Avisos, ameaças e conversas...



N/A: Pessoal já voh avisando que esse aqui não é o meu cap. favorito, no máximo eu o classificaria como interessante... e é claro, tem algumas coisinhas importantes...respondendo rapidinho aos comentários:

Srta. Lups: só uma coisa a dizer, brigada msm....espero q goste do cap.

Kika Martins: q bom q tah gostando e qnt a conversa q vc naum entendeu direito, logo logo eu voh retoma ela em um cap, td bem? continue comentando...

Azarameth: continuei, espero q goste...


Boa leitura pessoal, e q tal vcs fazerem parte da campanha pra fazer essa autora feliz heim? Vcs só precisam comentar e eu juro q posto o cap. 8 o mais rápido possível, espero q gostem do cap....

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Cap.7:


Acordou com a porta sendo batida... Por mais que a pessoa tivesse evitado fazer barulho, tinha o sono leve...e mais uma vez passara a noite tentando acalmar a prima que se debatera a noite toda...

--Obrigada por me esperar de novo Sam..._ resmungou desistindo de voltar a dormir, já tendo notado a cama da prima vazia e arrumada.

Se arrumou vendo que logo o café seria servido... deixou as colegas de quarto dormindo e saiu do quarto o mais silenciosamente possível.

Parou nas escadas ao ouvir vozes... Não era fofoqueira, mas reconhecendo as vozes sabia que um aparecimento estratégico a qualquer momento viria bem a calhar...

--Você os está perdendo._ ouviu a prima afirmar.

Desceu mais um pouco e conseguiu ver, ela estava em pé, os braços cruzados e ainda descalça, trazia as botas penduradas de qualquer jeito na mochila, em frente a uma poltrona, a pessoa sentada na poltrona estava aparentemente largada de qualquer jeito...

--Não fale do que você não entende..._ reconheceu a outra voz como sendo de Harry, ele não parecia muito feliz.

--Você os está perdendo_ não gostava quando a prima falava daquele jeito, geralmente alguém saia machucado_ pare de agir como se estivesse fazendo um favor a eles e admita, você só quer adiar, está na hora de parar de ser egoísta!

--Egoísta? Você não tem nada que se meter nisso, age como se fosse a dona do mundo, sempre fazendo o que te dá na telha, passando por cima das pessoas e agindo sozinha... Como no ataque ao Beco Diagonal...e por acaso você acha que eu não vi o profeta... os carros que nos levariam a estação voaram pelos ares... Quem é egoísta aqui, hein?_ ele tinha sido bom, pena que em sua opinião não bom o suficiente pra conseguir calar sua prima...

--Ter controle das situações não é ser egoísta, minha posição dentro da minha família me obriga a isso, minha consciência me obriga a isso... Você por acaso acha que é justo alguém como meu padrinho ter que cuidar de uma das maiores escolas bruxas da Europa, ter responsabilidades com todos esperando sempre algo genial vindo dele, um ministro incompetente que com medo de ser deposto escreve todos os dias pedindo conselhos e ele ainda tem que responder educadamente ou ainda se achar responsável pelo “Escolhido”...?_ aquilo tinha doído até nela...

Com certa apreensão viu Harry se levantar da poltrona e pela primeira vez não era o Harry que ela conhecia... Prendeu a respiração ao ver a postura dele, a forma como ficava maior que a prima...

--Como você sabe da profecia?_ ele tinha sussurrado, mas de uma forma tão perigosa que ela conseguira entender.

Profecia? Aquilo era novo pra ela...

--Não vem ao caso, só digo que meu padrinho não me falou nenhuma palavra, descobri por mim mesma...O que vem ao caso aqui é o fato de que você está adiando dizer a verdade porque não quer admitir pra si mesmo...recitar e admitir que é capaz de matar..._ pela primeira vez sentiu um frio na espinha ao ouvir a prima falar...

