A herança da líder



N/A: Pessoal valeu msm pelos comentários...adorei todos....vcs acham msm q o Harry e a Sam brigam demais? nossa... eu nem achei q fosse tanto.... mas c vcs dizem... eh maravilhoso saber q vcs tem c empolgado junto comigo, vcs naum tem idéia d como foi difícil escreve nos últimos dias... mas aqui estou eu de novo pra encher a paciencia de vocês! espero q gostem do cap.10 e digo desde já q o 11 está em andamento mas a postagem dele soh vai depender dos comentários de vocês... ah antes q eu me esqueça...Srta Lups... niver dia 11, qm sabe eu poste o 11 até lá como verdadeiro presente heim? mas desde já parabéns!


Boa leitura e espero cada vez mais comentários se naum vcs jah sabem neh? o cap.11 pode demorar mais do q eu gostaria pra fikar pronto....

Agora chega de enrolação! espero q gostem d'A herança da líder....


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Cap.10__A herança da líder...





Respirou fundo encarando o grande número de alunos que haviam comparecido pra seleção do time...

Voltou-se pro amigo que estava ao seu lado, pálido como se estivesse prestes a começar uma partida contra sonserina, o que não era muito diferente levando em consideração que haviam dois sonserinos nas arquibancadas sorrindo debochados; um era Draco Malfoy, desde que voltara a Hogwarts o infeliz bem que tentava tirá-lo do sério, o outro era um loiro ao qual nunca se dera ao trabalho de reparar na existência, embora tivesse descoberto que era o novo artilheiro do time adversário...

--Parece que algumas pessoas desistiram..._ comentou tentando puxar assunto enquanto atravessavam o campo rumo aos candidatos e analisava os pergaminhos de inscrição a sua frente.

--Isso porque muitos ficaram assustados depois da sua última discussão com a Samantha...

Ignorando a resposta do amigo, parou de analisar os pergaminhos pra ver as condições do tempo, o chão estava um pouco úmido e algumas poças de lama se faziam presentes nas laterais do campo, vento estava um pouco mais forte que o normal, o que seria perfeito pra testar as habilidades dos batedores e artilheiros...

--O que acha de um teste de vôo primeiro?_ opinou ignorando uma pontada na cicatriz.

--Está querendo se livrar dos primeiranistas e das garotas sem talento tão cedo? É engraçado ver as trapalhadas deles..._ Rony respondeu perguntando, embora tivesse um sorriso divertido no rosto, parecia estar começando a recuperar sua autoconfiança.

--Quanto antes melhor não?_ retrucou também rindo embora sua cabeça começasse a doer.

E erguendo as barreiras de sua mente pra ignorar a estranha sensação de ter sua mente invadida deu início a uma cansativa e frustrante seleção que duraria a tarde toda...






Ainda com as mesmas vestes que usara na seleção do time atravessava o saguão de entrada pouco se importando se o velho Filch ou Madame Nora estavam por perto pra repreender o rastro de lama que suas botas deixavam pelo caminho...

Deixara Rony encarregado de passar as últimas instruções aos escolhidos pra ocupar as vagas do time... A única que tinha se sobressaído fora Gina com seus quatro gols, os outros infelizmente eram os melhores que haviam comparecido, mas nenhum se comparava ao antigo time comandado por Olívio Wood...

Uma nova pontada na cabeça já latejante...

Notou sem surpresa alguma que ainda era assunto de muitas conversas e motivo de inúmeros cochichos depois de ultrapassar o retrato que guardava a torre da grifinória...

Sentindo-se estranhamente zonzo buscou um canto afastado dos burburinhos sem nem procurar rostos conhecidos e jogando-se em uma cadeira colocou os braços na mesa a sua frente e deitou a cabeça ali, fitando a lareira já acesa...

Só o crepitar do fogo ecoava em sua mente turva... Sentiu-se suar frio, umedecendo as roupas e qualquer um que o olhasse naquele momento, vendo-o com o rosto encharcado saberia que não estava passando bem...

Sabia que aquilo não era normal...

Tentou erguer as barreias em sua mente, mas já era tarde demais, sua visão desfocou e sua consciência vagou pra longe da torre da Grifinória...

“Estava num aposento mal iluminado, a paisagem que via pelas altas janelas indicava que era um tipo de torre...

