O segredo de Hermione



Assim que voltara da festa, Harry caíra no sono. Mas ele teve um sonho muito estranho àquela noite...
Sonhara com um corredor muito escuro. Não fazia a menos idéia de onde estava. Pelo menos achava que não sabia... Caminhou por ele e entrou pela porta no fim do corredor. Nele, haviam várias portas. Estava indeciso por qual entraria. Ia entrando em uma quando...
- Harry... Harry! Acorda, anda... Temos de nos levantar, senão nos atrasaremos.
Harry abrira os olhos. Era Hermione.
- Anda vamos. Harry, o que... O que aconteceu?
Estava muito suado, e uma expressão assustadora.
- Não... Nada, não se preocupe.
- Como não vou me preocupar, Harry, você... – exclamou a garota, exasperada.
- Hermione, não se preocupe – disse, tentando tranqüiliza-la – Foi só um sonho.
Hermione ainda parecia insegura quanto ao que o garoto lhe dissera. Mas, por fim, disse:
- Então, tudo bem... Mas vamos logo, Harry... Já são 9 horas!
- OK – disse.
Hermione ia saindo do quarto, quando voltou e perguntou:
- Tem certeza de que está tudo bem?
- Tudo sim, não se preocupe.
Hermione deu-lhe um sorriso inseguro e desceu, fechando a porta, deixando-o sozinho.
- Acho – disse o garoto, com a mão na cicatriz.

