Algures na Cornualha
Após a saída de Leonard, Karina foi até à biblioteca do Ministério procurar um livro da Geografia de Inglaterra.
Encontrou facilmente a Cornualha e todos os castelos nela presentes actualmente, os detectáveis e os indetectáveis, fazendo uma pequena lista dos possíveis castelos onde Richard estaria.
Depois foi ter com Harry ao seu gabinete. Entrou sem bater deparando-se com uma cena não muito estranha, mas inesperada.
Phillipa estava sentada ao colo de Harry e riam-se os dois.
--Mas que pouca-vergonha é esta? A minha secretária com o meu chefe? – inquiriu Karina na brincadeira.
Phillipa levantou-se rapidamente e Harry ajeitou o cabelo, mas não com muito êxito.
--Bem... como vais? – perguntou Phillipa atrapalhada.
--Na mesma. – respondeu Karina. – Eu não queria incomodá-los, mas precisava de te pedir um favor Harry.
--Diz lá ‘miga, estou a ouvir. – pediu Harry.
--Precisava que mandasses uma carta ao Richard Lair a pedir-lhe para vir falar contigo. – informou Karina. – Hoje.
--Hoje?! Mas assim sem mais nem menos? – inquiriu estupefacto.
--Claro, inventa qualquer coisa. És chefe do departamento não és? Tens que ter imaginação. – afirmou Karina.
--Mas porquê?
--Preciso de fazer umas investigações pelos castelos da Cornualha, ouvi dizer que tem lá as crianças. Preciso que o afastes de lá. – disse Karina.
--Sim, estou a entender. – murmurou Harry. – Mas mesmo assim acho isto muito arriscado, ele pode desconfiar.
--Não desconfia nada!
--Eu avisei-te. – afirmou Harry. – Vou mandar-lhe já a carta para poderes dar o baza o mais depressa possível.
--‘Bigado lindo. – agradeceu Karina vendo Harry tirar um pergaminho da gaveta e começar a escrever. – Vou indo, alguma coisa estou no meu gabinete a prepara-me.
--OK. – sorriu-lhe Harry.
--Tchau Phillipa! – despediu-se Karina.
Mal Karina saiu Harry pegou no telefone.
Ela dirigiu-se para o departamento de Magia-Científica e sentou-se à secretária.
--Vejamos, tenho varinha, a minha espada... deve chegar, só para prevenir. – murmurou Karina pensativamente.
Levantou-se, foi até a um armário e tirou uma caixa com chocolates.
--Estou mesmo a precisar. – disse sorrindo.
Dez minutos depois o telefone tocou e Karina tendeu rapidamente.
--Ele já chegou. – disse a voz de Phillipa e desligaram o telefone.
Karina vestiu o casaco comprido preto e materializou-se para a Cornualha.
O ar estava muito enevoado e Karina dirigiu-se o mais depressa possível para o primeiro castelo. Ficava no cimo de um monte. Karina bateu à porta e pouco depois uma senhora idosa veio abrir.
--Bom dia, minha filha. Deseja falar com Sir John? – perguntou amavelmente.
--Bem... acho que não... – disse Karina. – Conhece algum Richard Lair por aqui?
--Richard Lair... – murmurou a avozinha pensativamente. – Espere só um pouco que eu vou perguntar ao meu senhor. – pediu e voltou para dentro de casa.
Karina ficou à espera durante cinco minutos, e esses cinco minutos pareceram-lhe uma eternidade.
--Voltei minha querida. – comunicou a senhora. – O meu senhor diz que Sir Richard Lair mora a quinhentos metros daqui, para aquele lado. – declarou a velhinha apontando para o lado direito.
--Muito obrigado minha senhora. – agradeceu Karina amavelmente.
--De nada minha filha. – disse a mulher.
Karina partiu nessa direcção com passadas rápidas e não demorou muito tempo a chegar perto de um castelo meio sombrio.
Avançou por um jardim muito bem tratado e tirou a varinha do bolso. Tocou com a ponta dela na porta e passou através dela como se esta fosse água.
