Capítulo 1



Autora: Nynia

Tradutora: Ana Granger Potter

Beta: Amanda Saitou

Classificação: R

Disclaimer: Todos os personagens de Hogwarts, como já sabem, são propriedade de J. K. Rowling e da Warner, eu só os utilizo inescrupulosamente para matar a chatice.

Advertência: Esta fic é Slash (MPREG), isto é, se baseará em uma relação garoto/garoto; ainda não é nada gráfico, mas chegará a ser, se este tema te desagrada, então está convidado a sair por onde entrou.

N. T. nº 1: Oi, gente! Todos os comentários, traduzirei p/ Nynia.

N. T. nº 2: pessoal esta fic está sendo publicada novamente pois da primeira vez não tinha sido betada. Agora, graças a minha amiga Amanda, a fic está sem nenhum erro grotesco...

Agora chega de papo furado e vamos ao miolo da questão: A Fic.

***


CAPÍTULO 1

Como odiava o cheiro de hospital. Aquele insuportável e penetrante cheiro de desinfetantes e medicamentos que se colavam até o cérebro, provocando-lhe náuseas e um estado de atordoamento que não lhe agradava em nada; sentia-se vulnerável.

Mas nesta ocasião sabia que era necessário; era a única maneira de acabar com aquela dor agonizante que vinha sentindo há horas, intermináveis e malditas horas.

Consolou a si mesmo convencendo-se de que logo acabaria e nunca mais teria que passar por aquilo de novo, nem sequer por algo parecido; é que era terrível sentir aquela dor e ter o maldito medimago examinando seu corpo, contribuindo para que a dor aumentasse.

Um grito ensurdecedor rasgou o ar e soube que era o seu; agarrou-se aos lençóis da maca com força enquanto amaldiçoava internamente a qualquer pessoa que passasse por sua cabeça naqueles momentos; alguém tomou sua mão com força e se acercou, sussurrando-lhe palavras de consolo e ânimo que não chegava a distinguir, tudo tinha ficado confuso.

A maldita dor continuou por intermináveis minutos, sentia-se como se estivesse sendo rasgado por dentro, não tão doloroso como um cruciatus, mas o suficiente para atordoá-lo de uma maneira alarmante; se agarrou desesperadamente à mão que sentia entre as suas, tratando de mitigar com isso um pouco de seu sofrimento, enquanto sentia como suas bochechas se umedeciam pelas lágrimas que não tinha podido reprimir.

Um novo grito, desta vez alheio, encheu a sala, levando sua dor e permitindo-lhe esboçar um sorriso de alívio... e quiçá de algo mais... A pessoa que momentos antes tomava sua mão agora lhe acariciava os cabelos com doçura enquanto o médico voltava a acercar-se com um pequeno embrulho nos braços.

- Felicidades, é um formoso garoto...

***

No mais profundo das masmorras Draco Malfoy acordou gritando desesperadamente, banhado num suor frio e tremendo sem controle.

Isto não podia continuar assim! Já estava farto daqueles sonhos com o hospital e os doutores; já não podia suportar as noites sem dormir ‘como um anjo’, já tinha perdido as contas; estava mais delgado, e seu rosto geralmente perfeito se via marcado com duas grandes e (em sua opinião) horrorosas olheiras. Para não mencionar que seus colegas de casa já começavam a duvidar seriamente de sua sensatez dado àqueles... pequenos episódios com seu "mutante" comportamento. Se ao menos soubesse a quem jogar a culpa por isso!

Era o pior enrosco em que tinha se metido! Pior ainda do que quando seu pai o tinha descoberto conversando animadamente com um squib fracassado, ou quando tinha se metido em problemas por querer jogar com a mantícora da coleção privada deste mesmo, ou qualquer outra tolice que tivesse feito antes... não, isto era MUITO pior. Se alguém soubesse seria seu fim.

O problema era que não poderia passar por isso sem ajuda, e ainda não se sentia suficientemente desesperado para pedi-la a um sonserino.

- Maldito seja... isto me acontece por ser tão fodidamente atraente.... –murmurou com amargura enquanto se enrolava novamente tratando de conciliar o sono, meio impossível dadas as noites iguais a esta; amanhã pensaria no que fazer.

Mas na manhã seguinte a última coisa que Draco podia fazer era pensar. O jovem loiro tinha se levantado com o pior mal-estar de sua vida, era como se estivesse pagando os estragos de uma soberana bebedeira que jamais tinha acontecido. Estava farto! Completamente enfastiado dessa maldita situação que já o incomodava há três meses!

