Tom desaparece - reconciliação
Karina estava a trabalhar fazia já duas horas. Estava um dia quente, o que a fazia perder toda a vontade de estar fechada dentro do gabinete com montes de papéis à frente.
--Que seca... nem tenho ninguém com quem gritar. – murmurou aborrecida e fazendo um avião de papel, mas pouco tempo depois começou a ouvir gritos na sala ao lado do seu gabinete, onde Phillipa estava.
--Não pode entrar assim! – gritava Phillipa.
--Cale-se ou eu acabo consigo! – berrou uma voz furiosa.
A porta do escritório de Karina foi aberta brutalmente.
--O que se passa pai? – perguntou Karina não muito preocupada.
--O teu irmão desapareceu. – murmurou Voldemort ofegante.
--O Severus? – inquiriu Karina erguendo as sobrancelhas.
--Porra, não! Foi o Tom! – gritou-lhe Voldemort, alterando-se ainda mais por causa da ignorância da filha.
--O... o Tom? O meu maninho mais novo? – inquiriu Karina.
--Sim, o teu maninho mais novo. – confirmou Voldemort.
--Mas desapareceu como?! – perguntou Karina levantando-se.
--Não sei... ontem à noite fui deitá-lo, mas hoje de manhã ele não estava lá... – murmurou Voldemort com as mãos a tremer.
--Mas que raios se passa com este planeta?! – inquiriu Karina e os seus nervos começaram a aumentar.
Foi buscar o casaco e vestiu-o saindo do escritório.
--Phillipa, vou ter de sair. Se vier alguém ter comigo diz que saí com o meu pai. – ordenou Karina.
--Como quiseres.
Ao sair Karina foi contra um homem alto.
--Miss Riddle, que bom apanhá-la! – disse Leonard.
--Desapareça-me da frente. – ordenou Karina, também era só o que lhe faltava, ter que aturar aquele troglodita.
--Mas...
Karina continuou o seu caminho ignorando-o completamente.
Passaram o dia todo à procura do pequeno, percorreram Londres de uma ponta à outra, fizeram perguntas, mas não houve sinal de Tom.
Karina chegou a casa e foi para a biblioteca para pensar melhor.
--Calma, tenho que raciocinar. – murmurou andando de um lado para o outro, mas estava extremamente nervosa, detestava quando acontecia alguma coisa que não pudesse resolver naquele momento. Então se se tratasse do seu irmão mais novo... aquilo pura e simplesmente não podia estar a acontecer-lhe.
Subitamente as luzes da biblioteca apagaram-se e Karina parou a meio da sala olhando em volta com um mau augúrio.
--Mas o que...
--Calma. – murmurou uma voz e alguém a abraçou por trás. – Apaguei as luzes para estarmos mais à vontade.
--Larga-me. – rosnou Karina, não estava com paciência nenhuma para este tipo de brincadeiras.
--Não penso que seja preciso, eu sei que estás louca por mim. – murmurou-lhe uma voz ao ouvido.
--Deixa-me em paz! Tenho mais em que pensar! – gritou-lhe Karina soltando-se, mas como estava escuro caiu para cima de um sofá.
--Tu queres-me, não resistas. – pediu o tipo debruçando-se sobre ela.
--E... E... Eu... – gaguejou Karina meia atrapalhada.
--Sim, tu... – murmurou-lhe o homem com uma voz sedutora. – Não te preocupes, podes dizer. – passou-lhe a mão pela cintura.
--Afasta-te de mim! – gritou Karina empurrando-o.
Levantou-se e foi até ao interruptor da luz a correr, ao ligá-lo viu que a biblioteca estava vazia.
--O que é que te dá a dar Karina... – disse esta batendo na sua própria cara.
Alguém bateu à porta da biblioteca de repente. Karina tirou a varinha do bolso e abriu a porta rapidamente.
Um rapaz loiro ficou a olhar para ela estupidificado.
--Mas que recepção. – observou.
--Desculpa Karl. – pediu Karina baixando a varinha. – Não sabia que eras tu.
--No problem baby. Mas o que se passa? – perguntou Karl. – A tua carta era pouco explícita.
--Entra. – pediu Karina fazendo sinal para dentro da biblioteca.
Sentaram-se ao lado um do outro.
--Então conta lá o que se passa. – disse Karl olhando-a amavelmente.
--Ó ‘migo... isto está uma confusão... – murmurou Karina esfregando os olhos. – Cada vez percebo menos.
--Começa do princípio.
--O princípio? – murmurou Karina pensativamente. – Acho que foi quando um gajo me invadiu a casa e nós... truca.
Karl não disse nada e Karina continuou.