As proporções daquela conversa não eram pequenas...Sempre admirou a prima por parecer saber de tudo, mas nunca imaginara que ela lidava com aquelas coisas daquela forma... Tão fria.

--Você fala de verdade como se fosse um livro aberto..._ a voz dele tinha a mais pura ironia.

--Não estou nem aí se parece arrogância pra você... Mas me sinto boa o suficiente pra tentar poupar aqueles com quem me importo. Já você não está poupando está perdendo..._ frieza novamente.

Tinha dificuldades pra lembrar quando a Samantha inocente e amiga, uma simples criança tinha sido substituída pelo que parecia ser uma versão feminina do que eram seu tio e avô...

--Você não sabe nada sobre mim..._ reconheceu no tom dele algo parecido com ameaça.

Poderia ter interrompido aquela conversa ali...simplesmente descer as escadas e fingir que não ouvira nada...Mas algo na expressão deles e no ar lhe avisara, seria muito difícil sair de seu adorável cantinho num momento como aquele e depois não ter a cabeça quase arrancada com o olhar que eles lhe dirigiriam sem nem saber se ela ouvira...

--Sei que está jogando cinco anos da sua vida fora...e quando menos esperar vai se arrepender...Eles sempre estiveram com você e é assim que agradece?
Assim que confia?

--Sabia que você é uma intrometida?

--Sabia..._ depois de toda aquela situação Ania não soube como conseguira se manter firme onde estava sem cair rolando a escada ao ver a prima responder dando de ombros e simplesmente sair... Atravessando o retrato da mulher gorda.

Dando a discussão por encerrada.

Um minuto depois vozes eram ouvidas no dormitório masculino e cinco minutos depois o salão comunal começava a se encher de estudantes...

Parecera tudo tão ironicamente... Cronometrado.






A cabeça latejava como nunca antes...

Poderia gritar e sua fúria não diminuiria...

Jogar pra fora todas as azarações e maldiçoes que conhecia, mas não apagaria...

Ele tentara novamente entrar em sua mente e a raiva só aumentava...

Como seria fácil culpar aquela intrometida arrogante...

O que ela entendia por morte?

O que entenderia sobre profecias ou o ato de matar?

Estava acostumado as más expectativas e aos fardos...até mesmo impulsos quase insuportáveis como aquele de simplesmente voltar no tempo e evitar o próprio nascimento...

Não viu a sala comunal se encher com as costumeiras conversas matutinas...

Os alunos com cara de sono, as fotos que um quintanista; Colin Crevey tirou entusiasmado; algumas garotas suspirando e apontando ou grupos cochichando, nem mesmo quando os próprios amigos se afastaram querendo evitar seu mau humor visível...

Também não viu a sala comunal se esvaziar...

Talvez nem notasse que as primeiras aulas do dia seriam iniciadas, caso o vidro de uma janela não muito longe tivesse se estilhaçado em mil pedaços, acordando-o...

-Vidro Reparo..._ ordenou sem sacar a varinha.

Mirou o vidro se recompondo e respirou fundo desarrumando o cabelo...

Lembrou- se do que dissera a Dumbledore antes do treinamento... ”...eu vou provar que mereço pertencer a grifinória...”.

Por mais intrometida que fosse, ela estava certa, concluiu com certa amargura.

Juntando tudo o que dissera, ela o chamara de covarde com todas as indiretas.

Evitar os amigos não ajudaria... Sentia os olhares duvidosos que eles lhe dirigiam, ouvia as perguntas evitadas por segundos e chegara a fugir pra não encará-los...

Tomando sua decisão disparou pelo retrato da mulher gorda, em direção ao salão principal...





Ainda tentando raciocinar e entender o motivo e razão de tudo o que ouvira sentou- se na ponta da mesa da grifinória...

Não ficou sozinha por muito tempo...

Seria deles que Harry e Sam falavam?

--Bom dia_ cumprimentou vagamente fitando de forma estranha, na opinião dos observados, Rony e Mione...

