com a Profª McGonagall. Ele dizia: “Talvez. Mas algo me diz que ela sabe. Talvez não de tudo, mas ela sabe mais do que devia.”...

- Mas quem garante que falavam sobre você?- perguntou Gina

- O livro estava aberto sobre a mesa na página em que eu havia feito anotações.- disse Hermione.

- Mas o que você descobriu com essa coluna de Skeeter?- perguntou Gina.

- Talvez o pessoal da Ordem queriam que Sirius “morresse”.- disse Hermione.

- Você está louca?- perguntou Gina.

- Fala baixo.- disse Hermione ao ver Harry e Rony se aproximarem.

- Acho bom você ir para cama cedo, Rony.- dizia Harry.- Temos treino amanhã cedo.


****


Harry estava caminhando pelo velho corredor, mas agora ele não ia mais na direção da porta negra. Ele descia as escadas que havia antes e que levavam até o tribunal dez. A grande porta do tribunal abriu quando Harry chegou. Haviam muitos bruxos encapuzados lá. Harry sentiu um frio na barriga e o seu estômago despencou incrivelmente quando a cadeira ao centro girou e ele viu Hermione morta na mesma. E então ele via uma figura esguia que vinha caminhando em sua direção, quando a figura negra chegava sob a luz a fraca luz que havia ali ele via o rosto de Belatriz muito magro, os olhos vermelhos e fendas no lugar do nariz. A mão fina e fantasmagórica de Belatriz tocava o rosto de Hermione.

- Você desejou tanto ter o meu odiado priminho de volta que resolvemos fazer uma troca, Potterzinho.- disse Belatriz com a voz fria.

- Não!- gritou Harry.

- Mas foi uma péssima troca, pois creio que Sirius não vai agüentar muita coisa mais.- disse Belatriz.

Um alçapão se abria no teto da câmara e de lá caia um Sirius em trapos.

- NÃO! VOCÊ NÃO VAI LEVÁ-LA TAMBÉM!- Harry gritou mal podendo agüentar a dor na cicatriz. Ele sentiu os joelhos cederem batendo dolorosamente no chão frio. Ele espremeu os olhos e quando os abriu viu Hermione em sua frente.

- Harry?!- perguntou ela. Só então ele notou que estava em seu dormitório e que tudo não passara de mais um pesadelo.

Com a testa em chamas Harry não conseguiu fazer nada melhor do que beijar a namorada, ajoelhada ao lado de sua cama, a fim de ver se ela estava realmente bem.

Ela sustentou o beijo por um momento, porém em seguida ela afastou o rosto do garoto, levemente corada. Os companheiros do dormitório estavam todos à volta deles.

- Você esteve gritando durante o sonho.- disse Neville.- Novamente.

- O que foi dessa vez?- perguntou Rony ignorando o beijo.

- Não sei! Eu estava naquele tribunal onde fui julgado. Belatriz Lestrange estava lá.- disse Harry esfregando a testa.- E Hermione também. Só que estava morta. E então Sirius caía do teto. Morto também.

- Acalme-se Harry!- disse Hermione o abraçando.- Eu estou bem.

A dor foi suavizando e então o cérebro de Harry foi voltando ao normal.

- O treino!- disse ele.

- È! A gente já ia lhe acordar.- disse Simas.


****


- Você queria falar comigo?- perguntou Minerva assim que chegou à enfermaria. Hermione havia acabado de cuidar do ferimento.

- Sim.- disse Hermione olhando à volta.- Harry voltou a ter sonhos.

- Venha comigo.- disse Minerva. As duas seguiram pelo corredor ainda vazia naquela fria manhã de Domingo. Elas pararam defronte à gárgula que Hermione sabia que levava à sala de Dumbledore.- Laranjeira.

Hermione apreciou silenciosamente a sala do diretor, este estava assentado em seu lugar.

- Bom dia!- disse Dumbledore.

- Antes de mais nada, Alvo, a Srta. Granger tem algo a lhe contar.- disse Minerva.

