O retorno de Greyback



Greyback os esperava no fim da rua. As vestes negra suja e ensangüentada. Os dentes amarelos, mostrando um sorriso maligno para eles.
- Ora ora ora... Meu caro Lupin e nosso querido Sr. Potter! – cantarolou.
- Greyback – murmurou Lupin, puxando a varinha.
- Isso mesmo meu garoto! – exclamou – Se bem que não é mais um garoto, hein Lupin...
E soltou uma gargalhada fria.
- O que está fazendo aqui? – perguntou Harry, o coração palpitando forte.
- Ordens de meu mestre... – disse, dando um passo a frente – Recebi informações muito claras.
- O que você quer, Greyback! – gritou Lupin, apontando a varinha diretamente para o coração de Greyback – Deixe-nos em paz!
- Oh, nossos amiguinhos querem paz! – exclamou – E é isso que terão dentro do túmulo!
E, sem mais nem menos, saltou para eles. Eles desataram a correr.
- Sectusempra! – exclamou Harry.
Vários arranhões apareceram no peito e no rosto sujo de Greyback, fazendo o sangue refletir a luz do luar.
- Você vai querer me matar mesmo, garoto? – exclamou, limpando o sangue, agora deixando de sorrir - Vai precisar de muito para isso!
- Lupin! – era Tonks – O que está... Ai meu Deus!
E soltou um grito. Greyback olhou para ela, os olhos amarelos brilhando.
- Mais uma para a brincadeira! – exclamou, sorrindo – Hoje deve ser meu dia de sorte!
- Lupin! – gritou Tonks – Cuidado! Hoje é o dia!
Harry exclamou para Lupin:
- Dia? Mas que dia?
- O meu dia de transformação... Eu não tomei a poção hoje – gritou – Saia de perto, Harry!
A lua saiu entre as nuvens da noite, formando um clarão nos seus rostos. Os olhos de Lupin se arregalaram, de repente, os olhos azuis passando para um verde musgo, os dentes começando a se afiar... De repente, ele soltou um grito muito alto. Suas roupas começaram a rasgar, suas orelhas começaram a crescer, e, em instantes, Lupin se transformou em Lobisomem.
Soltou um uivo muito frio e profundo.
- Ah, você quer brincar? – exclamou Greyback.
O mesmo processo aconteceu com Greyback. O único ponto é que ele podia se transformar e voltar ao normal quando quisesse.
Ele pulou para cima de Lupin, e os dois começaram a brigar. Era uma luta muito violenta. Lupin mordia Greyback com toda a sua força, o sangue jorrando... Mas nada parecia acontecer com ele. Greyback levantou sua pata, as unhas amarelas destacando-se à luz do luar, e arranhou o rosto de Lupin. Esse rugiu tão alto, que as luzinhas da cidadezinha estavam ascendendo.
- Temos de sair daqui, Harry – exclamou Tonks.
- Não vou abandonar Lupin aqui – interveio Harry.
- Também não quero! – gritou, olhando assustada para onde vinham as luzes - Mas precisamos!
Lupin virou-se para os dois. Não tinha controle quando se transformava em Lobisomem.
Ia levantando a pata para atacá-los, Harry já sentindo a dor e o sangue escorrendo pelo corpo, quando Lupin soltou um uivo de dor, e desabou no chão.
- NÃO! – gritou Tonks.
- SIM!
Greyback voltara a sua forma humana.
Havia uma adaga de prata nas costas de Lupin.
- Ah meu Deus! – exclamava – NÃO!
Lágrimas escorriam pelo rosto de Tonks. E, antes que percebesse, escorriam no de Harry também:
- LUPIN! – exclamou – DESGRAÇADO, VOCÊ O MATOU!
- Sim! E farei o mesmo com vocês! – gritou, o rosto manchado de sangue.
Saiu caminhando a eles. Estava mancando. Voltou a se transformar num Lobisomem:
- Assim vai doer mais, não é? – disse, com um tom assassino.
Tonks tremia. Harry pegou no braço dela, dando passos para trás. Também estava com medo. Inesperadamente, tropeçaram nos ramos de um enorme carvalho, e caíram.
Greyback ia levantando a pata para atacar, assim com Lupin o tentara fazer. Mas antes de atacá-los, algo estranho acontecera.
- Avada Kedavra!
Um raio de luz verde cortou o ar da noite, atingindo-o nas costas. Greyback voou longe, com os olhos arregalados e estatelado no chão, morto.
Harry e Tonks olharam para o chão. Lupin conjurara o feitiço.
Correram até ele. Tonks com o rosto vermelho e manchado em lágrimas.
- Lupin! – exclamou – Graças a Deus, você está bem!
- Tonks – murmurou, não conseguia falar direito - Me... Me perdoe.
- Te perdoar? – indagou, tremendo de tanto chorar – Mas... Mas por que, querido?
- Me desculpe... Me desculpe também, Harry.
Harry sentiu um aperto no coração.
Os olhos de Lupin estavam marejados em lágrimas. Tentara dizer algo, mas eles nunca chegaram a saber. Lupin estava morto.
Tonks, quando se deu conta do que acontecera, soltou um grito, mas um grito tão alto que cortou a noite.
- NÃO!
Os olhos de Harry estavam cheios de lágrimas também.
Algumas pessoas da vila estavam indo até ali, para ver o que acontecia.
- Tonks... – murmurou Harry – Temos de ir.
- Não vou deixar o corpo dele aqui! – gritou.
- Mas... Os trouxas... – ofegou.
Tonks olhou para trás. Olhou de volta para Harry e disse:
- Venha até aqui - sussurrou para Harry, com as lagrimas derramando pelo seu rosto jovem. - Encoste-se no braço dele...
Harry foi até onde estava o corpo de Lupin. Estava muito frio.
- Vamos aparatar – disse.
- Mas... Para onde? – exclamou.
- Vamos parar no pub primeiro. Temos que pegar nossas coisas... Depois, iremos a outro lugar.
Eles seguraram Lupin. Pesava muito.
- Quando eu contar até três. Um Dois...
Eles giraram o corpo (com dificuldade, pois estavam segurando Lupin), e aparataram.
Logo, estavam no pub novamente. Tudo estava muito escuro lá. A estranha névoa comprimia as vidraças. Tonks pegou uma folha de pergaminho e começou a escrever uma carta. Quando acabou, pegou a coruja que estava num poleiro. Amarrou a carta aos pés da coruja e a soltou no ar frio da noite.
Harry viu a lareira, o fogo crepitando.
- Por que não usamos pó de flu? Podíamos ir pela lareira...
- Não podemos... – disse – As lareiras estão sendo confiscadas pelo Ministério. Se eles virem a gente saindo com... Com ele – disse, olhando com tristeza para Lupin – Teremos de dar muitas respostas.
- OK então – concordou Harry.
- Já pegou o seu malão, Harry?
Harry olhou para o malão em cima da cama dela. Foi até ele e o carregou.
Voltou-se para Tonks, que estava com o corpo de Lupin nos ombros.
- Venha até aqui, Harry - disse, lentamente. Estava muito calma, as lágrimas pareciam que não queriam sair mais.
Harry fez o que ela mandou. Encostou-se no braço da garota, que tremia como nunca.
- Quando eu contar até três novamente! – exclamou – Um dois... Três!
Novamente, eles passaram pela horrível sensação que era aparatar. Harry estava com os olhos fechados. Quando os abriu, deu de cara com Rony e Hermione, olhando-o apreensivos.

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