Eu fujo



Cap 25.:Eu fujo.


Sério, por quê?


Por que ele tinha que fugir?


Por que ele não percebeu que eu era uma imbecil sem NENHUMA salvação?


Ah, sim, eu sou uma idiota.


E só a única coisa que eu pensava era: POR QUE EU NÃO DISSE SIM?


OK, eu não devo me sentir tão miserável. Não, não, eu tenho que pensar que Draco Malfoy vai se ferrar porque eu não vou com ele.


Não, isso não está adiantando.


Porque eu estou ficando desesperada.


E se ele for pego pelos Comensais da Morte? Ou por Você-Sabe-Quem?


Ah, meu Deus e se ele for morto?


“Senhorita Weasley?”-disse McGonagall.-“A sua varinha, por favor?”


OK.


Eu tenho que achá-lo.


Eu não posso deixar que ele morra. Não mesmo.


Dino Thomas me cutucou.


E eu vi todas as pessoas me olhando.


“Ah, minha varinha.”-eu falei, um tanto sem graça.-“Aqui está, diretora.”-e a entreguei.


“Onde está o senhor Malfoy?”-perguntou McGonagall.


“Eu não sei, senhora.”-Blaise Zabini respondeu, mas antes, ele me olhou de um modo BEM esquisito.


Ah, meu Merlim.


Eu esqueci do Zabini.


Talvez Zabini saiba onde Draco Malfoy se meteu, afinal, eles são amigos, certo?


Tudo bem que Draco Malfoy não parece ser um cara que conta os seus segredos para as pessoas. Na verdade, eu acho que ele não confia em ninguém.


E quando ele começa a confiar em mim, eu apenas ferro com tudo.


Ah, cara, como eu me odeio.


Espera aí.


Ele disse que não sabia.


Ele só pode estar mentindo.


“Fale que amanhã ele terá que estar na minha sala.”-disse a diretora, não parecendo tão satisfeita.-“Sem falta.”


“Sim, senhora.”-disse Zabini, de maneira inflexível.


E quando ela saiu e trancou a porta, eu percebi.


Eu teria que encarar muita coisa.


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“Qual é o seu problema?”-perguntou o Thomas.


Eu, que fora para a pia mais afastada assim que a McGonagall saíra, respondi, automaticamente:


“Nada.”


Zabini me lançou um olhar descrente.


A Vane fez uma cara de preocupação (como se eu realmente acreditasse) e a Brown ficou calada fingindo que estava lavando a louça.


“Você não está bem.”-insistiu o garoto.


“Impressão sua.”-falei.-“Eu só quero terminar de lavar essa louça.”


“Você realmente mente mal.”-rebateu Thomas.-“Se você estivesse preocupada em terminar de lavar, você faria isto mais rápido. E não estaria olhando para a porta de dois em dois segundos.”


“Eu...”-comecei, mas não sabia o que dizer.


Isso está ficando cada vez mais comum, se você quer saber.


“Isso não é da sua conta.”-terminei, cruzando os braços.-“Você deveria se preocupar em pedir desculpas à Carmen.”


Thomas ficou vermelho e disse:


“Eu não terminei de fazer a sua análise.”


“Me desculpe, mas, como sempre, eu não pedi.”


“Você é uma ingrata!”-ele exclamou.


“Você tem que resolver os seus problemas.”-rebati, irritada.-“E pedir desculpas seria o primeiro passo.”


“Eu não fiz nada de errado!”


“Você não fez?”-repeti, incrédula.-“Seu idiota! Ela está sofrendo por sua causa. E você diz que não fez nada.”


“Weasley, entenda. Eu não posso, está bem?”-ele disse e, abaixando a voz, continuou.-“Nós discutimos depois. Eles estão olhando.”


As três pessoas nos encaram com curiosidade, porém, eu disse:


“Nós não vamos discutir depois. A minha amiga está chorando por sua causa, ela acha que os homens são uns babacas por sua causa. Você não se o quanto ela está mal? Ah, sim, a culpa é sua. Como sempre.”


“Você fala como se eu tivesse culpa!”-rebateu o Thomas, irritado.-“Quem ofendeu a Carmen quando ela contou, toda feliz, que tinha beijado pela primeira vez?”-e ao ver que eu iria retrucar, Thomas continuou.-“Não fui eu que falei que ela tinha beijado o cara errado.”


“Mas ela fez isso, Thomas.”-insisti.-“E não ponha a culpa em mim. Porque ela não está mal por minha causa.”


“Ah, lógico, você não tem nada a ver com isso.”-ele ironizou.-“Você fez com que a garota se sentisse culpada por gostar de mim. E ela, provavelmente, deve estar pensando: ‘Oh, Merlim, por que eu não escolhi outro garoto?’.”


“Não coloque a culpa em mim.”


“Eu estou falando a verdade.”


“Você falou que ia fugir.”-rebati.-“Você não falou sobre isso! Sabe, você foi apenas um estúpido que disse: ‘Estou fugindo e você não vai porque é mulher!’.”


Zabini pareceu concordar, mas quando ele viu que eu estava o encarando (e cá entre nós, eu estava bem brava), ele voltou a lavar louça.