O crepúsculo nunca lhe parecera tão vermelho por entre os rochedos e montanhas que nunca vira antes e certamente não possuíam o mesmo vigor e beleza das que circundavam Hogwarts ...

Jogado a seus pés escondido sob um capuz havia alguém e quando a voz se fez audível pela primeira vez, tremula e pausada, soube que era um homem...

--Mestre o que está me ordenando é o mesmo que lançar feitiços no escuro...

--Eu a quero ao meu lado e você a trará pra mim!_ sibilou com raiva.

--Mas milorde..._ o rapaz tentou contestar.

--Cale-se moleque insolente!_ sentiu a raiva de Voldemort dentro de si, logo o servo já não estava ajoelhado, tinha sido jogado em uma parede e estava suspenso por magia, a máscara parecia estar se quebrando_ Será que é tão difícil enganar e ludibriar uma garota tola e mimada?! Que tipo de comensal inútil é você?!

--Mestre ela não é normal, a observei... Faz jus a posição que ocupa e o sangue que corre em suas veias..._ tentou explicar o servo com a voz embolada, Voldemort parecia a ponto de estrangulá-lo.

--Eu quero a herança e se você não fizer com que ela entregue por bem, mate-a! Só vai adiantar o processo..._ viu medo nos olhos do servo, ele ia tentar contestar novamente, mas viu-se ordenar com a varinha em punho antes que ele sequer pronunciasse uma letra_ Crucio!

Ainda encostado na parede a figura que exalava medo começou a tremer e se debater sob o efeito da maldição e não demorou pra começar a gritar...

Sentiu Voldemort se acalmar perante a demonstração de medo e sofrimento...

Viu a figura se encolher ainda mais, agora no chão, quando a maldição cessou.

--Eu faço..._ foi um sussurro que pareceu exigir todas as forças restantes dele.

--Loryens são previsíveis garoto_ revelou Voldemort com estranho prazer, tendo em mente lembranças antigas, as quais Harry não fez questão nenhuma de ver_ e a nova líder não é diferente, a herança sempre está com ela..._ sussurrou quando o rapaz parecia cuspir sangue.”


Foi a última coisa que ouviu antes de sentir algo quente escorrer por seu rosto e algo delicado passar por sua testa...

Com a visão ainda turva fitou um estranho par de olhos castanhos se aproximar...

--É melhor sair daqui antes que mais alguém veja que a sua cicatriz está sangrando_ a voz da garota soou extremamente calma perto do seu ouvido.

Estreitou os olhos quando a visão finalmente se normalizou e reconheceu Samantha a sua frente, escondendo-o dos olhares curiosos dos alunos da sala, a mão direita dela sobre sua testa e o lenço que antes estava sobre seu pulso evitando que o sangue escorresse chamando atenção.

Sem encontrar a própria voz simplesmente balançou a cabeça e segurou o lenço que ela oferecia, escondendo assim a cicatriz que parecia recém feita e subiu sem dizer nada pro quarto, antes que chamasse mais atenção...

Entrou logo no quarto e ainda zonzo chegou até o espelho que havia no banheiro...

A cicatriz parecia recém feita, marcada com ferro em brasas... Embora o fluxo de sangue agora fosse mínimo a cabeça ainda latejava, sentiu a textura do lenço.

Reconheceu como sendo do mesmo material que Zairus sempre carregava consigo... Seda de ninfas japonesas, o melhor tecido pra cicatrizações e com poderes curativos, extremamente caro... Era o mesmo lenço que ela carregava no pulso... Devia tê-la machucado de verdade... Mas no momento tinha coisas mais importantes pra pensar, como o que seria a tal herança... E talvez até o porque dela tê-lo ajudado sendo que parecia odiá-lo...






Não se sentia bem desde que acordara, a cabeça parecia latejar mais toda vez que seus olhos se fechavam em busca de descanso... Tudo colaborando pra ser vítima de mais uma peça do Poltergaist Pirraça em pleno salão principal, teve que voltar a torre da grifinória pra tomar banho e trocar de roupa por causa de uma estranha substância pegajosa e malcheirosa que lhe cobrira dos pés à cabeça... Não queria nem imaginar se Zairus descobrisse que caíra num truque barato como aquele, tinha que admitir que por mais coisas que houvessem em sua cabeça ser pego de surpresa daquela forma era vergonhoso.