***

O garoto se trocou rapidamente, arrumou o malão e desceu para tomar o café da manhã.
O clima estava muito agitado: era sempre assim na casa dos Weasley. Rony quase o atropelou descendo as escadas.
Quando conseguira chegar são e salvo para baixo, tomou o café – ovos com bacon – e saíram. O Sr. Weasley conseguira alguns carros do Ministério, e iriam até a estação King’s Cross com eles.
- Ótimo, carros! - exclamou Rony, olhando para os dois carros que os esperavam fora de casa.
- Pois não se acostume - disse a Sra. Weasley, dando um beijo na bochecha de Gina - É por causa do Harry.
Harry acabara de sair d'A Toca, sentando-se no primeiro carro com Rony e Hermione.
- Onde vai a Gina, papai? - perguntou Rony, olhando pelo vidro do carro a irmã sentando-se no carro seguinte - Somos só nós!
- É, e mais meia dúzia de aurores - disse o Sr. Weasley, sentando-se ao lado de Harry.
- Tchau – exclamou Harry, para a Sra. Weasley, Fred, Jorge e Carlinho,s que acenavam para eles – a gente se vê!
- Beleza – disse Fred.
- Mãe, onde estão Gui e Fleur? – perguntou Rony, curioso, enquanto a mãe punha os malões no porta-malas.
- Ah, eles já foram para a lua-de-mel – disse a Sra. Weasley, distraída.
- Lua-de–mel? Quando eles foram? Eu nem vi! – exclamou.
- Claro que não! – disse – Foram durante a madrugada. Gui pediu licença em Gringotes. Eles vão para Paris, junto com os pais dela - disse a Sra. Weasley, enfatizando o "dela" - Tchau queridos, nos veremos em breve!
Ela fechou o porta-malas, mas ouviram um outro "tchau". Eles viraram-se para trás. Viram Tonks, de frente para eles. Parecia bem melhor do que estava antes. Ainda um pouco abalada com o que acontecera, mas parecia tudo OK com ela.
- Tonks! – exclamou Hermione.
- É impressão minha ou só somos nós que não ficamos sabendo de nada aqui? – exclamou Rony.
- Tonks chegou ontem à noite. Logo após de Gui e Fleur terem saído – disse a Sra. Weasley – Meu deus! Já são 10 e quinze! Vamos, vamos, vamos! - disse, batendo no vidro do carro.
- Sra. Weasley, será que posso dar uma palavrinha com a Tonks? – perguntou Harry – Cinco minutos, por favor?
A Sra. Weasley fez uma cara desconfiada para o menino, mas cedeu.
- Tonks – disse Harry, chegando para perto dela - O que aconteceu? - perguntou.
- Eu... Aconteceu algo que não estava...
- O que? – perguntou Harry curioso.
- Eu... Eu estou grávida – disse, com os olhos verdes nos de Harry.
Era por isso que ela tinha se sentido enjoada durante o enterro de Lupin. Era por isso...
Harry não sabia o que fazer: se chorava, ou se ria para a amiga. Por fim, deu um sorrisinho e disse:
- Uau... – exclamou – Parabéns, Tonks!
- Ah, Harry! – Tonks não agüentara. Estava se segurando para não chorar, mas não agüentou...
- Não se preocupe – disse Harry, dando um abraço nela – Tudo vai ficar bem...
- Harry, vamos! Estamos atrasados!
Hermione estava chamando o garoto, do carro. Olhara para o relógio: 10h20min. Chegariam atrasados!
- Vai lá, vai Harry – disse Tonks, limpando as lágrimas nas vestes – Boa viajem. Conte para o Rony e a Hermione... Não há nada de mais em eles saberem...
- OK, obrigado...
E rumou para os carros que os levaram para a estação. Não foi um das viagens mais confortáveis que Harry já teve, mas pelo menos conseguiram chegar no horário.
Pararam em frente à Plataforma 9 ¾. Eram 10:58. Harry olhara para a plataforma, e ele e Rony a atravessaram, seguidos de Gina e Hermione.
Chegaram bem a tempo. O trem já estava saindo.
Entraram no vagão e escolheram seus lugares, bem no fundo.
- Bem, é isso – disse Hermione – Temos de ir para o outro vagão. Hoje nomearão os Monitores Chefes!
- Ah, ela tá louca – disse com um sorriso para Harry – Já voltamos...
Harry ficara sozinho com Gina. Seu coração palpitou forte. Sentia que a garota também estava constrangida.
- Hum... Vamos entrar? - perguntou Gina, ruborizada.
- OK – respondeu. Harry sentira seu rosto corar.
Entraram no vagão, que no momento estava vazio.
Eles se sentaram, um de frente para o outro. Foi o momento mais constrangedor da vida de Harry.
- Hum... Nós nem nos falamos muito desde que você chegou, não é mesmo?
- É – respondeu.
Harry estava achando a situação também muito patética. Tinha idade suficiente para lidar com coisas como aquela.
- Olhe, Gina – disse Harry – Eu... Eu realmente sinto muito pelo o que aconteceu. Por que eu realmente não...
- Não, Harry. Não tem problema – respondeu a garota, olhando para os pés.
- Eu estou tentando te proteger – disse, o coração parecendo que sairia pela boca – Parece ridículo, mas é. Gosto muito de você.
Logo, Gina tirou os olhos dos pés e olhou para os olhos de Harry. Harry olhou para aqueles olhos castanhos, mirando-os com atenção...
Logo, eles foram se aproximando. Estavam quase encostando os lábios, quando a porta do compartimento se abriu.
Luna entrara, junto de Neville.
Os dois voltaram para os lugares, corando. Neville parecia muito sem-graça, mas Luna já se sentara ao lado de Gina, sem perceber a situação.
- Olá Harry! – disse Luna, com energia - Oi Gina!
- Hum... Olá... – disse o garoto,
- Oi – respondeu Gina – Oi, Neville.
- Oi – disse Neville meio sem graça – Eu... Eu espero não estar interrompendo nada.
- Não, imagine – disse Gina, arrumando o cabelo.
- Bom, podemos nos sentar aqui? – perguntou Luna.
- Por mim tudo bem – respondeu Harry.
Eles se sentaram. Luna abriu a mochila e abriu seu novo exemplar de O Pasquim. Neville abrira o novo livro de Herbologia, intitulado: Estudo avançado em Herbologia – 7º ano.
Harry olhara para fora. O dia estava ensolarado e sem previsões para chuva.
Logo, seus olhos pararam na edição de O Pasquim e o garoto lera a manchete (que, por sinal, estava de cabeça para baixo): Ataque dos Comensais da Morte – Hogwarts: ainda um lugar seguro? Harry olhou para baixo. Havia uma foto da Marca Negra, pairando sobre a Torre de Astronomia.
- Hum, Luna – disse Harry – Será que eu poderia dar uma olhada na sua revista?
- Sem problemas, Harry – disse, virando a revista para o normal.
Harry pegou a revista e abriu na página 7, onde começava a reportagem. Nela, estava escrita:

ATAQUE DOS COMENSAIS DA MORTE – HOGARTS: AINDA UM LUGAR SEGURO?

No final do ano letivo, tanto nós quanto a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts fora surpreendida com o ataque dos Comensais da Morte e com a surpreendente morte de seu diretor, Alvo Dumbledore.
O Ministério da Magia ainda não sabe explicar quem fora o autor do crime, mas uma fonte nos contou que tem certeza de quem sabe quem foi oi responsável.
Dolores Joana Umbridge, ex-professora de Defesa Contra as Artes das Trevas de Hogwarts afirma que os centauros que habitam a Floresta Proibida da propriedade participaram do assassinato de Dumbledore.
- Eu mesma já fui atacada por aqueles bárbaros! Dumbledore só podia estar maluco quando colocou um daqueles selvagens pra dentro do castelo, ameaçando a vida das crianças, dos professores e de sua própria. Eu bem que avisei a ele...
Vide pág. 17 para a continuação da entrevista com Dolores Umbridge.