- Diga!- disse Dumbledore.

Hermione pigarreou e então narrou o acontecimento daquela manhã.

- Eu realmente acho que Harry tem que voltar a praticar Oclumência.- disse finalmente.

- Eu entendo a sua preocupação.- disse Dumbledore calmo.- Mas não é esse o motivo que me fez chamar a Srta. aqui.

Ele abriu uma gaveta e retirou de lá três envelopes e abrindo um deles estendeu-o a Hermione.

Ela o apanhou e pode ler.

Cara Srta. Granger,


Como deve ser de seu conhecimento está em andamento um processo que visa inocentar o foragido de Azkaban, Sirius Fineus Black. O advogado de defesa do mesmo, Carlos Arthur Weasley, apresentou então o nome de Vossa Srta. Como uma das principais testemunhas a favor do réu.

Pedimos assim que compareça na primeira audiência, marcada para o vigésimo sétimo dia do próximo mês de dezembro às oito da manhã, para prestar o vosso depoimento a respeito do caso.


Atenciosamente,


Quim Shacklebolt

Auror responsável pelo caso Sirius Black em nome do ilustríssimo Ministro da Magia


- Eu vou ter que depor?- perguntou Hermione.

- Sim.- disse Dumbledore.

- E o que eu deverei falar?- perguntou Hermione.

- A verdade até o ponto em que você e Harry usaram aquele vira tempo.- disse Dumbledore.

- Mas quais das versões eu devo contar?- perguntou Hermione.

- Que vocês foram até a cabana de Hagrid pouco antes de Macnair e que ficaram escondidos na orla da floresta e afrouxaram as cordas de bicuço.- disse Dumbledore.- A partir daí você dirá o que aconteceu realmente.

- Certo.- disse Hermione respirando fundo.


****


- Hermione?- perguntou Harry assim que ele entrou seguido pelo time no vestiário após o treino de três horas de duração.- O que foi?

- Tenho uma notícia não muito agradável.- disse a garota.

- Bom, vamos andando gente!- disse Simas.

E os outros jogadores foram saindo até só restar Gina, Rony, Harry e Hermione ali.

- A audiência de Sirius foi marcada.- disse Hermione.- E nós três fomos chamado para depor.

- O que?- perguntou Harry se assentando com o impacto da notícia.

- Dumbledore me chamou em sua sala agora pela manhã.- disse Hermione.- Vejam as intimações vocês mesmos.

Os dois garotos apanharam seus respectivos envelopes.

- O que eu vou dizer?- perguntou Rony.

- Provavelmente sobre o tempo que passou na casa de Sirius durante o verão e sobre a noite em que o conhecemos, é claro.- disse Hermione.- E saiu no jornal.- completou abrindo o Profeta Diário.- Vejam: “Uma mega audiência foi marcada para a última semana deste Dezembro. A comissão de juizes da Corte Suprema dos Bruxos formada por célebres bruxos como o próprio Bruxo supremo da confederação internacional, Alvo Dumbledore, a ilustre Amélia Bones ....

- Se Dumbledore for o juiz Sirius já é inocente.- sorriu Rony.

- Do que vai adiantar?- perguntou Harry mal-humorado.

- Pelo que entendi seu pai e Rabicho também serão citados na Audiência.- Disse Hermione.

- Como assim?- perguntou Harry.

- Eles eram animagos ilegais, Harry!- disse ela.

- E o que vai acontecer se eles forem condenados?- perguntou Harry.

- É mesmo!- disse Rony rindo.- Será que os aurores vão caçar os fantasmas deles?

- Os herdeiros provavelmente terão que pagar uma multa.- disse Hermione.

- É bem o tipo de coisa que Fudge gostaria que acontecesse!- disse Gina tão indignada quanto Harry.- Afinal de contas agora que Malfoy é um foragido da lei ele precisa arrumar ouro em algum lugar!

