Revelações imprevistas



Karina entrou no gabinete de Harry sem se dar ao trabalho de bater. Este olhou-a espantado com os seus olhos verde esmeralda.

--Não sei se sabes, mas não vamos para a guerra. – disse sarcasticamente, olhando-a de cima a baixo. - Para que serve a espada? E... e o chicote?! Meu Deus Karina! Para que é isso?!?!

--Se eu assumi o cargo de auror, então visto-me a rigor. – informou Karina. – Quando partimos?

--Quando o Malfoy chegar. – respondeu Harry continuando o que estava a fazer.

--Vais deixá-lo a tomar conta disto? – perguntou Karina fazendo um gesto à sua volta.

Harry não respondeu logo.

--Vais deixá-lo? – repetiu Karina sentando-se numa cadeira e pondo as pernas sobre a secretária, tentando ao máximo descontrair-se.

--Não ele vai connosco. – respondeu Harry.

--Ah, ele vai connosco... ele vai com quem??? – inquiriu Karina baixando os pés.

--Vai connosco! No final de contas tu foste buscá-lo por alguma razão. – declarou Harry baixando a pena.

--Mas ele não...

--Ó Karina, não venhas com histórias, todos nós sabemos que tu não passas sem ele, assim como ele não passa sem ti. – afirmou Harry levantando-se e indo até a um armário. – E para que queres o chicote, no final de contas?

--Para te dar com ele no caso de me irritar. – respondeu Karina friamente.

--Estás com um humorzinho... – comentou Harry ironicamente e guardando a varinha no bolso. – Que mete medo.

--A ideia é essa. – murmurou Karina raspando a secretária de Harry com a unha.

Pouco tempo depois bateram à porta.

--Entre. – autorizou Harry.

--Cheguei malta! – disse Draco entrando.

--Fantástico! – murmurou Karina sarcasticamente.

--Disse alguma coisa, Dra. Riddle? – inquiriu Draco cinicamente.

--Absolutamente nada, Mr. Malfoy. – respondeu Karina com o mesmo cinismo.

--Já que já estamos todos... – suspirou Harry. – Vamos despachar isto, antes que eu mude de ideias.

--Concordo plenamente. – informou Karina levantando-se.

-- Mas preferia que deixaxes cá a espada e o chicote. Penso que não nos irão atacar. - fez ver Harry num tom reprovador.

Karina tirou o cinto com a bainha da espada e com o chicote e pousou-os em cima da secretária de Harry.

-- Espero que voltemos depressa... não me agrada nada que encontrem isso aí em cima... é muito acusador, sabe-se lá o que pensariam - murmurou Harry mais para si que para os outros.

Os três materializaram-se para a empresa de Leonard Robinson. A secretária loira levantou-se rapidamente ao ver Karina, mas ela avançou para a loira dirigindo-lhe um olhar frio.

--Vá dizer ao seu patrão que o General e o Coronel dos Aurores do Reino Unido estão aqui, com um mandado. – rosnou Karina.

--E o capitão-general-supremo! – sorriu-lhe Draco piscando-lhe o olho.

--Sim senhor. – afirmou a loira e correu para o escritório de Leonard.

--Capitão-general-supremo? – inquiriu Karina com vontade de rir.

--Ah ah ah. – murmurou Draco.

A mulher loira voltou rapidamente.

--Façam favor de entrar. – pediu, indicando a porta continua à sala de espera onde ela costumava estar.

Karina era para ir à frente, mas Harry ultrapassou-a.

--Bom-dia Mr. Robinson, incomodamos? – inquiriu Harry amavelmente.

--Claro que não Mr...

--Potter, Harry Potter. – informou Harry.

--Harry Potter? – perguntou Leonard pasmado.

--Sim, Harry Potter, o menino que venceu Aquele Cujo Nome Não Deve Ser Pronunciado. – disse Karina friamente.

--Dra. Riddle? – inquiriu Leonard ainda mais espantado.

--Não, o Pai Natal ou o coelhinho da Páscoa...

--Eu não sabia que a menina era auror. – afirmou Leonard.

--Passa a saber agora, ainda vai a tempo. – disse Karina secamente. – E agora não é doutora Riddle, é Coronel Riddle.

--Como quiser... coronel. Sentem-se. – pediu Leonard.

Harry lançou um olhar frio a Karina.

--Eu prefiro ficar em pé. – murmurou Karina olhando em volta do escritório.

--O que desejam? – perguntou Leonard.

--Não sei se sabe, mas temos um mandado contra si. – informou Harry o mais calmamente possível.

--Um mandado de captura? – inquiriu Leonard seriamente. – Porquê?

--Não é um mandado de captura. – Declarou Harry.

--Pode-se explicar Mr. Potter? – Pediu Leonard mais aliviado.

--O senhor foi acusado de rapto de crianças...

--Eu não raptei o irmão de Miss Riddle! – gritou este levantando-se, apresentava-se muito nervoso.

--Não minta mais!!! – gritou Karina dando um murro num armário. – Eu sei que foi o senhor!!!

--E porquê eu?! – gritou-lhe Leonard. – Que provas tem contra mim?

--Que provas tenho? – Inquiriu Karina batendo na parede. – Tenho uma testemunha.

Harry franziu as sobrancelhas. Aquela atitude não era mesmo nada tipica da amiga.

--Por Amor de Deus... Eu não fiz absolutamente nada. – gemeu Leonard.

--Tem tudo contra si. – silvou-lhe Karina batendo com a mão na secretária.

--Karina, acalma-te. – pediu Harry.