--Bom dia Ania, tudo bem?_ notando indícios de estranhamento na voz da monitora Ania desviou o olhar repreendendo-se por sua pouca discrição.

--Claro, tudo bem, qual é a primeira aula de hoje?_ tentou ser natural.

--Nós duas temos aula de história da magia...

--Não sei como você ainda pode ter coragem pra continuar com as aulas do Bins..._ comentou Rony.

A última coisa que notou antes de voltar ao seu transe foi que aquele comentário aparentemente insignificante parecera aborrecer Hermione, estava começando a se adaptar com as brigas, embora não entendesse o motivo de metade delas.

“Porque eu sempre pareço ser a última, a saber das coisas?”

Voltou a fitar o casal a sua frente sentindo-se deslocada.

--E o Harry?

Perguntara tão abruptamente de uma forma tão inocente que pareceu assustar os dois a sua frente, ao ponto deles pararem de discutir imediatamente.

Quem conseguiu romper as barreiras da surpresa primeiro foi Rony.

--Passamos por ele no salão comunal...Ele nem nos cumprimentou...Parecia furioso..._ notou mágoa na voz do ruivo.

Sabia bem como era se sentir impotente perante alguém com o mundo nas costas...

--E a Sam?_ Hermione também parecera magoada, porém tentava evitar o assunto.

--Não a vi hoje..._ mentiu desanimada.

Depois do que presenciara teve uma pequena idéia do porque da prima ter sido a escolhida...

Não ela, nem a tia e sim Samantha Elizabeth d’Loryen Lancart...

Lembrou do nome completo da prima com certa ironia...

Um nome longo, que pra ela transmitia força e respeito mas quando lembrava-se que a prima só tinha quinze anos, só mostrava o quão distante e cheia de segredos ela era... “Líderes devem transmitir força, devem ser frios e saber a hora de parar de pensar e agir... e vice versa... E quando se é um Loryen deve-se saber o significado da palavra poder...“. Lembrou se da explicação do avô antes de morrer, a voz asmática e os olhos vidrados...

Ela era a única que poderia ocupar aquele lugar... se ser uma líder era deixar de ser humana pra muitas vezes dar lugar a um tipo de ser sem dó nem piedade...

Nunca serviria pra isso...

--Rony, Hermione quero falar com vocês..._ uma voz fria a seu lado a fez acordar novamente...

Era Harry e dessa vez ele não parecia só bravo e frio... Emanava algo ruim.

Viu Rony e Hermione hesitarem, então notou que não era a única...assustada.

--Harry eu tenho uma aula agora...

--Hermione você é inteligente o suficiente pra recuperar todas as aulas que quiser depois, se eu não falar com vocês agora... eu não vou conseguir depois..._ parecia estar se acalmando...

Rony e Hermione se encararam de novo antes de levantar...

Deixando Ania sozinha...

--É podem ir...eu encontro a sala sozinha..._ divagou enquanto se levantou.

Sentia-se triste... Nunca antes sentira tanta falta de ser uma criança e não se sentir na obrigação de entender as coisas...





Em meio a alunos distraídos, falantes, atrasados ou com sono ninguém notou quando um trio vagava pelos corredores de Hogwarts.

Os corredores esvaziaram e o sinal para a primeira aula fora dado a mais de dez minutos.

Sentiu a impaciência dos amigos, Hermione resmungava pra si mesma em pensamento o absurdo que era faltar na primeira aula de História da magia do ano, Rony estava claramente irritado, frustrado e até revoltado...

Virando um último corredor entrou numa sala vazia... passara da hora de admitir pra si mesmo... só esperava não perder os amigos por sua estupidez...

Fitou a janela a sua frente e assim ficou ouvindo a porta ser fechada, tendo consciência dos olhares curiosos e até mesmo irritados dos amigos.

