Querida Gina
Cap27.:Querida Gina
Eu apertei levemente os ombros de Harry.
E quando o garoto apertou a minha cintura, em resposta, eu apenas sorri, fracamente.
“Harry, nós temos que ir.”-disse Hermione, enquanto eu me desvencilhava e encarava o trio.
Rony se aproximou de mim e disse:
“Você tem certeza que não quer ir?”
“Isso é seu, Gina.”-disse Hermione, entregando a minha varinha.-“Eu a peguei caso você quisesse fugir conosco.”
“Eu não posso. Não existe uma quarta pessoa em um trio, não é?”-e ao ver que eles se encararam, um tanto constrangidos, eu continuei.-“Não que eu me importe com isso, está bem? Apenas façam o que vocês têm que fazer.”
Hermione assentiu, com os olhos cheios de lágrimas.
E pode ter certeza que eu também estava chorando.
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“E você o abraçou.”-foi o que ele disse enquanto andávamos até o meu Salão Comunal.
“Harry é o meu amigo.”-eu disse, torcendo que ele não percebesse que eu tinha chorado.
Ah, qual é?
Eu não quero que ele pense que eu sou tão chorona assim.
“Não sabia que você enfiava a língua na boca dos seus amigos.”-retrucou Malfoy, irritado.
Vi que Malfoy parara de andar, cruzara os braços e me olhava como se procurasse alguma resposta.
“Sabe.”-eu falei, sem conter o tom divertido.-“Se eu te conhecesse bem, eu falaria que você está morrendo de ciúmes.”
“Eu não estou com ciúmes.”-ele falou, se aproximando de mim.-“E por que eu teria ciúmes do Cicatriz?”
“Não faço a mínima idéia.”-respondi.-“Talvez por ele ser o meu ex-namorado?”-e ao ver que ele ia responder, continuei.-“Mas se fosse assim, você teria que estar com ciúmes de Miguel Corner e Dino Thomas, também.”
“Não vou ter ciúmes de um cara que fugiu.”-e nisso, Malfoy deu mais um passo e, agora, na minha frente, agarrou a minha cintura.-“E muito menos de dois panacas.”
Dei um sorriso e falei:
“Hey, eu estava apenas brincando.”
“Não gosto de brincadeiras desse tipo.”-ele disse, me prensando contra a parede e me dando um longo beijo.
Quando nos separamos eu falei, com a voz bem fraca:
“Nada de brincadeiras.”
“Eu acho bom.”-ele falou, enquanto me dava beijos curtos.-“E o que você acha de nós esquecermos que você está na casa dos perdedores...”
Mas antes que ele falasse o que ele pretendia fazer, eu coloquei as minhas duas mãos na cintura e sibilei:
“Casa dos perdedores? Sério, nós sempre ganhamos da Sonserina, Malfoy.”
“Vá se iludindo, Weasley.”-ele falou, enquanto tirava as minhas mãos da minha cintura. Eu apenas levantei uma sobrancelha quando ele fez isso.-“Além do mais, eu não vou entrar na sua casa.”
“E você nem poderia.”-retorqui.-“Sabe, entrar no meu dormitório. É proibido.”-eu praticamente sussurrei essas duas últimas palavras. Ele me prensara novamente contra a parede e as suas duas mãos largaram as minhas. Primeiro, elas tocaram o meu ombro para depois,tocarem a minha cintura.
Eu me arrepiei quando ele colocou a mão embaixo da minha blusa e os seus dedos percorreram a minha barriga.
“Na Sonserina também.”-ele disse, enquanto beijava o meu pescoço.-“Mas acho que isso não te impediu, não é?”
Não pude não sorrir quando ele fez esse comentário.
“Ou seria melhor nós invadirmos o dormitório masculino da casa dos perdedores?”-perguntou Malfoy, com um sorriso bem malicioso, enquanto parava de beijar o meu pescoço e começava a se concentrar, novamente, na minha barriga.
Ele abriu os dois últimos botões da minha blusa.
