Eu não quero voltar (6º dia)
Cap11.: Eu não quero voltar (6º dia).
“Gina?”-disse a Carmen, enquanto puxava as cortinas e fazia com que a claridade do dormitório entrasse... bem no meu rosto.-“Hora de acordar. O seu editor a está chamando.”
“Que maravilha.”-resmunguei, de olhos fechados.
“Você não acha?”-falou a Carmen, eu acho que ela estava com os olhos brilhantes.-“Ele até falou que eu poderia ir com vocês. Assim, eu vejo como os jornalistas trabalham.”
Isso fez com que eu acordasse.
“Espera aí.”-falei.-“Você vai me ver escrevendo?”
“Não é maravilhoso?”-ela perguntou, enquanto eu a via escolhendo as minhas roupas.-“O seu editor é muito fofo.”
Ah, Merlim.
Não pode ser isto.
Eu vou ser, por acaso, uma vela? Eu vou ficar olhando a Carmen e o Thomas juntos? Eu vou ter que aturar os dois juntos?
“Isto é.”-eu disse, tentando achar alguma palavra, não muito cruel.-“Maravilhoso.”
Só que eu estava mentindo.
Então, saí da cama e meio grogue, disse:
“Que horas?”
“Onze.”-disse a garota, enquanto pegava um gloss e começava a passar nos lábios.-“Você foi dormir muito tarde ontem, né?”
“É.”-foi tudo o que eu disse, no caminho do banheiro.
Fechei a porta e abri a torneira.
Molhei o rosto inúmeras vezes.
Tudo ainda estava na minha mente.
Todos os beijos e os carinhos. Aquela mão gelada que percorria o meu corpo, aquele braço que eu segurei em alguns momentos... tudo.
Eu não poderia nunca pensar que, por algum momento, ele iria me querer.
Afinal, era óbvio que nesse momento, ele estava com alguma garota. Ele estava agarrando uma outra garota que...
Não era eu.
Pânico.
Medo.
Raiva.
Dor.
Mágoa.
Eu sentia tudo isso.
"Ele não poderia estar fazendo aquilo com outra menina."-pensei em pânico.
"Ele é Draco Malfoy. Agora, você só deve esquecê-lo."-disse a voz sensata, que tentava me dar conselhos (in)úteis.
Só que dessa vez, eu vou seguir esse conselho. Vai ser exatamente isso que eu vou fazer.
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“Uau, que força de vontade.”-falou a Carmen, enquanto eu descia.
“Não fale nada.”-sibilei, enquanto a garota me passava um prato que tinha aqueles bolinhos que eu simplesmente amo.
“Não vai agradecer?”
“Obrigada.”-disse, enquanto mordia mais um pedaço.
“Sabe, era para nós andarmos enquanto você comia os bolinhos.”
“Hum, andar para onde?”-perguntei, mesmo sabendo a resposta.
A Carmen vai estourar comigo, dá para perceber a impaciência dela enquanto ela me olha.
Bom, eu não vou facilitar.
Nem um pouquinho.
Nem que ela implore.
“Gina, você tem que ajudar o Thomas a escrever um artigo.”
“Não.”
“Não o quê?”-ela perguntou, me encarando.
“Eu não vou mais escrever.”
Silêncio.
É, esse tipo de informação demora mesmo para ser processada. E quando se é a Carmen...
“E o seu sonho? Sabe, de ser uma jornalista de sucesso?”
“Não sei.”-respondi, dando de ombros.-“Talvez ser jornalista não seja a melhor coisa para mim.”
“Gina.”-disse a Carmen, colocando as mãos no meu ombro e me sacudindo.-“Você não pode estar falando sério.”
“Se ser jornalista significa envolver com missões completamente sensacionalista, então, eu estou fora.”
“Gina, pelo amor.”-retrucou a Carmen.-“Antes, você não se importava, não é verdade?”
“Antes.”-respondi, ofendida.-“As minhas missões duravam no máximo uma ou duas semanas.”
“As suas missões não tinham Draco Malfoy.”
“Carmen.”-eu falei, tentando manter todo o controle.-“CALE A SUA MALDITA BOCA!”
As pessoas começaram a olhar para nós.