Quando acabou de ler a matéria, Harry simplesmente não sabia se ria ou se ficava abismado com a acusação de Umbridge. Sabia por que ela fizera aquilo mas o pior de tudo sabia quem havia matado Dumbledore e a idéia de acusarem os centauros lhe pareceu simplesmente ridícula.
Ao contrario de Gina, Luna não percebeu a expressão que perpassava o rosto de Harry. Ela simplesmente se virou e disse com a voz sonhadora de sempre:
- Então, Harry? O que você achou?
“Está uma droga” – pensou. Mas Harry não sabia o que dizer à garota, que mantinha um olhar esperançoso sobre ele.
- Bem, eu... Eu...
Mas o que Harry ia dizer ninguém chegou a saber, pois naquele momento Hermione surgiu no compartimento gritando de alegria e Rony com uma cara não tão boa, logo atrás dela.
-Harry!!! Fui nomeada monitora chefe! - disse a garota, aos saltos, abraçando o garoto - Fui nomeada, eu consegui!
- Você só conseguiu por que acha que sabe tudo – disse Rony emburrado, com a cara vermelha, sentando-se ao lado de Harry.
- Por que essa cara Rony? – perguntou Gina – Não era você que dizia que odiava ser monitor...?
- Gina, não se mete no que não é de sua conta, tá legal?! – exclamou o garoto, virando-se para a irmã.
- Rony! – exclamou Hermione, o sorriso desaparecendo do rosto – Você não precisa falar assim com a sua irmã só por que me escolheram e não você!
- Ah, obrigado Hermione, por ficar lembrando todo mundo aqui que você é perfeita! – exclamou Rony, levantando-se de supetão.
- Perfeita?! Você acha que minha vida é perfeita?! – exclamou a garota, levantando-se também – Será que uma vez na sua vida você poderia parar de ser egoísta?
- Egoísta, eu?! – exclamou – Mas...
De repente, a porta do compartimento se abriu e a moça do carrinho de doces entrou:
- Doces?
Harry sentiu uma imensa vontade de rir, mas se segurou. Sentiu que Gina também o queria fazer.
- Hum... Não, obrigado – disse Harry.
- Com licença – disse Neville – Eu gostaria de um Sapo de Chocolate, por favor.
Hermione e Rony olharam um para a cara do outro, sem se atrever a dizer uma palavra.
- Três sicles - disse a senhora, olhando para os dois, em seguida para Neville, a quem deu um sorrisinho.
Enquanto Neville dava o dinheiro para a mulher, Rony e Hermione se sentaram (separados por Luna).
E a viajem até Hogwarts seguiu assim até chegarem ao castelo. Hermione lendo o livro novo de Transfiguração: A arte da Transfiguração avançada, Rony continuava com a cara emburrada para Hermione, mas seguiu jogando Snap Explosivo com Harry, Gina e Neville. Luna ainda estava no meio de Rony e Hermione, terminando de ler a edição de O Pasquim.
Logo, o trem começou a frear e eles saíram aos poucos do compartimento. Estavam saindo do trem quando uma mulher de cabelos ruivos esbarrou neles.
Não parecia uma mulher tão velha. Não tinha mais de 35 anos. Possuía longos cabelos ruivos, olhos verdes e penetrantes, o nariz pequeno e uma feição muito bonita. Mas algo nela era estranhamente familiar...
- Oh, me desculpe – disse, virando-se.
- Não foi nada – disse Gina, pegando o malão que caíra no chão.
- Laurien Harrington – disse, estendendo a mão para eles – Acho que seremos oficialmente apresentados em breve.
- Quê...? – ia dizendo Hermione, mas a mulher sumiu.
- Deve ter aparatado para o castelo – disse Harry - Mas...
- Não se pode aparatar em Hogwarts! – exclamou – Quantas vezes eu vou...
- Com licença, por favor. Alunos do primeiro ano, aqui, alunos do primeiro ano!
Era Hagrid.
- Olá Harry! Rony... Hermione – disse, seguido por meia dúzia de, como dizia Rony, "anões".
- Olá Hagrid – disse Hermione.
- Bem, preciso chamar os alunos do primeiro ano, com licença.
E ele se afastou dos garotos, chamando pelos alunos novos.
Eles caminharam para as carruagens. Harry viu os Testrálios e, em seguida, ele e Luna se entreolharam.
As cabeças dos Testrálios se viraram para o garoto, em quanto eles subiam na carruagem.