Olhou em volta, parecia tudo muito sossegado. Avançou três passos em frente e subitamente ouviu-se um estrondo vindo de trás de Karina. Ela olhou para trás e viu que a porta tinha desaparecido.
--Seja bem vinda, Miss Riddle. – disse a voz de alguém.
Karina agarrou bem a varinha e olhou em volta sem dizer absolutamente nada.
--Aquilo foi só para garantir que não te vais já embora porque ainda agora chegaste, e seria terrível que uma convidada se fosse assim embora, mesmo sendo uma convidada inesperada. – observou Richard. – Esperavas-me encontrar em casa, não era assim?
--Como é possível... o Harry...
--Minha linda, minha querida e linda Karina... – murmurou Richard. – Pensas que eu sou parvo? Tenho muitos informadores por estes lados e um deles é um senhor chamado Sir Jonh que me informou que uma “moça” com as tuas descrições se dirigia para aqui. Eu não te cria deixar sozinha. Despedi-me de Mr. Potter e vim para cá o mais depressa possível.
--Eu sabia que havia alguma coisa de estranho naquela senhora... – rosnou Karina. – Onde está o meu irmão?
--O Tommyzinho? – inquiriu uma voz vinda do seu lado esquerdo.
Karina viu uma sombra a descer umas escadas e apareceu uma pessoa vestida completamente de preto. Richard sorria-lhe amavelmente, mas Karina sabia o que se escondia por trás daquele sorriso.
--O teu querido maninho está optimamente e digo-te que não é tão rebelde quanto a irmã. – afirmou Richard.
--Onde está o meu irmão, sacana de merda?! – gritou-lhe Karina apontando-lhe a varinha à cara. – E o resto das crianças?!
--Estão seguros. Mas porque estás a ser tão indelicada? – perguntou Richard e com um gesto fez a varinha de Karina voar pelo ar. Karina desembainhou a espada.
--Pensas vencer-me com esse bocado de metal? – perguntou ironicamente. – Pensas que mesmo tendo o sangue de uma sacerdotisa e de um mago extremamente forte, me vais derrotar, doçura?
--Esta vai ser a última vez que eu vou perguntar, onde estão o meu irmão e as crianças? – rosnou Karina.
--És muito insistente! – observou Richard aproximando-se ainda mais de Karina e ficando unicamente a um metro de distância. – E tão bonita...
--Não me interessa minimamente os teus gostos. – disse-lhe Karina friamente.
--Vá lá, dá cá a espada. – pediu Richard abrindo a mão e a espada de Karina voou-lhe da sua mão para a dele. – Não se deve brincar com coisas cortantes.
Fez a espada desaparecer e aproximou-se mais de Karina, ficando a centímetros.
--Agora podemos ter uma conversa mais sossegada. – murmurou.
Karina fechou o punho e deu-lhe um murro com toda a força na cara. Richard recuou vários passos e esfregou a cara.
--Tens uma boa esquerda. – observou Richard.
--Já mo disseram mais vezes. – informou Karina.
--Compreendo... meninos! – chamou Richard.
Karina começou a ouvir passos e a pouco e pouco começaram a chegar várias crianças que cercaram Richard e uma delas foi-lhe dar a mão, era Tom.
--Mano... – murmurou Karina. – Fizeste-lhe uma lavagem ao cérebro!
--Que exagero! – fez ver Richard. – Eu só o fiz pensar de outra forma.
Karina olhou para todas as crianças, tinham olhares vazios.
--Tu não me conheces. – murmurou Karina.
--O que queres dizer com isso? – inquiriu Richard franzindo as sobrancelhas.
Karina não lhe respondeu e fechou os olhos, concentrando-se profundamente. Aos poucos as crianças começaram a recuperar o sentido e foram todos para ao pé de Karina, só Tom não foi, pois Richard agarrou-o firmemente por um braço.
--Maninha... – chamou Tom.
--O que tencionas fazer linda? – inquiriu Richard.
Karina rosnou.
--Então? O que se passa com a senhora toda poderosa? – inquiriu Richard cinicamente.
--Vai-te lixar. – ordenou Karina.