“Gina...”-ela disse, ainda horrorizada demais.
“Desculpe.”-eu disse, enquanto me levantava e deixava o prato na mesa.-“Vamos até a redação da jornal.”
E nós fomos, em silêncio.
“Conseguiu acordar a dorminhoca, senhorita Esperanza?”-perguntou Dino Thomas, enquanto eu sentava na cadeira em frente da mesa do editor e revirava os olhos de tédio.
A Carmen apenas disse, toda sorridente:
“Foi meio difícil, mas ela já está aqui.”
Acho que ela esqueceu totalmente da briga.
Meu Deus, o que Dino Thomas faz com as pessoas, não?
“Então, vamos começar.”-disse o garoto, inflando o peito, como se fosse... um pavão.
Sabe, se eu não estivesse tão para a baixo, eu poderia achar muito, mais muito engraçado tudo isso.
“Weasley!”-ele disse, batendo uma régua na mesa.-“Você tem que contar para os nossos leitores o que realmente acontece naquele lugar.”
“Ahn, eu já falei a maior parte no texto que eu te passei?”
“Essa não é a desculpa, mocinha!”-ele disse, batendo mais uma vez na mesa, rapidamente, tirei os meus dedos que estavam sendo ameaçados pela figura enlouquecida do editor.
“Thomas...”-eu comecei, tentando argumentar, mas estava na cara que ele estava assim por causa da Carmen, que nesse momento, parecia completamente enlouquecida.
Não, ela estava encantada, acho que, para ela, tudo parecia divertido.
Para mim, óbvio, era uma tortura imensa.
“Não tem Thomas, nem meio Thomas.”-ele falou, batendo mais uma vez a régua na mesa.-“Você tem que entender que o nosso jornal tem um nome a zelar e você tem que entender que nós temos que passar todas as informações e...”
“Thomas, não tem nenhuma informação que você não saiba.”
“E Draco Malfoy?”
Ah, meu Deus.
Ele sabe.
Então, eu rapidamente me virei para a Carmen e lancei o meu olhar fuzilante.
E sabe o que aconteceu?
Ela NÃO percebeu. Ela apenas olhava para o Thomas como se ele fosse uma divindade.
“O que tem... o Malfoy?”-disse, com a voz esganiçada.
“Tudo! Os leitores querem saber desde que número de roupa ele usa, até quais são os desejos mais secretos dele.”
Ele não sabe.
“Ah.”-disse a Carmen, com ar inocente.-“Isso a Gina sabe.”
Muito obrigada, muito obrigada mesmo, Carmen.
Você acabou de arruinar a minha vida.
“O que a Gina sabe, minha querida?”-indagou Dino, enfatizando o querida e fazendo com a espanhola corasse um pouco.
Isso é completamente ridículo.
“Ela.”-a garota começou.-“Sabe sobre os desejos de Draco Malfoy.”
Agora que eu a mato.
“Escuta.”-falei, meio exasperada.-“Eu não sei de nada, escutou? E Carmen, vê se para de falar esse tipo de coisa.”
“A Gina.”-falou a Carmen, ignorando totalmente o meu olhar de... clemência.-“É o desejo de Draco Malfoy.”
Ótimo.
A minha vida acabou.
A minha amiga traiu a minha confiança. O meu editor sabe que eu estou tendo um caso com Draco Malfoy e...
O que mais pode acontecer?
“Ele deseja Gina Weasley? Será que Draco Malfoy está mudando?”-perguntou o Thomas, enquanto se aproximava de Esperanza e largava a régua em cima da mesa.
Só que antes que a Carmen falasse mais alguma coisa, como: “A Gina está pensando em dar a flor para o Draco Malfoy”, eu peguei a régua e bati bem na perna da espanhola.
Ela gemeu de dor.
“O que... aconteceu?”-perguntou o editor, preocupado.
“Acho que alguém jogou alguma coisa na minha perna.”
“Ah, eu vou cuidar disso.”-falou o Thomas, solícito.-“Deixe me ver...”
Ok.
Isso já era demais para mim.
Demais mesmo.
Então, me levantei e saí da Sede do Jornal, com uma única certeza: eles nem notaram.