Eu o puxei antes que ele fizesse mais alguma coisa. Malfoy me encarou surpreso e apenas franziu o cenho.
“Nós estamos em um corredor.”-expliquei.
“E quem disse que nós precisaríamos ficar aqui, nesse corredor?”-disse Malfoy, levantando uma sobrancelha.-“Nós temos um dormitório bem confortável a nossa espera.”
“Não.”-retruquei.-“Malfoy, a essa hora, todos os caras do seu dormitório estão dormindo e... adivinhe em que lugar?”
“Nós podemos expulsá-los?”
“Dê um desconto a eles.”-eu sussurrei.-“Afinal, eles dormiram naquelas poltronas bem confortáveis, não?”
“Eu não me importo, Virginia.”-ele também sussurrou, enquanto me dava um rápido beijo.-“E qual é o problema de eles dormiram mais uma noite no Salão Comunal?”
“Eu não tenho culpa se eu tenho dó dos seus colegas de quarto.”
“Acho que você não quer ir para a cama comigo.”-falou Malfoy, tirando as mãos da minha cintura e cruzando os braços.-“Mas acho que você poderia inventar uma desculpa melhor, Virginia. Eu entendo quando a garota fala que está com dor de cabeça ou qualquer coisa do tipo.”
“Não é questão de querer, Malfoy.”-eu falei, com um sorriso fraco, enquanto tentava segurar o braço do garoto.-“Mas é que Rony, Hermione e Harry acabaram de sair da escola e...”
“Oh, meu Deus, você acha que você estaria traindo o Santo Potter?”-perguntou o garoto, se afastando mais um pouco de mim.-“Acho que você não demonstrou nem um pouco de arrependimento na noite passada.”
“Eu vou ignorar o seu pequeno surto possessivo, Malfoy.”-falei, friamente, me afastando.-“E a melhor coisa que você tem a fazer, você sabe, para não me irritar mais, é calar a boca e ir para o seu dormitório.”
Ele piscou duas vezes e disse:
“Mas eu prometi que te acompanharia.”
“Eu acho que eu sei o caminho.”-foi o que eu disse, enquanto andava.-“Ou melhor, é capaz que o Harry apareça e o mostre para mim. Ops, esqueci de dizer que ele foi embora.”
Ele cruzou os braços e estreitou os olhos.
“Ele se foi.”-foi o que eu disse, enquanto retomava o meu caminho.-“E acho que o fato de eu estar aqui com você e não com o Trio, deveria significar alguma coisa.”
E quando ele não andou na minha direção, você sabe,ou para dizer que eu era uma idiota sem nenhuma salvação, ou então, para falar que ele entendera.
Mas ele não fez nada disso.
Então, eu andei da maneira mais devagar possível. Como se estivesse prestes a ser executada ou qualquer coisa do tipo.
Malfoy foi até onde eu estava (o que, pensando bem, era uma distância BEM curta) e disse, bem irônico:
“Algum problema?”
“Você e a sua incapacidade de falar as coisas certas nas horas certas.”-respondi.
“Eu entendi o significado.”-foi tudo o que ele disse, enquanto me puxava, novamente, pela cintura e me beijava.
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“Onde você se meteu?”-perguntou a Carmen, se levantando do sofá e me observando com curiosidade.-“Eu ainda não entendendo como você não foi pega pelo Filch.”
“Eu só demorei um pouco.”-falei, sentando ao lado da garota.
Tentei não bocejar.
“A detenção acabou às dez horas.”-replicou a garota.-“É meia-noite, Gina.”
“Eu... estava... lavando a louça?”-falei, meio que tentando não contar onde eu me metera.
Ou melhor, com quem eu me metera.
“Você estava lavando louça.”-repetiu a garota, franzindo o cenho.-“Sendo que a detenção acabou às dez da noite. Eu já disse isso.”
“Carmen, não aconteceu nada demais, está bem? Meu irmão me seqüestrou, Malfoy apareceu, eles quase brigaram, eu contei a verdade, mas Rony achou tão surreal que achou que eu estava fazendo a maior brincadeira de mau gosto.”
“Você contou o quê?”