--Parece que agora estás nas minhas mãos. – riu-se Richard. – Finalmente.
--O que queres de mim? – inquiriu Karina. – E de onde é que me conheces?
--São duas perguntas muito diferentes, mas existe uma resposta simples para cada uma. – afirmou Richard. – “O que eu quero de ti?” Essa deve ser a mais fácil, eu não quero nada de ti, eu quero-te a ti! Agora “Donde me conheces?”... Ainda te lembras do Nasorovitch? Bem... eu conhecia-o, e assim como ele, eu admirava-te muito, mas não cheguei ao ponto de fazer as loucuras dele, eu esperei, elaborei bem os meus planos, sabia que eras auror, sabia que tinhas um irmão e sabia que não admitias injustiças, então comecei a agir. Raptei crianças, disfarcei-me de um rapaz mudo com quem tu falaste e o resto da história tu já sabes.
--Tu eras o rapaz mudo... nunca me passou pela cabeça... mas eu sou tão estúpida!! – exclamou Karina passando a mão pela cabeça.
--Minha princesinha... só com um milagre te safas desta. – riu-se Richard.
--Sim, mas os milagres acontecem. – declarou uma voz vinda sabe-se lá donde.
Subitamente Tom desaparece miraculosamente e Richard olhou baralhado para a própria mão.
Karina não perde tempo, corre para a varinha, apanha-a e lança um feitiço imobilizador a Richard. Ele desprevenido, cai ao chão sem se conseguir mexer e Karina, para prevenir, congela-o.
Olhou em volta, onde estaria o seu irmão.
--Tom!!! – chamou Karina.
--Não grites mana! – pediu a voz do rapazito vinda do seu lado direito.
Por umas escadas encostadas à parede descia alguém e, esse alguém, trazia Tom ao colo.
Karina ergueu a varinha, mas era só... Draco!
Karina correu para os dois e pegou Tom ao colo.
--Ó maninho... – murmurou Karina abraçando-o.
Draco aproximou-se de Richard e baixou-se ao lado do vampiro enquanto Karina falava com o irmão. Pouco depois Karina foi ter com as crianças.
--Qual de vós é a Samantha Robinson? – perguntou Karina amavelmente.
Uma menina morena aproximou-se de Karina timidamente.
--Depois eu levo-te até ao Leonard, OK? – perguntou Karina.
A menina acenou afirmativamente.
--Podemos ir? – inquiriu Draco.
--Sim, sim. – respondeu Karina. – Vou teletransportar-nos a todos para o Ministério.
--Aquilo vai virar um jardim infantil, pobre Potter. – riu-se Draco ironicamente.
Karina abanou a cabeça em advertência. Fechou os olhos e concentrou-se. No instante a seguir Draco viu-se entre duas secretárias.
--Onde estamos?
--Mas vocês os dois trabalham bem. – observou Harry entrando no seu gabinete e olhando para os putos. – Potentes hã?
--Está calado! –ordenaram os dois ao mesmo tempo.
--Como quiserem. Já não cá está quem falou. – declarou Harry metendo as mãos nos bolsos.
--Vou prender este gajo. – afirmou Draco que trazia Richard às costas. – Bye bye.
--Eu vou levar a Samantha ao irmão e tu Harry, vais tratar de encaminhar estes putos. – afirmou Karina.
--Mas, mas... – tentou protestar Harry, mas Karina já se tinha esfumado com Samantha.
Apareceu à frente da loira, secretária de Leonard, que deu um salto de susto, como sempre.
--Bom-dia. – cumprimentou Karina. – poderia dizer ao seu patrão que estou aqui?
--Ele está muito ocupado. – afirmou a loira.
--Desculpe? Disse alguma coisa? – inquiriu Karina sarcasticamente. – Se não se importar eu vou entrar, tenho umas coisas para lhe dizer.
--A menina não... – tentou argumentar a loira.
Karina não lhe deu mais atenção e avançou para o gabinete de Leonard.
Bateu à porta.
--Entre! – ordenou a voz de Leonard.
Karina abriu a porta e espreitou.
--Posso? – perguntou.
