Chegada em St Petersburgo
A noite caiu assim como uma tempestade violenta. O mar estava extremamente agitado e o navio balançava com o vento forte.
Tonks dormia serenamente na parte de baixo do beliche. A menina não se movia e pela sua cara satisfeita nem parecia estar notando o balanço desagradável. Os cabelos agora atingiam a cor rosa.
Lupin não conseguia pregar os olhos. Não só por estar no chão desconfortavelmente, mas por não conseguir pensar em outra coisa além do que havia acontecido no deck. O navio balançava tanto que dava para ver a água subindo e descendo pela janela minúscula da cabine. Ele tentou fechar os olhos mais uma vez virando-se para a parede sem encarar Tonks que ainda sorria sonhando.
Era provavelmente um sonho maravilhoso para ela. Havia uma paisagem muito bonita com um lago muito grande e um belíssimo castelo. Algumas pessoas vindas do castelo se aproximavam sorrindo e acenando para Tonks. A menina também acenou contente a eles.
Um menino alto e ruivo junto com uma menina morena mergulharam no grande lago. Tonks sentiu vontade de fazer isso também. Não sabia os nomes daquelas pessoas, mas sentia uma sensação muito boa de estar com eles.
Mais um homem entrou no lago. Este era extremamente familiar; alto, moreno, bonito...Tonks sorriu para ele. Logo depois uma menina ruiva se atirou no lago perto aos outros. Só faltava agora um menino. Era moreno, tinha os olhos incrivelmente verdes e uma cicatriz na testa.
- Venha, Tonks! – Ele pegou em seu braço. – Está um ótimo tempo para um mergulho.
Os outros no lago jogavam água em cima de Tonks e a incentivavam a pular também. O garoto continuava puxando seu braço mas Tonks ainda tinha receio de pular.
- Vamos! – Repetia ele. – Vamos!
Ela, porém não se movia.
- Vamos! – Agora ele falava com raiva. Um brilho vermelho saiu de seus olhos verdes.
- Mas...o que...? – Gaguejou Tonks vendo o garoto ficar mais diabólico a cada momento. As pessoas no lago tinham se transformado em homens encapuzados e também tentavam convencê-la furiosamente de pular.
- Tonks! – Era uma voz vinda de longe. Uma voz conhecida que fez a menina sentir uma ponta de esperança. Estava quase entrando no lago.
- Socorro! – Ela gritou em desespero.
- Tonks! – Ela finalmente abriu os olhos. Estava no mesmo deck em que em que se encontrava à tarde e chovia muito. Havia se pendurado na grade pronta a pular quando Lupin a puxou de volta. Seu coração batia acelerado ao ver quem se encontrava a sua frente.
- Eu...eles queriam...que eu pulasse! – Tonks choramingou ao ver o mar furioso lá de cima.
- Tudo bem, Tonks... – Lupin a abraçou. – Eu te salvei, não tem com o que se preocupar.
Tonks continuava a derramar lágrimas no ombro de Lupin enquanto ele tentava se acalmar.
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- Maldição! – Bellatrix gritou deixando Narcisa tonta.
- Desista Bellatrix... – A irmã aconselhou se afastando um pouco.
- Não vou desistir! – Bellatrix ainda espumava de raiva. – Se nem o trem nem a oclumência pode matá-la, terei de fazer isso por mim mesma!
- O que está planejando? – Narcisa se virou para a irmã que tinha substituído sua expressão de raiva por uma de pensamento maléfico. – Bella, não faça nada de que venha a se arrepender.
- Haha. – Bellatrix riu da irmã. – Eu estou partindo.
- Pra onde?
- St. Petersburgo. – E aparatou.
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- Finalmente! – Exclamou Moody quando o navio aportou na Rússia. O trio desceu e esperou por um táxi que os levaria à casa de Andrômeda.
- Eu...eu queria.... – Tonks disse um pouco nervosa.
- Vai ficar tudo bem Tonks. – Lupin deu palmadinhas carinhosas em seu ombro.
Os três entraram em um táxi e foram levados até uma rua bonita e florida. As casas iguais, mas muito bem cuidadas. O táxi parou na porta da última casa da rua sem saída.
Moody bateu na porta ajeitando o chapéu. Pigarreou e aguardou alguém vir.
- Alastor? – Uma senhora abriu a porta. Devia ter mais ou menos a idade de Moody e vestia roupas de governanta.