“Que eu dormi com Draco Malfoy.”
“E o que o seu irmão fez?”-perguntou a garota preocupada.-“Calma. Você ainda não está morta. Ou não parece ferida nem nada assim.”-ao ver que eu apenas revirei os olhos, a Carmen disse.-“Ah, meu Deus!!! Ele matou o Malfoy??? Porque se ele fez isso, eu vou matar o seu irmão. Vou fazer picadinho.”
“Drama Queen.”-eu falei, irritada.-“Meu irmão começou a falar que ele não caía em pegadinhas desse tipo.”
“Ah, o seu irmão é tão bobinho.”
“Olha quem fala.”-retruquei, recebendo um olhar maligno da garota, mudei de assunto.-“Mas por que você está me esperando?”
“Não estava esperando você, Weasley.”
“Duvido.”-retruquei.-“Sério, Esperanza, você queria saber o que Draco Malfoy fez comigo. E com todos os detalhes quentes.”
A garota me olhou assombrada, porém, ela logo disse:
“Eu não queria saber.”-e cruzou os braços.
“Ótimo.”-eu falei.-“Ops! E não é que ele abotoou errado? Sério, eu não sei como eu andei até aqui com a camisa desse jeito.”
Carmen fingiu que não ouvira o meu comentário.
“Ah, mas será que ele deixou alguma marca?”-eu me perguntei, enquanto eu tentava olhar para o meu pescoço.-“Porque eu acho que ele tentou me morder, na verdade, eu estou até começando a pensar que Draco Malfoy é um vampiro. De tanto que ele gosta do meu pescoço e...”
Ela tampou os ouvidos.
E começou a berrar:
“EU NÃO VOU TE OUVIR NUNCAAA MAIS!!!”-mas ela tentou colocar algum ritmo nessas palavras que, simplesmente, não rimavam.
Eu preciso dizer.
Era terrível. Eu prefiro ver a Brown dançando.
Sério mesmo.
“Shiu!”-eu falei, enquanto tirava a mão dos ouvidos da garota (sendo impossível, eu tampar os meus ouvidos).-“Você vai acordar os outros alunos. O seu talento tem que ser mantido em segredo, entende?”
“Eu não...”-ela começou, irritada.-“Eu não sou bobinha, Weasley.”
“Está bem, está bem.”-eu falei, impaciente.-“Você não é bobinha. Satisfeita?”
“Você vai me contar os detalhes.”-mas ela olhou bem para a minha blusa, estreitou os olhos e disse.-“Ela está completamente normal.”
“Ah, é.”-falei.-“Ele só esqueceu de abotoar o último.”
“O que vocês fizeram?”-perguntou a garota, curiosa.-“Foi no dormitório dele? Ou foi em algum lugar... público?”
“Carmen, vamos dormir, está bem?”-eu falei, dando um bocejo.
A garota bateu o pé e retrucou:
“Você começou a falar sobre Draco Malfoy. Agora, termine.”
“Não, eu falei sobre Draco Malfoy... para você parar de berrar.”-expliquei.-“Carmen, eu estou completamente esgotada. Sério, eu estava acostumada com uma vida monótona. Sem detenções, sem agarramentos com Draco Malfoy, sem Harry, Rony e Hermione fugindo de Hogwarts.”
“Eles fugiram?”-perguntou a garota, assustada.-“Ah, meu Deus, você acha que o Dino foi junto?”
Olhei para a garota como se ela fosse maníaca.
“Dino Thomas... fugiria com Harry, Rony e Hermione?”-foi o que eu falei, enquanto tentava não colocar tanto ceticismo na minha voz.-“Se você não sabe, meu irmão meio que o esnoba por minha causa.”
“Ele está se sentindo muito sozinho.”-replicou a garota.-“Você sabe que ele meio que perdeu o melhor amigo. E ele se isolou naquela Sede idiota.”
“Mas ele não precisa agir como um psicopata só porque o Simmas foi obrigado a permanecer em casa por causa de uma outra psicopata, quer dizer, a mãe dele. Nada explica o comportamento maluco dele.”