A Brown e a Vane pareciam furiosas com o Thomas, porém ele não se abalou e disse:


“E se acontecer o pior? E se ela morrer?”


“Não sabia que você levaria um bebê com você.”-eu falei, ironicamente.-“ Você acha que a Carmen é idiota? OK, essa pergunta foi retórica, já que, aparentemente, ela gosta de você.”


Thomas me lançou um olhar sujo.


“Eu vou lavar a louça.”-falei.-“Bom, acho que isso mostra que eu estou bem.”


E voltei para o meu lugar.


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“Best?”-disse a- Oh, meu Deus, quem não sabe quem falou isso?- Vane.-“Você está bem?”


“Estou sim.”-grunhi, enquanto terminava de lavar os pratos.


“Você parece perturbada.”


“Sério, vocês estão fazendo um complô contra mim? Porque a menos de meia hora, duas pessoas já perguntaram se eu estou bem.”-falei e olhando para a Brown e para o Zabini, eu continuei.-“E não pensem em perguntar se eu estou bem ou não.”


Zabini levantou uma sobrancelha e disse:


“Você acha que eu me preocupo?”-e a voz um pouco mais baixa, ele completou.-“Eu quero que você se dane, Weasley.”


“Você é gentil como sempre, Zabini.”-falei, irritada e voltando para a Vane, continuei.-“Por que você está interessada em saber?”


A garota pareceu ofendida, assim, eu continuei:


“Vane, sério, você me odeia, esqueceu?”


“Me desculpe, mas por que eu te odiaria?”


“Harry Potter.”-falei, um tanto sem graça.


“Ah, sim, o Harry.”-disse a Vane.-“Sabe, o Harry é tão...”


“Eu sei.”-interrompi, tentando parecer compreensiva.-“E concordo com você.”


Bom, eu pensei que ela ia falar que o Harry era lindo, um excelente namorado ou qualquer coisa do tipo, porém, ela virou e falou:


“Você também o acha um babaca?”


“Como?”-perguntei.-“O Harry não é um babaca.”


“Pois eu acho que ele é.”-insistiu a garota.-“Sabe, ele sabia que você está fazendo algo errado e não fez nada. Nem tentou impedir.”


“Algo errado? Você está dizendo sobre A espiã?”


“É.”-falou a Vane.-“Ou você acha que foi uma coincidência você ter sido pega pelo seu irmão- vestida de Proust, obviamente-, no mesmo dia em que os folhetos foram espalhados?”


Antes, eu tinha certeza que Draco Malfoy espalhara os folhetos ao saber que eu fingia ser a Proust, mas ao descobrir que quem espalhara fora a Allen (e mais um bocado de gente que a ajudara), eu não tinha ligado os dois acontecimentos.


“Eu acho que você está um pouco paranóica demais.”-eu falei, com cuidado.-“OK, OK. É uma coincidência gigante, mas mesmo assim.”


“Pelo que eu entendi, Harry não conseguia acreditar que você estava em outra casa. Nem que você estava sendo a Proust.”


“Então, ele ficou me vigiando. E foi quando ele me pegou vestida de Proust.”-eu relembrei.


“Exatamente.”-disse a Vane.-“Ele falou sobre um mapa que não mentia e tudo o mais.”


Apenas assenti.


“Então, ele ficou sabendo sobre os folhetos.”-disse a Vane.


“E começou a me procurar.”-eu falei, lembrando do fiasco do armário.-“Bom, eu só não entendi o seu motivo.”


“Meu motivo?”


“Vane, não é todo dia que você- a grande adoradora de Harry Potter-, diz que ele é um babaca.”


“Ele foi um babaca por ter tentado te separar de Draco Malfoy.”-explicou a garota.-“Mas mesmo assim, ele é o amor da minha vida.”


Rolei os olhos.


Pelo menos uma coisa ainda estava se encaixando.


Romilda Vane ainda gostava de Harry.


“E você sabe, é Draco Malfoy.”


Eu sei.


Eu não precisei de Harry.


Eu mesma fiz isso.


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“Weasley!”-berrou Zabini.


Eu já estava subindo as escadas, porém parei e perguntei:


“O que é, Zabini?”-e vendo que ele estava calmamente, eu continuei, um tanto exasperada.-“São quase dez horas. Eu estou cansada e sem a mínima vontade de discutir com você.”


“Eu... eu sei que você está pensando que o Draco fugiu.”-falou Zabini, quando se aproximou.


“Como você pode saber?”-eu perguntei, sentindo o meu coração dar um pulo ao escutar o ‘Draco’.


Cara, eu tenho que aprender a controlar os meus sentimentos.


“Bom, Draco está irritado, com vontade de matar qualquer pessoa que olha para a cara dele e que tenta falar com ele.”


“Zabini, o que isso tem a ver com a fuga?”-perguntei, impaciente.


“Draco tinha comentado que pensava em fugir.”-ao ver que eu não conseguia acreditar, ele disse irritado.-“Você acha que ele não conta as coisas para mim? Fala sério, você acha que eu descobri por que eu li o diário secreto de Draco Malfoy?”