--Não me acalmo nada! Tu não tens nenhum irmão, por isso é que dizes isso. – acusou Karina.

--Karina, por favor...

--Por favor o tanas! Este tipo – disse Karina tocando-lhe com o dedo no peito. – Não passa de escória.

--Karina, cala-te. – gritou-lhe Draco friamente.

Karina olhou para ele embasbacada, era raro falarem-lhe assim, ou melhor, era raro gritarem-lhe, ninguém se atrevia.

--Potter, acho que é melhor deixar-mos o interrogatório para outro dia, porque Miss Riddle já intimidou demasiado o arguido. – observou Draco.

--Sim, concordo. – afirmou Harry. – Peço desculpa por isto Mr. Robinson, a minha colega é muito impulsiva.

--Não há problema algum, está tudo bem. – disse Leonard, com o ar que desmentia todo o que afirmava. Estava assustado.

Karina foi a primeira a sair do gabinete sem dizer uma única palavra e foi seguida por Draco e Harry.

--O que te deu? – perguntou Harry.

--Xiu. – ordenou Karina. – Materializem-se imediatamente no meu gabinete. – disse e desapareceu.

--Acho que a Karina está a precisar de férias. – observou Draco olhando para o tecto casualmente.

--E eu acho que é melhor materializarmo-nos já, ou vamos levar com toda a carga negativa dela. – comentou Harry.

--Muito bem visto, sim senhor. – disse Draco e materializou-se, seguido de Harry.

Karina estava sentada à secretária com três ecrãs de TV pequenos à frente.

--O que é isso? – perguntou Draco.

--Isto é o resultado das micro-camaras que espalhei pelo gabinete daquele parvo. – respondeu Karina acertando o som.

--Tu és incrível! – exclamou Draco dando a volta à secretária e dando-lhe um beijo na cara.

--Draco, estou a trabalhar. – murmurou Karina corando. – E não te perdoou por teres gritado comigo.

--Estavas a pedi-las. – informou Draco mordazmente.

--Estive para te dar um murro. – disse Karina. – E ainda o posso fazer. – avisou.

--Ai sim? Então dá lá. – pediu Draco chegando-lhe a cara.

--Agora não, está cá o chefe. – riu-se Karina olhando Harry de lado.

***

Após a saída de Karina e dos outros, Leonard passou a mão pela testa desesperado.

--Ai Meu Deus! Estou metido numa bonita alhada. – murmurou e pegou no telefone, discando os números.

--Richard, passa por aqui, preciso de te dar uma palavrinha. – pediu Leonard e desligou o telefone.

Aquilo estava a passar dos limites, não podia continuar, tinha que se fazer alguma coisa.

Richard chegou minutos depois e parecia muito alegre.

--Bom-dia Leo. – cumprimentou fechando a porta com o pé. – Como vai isso? – mas ao ver a cara de Leonard arrependeu-se de ter feito a pergunta. – O que se passa?

--O que se passa? Há pouco passaram por cá 3 aurores, dois deles eram Karina Riddle e Harry Potter. – informou Leonard friamente. - É isso que se passa.

--A Karina é auror? – perguntou Richard espantado.

--É sim, mas não é isso que interessa. Tenho a certeza que eles vieram cá por causa das crianças. – disse seriamente.

--E...

--E... E o que tens feito às crianças?! Arrependo-me do dia em que te aceitei como sócio! – gritou-lhe Leonard. - Merda para ti!

--Tinhas outra hipótese? – perguntou Richard maliciosamente.

Leonard olhou-o friamente e com um ódio terrível.

--Mas está descansado, está tudo bem com a Samantha, ela até se tem divertido muito com o Tom. – informou Richard.

--Como eu previa, também foste tu que raptaste o irmão da Karina... Ela tem andado a culpar-me e ainda não me matou não sei como! – disse Leonard.

--Imagino, aquela principesca e bela donzela corajosa, como eu gosto de imaginar, mata qualquer um. – comentou passando a língua pelos lábios.

--Richard, por este andar eu vou ser preso, torturado, mandado para Azkaban...

--Não sejas melodramático. – pediu Richard. – E não me tentes trair ou vai acontecer algo de muito mau à tua irmã.

--Por favor Richard, não lhe faças mal. – pediu Leonard e escapou-se-lhe uma lágrima de um dos olhos. – Ela é só uma criança, não tem culpa de nada.

Richard riu-se maleficamente.

--Como és engraçado! – disse cinicamente. – Mas descansa, se continuares na tua eu continuou na minha.

Leonard cerrou as mãos com força.

--Como quiseres. – murmurou olhando para o tampo da secretária.

--Assim é que é, meu amigo! – disse Richard sorrindo-lhe amavelmente.

--Também foste tu que fizeste com que a Karina desse aquela cabeçada na porta, não foste? Queres culpar-me de tudo o que fazes, não é? – murmurou Leonard rancorosamente.

--És muito perspicaz. – observou Richard. – É exactamente isso.

Leonard não disse mais nada.

--Vais-me desculpar não ficar mais tempo, mas tenho umas coisinhas para fazer. – disse Richard. – Porta-te bem e não te esqueças que eu tenho a tua irmã.

Quando Richard saiu Leonard desatou a chorar, estava desesperado. Num ataque de fúria destruiu parcialmente o escritório, até que se deixou cair de joelhos no chão de cansaço, cólera e angústia.

--O que posso eu fazer para acabar com isto... – murmurou despenteando o cabelo todo. - O QUÊ?!?!?!?!?!

Nota: Hum... n falta muito para o fim... mx por favor, imploro-vos... comentem!!! Dêem nota... kalker coisa!! :' (
bjx****

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