-Todos esses anos em Hogwarts, vocês ficaram do meu lado..._ começou repentinamente com toda a calma que aprendera aparentar_ Durante todo esse tempo Voldemort sempre foi uma sombra constante... Mas vocês sempre estavam lá... E sempre fiz de tudo pra não ser como ele, mas as semelhanças e coincidências são tantas, que no fim nada do que eu tenha feito vai me livrar de que... de alguma forma eu me pareça com ele..._ sentiu Hermione se mover atrás de si, virando-se antes que ela o tocasse_ eu ouvi a profecia...

Vazio, esse era o semblante dos amigos... Ainda não haviam entendido o porque de tudo aquilo... Queriam respostas, queriam saber, entender, ajudar, mas até ali ele tinha sido de certa forma tão evasivo quanto tinha sido nos últimos tempos...

--Harry a profecia foi quebrada_ murmurou Hermione hesitando.

Ela era inteligente, sabia que tinha algo de errado naquela história toda. Era verdade, sempre estavam ali pro que o amigo precisasse... Mas nos últimos dias de convivência ela percebera... Algo tinha mudado, e não fora pra melhor...

--Mas a pessoa pra quem ela foi feita não morreu..._ respondeu simplesmente com desanimo, respirou fundo uma última vez antes de olhar nos olhos dos amigos a frente e recitou os versos que ecoavam em sua mente pelo menos uma vez todos os dias desde que ouvira pela primeira vez _...”Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao termino do sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer na mão do outro, pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar...”.

--Harry..._ fora um sussurro quase inaudível o que fora pronunciado por Hermione.

Por um momento Harry pôde ouvir cada neurônio dos cérebros dos amigos trabalhando alucinadamente pra processar o real significado de tudo aquilo...

Não que fosse o fim do mundo ou motivo pra muito drama, depois de tudo pelo que haviam passado era uma conclusão lógica, mas ter tudo confirmado de uma forma tão estranha, melhor, tão definitiva... a sala parecia ter sido afetada por algum tipo de feitiço retardador, tamanho o torpor e apatia em que os jovens se encontravam... Sabiam o real significado de tudo aquilo, as implicações e as conseqüências, mas não podiam deixar de se perguntar o que tinham feito pra entrar em tudo aquilo, além de se importar uns com os outros, se tornarem amigos...

--Dumbledore me explicou tudo isso no final do ano passado, depois que Sirius morreu._ era a primeira vez que falava da morte do padrinho em voz alta...

E doeu tanto quanto imaginou que doeria...

--E o que você fez?_ perguntou o Rony levantando a cabeça e saindo do estado de letargia.

--Quebrei quase toda a sala dele..._ por algum motivo, talvez pelo treinamento não se sentiu envergonhado ao dizer o que fizera...

--Como você vai fazer isso Harry?_ Hermione parecia estranhamente distante ao retomar o assunto...

--Eu treinei Hermione... Vocês ainda devem se perguntar porque eu não pareço mais ter só 16 anos, não? Enquanto aqui se passavam duas semanas no lugar onde eu estava se passaram dois anos... Estou com a aparência que teria aos 18 anos..._ fingiu não notar o olhar intrigado da amiga e continuou a falar, ainda não dissera o que realmente iria assustá-los_ Zairus, esse é o nome do homem que me treinou, Dumbledore me avisou que ele era frio, calculista, severo e desagradável na maior parte do tempo... Bom, depois de treinar com ele descobri que talvez nem Slytherin fosse tão intragável..._ viu os olhos de Rony se arregalarem e Hermione ficar estranhamente alerta, sabia o efeito que aquelas lembranças lhe causavam, não havia como evitar..._ dois anos aprendendo maldições tão antigas quanto a existência dos bruxos... aprendendo a ser tão traiçoeiro e vil quanto os sonserinos, entrando na mente de Voldemort só pra saber o que era dor, construir muros na mente e ficar acordado mesmo depois de enfrentar mortalhas vivas... e com um único golpe de espada decapitar vampiros ou arrancar o coração de um lobisomem e muitas outras coisas que não me atrevo nem a pronunciar... E ainda assim me considero fraco..._ parou vendo que os amigos prendiam a respiração, dando-se conta do quão frio fora ao dizer aquilo tudo.