--Miss Riddle... o que deseja? – perguntou Leonard em tom de defesa.
--Vim-lhe fazer uma entrega. – respondeu Karina sorrindo e empurrou Samantha devagarinho para dentro do gabinete.
--Meu deus... – murmurou Leonard levantando-se e correndo para a irmã, abraçando-a de seguida.
--Bem, já fiz o meu trabalho. – murmurou Karina. – Até qualquer dia.
Karina já ia a sair do edifício quando alguém lhe agarrou o braço.
--Miss Riddle... Karina, eu queria agradecer-lhe imenso, a sério. – Sorriu-lhe Leonard.
--Não me agradeça, só fiz o meu trabalho, e tive ajuda de um amigo. – disse Karina modestamente. – E fui muito mazinha consigo.
--A menina tinha razões para desconfiar. Posso fazer alguma coisa por si? – perguntou Leonard.
--Pode continuar a tratar-me por Karina. – respondeu ela cruzando os braços. – Até qualquer dia monsieur.
--Vai já?
--Sim, tenho que ir falar com uma pessoa. – Respondeu Karina. – Au revoir.
E materializou-se de novo para o ministério.
--Já voltaste miúda? – perguntou Harry.
--Yap. – confirmou Karina. – Onde o Draco está?
--Mas agora não sabes falar? – perguntou Harry maliciosamente.
--Estava a brincar! Onde está o Draco?
--Penso que ainda esteja com o prisioneiro. – respondeu Harry.
--Obrigado. E obrigado também por o teres mandado seguir-me, eu não me tinha safado sem ele. – agradeceu Karina.
--Sempre às ordens... tia. – disse Harry.
Karina deitou-lhe a língua de fora e dirigiu-se para os calabouços onde deu de caras com Draco mal chegou.
--Olha quem é ela... – comentou sorrindo-lhe.
--Não te armes. – avisou Karina. – Eu só... eu só te queria agradecer.
--Agradecer? A mim? Isso é estranho...
--Não te faças de parvo. Tu ajudaste-me e se não fosses tu...
--Sim, eu sei. O que serias tu sem mim? – perguntou Malfoy agarrando-a pela cintura. – Quem serias tu sem o teu loirinho irresistível?
--Eu seria alguma coisita de jeito. – riu-se Karina. – Mas porque não vais ter com as tuas amigas?
--Eu não quero as minhas amigas, quero-te a ti, ouviste? Só a ti mor mio. – murmurou Draco sorrindo-lhe e encostando a testa à dela. – concordas?
--Claro que sim. – murmurou Karina beijando-o.
Draco abraçou-a contra si com força e não a largou durante um bom tempo.
--Crianças, isto não é sítio. – disse uma voz amavelmente.
Os dois pararam de se beijar e olharam para um dos prisioneiros, prisioneiro esse que tinha uma vez falado com Karina.
--Acho que o senhor tem razão. – respondeu Karina. – Estou-te a dever uma aposta, não é?
--Uma aposta? – inquiriu Draco confuso.
--Já não te lembras? Então é melhor anularmos. – comentou Karina.
--AH!!!!!!! – exclamou Draco. – A aposta... hum... há aí algum lugar calmo?
--Já não foste a tempo, foi anulada. – informou Karina virando-lhe as costas e começando a subir as escadas.
--Ó biju... – murmurou Draco seguindo-a. – Vamos para o meu apartamento...
--Já disse que não! – protestou Karina. – Tu e eu no mesmo quarto...
--Pode ser na sala de estar ou... no teu gabinete. – murmurou Draco.
--Poupa-me puto! – pediu Karina.
Draco parou a meio das escadas com um ar desiludido.
Karina olhou para trás e sorriu.
--Então Draquinho... – perguntou descendo os degraus e segurando-o pela gola. – A minha casa é muito mais sossegada.
--Às suas ordens mademoiselle. – murmurou Draco sorrindo-lhe amavelmente e materializaram-se os dois para casa de Karina.
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Nota: kem comentou, obrigada =D e kem kiser continuar a comentar, óptimo
Continua em "departamento de aurores - Black Dragons"
bjx***
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