--Mas foi bué estranho porque eu não queria ter nada com ele, aliás, não faço a mínima de quem seja, mas esse alguém veio-me visitar mais duas vezes. – informou Karina.
--Isso não é bom. E o que aconteceu nessas duas vezes? – quis saber Karl olhando-a atentamente.
--Felizmente nada. Numa delas eu fingi que estava a dormir, na outra, que foi há uns minutos atrás, consegui escapar. – informou Karina. – Mas agora estou com outro problema maior. O Tommy desapareceu.
--O teu irmão? Desapareceu? Mas desapareceu como? – Perguntou Karl franzindo as sobrancelhas.
--Fiz essa mesma pergunta ao meu pai. – Declarou Karina. – Ele diz que foi deitá-lo e na manhã seguinte “puff”, tinha desaparecido.
--Quando o teu pai descobrir quem raptou o puto, esse alguém vai ficar bem lixado. – Observou Karl divertido.
--Pois é, mas ainda não o encontrámos... sabe-se lá onde está e como estará... – murmurou Karina.
--Não te preocupes, vais ver que ele está bem. – sorriu-lhe Karl.
--Isso dito assim parece muito fácil, mas como sabes eu sou auror e sei o que podem ter feito ao Tom. – afirmou Karina.
--Não sabes não. Tu pensas que sabes o que é diferente. Um raptor pode fazer muita coisa a uma criança, assim como as razões para um rapto podem ser muitas. – disse Karl. – Mas agora vai dormir que eu fico cá em baixo de guarda.
--Não ficas nada Karl. Eu arranjo-te um quarto. – protestou Karina.
--Eu sou vampiro, não durmo à noite. – lembrou Karl.
--Mas mesmo assim...
--Eu fico bem. – informou Karl dando-lhe um beijo na testa. – Agora cama miúda.
--Como quiseres, até amanhã. – despediu-se Karina.
Subiu para o quarto, vestiu o pijama e deitou-se. Levou bastante tempo a adormecer, mas lá conseguiu ao fim de um tempo.
Na manhã seguinte tomou um duche, vestiu-se e desceu para tomar o pequeno-almoço.
Karl estava no sofá a ressonar e nem mesmo acordou quando tocaram à campainha.
Karina parou de comer o seu chocapic para ir abrir a porta.
«Grande guarda...» pensou sarcasticamente ao passar por Karl.
Para sua não grande suspresa, era o seu pai e não trazia notícias muito convidativas.
--Tens novidades pai? – perguntou Karina rapidamente.
--Nada. – murmurou Voldemort abanando a cabeça tristemente.
--Mas que porcaria! – rosnou Karina.
--Não quero que vás à procura dele, todos os meus Devoradores da Morte estão a faze-lo. Ficas no ministério da Magia e só se tiveres uma ideia brilhante sais de lá. – avisou Voldemort.
--Mas...
--Se andas por aí nervosa só vais stressar toda a gente. – concluiu Voldemort.
--OK, OK. – concordou Karina contra-vontade. – Mas quero receber notícias sempre que possível.
--Garanto-te que vais receber. – disse Voldemort dando-lhe um beijo na cara. – Agora tenho de ir.
--Até logo pai. – despediu-se Karina sorrindo-lhe.
Quando o pai se foi embora Karina voltou para a cozinha e foi até à janela.
--Quem é que me poderá ajudar... – murmurou olhando para o céu. – Podia pedir ajuda a Deus, mas há muito tempo que para mim ele não existe. Ele não deveria ser bondoso como toda a gente diz? Mas para mim se ele existe, não passa de um bárbaro como muitos outros Deuses que outrora existiram. Isto sim é o que eu penso, pois se Deus fosse bondoso muitas pessoas estariam vivas a esta hora, como os meus pais adoptivos que tão injustamente sofreram. Muita gente neste mundo não sofria... Não, Deus não existe, as pessoas imaginam-no para seu prazer, para se poderem agarrar a alguma coisa, mas num momento de aflição não é rezando que nos salvamos, temos que agir, pensar com lógica... ou deixar que os outros façam isso por nós... o que é humilhante se podemos trabalhar por nós próprios.
Voltou para dentro, acabou de comer os cereais e lavou a tigela. Depois entrou para o seu Mercedes da última moda e dirigiu-se para o Ministério.
Karina entrou para o trabalho às 9h, Phillipa ainda não tinha chegado. Entrou para o seu gabinete, tirou o casaco e sentou-se, mas voltou a levantar-se e começou a andar de um lado para o outro.
Passou a mão várias vezes pela cabeça, estava nervosa, estava preocupada. O que teria acontecido ao seu irmão?
--Fodasse! Detesto isto! – disse Karina batendo com a mão na secretária e uma lágrima caiu-lhe dos olhos.