“Gina, o ano começou, ele percebeu que ele pode ser perseguido por ser trouxa, viu que não tinha mais o melhor amigo. Então, ele implorou para a McGonagall que ela abrisse um jornal. E ele se nomeou editor. Porque ninguém ficou animado com a invenção genial que ele teve.”
“Oh, meu Deus, Dino Thomas é um perturbado.”
“Não fale desse jeito.”
“Eu não sinto pena de maníacos.”-foi o que eu disse, enquanto me levantava.
“Você, simplesmente, não entende.”-disse a espanhola, cruzando os braços.-“Ele é o cara certo.”
“Cama.”-foi o que eu disse.
A Carmen se levantou, sem esquecer de olhar para a porta do Salão Comunal mais uma vez.
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Coloquei o meu pijama e deitei na cama.
E quando eu fiz isso, um barulho de papel sendo amassado tornou-se perceptível.
Mexi um pouco.
E algo caiu.
Apenas ignore, foi o que eu pensei, mas uma parte bem mais curiosa, fez com que eu me levantasse, acendesse a minha varinha e começasse a procurar.
Era um pergaminho.
Intrigada, abri o pergaminho e comecei a ler:
“Querida Gina,
Você, provavelmente, deve ser ela. Porque do jeito que eu a conheço, eu sei que ela não fugiria comigo. Não parece certo.
Pelo menos, quando envolve alguém.
Você prometeu, não é?
Ou melhor, acho que esse não é o momento de fazer perguntas. Já que é impossível que eu consiga as respostas que eu procuro.
É, talvez eu deva apenas... me despedir, não acha?
Ou eu deveria começar pelas desculpas?
Você deve estar se perguntando porque eu deveria fazer isso, mas, talvez você já saiba. Talvez eu ache que você continua sendo a garotinha boba que eu ajudei tantas vezes.
Eu já sabia que você era A espiã.
Na verdade, eu te espiei durante todo o tempo em que eu estive em Hogwarts. Ou até quando eu estava longe daqui.
Acho que você está pensando, maldito mapa, não é?
É, sinto muito por isso, mas eu não consegui. Eu fiquei preocupado quando procurei você e não te achei.
Ou melhor, achei sim.
Conversando com Dino Thomas.
OK, acho que é melhor escrever que eu fiquei com ciúmes.
E quando eu vi que você andou em direção a Torre de Astronomia, eu fiquei um tanto mais preocupado.
Afinal, o que você faria naquele lugar? O que você estava procurando? O que você queria?
Então, eu te vi naquela sala de aula- chamada de Sede do Jornal da Grifinória- conversando, depois das nove da noite, com Dino Thomas.
E foi quando eu resolvi fazer alguma coisa.
Mas não achei que eu poderia complicar a sua vida.
E a minha também.
Nós saímos naquele dia, lembra? Andamos com a capa pelo castelo e... nos beijamos.
E eu me odiei por causa disso.
Falei que não era porque eu estava com ciúmes... que eu deveria fazer isso com você.
Então, decidi agir como se não tivesse acontecido nada. Ignorei o seu olhar questionador.
Só não ache que foi fácil. Porque, pode ter certeza, que não foi.
Então, eu baixei a guarda, lembra?
Eu sumi por três dias e quando voltei, eu quase me declarei para você. Eu sei, eu não deveria brincar com os seus sentimentos. Não deveria dar esperanças mesmo que eu soubesse que eu nunca poderia ser uma boa pessoa para você.
Mas não deu certo quando eu te vi a caminho do Salão Comunal da Sonserina. E quando você subiu para o dormitório feminino e...
O seu ponto e o de Draco Malfoy ficaram perto demais.
Perto demais para o meu gosto.
No dia seguinte, se você não lembra, eu te pedi, novamente, em namoro.
E sumi por três dias depois disso.
Não ache que eu fui um canalha – confesso, eu fui um canalha com você-, mas quando eu voltei...
Você estava diferente. No mesmo dia, nós terminamos, lembra?