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“Eu não acredito nisso, cara.”-falou Blaise Zabini, enquanto ele e Draco Malfoy andavam em direção ao Salão Principal.-“Você ainda não conseguiu?”
Em primeiro lugar, não pense que eu estou escutando a conversa. São eles que estão falando alto demais.
Em segundo lugar, eu sou tão insignificante que eles nem perceberam que eu estou atrás.
“Você quer fazer o favor de falar mais baixo?”-exclamou Draco Malfoy.-“Como que você sabe desse tipo de coisa?”
“Eu só sei porque você apareceu depois no Salão Comunal com a maior cara de assassino.”-lembrou o negro.-“Sabe, tentar matar o Goyle na frente das meninas... é exagero. Se você quiser, nós armamos alguma para cima dele.”
“Zabini.”-disse o Malfoy, lançando aquele olhar gelado.-“Goyle confessou o porquê dele ter entrado no dormitório, naquela hora.”
“Jura?”-o negro falou, como se não achasse nada demais.-“O que ele disse?”
“Que foi você que o mandou fazer isso.”
“Eu?”-perguntou Zabini, achando graça.-“Ele está muito eng...”
Tarde demais.
Blaise Zabini acabara de ser socado por Draco Malfoy.
Sangue jorrava do nariz do negro, ele tentava balbuciar coisas do tipo: “A culpa não é minha! Eu já tinha pensado que você tinha conseguido”, mas Malfoy estava furioso demais.
“Escute aqui.”-eu podia escutá-lo, ameaçando o negro que tentava conter o sangramento.-“Se você tentar fazer mais alguma coisa, seu idiota, eu mando os seus restos para a sua querida mãe.”
“Senhor Malfoy? Senhor Zabini?”-disse Slughorn.-“O que...”
“Nada.”-interrompeu Draco.
“Eu estou vendo um nariz fraturado, senhor Malfoy”-falou Slughorn, friamente.-“O senhor não vai querer que eu pergunte novamente, vai?”
Uma pequena multidão aproximava dos trio, eu, rapidamente, me aproximei, para ver o que aconteceria.
“Foi um desentendimento.”-disse Draco Malfoy, irritado.
“Menos 30 pontos para a Sonserina.”-falou Slughorn, com autoridade.-“E detenção para os dois. Agora, Zabini, vá tratar esse nariz.”
Rapidamente a multidão se dissipou, mas eu continuei, encarando Draco Malfoy que ainda estava ali, parado.
“Algum problema, Weasley?”-ele perguntou, sarcasticamente.
“Nenhum.”-disse, tentando ignorar o jeito que ele falava comigo.
Não parecia com toda a gentileza que ele me tratava enquanto eu era... a Valkiria. Acho que isso me deixou um tanto... irritada.
“Então, você vai me deixar passar?”-ele perguntou, levantando a sobrancelha... fazendo com que ficasse ainda mais sexy.
Ah, Merlim, eu não posso pensar nisso. Não posso mesmo.
“Talvez.”-falei, tentando lembrar que eu o odiava.-“Assim, eu acabo lavando o chão em que você pisa.”
“Isso seria bem típico de você.”-disse Malfoy, zombeteiro.-“O que uma pobretona faz? Lava o chão em que as pessoas pisam.”
Só que eu não ia aceitar as provocações desse imbecil.
Eu vou ser forte e não vou me deixar levar por uma pessoa...
“Fugindo?”-ele pergunta, enquanto, eu me viro.-“Não é típico de você.”
“O que você sabe sobre mim, Malfoy?”-questiono.
“O que eu sei?”-ele pergunta, surpreso. –“Que você é uma pobretona e...”
“O que você sabe sobre mim?”-pergunto novamente, dessa vez um tanto mais alto.
“Você...”
Aproximo lentamente e digo:
“Vou lhe responder.”-já com o dedo em riste.-“Você não me conhece, então, não pode falar o que é típico ou não em mim.”
“Eu...”-ele começa, tentando achar as palavras certas, mas acaba sendo surpreendido por Harry que logo me chama.
E sem dizer mais nenhuma palavra, sigo o moreno em direção ao Salão Comunal.