Os quatro seguiram para o castelo. Depois do almoço Harry e Rony se concentraram no dever de Feitiços para a próxima Terça feira. Hermione já tinha feito todos os seus deveres. Depois de ajudar Gina, com o dever de runas antigas da garota, ela corrigiu as redações de Rony e Harry sobre Feitiços Modernos. E depois do jantar Harry foi se deitar. Ficara meio aéreo desde que Hermione entregara as intimações a eles depois do treino. Não estava gostando da idéia de participar do julgamento. Para a sua sorte, Hermione explicou que a principal testemunha sobre a noite na casa dos Gritos seria ela. Pois Snape alegara na mesma noite que eles haviam sido enfeitiçados e a comissão julgadora havia decidido que Harry não seria uma pessoa adequada para falar do assunto pois o assunto o atingia muito diretamente e, já Rony, estava ferido. Lupin provavelmente iria participar do julgamento. Mas o que mais lhe incomodava era a idéia de se julgar pessoas mortas. Do que adiantaria condenar seu pai por ser um animago ilegal? No meio desses pensamentos confusos Harry acabou adormecendo. Teve sonhos agitados, como nas muitas noites que se seguiram durante aquele fim de mês de outubro. Em seus sonhos ele estava sempre em tribunais. No sonho mais esquisito Harry estava novamente nas arquibancadas do Tribunal 10. Da porta até a cadeira com as correntes havia um tapete vermelho. E pela porta sempre entrava Sirius vestido como um rei e se assentava na cadeira que era como um trono. E então entrava uma garota de uns dezessete anos correndo e se jogava aos pés de Sirius. A princípio Harry a reconhecia como Belatriz quando jovem, porém depois de algum tempo a garota se levantava e se transformava em alguém muito parecido com Tonks e então ela se virava para Harry e se transformava na atual Belatriz. E quando Harry olhava de novo para Sirius este estava morto preso às correntes da cadeira.

Harry acordou assustado. Estava encharcado de suor. Havia tido aquele estranho sonho novamente. Mesmo praticando a tal oclumência toda noite antes de dormir o sonho sempre vinha. Religiosamente.

Novembro já ia acabando. O vento frio varria os campos secos do castelo. O inverno chegara e com ele não vinha se aproximando apenas o natal mas também a tal grande audiência. A Sonserina havia ganhado o jogo contra a Corvinal. Apesar de Cho ter apanhado o pomo a artilharia da Sonserina era quase que imbatível.

As aulas estavam ficando cada vez mais interessantes. Em história da magia o professor Binns vinha lhes aplicando doses excessivas de História Moderna. E Harry achou uma coisa extremamente estranha quando no início de Dezembro o professor anunciou que depois do Natal eles estudariam A primeira Grande Guerra e a família Potter.

- Não sei como vou me sentir durante uma aula sobre a minha família.- disse Harry durante o almoço daquele dia.

- Será interessante, Harry.- disse Hermione.- Você sempre gostou quando as pessoas lhe contavam histórias sobre o passado de seus pais...

- Mesmo assim.- disse Harry.

Naquela mesma tarde eles tiveram uma Segunda aula de DCAT com Snape. Era época de lua cheia. Snape falou durante toda a aula sobre primeiros socorros em caso de Magia Negra. Na aula de Transfiguração do dia seguinte Minerva anunciou, que depois do natal eles começariam a estudar em parceria com Poções a poção Polissuco e os seus usos. Naquela mesma aula ela aprofundou no assunto sobre Animagia e Rony não pode deixar de reparar no quão interessada Hermione ficou.

- Pra pessoas como você não deve ser tão difícil se tornar um animago.- disse ele a ela mais tarde e Harry notou que ela ficou um tanto quanto desconcertada.

Gina andava meio sumida ultimamente. Nas tardes em que não tinha treino desaparecia do mapa, segundo ela estava estudando para o N.O.N.s. junto a Luna.

No começo de dezembro A Profª Minerva recolheu a lista com os nomes dos alunos que permaneceriam em Hogwarts. Talvez pela guerra ou por outro motivo qualquer mas o número de alunos a permanecer foi muito maior do que nos anos anteriores. Harry se sentia um pouco mais feliz quando o natal foi chegando. Iria para a Casa dos Black.