E quando fui te observar pelo mapa, eu te vi, novamente, perto de Draco Malfoy...”
Não consegui terminar.
Já que no exato momento em que eu iria começar a próxima frase, Minerva McGonagall abriu as minhas cortinhas e me olhou com curiosidade.
“Pensei que a senhorita estava dormindo.”
“Não, senhora.”-foi o que eu falei, enquanto escondia a carta embaixo das minhas cobertas.-“Eu estava... lendo um pergaminho um tanto importante.”
“Apenas me acompanhe, senhorita Weasley, até o gabinete. Seus pais estão aqui e precisam falar com a senhorita e com o seu irmão.”
“Não acho que você conseguirá falar com o meu irmão.”-retruquei, enquanto pegava o meu robe e calçava as minhas pantufas.
“E o que você quer dizer com isso? Pelo que eu saiba, o senhor Weasley está no dormitório dormindo.”
Desviei o olhar.
“Me acompanhe que eu vou chamar o seu irmão.”
“Sim, senhora.”-foi o que eu disse.
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“Mas como ele sumiu?”-berrou mamãe, se levantando e andando que nem uma louca.
“Molly, por favor, se acalme.”-disse Minerva McGonagall. Ela me olhou e perguntou.-“Você não sabe onde está o seu irmão?”
Fiz que não.
“Gina.”-disse meu pai, me observando atentamente.-“Nos diga onde está o seu irmão.”
“Eu não sei.”-menti, novamente.-“Sério, papai, Rony nunca me conta as coisas. Ele sempre fica confabulando com Harry e Hermione.”
“A senhorita Granger sumiu. Harry Potter também.”-disse McGonagall, enquanto observava os outros retratos. Eu pude ver Fineus Nigellus falando baixinho sobre o meu irmão (“O que esses jovens ficam fazendo longe da cama?”).-“E nós descobrimos que o feitiço de proteção foi violado.”
Minha mãe abaixou a cabeça.
Meu pai se levantou e tentou consolar mamãe.
Eu pude ouvir algumas coisas:
“Percy... Rony... não, eles não! Eu... não...”
“Mamãe.”-falei, com a voz meio fraca.-“O que está acontecendo?”
Parecia que ela tinha me visto pela primeira vez.
“Você vai.”-foi tudo o que ela disse, enquanto sentava na cadeira e começava a chorar.
“Vou...?”-perguntei.
Papai colocou a mão no ombro de minha mãe, virou-se para mim e disse:
“Percy está morto.”
Respirei fundo.
As palavras de papai ecoavam na minha cabeça.
Percy não poderia estar morto. Afinal, ele era do Ministério. Ele tinha se oposto a Mamãe e Papai quando eu tinha 13 ou 14 anos. Ele apoiara Fudge e renegara a própria família.
E agora ele morrera?
“Ele não concordou com Lestrange.”-explicou papai.-“Muitas pessoas disseram que ele estava muito insatisfeito.”
Meus olhos arderam.
Antes de tudo, ele era meu irmão.
“Nós sentimos muito, Arthur.”-foi que a diretora disse, sentando-se na poltrona.
“Acho que Gina gostaria de ir ao enterro do irmão, Minerva.”-falou meu pai.
“E ela não vai voltar.”
Olhei para a minha mãe como se ela fosse louca.
“Não!”-protestei.-“Eu não vou ficar escondida.”
“Seu irmão foi morto, Gina.”-ela disse, secando as lágrimas.-“E os outros são da Ordem. Continuando em Hogwarts, você corre um perigo gigante.”
“Não deixarei que nada aconteça a ela, Molly.”-disse McGonagall, firmemente.-“Protegeremos Hogwarts.”
“Três alunos fugiram essa noite.”-retrucou a minha mãe, secamente.
“E se eles quisessem e precisassem fugir?”-perguntou a diretora, um tanto mais seca.-“Molly, você não sabe o que se passa na cabeça de Harry.”
“Mas ele é muito novo!”-berrou mamãe.-“E ele perdeu o feitiço de proteção que ele tinha. O que ele vai fazer?”