“Tá, ele conta as coisas para você.”-eu falei.-“Mas não diga que isso não é estranho.”


“E eu sei que ele quer que você fuja com ele.”-falou Zabini.-“Não que eu entenda porque ele escolheu você.”


“Acho que isso não te interessa.”-retorqui, irritada.


“Não estou te ofendendo, Weasley, mas eu nunca imaginei vocês dois juntos e...”


“Ninguém imagina.”-falei.-“Acho que se eu contar para a minha família, eles vão falar: ‘Legal essa piada. Agora conta aquela sobre os centauros’.”


Zabini riu e, então, prosseguiu:


“E quando ele apareceu no Salão Comunal e começou a implicar com todo mundo, eu entendi. Você disse não para ele.”


Eu sabia que ele estava afirmando, porém, eu assenti.


“Você é diferente das outras garotas.”


“Eu não disse: ‘sim, meu amo’.”-eu falei, fazendo uma careta.


“Você nunca faria isso, Weasley.”-Zabini disse.-“Porém, saiba que ele não fugiu. Ainda.”-e começou a subir as escadas.


E eu não sei o que deu em mim.


Já que no momento seguinte, eu disse:


“E se eu quisesse fugir com ele?”


Zabini parou no corredor e, então, disse:


“Vá falar com ele.”


“Acho que nós estamos com um problema.”-retruquei, incomodada.-“Eu não sei onde ele está.”


“Ora, Weasley, onde um garoto atormentado estaria?”


“Digamos que como é Draco Malfoy, ele poderia estar em muitos lugares.”-e completei.-“E com muitas pessoas.”


OK.


Troque o ‘pessoas’ por garotas e você vai entender o que está passando pela minha cabeça.


“No dormitório.”-falou Zabini, rolando os olhos.-“Quando ele está de mau humor, ele acha que o dormitório é dele. Apenas dele.”


“Por que você está me ajudando?”-eu perguntei, andando ao seu lado (rumo ao Salão Comunal da Sonserina).


OK, se antes eu tinha pensado que eu nunca mais entraria naquele lugar, eu peço as minhas desculpas. Sabe, eu pensei que Sonserina seria apenas mais uma casa insuportável que eu teria que aturar até ano que vem.


Mas vejo que eu estou, novamente, invadindo aquele lugar.


“Ora, você acha que eu quero dormir no sofá? Sério, Weasley, eu não estou fazendo isso porque eu quero ver vocês dois juntos.”-e ao ver que eu levantei uma sobrancelha, ele continuou.-“Eu só quero a minha cama.”


“Ah, lógico que sim.”-ironizei.


E lá estava eu.


Entrando na Sonserina novamente.


Entrando, novamente, no dormitório de Draco Malfoy.


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“Você quer fazer o favor de abrir a porta?”-eu berrei, batendo.


Mas ninguém me respondeu.


“Malfoy!!!”-berrei de novo.-“Abra essa porcaria!!!”


Sem nenhuma resposta.


“Ótimo.”-falei, irritada.-“Vou ficar sentada AQUI.”-e me sentei, apoiando as minhas costas na porta do dormitório.-“Até você ter a decência de abrir e falar comigo.”


“O que você quer?”-ele disse, abrindo a porta e me fazendo desequilibrar.


“Falar com você.”-eu disse, me levantando e o encarando.


Ele tentou fechar a porta.


E eu coloquei o pé, impedindo que ele fizesse isso.


“Acho que isso não foi algo bonito da sua parte, Malfoy.”-retruquei.-“Você vai me deixar entrar?”


“Não.”-ele falou.-“O que você está fazendo aqui?”


“Fiquei sabendo que você não fugiu hoje.”


“Zabini, maldito.”-ele disse e começou a dizer um monte de palavrões.


“Você não foi na detenção.”-eu falei.


“Não fiquei com vontade de olhar na sua cara, Virginia.”


OK.


Isso foi muito grosseiro.


Eu não acho que eu mereço isso.


Não, não mereço mesmo.


“Pois está olhando agora.”-retruquei.


“Não tive a oportunidade de fechar a porta na sua cara.”


“Eu fujo.”-falei, ignorando o comentário ácido que ele fizera.


E o que Draco Malfoy fez?


Ele, em momento nenhum,disse um: ‘Weasley, você tem problemas mentais.’.


Não, o que ele fez foi bem melhor.


Já que, no momento seguinte, Malfoy abriu a porta, colocou as duas mãos na minha cintura e me beijou.


Continua...


N/A: Olá a todos!!!


Bom, eu postei o cap dia 21 no fanfiction e como, nesse dia, a Floreios estava com problema, eu não consegui postar aí (a que foi viajar).


O cap ficou um pouco mais curto do que o normal, porém, eu precisava postar naquele dia, já que dia 22 A espiã fazia um ano de existência.


OK, OK, na Floreios o aniversário da fic é dia 30, mas acho melhor postar o cap de aniversário agora, né?


Agradeço a Dóris Black (a fã número 1 da Espiã XD) e a thays.


Espero os comentários!


Beijos


Anaa

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