- Você não vai voltar para Little Whinging?- perguntou uma voz esganiçada. Harry, que estava assentado em uma confortável poltrona próxima à lareira do Salão Comunal se virou e pode ver um calouro parado atrás dele. Era um garoto meio magricela, o cabelo em um tom entre o loiro e o ruivo. Os olhos cor de mel. Harry achou que já tinha visto o garoto em algum lugar, mas não se lembrava.

- Não.- respondeu.- Mas como sabe que moro em Little Whinging?

- Eu também moro lá.- disse o garoto.

- Como?- perguntou Harry e tirando uma pilha de livros de uma poltrona próxima completou.- Sente-se.

- Sou nascido trouxa.- disse o garoto.

- Ah!- fez Harry tentando se lembrar de onde conhecia o garoto.

- Nunca imaginei que o primo esquisito do Duda fosse tão famoso no mundo mágico.- disse o garoto.

Como se uma luz tivesse sido acesa Harry se lembrou de onde conhecia o garoto. No verão após o seu quarto ano ele vira Duda e sua turma surrando aquele garoto. Só não se lembrava o nome dele. Também, eram tantos os garotinhos de dez anos que eram vítimas da turma do Duda.

- Você conhece o meu primo não é?- perguntou Harry.- Acho que já lhe vi uma vez.

- Sou Marco Evans.- disse o garoto.- E fiquei surpreso quando li pela primeira vez um jornal bruxo e vi você na capa.

Harry tentou sorrir. Lembrava-se perfeitamente do garoto agora.

- A gente sempre se perguntava sobre o que era essa cicatriz em sua testa.- disse o garoto.

- A gente?- perguntou Harry.

- Meus pais.- disse Marco.- Papai e Petúnia são primos distantes. E ele sempre dizia ter conhecido sua mãe. Não sabia que ela era bruxa.

- Então você é um primo afastado meu?- perguntou Harry meio boquiaberto.- È mesmo!- disse se lembrando do que vira na penseira de Snape.- Lílian Evans... Evans!

- É!- disse o garoto.- Eu sempre quis falar com você, só nunca tive coragem. Imagine só se o Duda sabe que eu estive conversando com o primo dele em Hogwarts.

- Ele sairia correndo.- disse Harry e sorrindo abaixou o tom de voz.- Sabe, quando encontrar o Duda diga a ele que me conheceu em Hogwarts, ele morre de medo de mim por ser um bruxo.

E então Harry contou ao pequeno sobre a vez em que os gêmeos Weasley fizeram a língua do Duda crescer. E os dois seguiram conversando animadamente. O assunto principal era situações ridículas com o Duda. Já devia ser tarde quando Hermione apareceu na escada que levava ao dormitório feminino.

- Hora de alunos do primeiro ano estarem na cama.- disse ela.

- E se o Duda tentar alguma coisa, diga que vai chamar o Harry!- completou Harry antes do garoto subir as escadas empolgado.

- Você conhece Marco Evans?- perguntou Hermione.

- Acabei de descobrir que ele é meu primo.- disse Harry sorrindo quando Hermione sentou-se em seu colo.- Afastado, mas é meu primo.

- Parte de mãe?- perguntou Hermione.

- É!- disse Harry sorrindo.- Um dos sacos de pancadas do Duda, coitado!

Hermione sorriu de volta. Harry lhe deu um selinho e depois a olhando nos olhos percebeu algo de errado.

- Você parece preocupada.- disse ele.

- É que...- fez ela pensativa.- Umbridge está sendo caçada pelos aurores do Ministério.

- Mas ela já estava antes, não estava?- perguntou Harry.

- Um “espião” disse que ela se tornou uma comensal.- disse Hermione.

- E porque você está me dizendo isso?- perguntou Harry.

- Achei que deveria saber.- disse Hermione.

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