Ambos a sua frente tinham os olhos esbugalhados, Rony tinha a boca estranhamente escancarada e Hermione começara a roer as unhas... seria engraçado se não soubesse o quão assustados estavam... Tentou se acalmar antes que outro vidro se quebrasse, tamanha era a quantidade de magia que sabia estar emanando naquele instante...

--Não pensem que eu os troquei pela Ania ou pela Samantha, adoro a Ania, mas não seria capaz de contar nada disso a ela, quanto a Samantha tenho a estranha sensação de que ela me evita de todas as formas possíveis... Vocês são as pessoas nas quais eu mais cofio além de Dumbledore... Me afastei porque já estão envolvidos nisso mais do que deveriam..._ terminou voltando-se novamente pra janela...

“... está jogando cinco anos de sua vida fora...” Talvez fosse melhor assim.

--Poderia nos ensinar?_ Hermione também levantara a cabeça e nesse momento sua voz demonstrava uma determinação que ele não a vira demonstrar desde o FA.L.E..

--Como?_ Não esperava por essa pergunta.

Viu os amigos se aproximarem e ainda sem entender encarou-os, não havia neles nenhum sinal de que fossem abandoná-lo.

--Nos ensinar Harry, o que você aprendeu com esse tal de Zairus_ tornou a afirmar a monitora_ ontem noticiaram o ataque aos carros que nos levariam a estação se a Samantha não tivesse nos apressado, ninguém entendeu ainda como os motoristas sobreviveram ou quem reforçou os feitiços de proteção dos carros... E hoje o Profeta comunicou um ataque... talvez o primeiro e mais brutal desde o que aconteceu no ministério..._ ela tirava o jornal da mochila, entregando ao amigo e indicando a manchete...

“FAMÍLIA MORRE VÍTIMA DE MAGIA NEGRA” Logo abaixo uma foto de corpos estranhamente cortados e dilacerados, largados em posições estranhas e retorcidas, estavam em uma clareira, no chão, ainda com sangue seco, sinais que ele nunca imaginara ver estavam marcados com algo que juraria ser fedorento e pegajoso, sabia o significado de cada um deles...embora a pronuncia nunca tenha sido revelada a ninguém vivo... Sete pessoas e um único ritual de sacrifício...

--O ministério não quis divulgar a finalidade de tudo isso..._ explicou Hermione quando ele se concentrava na expressão vazia dos olhos esbugalhados e sem vida de uma garotinha logo a frente na foto_ mas algo parecido foi encontrado a quase vinte anos atrás...

Sentiu a cicatriz arder... A dor de cada um deles... poderia sentir aquelas marcas nele, sobre sua pele... Ele queria a profecia, mas não teria enquanto conseguisse manter a consciência...

--O cerco está se fechando Harry, e nós não vamos te deixar sozinho..._ Rony quebrou o silêncio colocando a mão no ombro do amigo...

Olhou dentro dos olhos dos dois amigos... E deu um pequeno sorriso triste, apesar de não entender, ainda se sentia sozinho naquilo tudo...






Abriu a porta sem bater. Fitou por uns instantes a figura sentada na maior mesa da sala...Os cabelos castanhos, presos em um elegante rabo de cavalo caiam pelas costas da mulher que começaria a chamar de professora...

Não pôde deixar de pensar no quão tola aquela escolha tinha sido...

--Me chamou?_ sua voz não expressava nada...

A pena parou de riscar o pergaminho e agora não se ouvia nada... Vendo-a levantar a cabeça não pode deixar de se perguntar se beleza era um atributo de todas as mulheres daquela família...

O rosto dela tinha tanta expressão quanto o tom de voz que ele usara e o primeiro gesto que aquela mulher reservou pra ele foi uma careta de desagrado...