E pra piorar a dor de cabeça ainda iria falar com Samantha, Rony e Hermione ainda não sabiam de sua última visita à mente de Voldemort e no momento não achava que pudessem fazer alguma coisa, iria investigar por si mesmo embora soubesse que a resposta certa de Samantha seria “obrigada pelo aviso, mas não se meta”.

É definitivamente tinha motivos pra ficar de mal-humor, concluiu lembrando que a garota possivelmente tomaria uma atitude mais grosseira afinal desde que machucara o pulso dela, não haviam trocado nem sequer uma palavra se fosse ignorar a “ajuda” da noite anterior...

Hesitante se aproximou dela quando escolhia um lugar pra se sentar, estavam na estufa cinco pra aula de Herbologia, a tarde parecia anormalmente abafada...

--Samantha_ chamou.

--Diga_ a garota se voltou pra ele com uma expressão indecifrável, mas não havia sinal de ressentimento.

--Isso é seu._ disse direto estendendo o lenço que ela lhe dera na noite anterior, agora limpo.

--Não precisava devolver._ declarou fitando o lenço que estendia.

--Mas eu quis..._ respondeu com a voz fraca... o que diabos estava acontecendo?

--Você quem sabe_ respondeu pegando o lenço e se virando.

--Sam..._ disse o apelido dela involuntariamente.

--Que foi?_ voltou-se pra ele dessa vez com o semblante curioso.

--Há... algo... uma herança, da sua família_ começou hesitante, a cada palavra ela erguia mais a sombrancelha direita_ que esteja sempre com você?

--Porque a pergunta?_ questionou desconfiada... "o que ele tinha a ver com aquilo.”

--Seja o que for... Voldemort quer._ respondeu de uma vez num sussurro, se aproximando pra ter certeza que ela ouviria direito.

Muitos alunos já tinham se instalado em seus lugares e a professora parecia querer começar a aula.

-- Certo..._ porque estava difícil respirar?

--Você não precisa cuidar de tudo sozinha..._ disse notando que a garota não diria nada.

--O que eu não preciso é de alguém me dizendo o que fazer_ respondeu na defensiva_ mas de qualquer forma obrigada pelo aviso..._ disse já se virando, e indo em direção da primeira pessoa que viu_ Neville pode fazer dupla comigo?

--Claro Sam..._ respondeu o grifinório que tentava se concentrar na coloração de estranhas plantas carnívoras a sua frente.





--Então Harry como está indo?

--O de sempre eu tento falar com ela e ela foge ou briga comigo..._ resmungou em resposta, mas levantou a cabeça, esquecendo que a planta tentava comer seus dedos quando o amigo tentava abafar risadas._ Que foi?_ perguntou irritado pro amigo a sua frente embora sua atenção estivesse voltada pra um casal que ria não muito distante dali.

--Eu perguntei se estava conseguindo colocar o adubo sem que a planta comesse seus dedos Harry..._ e riu mais ainda da careta que o amigo fez.

A planta tinha conseguido esguichar uma considerável quantidade de ácido na mão de Harry.

--Hoje definitivamente não é meu dia de sorte..._ resmungou de novo indo lavar a mão antes que efeitos piores do que a ardência acontecessem.

--Quem sabe se você pedisse desculpas?_ sugeriu Rony, mas Harry fingiu não ouvir.







Sem perceber seus pés o guiaram ao corujal que naquela manhã de domingo...

O chão sujo e os pios não o incomodavam naquele momento...

Qualquer coisa seria melhor do que alunos com vidas normais cochichando e comentando sobre sua vida e o que fazia logo nas primeiras horas da manhã.

Olhou todo o local em volta buscando por Edwiges, mas não a encontrou... ainda devia estar caçando.

Apoiava-se na janela quando ouviu um pio diferente e um bater de asas indicava que uma ave pousara a seu lado...

E apesar do olhar de censura não foi impedido de passar a mão na cabeça daquele animal único...

--Sua dona não é uma pessoa muito fácil sabia Jack?_ murmurou sem emoção.

Lembrando-se da discussão de dias atrás e das atitudes da garota, apesar dela ainda carregar o lenço, continuavam como sempre, um sem olhar pra cara do outro, ele sem a menor vontade de pedir desculpas e ela sem dar sinais de sequer lembrar do ocorrido.

--Nenhum Loryen é Harry..._ ouviu uma voz doce atrás de si, mas não se virou.