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“O que você estava falando com Draco Malfoy, Gina?”-ele me pergunta, assim que eu me sento e pego um pedaço de torta de frango.
“Nada.”-respondo, um tanto friamente.
Sério, qual é a do Harry?
O que ele pensa que está fazendo tentando conversar comigo de maneira... normal?
“Gina.”-ele disse, enquanto eu quase partia o prato, enquanto cortava a torta.
“O quê?”-grunhi.-“Sério, Harry, você não deveria estar em outro lugar?”
“Hum, eu quero estar aqui com você.”-ele falou, os olhos fixos em mim.
“Seria ótimo, se eu também desejasse isso.”
“O que eu fiz para você?”-ele perguntou.
“Posso te perguntar uma coisa?”-perguntei, ele fez que sim com a cabeça, então, continuei.-“Você sofre de algum distúrbio que faz com que você esqueça o que fez no passado?”
“Garanto a você que eu sou normal.”
“É melhor você mudar os seus conceitos, Harry.”-respondi, enquanto me levantava.-“Lembre dos seus erros que, talvez, você vai longe. Ou não.”
E saí do Salão, sem nem ver se o moreno se levantava ou algo do tipo.
Afinal, eu só queria ficar sozinha.
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“Gina!!!”-berrou a Carmen, assim que entrou no Salão Comunal da Grifinória. Todas as pessoas que estavam ali, pararam para olhar para nós.
“O que foi?”-perguntei, enquanto copiava a tarefa de poções da espanhola.
“Ei, essa tarefa é minha!”-falou a garota, enquanto eu escrevia mais uma linha, sem entender metade.
“É.”-falei, dando de ombros.-“Você não se importa, né?”-perguntei, crente que ela falaria da nossa briga de manhã e que eu era muito folgada e tudo o mais.
Só que a resposta da Carmen, me surpreendeu um bocado:
“Não, pode copiar.”
Ok, ela está doente.
Só pode ser isso.
“Que bicho te mordeu?”
“Nenhum.”-respondeu a espanhola.-“Sabia que o Tomas me convidou para sair?”
Ok.
Eu já sei que bicho a mordeu.
E eu não gostaria de saber o que aconteceu.
“Ah, que bom para você, Carmen.”-respondi, enquanto copiava mais um pedaço da tarefa.
“Gina.”-ela disse, bem séria, enquanto se sentava na poltrona a minha frente.-“Você não quer saber?”
Parei de escrever, a fitei por dois segundos e disse:
“Não.”-e voltei a escrever sobre a parte em que a poção deveria estar verde.
“Ótimo.”-a espanhola bufou, enquanto cruzava os braços.-“Eu não ia te contar, mesmo.”
“Carmen...”-eu falei, apontando para o pergaminho, mas antes que pudesse perguntar o que aquela palavra significava, a morena começou a dizer:
“Ah, eu sabia!!! Eu sabia que você vai querer saber como foi! Eu sabia que você ia querer saber se o Thomas pegou na minha mão e...”-Carmen foi parando de falar ao ver a minha expressão: “mas eu não quero saber de nada”.
“Então.”-disse, ignorando.-“O que tá escrito aqui?”
“Gina...”-ela falou, com os olhos meio... cheios de lágrimas.-“Você poderia, por favor, me escutar?”
“Carmen.”-eu disse, parecendo, extremamente surpresa com a reação da garota.-“Você falou que não queria dizer nada.”
“Eu preciso... contar para alguém.”
“Então, fale.”-eu disse, enquanto largava os dois pergaminhos e começava a prestar atenção na espanhola.
“Ele pegou a minha mão.”-disse a espanhola, com os olhos brilhando, não mais por causa das lágrimas.-“Sabe, ele segurou a minha mão e falou que queria... sair comigo.”
“Uau.”-eu falei, enquanto sentia a minha mão sendo prensada pela da garota.-“Isso é... fantástico.”
“Eu sei!”-ela disse.-“Sabe, ele é muito, mais muito fofo! Ele disse com aquela voz super sexy que eu fui uma das melhores coisas que acontecem com ele, nos últimos tempos.”
Voz sexy?