***

A estranha névoa os acompanhou por todo o caminho que fizeram até a escola. Eles levaram uns dez minutos para chegar até o castelo. Chegando lá, eles desceram. Harry olhou de relance, e viu Crabbe e Goyle, olhando para sua cara com raiva. Luna desceu atrás de Harry, como se flutuasse. Rony e Hermione desceram ainda de cara amarrada. Estavam prestes a entrar, quando a voz da Professora McGonagall surgiu para eles.
- Potter... Granger – disse – Sigam-me, por favor.
Eles se entreolharam.
- Preciso conversar com os senhores á sós – disse, puxando-os para perto de si.
Eles fizeram o caminho contrário dos estudantes (que, naquele momento, estavam entrando no Salão Principal). Subiram um andar e andaram até o fim de um corredor, onde ficava a sala dos professores.
Ela fechou a porta e disse, por fim:
- Bem, Sr. Potter. Espere um instantinho aqui. Preciso falar com a Srta. Granger a sós por um momento.
Harry olhou para a professora, e se sentou em uma cadeira próxima. A professora gesticulava muito quando falava. Não sabia do que estavam falando, mas parecia ser coisa boa: Hermione sorria. Parecia animadíssima. Deu a ela um embrulhinho, a qual ficara interessadíssimo com o que seria, pois Hermione o segurou como se fosse vidro. Olhara para os lados, e via a chuva que acabava de começar, caindo fina pelas carruagens que agora tomavam o caminho para a estação de Hogsmeade.
Uns cinco minutos depois, ou o que pareceu a Harry, ela dispensou a garota e disse:
- Muito bem, Sr. Potter. O caso é o seguinte: não sei o que Dumbledore quis dizer antes de... – disse, soltando um suspiro – Mas receio ter que fazer a sua vontade.
- O que ele pediu, professora? - perguntou Harry, muito curioso.
Ela crispou os lábios.
- Ele pediu que você tivesse licença para sair da escola em casos urgentes – disse, enfatizando o “urgentes” – Sempre que precisar é só pedir minha autorização, Potter.
Harry ficara abismado. O que o professor Dumbledore queria...?
- Bem, acho uma idéia muito perigosa, ainda mais na situação em que estamos atualmente... – disse, com severidade – Mas acho que Dumbledore sabia o que estava fazendo. Ou não...
Dumbledore estava falando das Horcruxes, só podia ser... Mas... Por que, sem mais nem menos, ele contou isso para a Profª. McGonagall?
- Bem, é isso que tenho a dizer para o senhor – disse, ajustando os óculos – Pode ir. Acho que ainda dá tempo para o inicio do jantar.
- Obrigado – disse à professora.
- Não a de quê, Potter – retribuiu a professora, sentando-se na sua cadeira.
Harry saiu da sala dos professores e se dirigiu ao Salão Principal, que àquela hora estava bem mais vazio desde que chegara. A cerimônia de Seleção já tinha terminado.
Harry localizou Rony no meio dos colegas da Grifinória, que estava conversando com Hermione. Pelo jeito, os amigos tinham feito as pazes. Ou pelo menos tinham feito uma "trégua".
- E aí, Harry, o que a Professora McGonagall queria? – perguntou Hermione.
- Ela disse que Dumbledore deu permissão, antes de morrer, para que eu pudesse sair da escola quando precise...
Hermione largou os talheres, e perguntou:
- Mas... Será que ele fez isso para que você conseguisse... Será que é sobre... Sobre as Horcruxes?
- Acho que sim - respondeu Harry, pensativamente – Mas... Por que ele disse isso a ela? Quero dizer, será que ele já sabia que ia morrer? Por que para dizer isso à ela ele...
- Eu não sei – disse Hermione, olhando para a mesa dos professores – Acho que não... Por que ele haveria de saber?
- Bem, tá ótimo esse assuntou aqui – disse Rony, colocando um ponto final no assunto – Você sabe o que a McGonagall disse para a Mione?
- Não – respondeu Harry, olhando para Hermione – O que ela te falou, Hermione?
- Eu não posso falar – disse, simplesmente.
- Como não?! – exclamou Rony, incrédulo – Somos seus melhores amigos!
- Eu sei! – exclamou Hermione, parecendo muito ofendida com o que o amigo falara – Mas vocês vão ficar sabendo em breve – disse, satisfeita.
- O que você quer dizer com em breve? – perguntou Harry.