--Mas ela é quase impossível Jade..._ disse sinceramente, perguntando-se se a professora sabia o motivo da última briga.

--Por isso ela é a líder..._ explicou simples, apesar dele ainda não entender aquela história.

--E o que isso significa?_ perguntou virando-se pra encarar a mulher, talvez tivesse enfim o motivo pra algumas atitudes da garota.

Jade sorriu simpática e depois de despachar uma carta por uma coruja parda se aproximou.

--A família Loryen é uma das mais antigas do mundo bruxo Harry, pra falar a verdade acho que nenhuma outra é tão antiga, houveram épocas em que gerações faliam e eram simplesmente renegadas, veja bem, isso não é algo de que nos orgulhemos, mas essa situação de repúdio só acontecia com aqueles que matavam sem motivo, julgavam ou maltratavam pessoas que não tivessem as mesmas condições financeiras ou status..._ explicou calmamente como se estivesse numa sala de aula_ era muito poder nas mãos de muitas pessoas erradas, mas a partir de um certo momento foi decidido que uma única pessoa da família reteria todo o dinheiro dos demais e os representaria, era o líder, alguém que daria a cara a tapa, o responsável de manter a honra e a dignidade do nome Loryen, a pessoa a qual todos os outros Loryens obedeceriam gostando ou não, muitos líderes foram mortos por causa disso no decorrer dos séculos..._ terminou fitando as poucas nuvens que haviam no céu.

--Me perdoe a indiscrição, mas nos dias de hoje isso soa tão...

--Antiquado_ completou sorrindo_ Meu pai dizia que se não fossem as “breguices” nossa família não existiria..._ disse com a voz triste_ você já deve ter ouvido sobre a suposta maldição, não?

Harry só afirmou com a cabeça.

--Meu pai recusou ajudar Voldemort durante a primeira guerra, ele nunca contou, mas eu e minhas irmãs sempre suspeitamos que Voldemort tenha sido o culpado pela maldição, a partir daí, muitos morreram das formas mais penosas que se pode imaginar, minha mãe foi uma das primeiras vítimas..._ começou a enumerar com o olhar baixo.

Jack, o falcão soltou um pio baixo...

Jade começou a brincar com o bico dele, que no momento não tinha nada de ameaçador... O brilho triste que vinha dos olhos dela indicava que lembranças nada agradáveis vinham a sua mente.

Talvez fosse pelo nervosismo que vinha enfrentando nos últimos dias, Snape com seu costumeiro humor negro, os desaparecimentos de trouxas e até de alguns bruxos importantes sendo noticiados no profeta diário, as discussões de Rony e Hermione... Mas no fundo sabia que o que o levara a ler a mente de Jade foi a mesma curiosidade que o acompanhara desde sempre...

Não precisava mais de contato visual pra invadir e espreitar a mente de alguém... Uma das partes do treinamento das quais mais se orgulhava de ter completado com sucesso...

--Com o decorrer da guerra Ametista..._ deu uma risada triste como se estivesse lembrando de algo engraçado_ ela detestava que a chamassem assim...

“—Amy, por favor fica acordada o Adam vai chegar logo..._ murmurava desesperada quando suas roupas começavam a ficar molhadas com o sangue da irmã...

Uma Jade mais nova estava ajoelhada no chão abraçando desajeitadamente o corpo de uma mulher que aparentava ser somente alguns anos mais velha do que ela... O cabelo longo e loiro começava a ficar castanho conforme feridas e cortes apareciam no corpo... devia estar sob efeito de algum feitiço das trevas... Harry tinha uma visão perfeita do rosto dela... Triste, cansado, derrotado, a beleza completamente ofuscada pelas diversas cicatrizes que se faziam presentes e mais numerosas a cada segundo... ela estava perdendo a própria pele... Nos olhos desfocados e lacrimosos uma verdade que ele vira em vários livros que Zairus o obrigara a ler... além de estar sendo torturada de fora pra dentro ela também era destruída de dentro pra fora... Havia ingerido veneno... Uma poção que corroia completamente os órgãos internos em questão de uma hora... Não pôde deixar de se perguntar quem teria sido o sádico que causara aquilo...

--Não adianta..._ a mulher sussurrou fracamente o que pareciam suas últimas palavras_ eu preciso que você me prometa..._ hesitou quando sangue começava a escorrer por sua boca_ que a Ania nunca vai saber quem é o pai dela..._ começou com a voz fraca embora fosse possível notar que havia raiva e desgosto naquelas palavras.