Fazendo uso de todo seu autocontrole e envergando sua melhor máscara de indiferença, o sonserino se levantou e vestiu-se disposto a ir tomar café da manhã. Só rogava poder conseguí-lo já que naqueles instantes sentia como se tivesse um campo de batalha no estômago.

- Puxa Draco! Você está um desastre! – disse Blaise Zabini ao chegar à sala comunal – Quem é que foi a uma festa ontém e não avisou, hein...? – continuou o ruivo sorridente.

- Cala a boca Blaise, não estou com humor para te suportar esta manhã.

- Draco querido, estamos mal hoje, não?

- Pansy, “querida”. Porque não some hoje, hein? - Esta franziu o cenho incomodada.

- Não sei o que acontece com você ultimamente, o seu humor está terrível, ainda pior do que seu aspecto – se queixou-se a garota.

O loiro ficou pálido. Então era assim que o notavam? Que saco! Isto não podia continuar, ia terminar prejudicando terrivelmente sua imagem... e o que aconteceria se o dano fosse permanente? Precisava fazer algo a respeito antes que fosse demasiado tarde.

Depois de lançar-lhe um olhar enfastiado a sua loira colega de casa, dirigiu-se com passos firmes rumo ao Grande Salão, ou isso foi o que tentou, já que nem bem tinha chegado ao corredor do hall quando sentiu o pior enjôo de sua vida; tanto assim que, mandando ao espaço o fato de ser um Malfoy, teve que se abraçar à primeira pessoa que passou a suas costas para não cair.

- Malfoy! Que merda acha que está fazendo?

Draco não teve nem que levantar os olhos para dar-se conta de quem era o dono daquela desagradável voz.

- Isso não é da sua conta, Weasley – espetou com desprezo, ainda abraçado ao ruivo; sentindo como a vertigem piorava.

- Malfoy... você está bem?

- O que você acha, Potter? Que estou abraçado ao pobretão por puro gosto?

- Pois então me solta, maldita doninha! –Rony começou a forçar tratando de tirar o loiro de cima e falhando miseravelmente, já que a única coisa que conseguira era que este se agarrasse ainda mais a ele

– O que está tramando?

- Não creio que esteja tramando nada, Rony, seu aspecto não é o de alguém que finge algo... melhor levarmos ele para Madame Pomfrey.

- Não preciso ir a nenhuma enfermaria, Granger!

- Então o que? – a garota pareceu incomodada – planeja ficar abraçado ao Rony o dia inteiro?

Mas o sonserino já não podia contestar, tinha começado a sentir como o ar lhe faltava e a essas alturas aquilo só podia significar uma coisa. Harry e Hermione olharam atônitos como Draco perdia o conhecimento caindo em cheio no chão e arrastando Rony com ele.

- Sabem? – Falou este do chão – com a pinta de pirralho que tem nunca pensei que pesasse tanto...

***

Novamente aquele desagradável cheiro ao seu arredor, cheiro de desinfetantes e medicamentos juntos, fragrância que só pressagiava que em instantes voltaria a sentir aquela dor lacerante que o faria acordar empapado de suor em sua fria cama nas masmorras.

Esperou pacientemente que a segunda fase de seu pesadelo começasse, mas nunca aconteceu... A única coisa que sentiu foi o ruído de cortinas correndo para que depois um raio de luz fosse direto no seu rosto. Abriu os olhos confuso para encontrar-se cara a cara com a enfermeira da escola, Madame Pomfrey, que naquele momento o olhava com cara de poucos amigos.

- Ah, Malfoy! Sinceramente, já era hora de acordar.

Draco a observou desconcertado. Era a primeira vez que escutava um tom tão frio e amargo na enfermeira, como de reprovação, e foi quando recordou porque estava aí.

Meu deus! Um arrepio percorreu seu corpo enquanto empalidecia até a medula. Será que aquela mulher já sabia?

- Para responder à pergunta que deve estar formulando; sim, era pouco provável que "ISTO" passasse despercebido por mais tempo.

- O q-q..que...fará? – sua voz soou quebrada, deixando reluzir o temor que sentia.

- Antes de procurar uma enfermeira que se encarregasse de cuidar do senhor? Pois faz uns segundos que já pus o diretor a par disto, e precisamente neste momento deve estar chamando seu pai para que explique o mesmo a ele.

- NÃO!

Madame Pomfrey o olhou com o cenho franzido.

- M-me mataria... ele... ele não aceitará isso nada bem!