--Você não nega seu sangue, fisicamente é idêntico ao seu pai..._ ela respondeu, direta e fria...

Os punhos, dentro dos bolsos da capa, se fecharam; sentiu que teria problemas...

--Só resta saber se é tão baixo quanto ele..._ notou que ela controlara-se pra não xingá-lo...

--Porque me chamou aqui?_ questionou com o tom mais insolente que pôde.

Ela podia ser uma professora, mas se bem sabia aquela conversa, dependendo dos rumos que tomasse, seria o suficiente pra retirá-la do cargo.

--Creio que tem consciência de que minha sobrinha, Ania, ficará na mesma classe que o sr.?

--Sim._ a voz vazia de expressão novamente.

--Ótimo_ viu ela dar um sorriso, mas que nem de longe poderia ser considerado amigável, estava repleto de escárnio_ Então quero que saiba, que um único passo em falso que der fará com que sua vida nesse colégio se torne impossível...

--Acho que esse tipo de aviso não compete a uma professora..._ comentou com desdém, não aceitaria aquilo calado.

--Claro que não..._ o tom meigo e dócil não o enganava_ Compete à irmã de Ametista d’Loryen, seu adorável pai já deve ter se deliciado com a história dela na sua frente, não?_ tinha asco na voz dela, pela primeira vez viu quão grande era o ódio que aquela família carregava.

--Creio que sim._ respondeu com seu melhor sorriso debochado.

--Abra a porta, a aula vai começar_ e com frieza ela voltou ao pergaminho.






Frustrante era a única palavra que se comparava com aquela aula...

Aquilo era um crime contra os mortos que aquele professor citava... Aquele fantasma definitivamente devia ter tido uma vida bem ingrata...

E ainda tinha perdido tempo tentando encontrar aquela maldita sala...antes não tivesse encontrado...

Tinha que correr se ainda quisesse ver a estréia da tia...

Lembrou-se do quão ansiosa ela estivera na véspera...

Não encontrava a graça de lecionar, mas se essa era a vida dela...

Levantou a cabeça encontrando o corredor quase vazio...

Parada, recostada na porta da sala e fitando o céu por uma janela a sua frente estava a segunda pessoa que mais queria encontrar naquele dia...

--Você está bem?

Viu quão idiota era aquela pergunta quando a encarou nos olhos...

Pela primeira vez ela não escondia a tristeza, tudo aquilo por causa do Harry?

--Melhor impossível..._ ela definitivamente era a melhor atriz que já conhecera na vida...

Se não tivesse visto a discussão da manhã, acreditaria naquele sorriso tranqüilo...

--Não é o que me parece...Vamos Sam, você sabe que pode confiar em mim... O que aconteceu?

--Nada de importante... Como foi a aula de história?_ a voz dela soava estranhamente neutra.

Sabia que a prima não era de falar muito e detestava se pronunciar quando não era necessário, mas dificilmente sua voz soava daquela forma...

Como gostaria de ter as armas necessárias pra romper aquelas barreiras tão bem construídas...

--Um tédio_ resumiu_ mas você sabe que eu sempre vou estar aqui, não sabe?_ não queria encerrar aquele assunto, por mais que a prima relutasse.

--Não diga coisas que não pode cumprir Ania... Você um dia ainda vai me odiar mais do que odeia Lucius Malfoy..._ o tom vago com que dissera aquilo...

Viu novamente a tristeza nos olhos da prima... O quão pequena ela parecia...

Chegou a duvidar de si mesma...

Respirou fundo pedindo inteligência pra algum dia entender o que se passava pela cabeça da prima... E vendo-a voltar sua atenção pra uma nuvem que se via pela janela à sua frente desistiu daquela “conversa”.

Viu o corredor se encher e logo a porta da sala foi aberta... Mostrando a primeira pessoa que menos queria ver...

Apertando a alça da mochila em seu ombro, com toda a raiva que sentia, levantou a cabeça, entrando na sala sob o olhar divertido de Draco Malfoy...



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