--Pára com isso Amy... Olha o que você está falando! Você não vai morrer..._ Jade murmurou fraca, vendo que a irmã definhava mais a cada segundo e questionando-se com desespero onde tinham ido os outros.... não tinha tempo a perder.

--Que vai fazer com que a Aghata não me odeie por quebrar a promessa..._ continuou murmurando hesitante como se não houvesse sido interrompida, a dificuldade de falar e a dor claras em cada palavra_ Que não vai deixar que coloquem Ametista escrito no meu túmulo... E que vai se entender com o Remus... Prometa Jade, por favor_ e depois de dizer isso uma lágrima tímida finalmente escorreu pelo rosto da mulher...

Mas a lágrima não era cristalina, era sangue...

Depois de um último espasmo de dor ela finalmente pareceu deixar de respirar e pendeu molemente ainda no abraço de Jade.

Não havia mais o que fazer...

--Eu prometo Amy..._ murmurou Jade deixando que as lágrimas caíssem enquanto fechava os olhos da irmã e abraçava mais fortemente o corpo já sem vida... enfim ouvindo passos descendo as escadas daquele porão, ajuda que não seria mais necessária.”.


Penetrar na mente das pessoas, vasculhar suas lembranças e alterar suas vontades ou estado de espírito, tudo sem deixar rastros, sem ser notado; a pessoa deveria estar alerta período integral pra poder se defender daquele tipo de invasão...

--Depois os pais da Sam..._o tom que ela usara pra continuar a falar continuou triste embora houvesse algo mais, algo que Harry não conseguiu interpretar_ A Aghata logo que acabou a guerra, quando a Sam nasceu... E o Jack..._ hesitou demonstrando confusão_ eu nunca vou entendê-lo... Viveu e morreu por ele mesmo, talvez. Um verdadeiro Lancart..._ terminou em um murmúrio amargo.

Tentou penetrar novamente em alguma lembrança... mas estranhamente tudo o que viu foi uma garotinha mirrada chorando encolhida ao canto de um quarto escuro... Abraçada às próprias pernas com a cabeça apoiada nos joelhos e o cabelo ajudando a esconder o rosto... ela murmurava coisas desconexas que ele não entendeu...

Um novo pio de Jack chamou sua atenção, estranhamente o falcão o encarava como se soubesse o que estava fazendo... Os olhos de uma incomum tonalidade dourada enviando uma clara mensagem, “Não se meta!”. Definitivamente aquela ave era mais parecida com a dona do que deveria.

--Jack?_ questionou percebendo a estranha repetência de nomes.

--Jack, o meu cunhado... ele viajava muito sabe..._ dessa vez a explicação de Jade já não tinha mais a eficiência que ela usava em sala de aula, notava-se claramente que havia sarcasmo e até mesmo mágoa naquelas palavras_ numa das últimas viagens ele trouxe esse falcão ainda filhote pra Sam, ela estava num momento... na falta de uma denominação melhor, difícil... um presente típico de caçador, ainda me lembro... quando ele perguntou o nome que ela daria a ave ela respondeu com essas mesmas palavras: ”Jack, porque ele vai me olhar nos olhos sem medo e cuidar de mim quando você não puder”... Foi a última vez que ela viu o pai vivo..._ ela dissera tudo aquilo hesitando, pausadamente.

Foi então que Harry notou mais claramente... Já tinha suas suspeitas, mas acabara de ter a prova... Jade que havia criado Sam, que a vira crescer e a educara não a conhecia como gostaria, ela mesma não entendia a sobrinha.

--Como a Samantha se tornou líder?_ tentou distraí-la, quando viu que ela segurava as lágrimas.

--Meu pai a escolheu pra substituí-lo antes de morrer... ela só tinha nove anos... Sabe, apesar de tudo, eu ainda torço pra não ver mais ninguém morrer._ completou sarcástica, uma lágrima começou a escorrer pelo rosto da mulher, mas logo ela se recompôs.

--Eu sinto muito._ murmurou Harry.

Ela parecera segurar aquele pequeno desabafo a muito tempo.

--Todos sentem Harry..._ murmurou passando a mão na cabeça do garoto e o deixando sozinho com o falcão e várias outras corujas deconhecidas.











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