“Você é drogada?”-perguntei, enquanto levantava uma sobrancelha.-“Porque a voz do Thomas... é esganiçada.”
“Não é.”-disse a garota, com azedume.-“Você, por acaso, está com ciúmes do Thomas? Sabe, por ele ser o seu ex?”
“Carmen.”-falei, com azedume.-“Eu tenho coisas mais sérias do que me preocupar com você e com o seu futuro namorado.”
“Eu sei.”-disse a morena, com um sorriso.-“Vai tomar um banho e vai se arrumar.”
“Vou para algum lugar que eu não sei?”
“Lógico que sim.”-murmurou a garota.-“Você vai voltar.”
“Voltar...”-eu falei, tentando entender o que ela queria dizer.
“Gina, sua imbecil.”-ela falou, enquanto me via escrevendo mais algumas palavras da tarefa de Poções.-“Sonserina.”
Derrubei todo o tinteiro no mesa.
“Merda!”-falei, enquanto tentava salvar a lição.-“Limpar!”
“Gina, você está tão nervosa para voltar?”-perguntou a espanhola, enquanto limpava o tapete que estava ficando cada vez mais preto.
“Carmen.”-eu falei, com um sorriso frio.-“Eu não vou voltar.”
“Como assim?”
“Como assim, o quê?”-perguntei, enquanto me sentava e terminava de escrever de que cor a poção teria que estar. Não que eu algum dia a atingisse.
Ah, que seja.
“Você não vai voltar...”-ela falou.-“Gina, você é burra?”
“Eu não sou burra.”-falei, com uma falsa convicção.-“Se eu voltar para lá, eu vou me tornar burra.”
“Ah, pelo amor.”-ela falou.-“Será que você não está percebendo que está jogando a sua felicidade pela janela, desse jeito?”
Comecei a gargalhar.
“Você está me dizendo que a minha felicidade se chama Draco Malfoy?”
“Estou afirmando.”-disse a garota.-“E você sabe muito bem que essa é a verdade.”
“Está enganada.”-falei.-“A felicidade de uma pessoa não pode ser baseada em mentiras.”
“Então, as desfaça.”
“Desfazer?”-perguntei.-“Você acha que é tão fácil, assim? E os meus pais? O meu irmão? As pessoas? Não, agora você me diz o que elas falarão quando souberem que eu estava na Sonserina e estava mentindo para Draco Malfoy.”
“Você não pode ter medo.”-falou a Carmen, toda sábia, como sempre.-“Senão, você não vai conseguir.”
“Conseguir?”-perguntei, debilmente.
“É.”-disse a espanhola.-“Ser feliz com Draco Malfoy, sendo você mesma.”
“Olha, eu adoraria viver no seu mundo, sabia?”-falei, com um sorriso fraco.
“Vá se arrumar.”-ela mandou.
“Não vou.”-falei, com um sorriso triste.-“Ele, provavelmente, está com qualquer outra garota que tope dar a flor da virgindade.”
“Vocês ainda tem um trato.”-falou a Carmen, como se quisesse levantar a minha auto-estima.
“Nós não temos trato nenhum.”-eu disse.-“Sabe, eu acho que ele só disse aquilo para tirar a minha flor com rapidez. Como um voto de confiança.”
“Você acha isso?”-perguntou a Carmen, sem saber o que falar.-“Porque eu acho que se ele falou sobre o trato, quer dizer que ele está sentindo algo diferente. Algo que ele não viu na Parkinson.”
“Você quer dizer, que ele viu que eu tenho cérebro?”-perguntei.
“Não!”-falou a Carmen, tentando não rir.-“Eu estou tentando dizer que ele percebeu que com você era diferente.”
“Diferente como?”-perguntei, curiosa.-“Você quer dizer que eu não tenho experiência nesse assunto?”
“Não é isso.”-explicou a Esperanza, rapidamente.-“Gina, você, talvez, seja especial.”-e antes que eu pudesse falar que eu não era especial, ela continuou.-“Por isso que você tem que se arrumar. Agora!”
“Eu...”
“Gina...”-ela falou, meio ameaçadora.
“Eu...”-comecei, mas ao ver aquele olhar de serial killer em cima de mim...
