Mais Surpresas.
Gina estava bastante surpresa, parada na estação de Hummel.
-Canis não disse onde deveria o encontrar, droga! E isso parece um caos! – ela diz pra si mesma.
Um carregador muito amável lhe trouxe sua mochila o mais rápido que pôde. “Definitivamente, quem dizia que esse lugar era tranqüilo estava louco” Pensou ao ver a atividade que ocorria na estação, exatamente igual (Ou pior) do que Harry havia visto no dia anterior. Avançou pelo povoado e perguntou onde ficava a pousada que haviam lhe recomendado em Hogwarts, se chamava “Vale Dourado”. Uma garota estranha lhe disse que havia sido destruida (A pousada) pela invasão e isso a deixou mais confusa ainda. “Que invasão? Houve uma invasão?”
-Mas pode ir à Poça pela Estrada. – lhe informou a garota – É um lugar onde sempre tem espaço para acampar. E não aconteceu nada de grave.
Gina, com sua mochila nos ombros, tomou a direção indicada pela garota. Estava sozinha e era nova no lugar. E não tardou em se perder. Ficou vagando até o entardecer e começava a esfriar.
Depois de muito caminhar, chegou na casa de Remus. Tocou a campainha e ninguém respondia. Decidiu então entrar pela porta dos fundos, que estava aberta.
Percorreu a casa toda. Uma rápida ida ao segundo andar lhe informou onde estava: viu o malão dos garotos em um quarto.
Pensou em ficar lhes esperando ali até que voltassem. E ficou durante muitas horas, esperando em vão. Nem Harry nem nenhum dos outros voltava e já era muito tarde, seu relógio marcava dez e meia da noite. Sentiu um calafrio. Decidiu passar a noite na casa, não tinha barraca para acampar e era tarde demais para procurar hospedagem em outro lugar. Por quê não fez caso a Harry, quando lhe aconselhou ao se despedir que não viesse?
Pegou algumas cobertas na mochila e deitou no sofá. “Amanhã será outro dia” pensou. Se revirou nas cobertas, pensando em tudo que havia acontecido nesse ano. Desde que os Comensais a capturaram na Toca...
-Vamos – disse ela brava com si mesma – É muito tarde pra pensar nisso.
Mas não podia. Como haviam usado nela a Crucio até que se cansassem, apenas por diversão. Claro, não a mataram, porque precisavam dela para atrair Harry. Um deles inclusive quis estuprá-la... Mas outro o impediu. Depois, como Harry não chegava, acabaram se esquecendo dela e ela aproveitou para escapar, perambulando sem rumo ou destino. Foi indo assim até chegar numa cidade trouxa, numa fonte num parque e caiu desmaiada; incapaz de acordar por causa de seus medos... Teve sonhos muito estranhos.
Um homem baixo e calvo que ela não conhecia falava em sussurros com outro, um pouco mais alto e mais jovem por sinal. Este lhe indicava os passos para atrair e matar definitivamente Harry:
- “Mc Callan, é muito arriscado”.
- “Eu sei Rabicho. Mas são ordens do mestre. O que posso fazer contra isso?”.
- “Mas você irá só com um Olho do Dragão. Dumbledore é muito inteligente, pode te descobrir, e então...”.
- “Ah, não se preocupe, eu o usarei no brinco. Ninguém irá notar e posso levar todo o tempo do mundo”.
- “Bem, se é o que você diz...”.
“Que sonhos loucos” Pensou Gina, ela também teve um sonho que se passava num local com muitas pedras, ela estava namorando Harry e ela acabava morrendo no lugar dele... Ele chorava muito e ela ficou com medo. Este era um dos motivos que a fizeram ir pro Vale de Godric, não queria ver Harry sofrer com a morte dela. Logo depois lhe deram a poção de lágrimas de fênix. Ela sorriu ao lembrar o sabor: doce e suave. Como caramelo liquido, fresco e saboroso ao mesmo tempo. E voltou a Hogwarts antes do tempo, com os garotos. E ali a pegaram (No bom sentido), usando uma Imperius muito forte. Praticamente não se lembrava de ter percorrido todo o caminho desde o quarto das garotas até a clareira da floresta; O momento em que esteve mais consciente foi quando gritou a Harry para que não se preocupasse com ela, que escapasse. “Como o amo!” Pensou ela. E agora estava nesse rolo, sozinha no Vale de Godric, para ver Harry, este era o motivo mais importante pelo qual ela estava ali.