- Esse, Malfoy, não é problema meu; deveria ter pensado nisso antes de ter um "comportamento" TÃO irresponsável. Seu pai será informado de tudo para que procure uma enfermeira que lhe dê assistência profissional enquanto dure seu estado; Deus sabe que eu já tenho o suficiente para cuidar em toda a escola!

O coração do loiro deu um pulo; isto era sério, seu pai nunca aceitaria sua condição. Primeiro, por que se inteiraria de que seu único filho era bissexual; segundo, porque este ato traria vergonha para o sobrenome Malfoy; e terceiro por que o bebê careceria do lado "paterno" (porque obviamente ele era o "materno") o que o converteria num bastardo, o qual Lucius Malfoy não aceitaria jamais. Não podia arriscar-se.

- Madame Pomfrey! –exclamou com resolução enquanto apoiava ambas as mãos sobre a escrivaninha da enfermeira – escute-me por favor...

- Nem tente protestar, tenho o dever de...

- MATÁ-LO!

A mulher se calou assombrada enquanto notava como o jovem frente a ela abraçava seu ventre protetoramente, toda a angústia refletida em seu antes inexpressivo rosto.

- Ele não vai me permitir conservá-lo... não me permitirá nem sequer tê-lo! Sei que fui irresponsável Madame! Sei que realmente estraguei tudo desta vez! ... e não vou negar que estou aterrorizado... mas nem por isso pensei em fugir de minhas responsabilidades. Quero tê-lo, quero que nasça; mas se contar ao meu pai, ele me obrigará a abortar... – suspirou com tristeza – não lhe convém que meu herdeiro dê tanta vergonha à família... Por favor Madame Pomfrey! ...não lhe diga...

Neste momento a enfermeira estava realmente surpresa. Conhecia bem o caráter do rapaz, por isso estava segura do duro que tinha sido para ele implorar daquela maneira, expondo sua fraqueza, mostrando sua vulnerabilidade; mas o que a surpreendeu mais ainda, foram os motivos que teve para pedir.

Um aborto. Isso era algo que nunca permitiria, mas ainda assim...

- A gravidez masculina não é algo que se deva levar levianamente. Precisará vigilância constante porque as há muitas complicações...

- Eu sei! Já me informei um pouco a respeito... – interrompeu o sonserino com nervosismo - ...e penso em continuar, ainda mais...

- Deixe-me continuar, Malfoy

- ...

- Bem, como ia dizendo, para não correr riscos é necessário que uma enfermeira capacitada se encarregue de você a toda hora; o problema é que é impossível adquirir uma sem que seu pai se saiba, e não posso permitir que esteja sem vigilância.

- Então estou perdido... – sussurrou Draco, baixando os olhos em sinal de derrota.

- Apesar de que há uma segunda opção – ela acrescentou depois de pensar um pouco.

***

- Espero para seu bem, Alvo, que meu filho esteja em perfeitas condições; senão apresentarei minha queixa formal sobre sua incompetência ao Ministério.

A elegante figura de Lucius Malfoy deslizava pelos corredores rumo à enfermaria; junto a ele Alvo Dumbledore estava ligeiramente preocupado. Não pelo fato da ameaça de Lucius, era só... que temia a reação que teria este ao saber de tudo.

- Acredite, Lucius, quando te digo que ele está bem. Madame Pomfrey se encarregará de explicar-lhe todo.

- Pois então, só espero que não esteja me fazendo perder tempo –contestou o loiro em tom hostil.

O velho suspirou com resignação enquanto abria a porta da enfermaria, pela qual o Sr. Malfoy entrou sem esperar ser convidado. Uma vez dentro não pôde mas que arquear as sobrancelhas ao encontrar-se com seu filho em perfeito estado, ainda que com uma expressão de incomodo, sentado sobre uma das camas do lugar.

- Pai – saudou este com uma leve inclinação de cabeça.

- O que está acontecendo aqui? – Lucius perguntou incomodado sem sequer responder à saudação.

- Sr. Malfoy, Alvo; alegra-me que já tenham chegado.

A voz da enfermeira às suas costas obrigou ambos os homens a se virarem para ela para começar a conversa, sem notar que atrás deles o jovem loiro, depois de ver a resolução da mulher, tinha abandonado sua expressão de seriedade para dar lugar a uma de angústia enquanto agitava os braços no ar assentindo com veemência e uma careta de asco no rosto.

"Poppy" Pomfrey sorriu. Tinha ganhado a partida.

N.Tradutora: Deixem reviews por favor.....

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.