Isso deve ser genético, não é possível.
“O que você vai fazer?”-ela me perguntou, com aquela voz que poderia muito bem matar alguém... de puro medo.
“Eu vou...”-comecei, engolindo em seco.-“Pegar as minhas coisas!”
“Ah, Gina.”-falou a Carmen, nem parecendo ser a mesma pessoa.-“Que bom! Agora vou te ensinar uns truques para ficar cada vez mais linda para o Malfoy.”
Não seria ótimo ser uma pessoa normal, nesse momento?
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Eu estou parecendo... a Valkiria Proust.
Entenda, eu estou parecendo uma puta.
É isso.
Estão esquecendo que eu sou Gina Weasley e querem me transformar nela.
Ah, Merlim! Deus não poderia ter achado uma criatura menos problemática para ser a minha melhor amiga?
Porque uma amiga não obriga a outra a usar batom vermelho.
Nem vestir uma microssaia preta.
“Ora, Gina, você pode muito bem usar essa saia.”-ela falou, enquanto arrumava os meus cabelos.-“Eu sei que você está com vergonha de pedi-la, mas pode pegar!”
“Carmen.”-eu disse, tentando não achar que ela falava sério.-“Eu não quero usar isso.”
“Você vai usá-la.”-ela falou, com aquele sorriso sádico.-“Vista-a agora!”
Adivinhem se eu não fiz isso.
E depois ela me mostrou uma blusa.
Uma blusa, que devo acrescentar, eu nunca, nunca, nunca usaria.
“Ah, Gina, não tenha vergonha!”-e, acrescentou, naquele tom malicioso.-“O Malfoy vai amar.”
Por fim a vesti.
Não que eu tenha feito isso por causa de Draco Malfoy.
Longe disso.
Tá, foi por causa dele sim.
Mas é segredo, certo?
Só que nesse momento, o que eu menos quero é vê-lo.
Contraditória? Nem um pouco.
Só que como sempre, tudo está contra mim.
Quem está ali, na frente da entrada do Salão Comunal da Sonserina?
Quem está ali, com as mãos nos bolsos e que está ignorando todos que passam por ele?
Quem está ali e, no exato momento em que me vê, tira as mãos do bolso e anda em minha direção?
Bom, você ganhou um doce ao pensar que é Draco Malfoy.
CONTINUA...
N/a: Olá a todos!
Creio que eu não demorei muito, né?
E eu sei, não me matem:
1)pela falta de Draco Malfoy.
2)pelo fato da Gina estar mais pirada do que o normal.
3)pelo fato do cap não ter ficado tão grande como os outros.
4)e pelo fato de eu ter parado o cap nesse momento XD.
Desculpem mesmo! Entretanto, espero que vocês tenham se divertido com a Carmen e com o Thomas, o casal dinâmico XD.
E agora, Malfoy esperando a Gina/Valkiria? Uau, o que vai acontecer? (como se eu não soubesse ¬¬).
Chega de falar besteira. Por isso vamos agradecer:
Gabrielly Malfoy:Ah, se você achou o cap anterior pequeno... esse você também vai achar minúsculo oO. Entretanto, espero que você tenha gostado, okk? Beijos
Ahavenne: É realmente engraçado quando a Gina fala que não vai dar a flor XD. E o Draco? O que dizer do Draco? Espero que você tenha gostado do cap, certo? Bjos!
Um recado básico antes de eu sair disso daqui:
Eu não sei quando que eu vou atualizar a fic novamente. É, sinto dizer, mas na próxima quinta começam as minhas provas. E isso significa gastrite, dor de cabeça, insônia (aí eu tenho vontade de dormir enquanto faço a prova) e nervos a flor da pele.
Então, a minha capacidade de escrever algo engraçado enquanto eu estou em época de prova... simplesmente não existe.
Assim, eu espero que vocês entendam (mas até parece que eu não vou tentar escrever alguma coisinha).
E na verdade, a continuação da última cena desse cap, já está inteira na minha cabeça, okk?
Espero que vocês tenham gostado!
E manda algum comentário!
Nem que seja para falar que eu tenho que me internar porque isso tá péssimo ¬¬.
Beijos.
Anaisa
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