- Prometo que vocês vão ficar sabendo – acrescentou – Vamos acabar logo de comer, que já estou começando a ficar com sono. Tenho um dia muito longo amanhã...
- Mas amanhã nós não devemos ter tanto conteúdo assim, não é? Quero dizer, é o primeiro dia de aula!! – exclamou Rony, incrédulo.
- Primeiro dia de aula, mas primeiro dia de preocupações - disse, olhando severamente para o garoto - Boa essa costeleta, não? – perguntou, mudando de assunto.
E o jantar prosseguiu assim: Hermione não querendo falar nada.
- Bem Harry - disse Hermione, se levantando junto com Rony - Temos que ir... Sabe, monitores... Nos vemos na sala comunal.
Dizendo isso, ela se foi com Rony, exclamando "Alunos do primeiro ano, por aqui!", e o garoto fazendo uma careta.
Não se demorou muito ali, ele se levantou e, desviando de Pirraça, que atirava giz de lousa nas pessoas que saiam do salão, caminhou até o quadro da Mulher Gorda:
- Senha? – perguntou, bocejando.
- Hum...
Hermione não tinha lhe falado qual era a senha.
- Senha? - tornou a repetir a Mulher Gorda.
- Eu... Minha amiga, Hermione, ela é monitora, ela não me disse qual era a senha, e...
- Sem senha, o sr. não entra - disse, por fim, fechando os olhos e voltando a dormir.
"Alguém deve aparecer" pensou. "Qualquer pessoa"...
Mas ninguém vinha. Caminhou pelo lado oposto e viu uma sombra, olhando para a luz do luar. Visivelmente, bebia algo. de repente, olhou para Harry. Não podia ver seu rosto, mas caminhava em sua direção.
Harry puxou sua varinha instintivamente do bolso interno das vestes,e mentalizou "Expelliarmus!", mas um outro jato de luz vermelha veio da direção oposta, deixando-o desarmado. Harry olhou aterrorizado, e correu para o outro lado do corredor quando...
- AH!
Trombara em Rony e Hermione, que iam para a sala comunal.
- Harry! - exclamou a garota, assustada - Meu Deus, o que aconteceu?
- Eu... - Harry ia dizendo, mas parou. Olhou para o fim do corredor, onde tinha visto a sombra, mas já não havia ninguém ali. Virou-se para Hermione e Rony, que olhavam assustados, porém intrigados para o garoto - Nada, esquece.
- Coração de Dragão – disse Rony para a Mulher Gorda.
Ela estava dormindo... Hermione virou-se para Harry e disse:
- Harry, o que aconteceu? - perguntou, abafando o "Coração de Dragão" que Rony dizia a Mulher Gorda, que ainda não acordara - Estávamos vindo para a sala comunal quando você veio com uma cara assustadora...
- Já disse, não foi nada - disse Harry.
- Accio! - exclamou Hermione, apontando sua varinha para a de Harry, esquecida do chão - Tome.
- Obrigado...
- CORAÇÃO DE DRAGÃO! - berrou Rony, fazendo sua voz ecoar pelo lugar.
- OK, OK! - disse a Mulher Gorda, acordando de supetão - Não precisa gritar, não sou surda!
- Fico imaginando se fosse! - exclamou Rony, entrando para a sala comunal, deixando Harry e Hermione na entrada.
- Pensei ter visto uma coisa, mas... Não foi nada, esquece - disse Harry, tornando olhar para o corredor escuro, agora quase coberto pela estranha neblina que pairava pelo castelo. Hermione tornou a olhar para Harry.
- Mas... - ia dizendo.
- Vocês querem entrar ou não! - exclamou a Mulher Gorda, agora visivelmente irritada.
Eles olharam para ela, e Hermione o puxou para dentro.
Assim que passaram, a passagem bateu com um baque surdo. Rony já tinha ido dormir, pois não encontraram ninguém na sala comunal.
- Bem, vamos dormir - disse Hermione, por fim, subindo as escadas que levavam ao dormitório das meninas - Temos um longo dia amanhã... Boa noite, Harry!
- Noite... - disse, e a sombra da menina desapareceu pela coluna de pedra ao lado da escadaria. Harry olhou para o fogo, que crepitava e dava um ar acolhedor à sala. Por fim, se rendeu ao sono e subiu as escadas que levavam ao dormitório dos meninos. Pôs o pijama e deitou-se, ao lado da cama de Rony, que roncava sonoramente. Virou para o outro lado e tentou dormir. Afinal, como dissera Hermione, o dia seguinte seria longo...

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