“Ele vai sobreviver, Molly.”-falou meu pai, intrometendo-se na discussão.-“Você sabe que Harry conseguirá.”-e virando-se para mim, papai disse.-“Vá pegar as suas coisas, filha. Você deve despedir do seu irmão.”
Assenti.
Eu sentia que voltando para a casa eu não veria Draco Malfoy tão cedo.
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“Gina?”-perguntou a Carmen.
Parei de colocar as roupas no malão.
“O que você está fazendo?”-perguntou a garota, se levantando e observando as roupas já dobradas no meu malão.
“Percy morreu.”-foi o que eu falei, enquanto jogava mais uma roupa preta na mala.-“Meus pais vieram me buscar.”
A garota me encarou chocada.
“Eu sinto muito.”-foi tudo o que ela conseguiu dizer.-“Eu sei que você e Percy não se falavam há muito tempo, mas é uma perda muito grande, não é?”
“Mamãe não para de chorar.”-comuniquei, enquanto pensava que eu também não deveria começar.-“Ainda mais ao saber que Rony, Harry e Hermione fugiram.”
A garota me olhou e disse tristemente:
“Você não vai voltar. Ou melhor, a sua mãe não vai deixar que você volte.”
Coloquei mais uma roupa.
“Essa não é uma despedida, Esperanza.”-eu disse.
“Você corre perigo estando em Hogwarts.”-ela retrucou.-“Você sabe, o seu irmão fugiu. E eles acham que você sabe onde que eles estão.”
“E eu continuarei dizendo que eu não sei.”-falei.-“Eles deveriam saber que as informações do Trio... só ficam entre eles. E por mais que me torturem, ou me ameacem de morte, eu não poderei dizer.”
Ela me deu um sorriso fraco.
“Acho que ficará tudo bem com você, também.”-continuei dizendo.-“Você é sangue-puro, vem de família rica. Nada de mau vai acontecer com você.”
Ela começou a chorar e disse brava:
“Você falou que isso não seria uma despedida!”
“E não é.”-foi o que eu falei.-“As minhas coisas continuarão aqui. E eu vou voltar.”
“Leve com você.”-disse a garota, mostrando um pequeno caderno.-“Eu tenho o outro par. Era de minha mãe, então, ele demora um pouco para mandar a mensagem, mas acho que é melhor do que ficar mandando cartas, não?”
“Com toda certeza.”-eu falei, colocando o pequeno caderno no meu malão.-“Meus pais estão me esperando.”
Ela me deu um abraço.
Eu não consegui impedir as lágrimas. E eu sabia que a Carmen também estava chorando.
A única coisa que eu conseguia pensar era que eu estava saindo do castelo.
Só não poderia imaginar que eu ficaria tanto tempo fora.
CONTINUA...
N/A: Escutando The Donnas- Don’t wait up for me.
Olá a todos!
Sim, esse é o penúltimo capítulo. Sim, eu não tive nenhuma crise nem nada do tipo, mas eu acho que eu não vou estender tanto assim A espiã.
Ah, sim, mil desculpas por essa demora (um mês e dois dias sem nenhuma att. Não gente, não morri), mas esse cap foi meio difícil de ser escrito. O pior é que eu tenho dificuldade para escrever, justamente, as actions, mas espero que vocês tenham gostado dessa cena em que o Draco aparece.. pela última vez.
Pelo menos nesse cap.
E teve carta do Harry. Sim, eu queria mostrar a visão desse ano por uma outra pessoa menos problemática, então, eu acho que o Harry foi uma boa escolha, não? E, OK, o nome do cap foi meio que um plágio de um episódio de E.R da 11º temporada, em época em que AINDA gostava um pouco de E.R (e adorava a Abby. Ou melhor, adoro, mas ER tá meio fraca demais para o meu gosto).
Ah sim, não tentem me matar, mas é provável que eu demore mais ou menos um mês para lançar o último cap. Culpa da escola, se vocês me entendem.
Obrigada a Gabrielle e a Ywoollyanna pelo comentário!
Beijos,
Ana
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