Nesse momento bateram à porta, mas Karina não disse nada, preferiu não pensar em quem poderia ser.
--Karina, posso? – perguntou uma voz amavelmente.
Karina olhou para trás e deu de caras com Draco Malfoy, que a olhava preocupado.
--Draco... – murmurou Karina. – Ó Draco! – exclamou Karina e desatou a chorar.
--Linda! – exclamou Draco fechando a porta e correndo até ela, abraçando-a de seguida. – Ó minha kiduxa, não chores, vá lá!
--Eu não sei o que lhe aconteceu, ele pode estar morto, ferido, a ser torturado... – disse Karina agarrada a Draco.
--Andas a enganar-te a ti própria. – murmurou Draco levando-a até ao sofá. – Isso pode, e é, quase de certeza, uma suposição parva.
--Draco... – murmurou Karina e Draco segurou-lhe a mão entre as suas.
--Não te preocupes, eu ajudo-te em tudo o que puder. – murmurou-lhe Draco ao ouvido.
Karina olhou para o rapaz e este limpou-lhe as lágrimas com os polegares.
--Eu prometo. – murmurou.
Karina sorriu ao rapaz e para surpresa dele deu-lhe um beijo na boca. Draco abraçou-a contra si e só 30 segundos depois Karina se deu ao trabalho de levantar.
--Desculpa Draco. – pediu Karina.
--Não faz mal. – sorriu-lhe Draco.
Karina foi-se sentar à secretária e Draco sentou-se de frente para ela.
--Vamos raciocinar. – disse Karina pela centésima vez. – Porque alguém quereria raptar o Tom?
--Sim...
--Porque teriam alguma coisa contra o meu pai. – concluiu Karina.
--Há milhares de pessoas com alguma coisa contra o teu pai. – fez notar Draco. – Mas duvido que raptassem o teu irmão, ou melhor, duvido que pensassem que o teu pai se fosse importar com o Tom.
--Então porque o haveriam de raptar?! – inquiriu Karina.
--Sempre te considerei muito mais inteligente que eu, mas hoje não deves estar nos teus dias. – comentou Draco. – Pode haver várias razões para o terem raptado, uma delas já tu dissestes, mas pode ser que queiram fazer-lhe alguma coisa, já ouvi falar em tipos que tiram os fígados, os corações, os cérebros...– disse Draco mas ao ver a cara de Karina empalidecer ainda mais, voltou rapidamente atrás. – Mas dúvida que queiram fazer algumas dessas coisas ao teu irmão, era arriscado de mais.
--Também acho. – murmurou Karina.
--Mas podem querer fazer chantagem com alguém. – disse Draco.
--Como pedir um resgate? – inquiriu Karina.
--Sim, mas não um resgate monetário, porque eram capazes de arranjar presa melhor... quem achas que ficou mais abalado com o rapto do teu irmão? – inquiriu olhando-a atentamente.
--Bem, o meu pai...
--Sim...
--O meu pai...
--Sim... não te estás a lembrar de nenhuma stressadinha que anda por aí? – perguntou Draco cinicamente.
--Essa não sou eu, pois não? – perguntou Karina olhando-o de soslaio.
--Olha que por acaso até és. – Respondeu Draco sarcasticamente.
--Que esperteza! – comentou Karina ironicamente. – E porque alguém haveria de fazer tal coisa?
--Por exemplo eu, poderia raptar o teu irmão para te obrigar a fazer alguma coisa que não quisesses fazer. – disse Draco tocando-lhe com a ponta da borracha de um lápis na testa.
--Acho-te capaz disso. Mas quem é que raptaria um puto por essa razão? – perguntou Karina franzindo as sobrancelhas.
--Não sei. – murmurou Draco pensativamente. – Alguém que quer que tu faças algumas coisa que realmente não queres fazer. – voltou a repetir.
--Não pode ser! – Disse Karina subitamente. – Aquele crápula de merda... só pode ter sido ele!!! – gritou Karina batendo com os punhos na secretária, estava furiosa.
--Ele quem? – quis saber Draco.
--Aquele anormal que quer que eu trabalhe para ele. – rosnou Karina levantando-se e dirigindo-se para a porta.
--Onde vais? – perguntou Draco seguindo-a.
--Partir os dentes todos àquele estropício. – respondeu Karina passando por Phillipa sem mesmo a cumprimentar.
--Não sejas precipitada, por amor de Deus! - pediu Draco, mas Karina nem o ouviu. Mal chegou fora do ministério desmaterializou-se.
Nota: Oi malta! espero que tenham gostado, e bem... s calhar já é demais pedir isto... mas comentem XD
bjx****
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