- Sophia! – Moody pegou na mão da senhora e a beijou deixando-a vermelha. Lupin e Tonks apenas se olharam. Como Moody conhecia aquela mulher? – É bom vê-la! Mas a Sra. Andrômeda está em casa? Trouxemos a filha dela!
Sophia que tinha um sorriso estampado no rosto perdeu-o a ouvir a palavra filha.
- Impossível! – Exclamou com sua voz aguda. – A Sra. Andrômeda não possui nenhuma filha!
- O que? – Tonks olhou de Sophia para Lupin.
- É claro que possui! – Lupin disse depressa antes que Tonks pudesse dizer mais alguma coisa. – Eu a trouxe aqui hoje!
- Não, não, não... – Sophia fez que não com seu dedo rechonchudo. – O senhor deve ter se enganado.
- Sophia, querida. – Moody voltou com um tom doce deixando Sophia mais vermelha. – Eu sei que esta aqui ao meu lado é a filha de Andrômeda. Podemos vê-la para comprovar?
- Oh, Alastor. – Sophia deu uma risadinha mais aguda que sua voz. – Eu queria mas a Sra Andrômeda não se encontra no momento e ela não recebe visitas a essa hora.
- Mas Sophia, meu docinho, não há outro jeito? – Moody ainda fazia seu ar carinhoso com a mulher.
- É claro que há... – Sophia começou um pouco menos envergonhada. – A Sra Andrômeda vai a teatro todas as noites. Poderão encontrá-la no teatro.
A tarde passou com Moody, Lupin e Tonks comprando roupas decentes para ir ao teatro. Tonks ainda estava muito nervosa, confusa e triste. Sua ida até a Rússia teria sido em vão? Nem os argumentos de Lupin a faziam parar de pensar nisso.
De noite, Sophia os levou ao teatro.
- Tonks... – Lupin a avistou saindo do táxi. Tonks ainda estava mais bonita do que no dia em que dançaram no deck. – Você está linda...
- Você também não está nada mal... – Tonks tentou manter o ar descontraído mas logo foi puxada pro Sophia para entrar no teatro deixando Lupin e Moody para trás.
- Ainda sente aquilo por ela, não é? – Moody perguntou deixando Lupin um pouco embaraçado.
- Olha, é melhor nós irmos... – E os dois subiram as escadarias que os levavam ao grande teatro.
Moody sentou-se com Sophia enquanto Lupin e Tonks assistiram ao balé um pouco desconfortáveis.
- Eu vou falar com ela. – Lupin disse referindo-se a Andrômeda quando o balé finalmente acabou. – Fique aqui.
- Está bem. – Tonks concordou, mas de fininho foi seguindo Lupin até o camarote principal.
- Boa noite... – Começou Lupin entrando pelas cortinas de veludo do camarote. Tonks ficou do lado de fora escutando.
- Ora, mais que absurdo! – Uma mulher indignou-se. – Quem te deu permissão para vir aqui, rapaz?
- Eu preciso falar com a Sra. Andrômeda!
- Guardas! – A mesma mulher gritou.
- O que está acontecendo, Marie? – Outra mulher em um tom muito mais formal perguntou.
- Andrômeda! – Lupin que agora estava sendo puxado pelos guardas gritou. – Eu trouxe sua filha!
- Minha filha? – Andrômeda ainda estava séria. – Estou cansada de todos nessa cidade dizerem que encontraram minha filha! Oh, é a filha da rica e poderosa Andrômeda! Já cansei de procurar por minha filha... Você não passa de um mentiroso!
- Não! – Lupin ainda lutava contra os guardas. – Nós viemos da Inglaterra só para encontrá-la!
- E outros já vieram do fim do mundo...Guardas levem-no daqui. Provavelmente só veio pelo dinheiro...
Tonks que estava ouvindo a conversa por trás das cortinas tomou um susto. Lupin havia a usado para ganhar dinheiro? Não podia ser...
Quando finalmente ele foi jogado para fora do camarote pode ver Tonks extremamente irritada.
- Tonks, eu posso explicar...
- Você me usou! – A menina gritou atraindo alguns olhares por perto. – Você só queria dinheiro! – E começou a correr para a porta do teatro.
- Não espera! – Lupin agarrou no braço de Tonks mas esta lhe deu um tapa que o fez cambalear um pouco.
Agora sabia que tinha estragado tudo.
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