Gina acabou dormindo tarde. Dormiu sem tem nenhum sonho, até que a aurora clareou o dia no Vale. Ao ver que nem Harry nem nenhum dos outros chegavam ainda, decidiu procurá-los por sua própria conta. Colocou suas coisas de volta na mochila e saiu da casa.
Caminhou para o oeste. Por ali a estrada estava intacta. Viu em seu relógio que já eram duas da tarde. Disse a si mesma que iria almoçar na primeira casa que visse, ainda tinha alguns sanduíches. Chegou até as ruínas de uma casa que na sua época devia ter sido muito bonita. Ficou por ali mesmo e depois, uma vez saciada a sua fome, a curiosidade despertou nela e ela entrou.
A primeira coisa que viu, era uma sala de estar destruída. Tinha sinais de que foi queimada, mas não por um fogo comum e corrente. Eram manchas verdes que ainda restavam depois que havia sido queimado. Na esquerda se viam algumas cadeiras que em sua época foram talvez verdes provavelmente. Agora estavam tão sujas que era quase impossível notar alguma cor definida, a não ser que limpasse bem. De frente para as cadeiras, havia uma lareira queimada com o fogo verde. À esquerda desta, se via um armário de portas de vidro, que deve ter guardado pratos e copos. Estava todo quebrado. Ela avançou entre o vidro quebrado e encontrou uma escada que rangia ao pisá-la.
Subiu no segundo andar, que tinha três quartos. Dois deles estavam tão destruídos que era praticamente impossível pensar que alguém usou algum deles. Nos restos de um, se via uma cama de casal, com um pé quebrado, um armário caído no chão e muita terra sobre o tapete. Curiosamente, também tinha aquelas manchas de queimadura verde que ela viu lá embaixo. O outro deve ter sido uma mini-biblioteca, mas era impossível entrar: milhares de livros no chão e provavelmente um armário caído a impediam de abrir a porta.
Entrou no terceiro quarto e teve uma surpresa: Estava intacto. Nele se encontrava um berço com vários brinquedos de bebê, ursinhos de pelúcia e um pequeno armário com roupas. No lado esquerdo do berço havia uma mesinha de cabeceira em excelentes condições (na gaveta se encontrava um bibelô vazio e um livro de historias) Sobre a mesinha tinha uma pequena fotografia (Era tão pequena que parecia tirada de um livro) sem marcas... Uma mulher de cabelos vermelhos e um homem de óculos sorriam abraçando um bebê. “Esses olhos verdes” pensou olhando a foto “Não pode ser! Eu não deveria estar aqui!” Imediatamente, uma crescente sensação de incomodidade a invadoi. Gina saiu correndo da casa, pegou a mochila e correu na direção oposta.
Seguindo o curso do rio, chegou na floresta. Viu umas pegadas mais ou menos recentes, de uns dois dias atrás. Resolveu seguí-las e chegou até um túnel amplo, que percorria a floresta mais bonita que ela tinha visto. As arvores coníferas cresciam altas e retas, com musgo por todos os lados. Pisava num chão de terra e folhas mortas que estavam no caminho. Escutava-se o canto dos pássaros e o murmuro como se fosse de água, como se fosse uma pequena cascata. Na verdade era um lugar charmoso, mesmo que Gina não pensasse nisso quando caminhava rapidamente procurando os otros. E enquanto mais se aproximava do lugar de onde vinha o barulho de água, ia escutando vozes humanas. Até que...
-Gina!
-Harry?
Harry vinha correndo até ela.
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