Nóias natalinas



N/A: Sim, aqui estou eu /sorri/. Bem, vamos ao que interessa, não é mesmo? O capítulo de hoje será uma songfic que se passa nas pequenas férias de Natal, quando ambos os personagens estão distantes, comemorando com a família. A música é Teu Semblante da banda Fresno.

Padfoot e Wormtail

Em uma casa majestosa, de aparência rústica, com jardins verdes e bem cuidados, um garotinho estava à porta, que tinha uma maceta com uma serpente entalhada, olhando a rua, com visível tédio.

O garoto era moreno, dos olhos azuis muito claros, charmoso e elegante.

--Chegaram, mamãe! A tia Druella e o tio Cygnus estão aqui! –grita o garotinho, chamando a atenção de todos da casa.

Uma mulher de aspecto severo, um tanto maldoso e agressivo, aparece atrás do menino, com um ar de elegância displicente. Tinha seus cabelos pretos presos fortemente em um coque, seu rosto, mesmo sendo um pouco velha, parecia intacto com a passagem dos anos, no seu pescoço reluziam colares de ouro e prata, fazendo seus olhos azuis parecerem um tanto fantasmagóricos. Avistava o casal de recém chegados passarem pelos portões, saiu de trás do filho, abrindo a porta, e ficando de frente para eles no hall.

--Sejam bem-vindos! –deu um sorriso pouco convincente. Ela odiava o casal, e, de fato, odiava tudo que respirava ou fazia fotossíntese.

--Obrigado, Walburga. –respondeu o homem com cortesia. Este era moreno, mas seus olhos eram castanhos claros com um brilho diabólico –Onde está Orion, meu irmão?

--Está na cozinha, tio. – o menino responde, e a mulher volta sua atenção para ele. A mulher era loura, dos olhos azuis, com um rosto inexpressível.

--Régulo! –saudou com aceno de cabeça, no que o Régulo correspondeu.

--Onde estão Bellatrix, Narcisa e Andrômeda? –quis saber Walburga.

--Estão vindo com o pó de flu. –respondeu Druella.

Passos de alguém que descia as escadas de má vontade se fizeram ouvir.

Sirius aparece trajando vestes a rigor de cor roxa, e os cabelos, um pouco compridos, ajeitados elegantemente para trás.

Todos que estavam no hall o miraram.

--Boa noite. –saudou Sirius.

--Ora se não é o primogênito de meu irmão. –diz Cygnus com um ar de deboche –Como vai a Grifinória? Narcisa me cantou que sempre perdem a Taça das Casas.

--Então, Ciça deveria prestar maior atenção nas palavras do diretor, quando ele anunciasse a casa vencedora, porque todos os anos a Grifinória ganha esse título. –fala Sirius ríspido. Detestava ter todos seus familiares implicando por não ser da Sonserina.

--Cale-se, Sirius. –ordenou Walburga –Vamos para a cozinha. –guiou os visitantes do hall repleto de vestígios dos grandes antepassados da família Black, com a famosa tapeçaria que tinha a árvore genealógica Black, cuja Sirius sempre teve a vontade de tacar um bom feitiço de destruição.

Régulo fechou a porta e virou-se sorridente para o irmão, que era, sem sombra de dúvida, bem mais bonito e charmoso.

--Acho melhor não brigar com os convidados, Sirius. –recomendou ainda sorridente –Mamãe pode se zangar.

--Cala essa boca, seu tapado idiota! –responde mal humorado. Além de aturar seus familiares preconceituosos, uma mãe rigorosa e completamente egoísta e um pai com espírito de assassino, tinha de aturar seu irmão patético, que não perdia uma oportunidade de se mostrar para seus pais e de caçoar dele? Não mesmo.

O sorriso desapareceu do rosto de Régulo, e esse saiu para a cozinha, deixando Sirius sozinho, fitando a porta.

‘Se eu passasse as datas importantes do ano em Hogwarts, com meus amigos...’ pensou ele tristonho.

As festas da família Black sempre acabavam em discussão. Uma vez Orion expulsou Alphard de casa, com azarações poderosas. E claro que a fúria dos pais caiam em Sirius, que passava noites e noites no sótão, amarrado pelos pulsos, ou lha rendiam machucados de tanto apanhar.

Um estrondo de dentro da lareira tirou Sirius de seus devaneios, e ele seguiu até a sala, de onde Andrômeda aparecia rodopiando. Estava suja de fuligem, mas sua beleza tornava aquilo algo imperceptível.

--Dromeds! –saudou Sirius sorridente. Pelo menos teria sua prima favorita consigo.

--Sisi! –Andrômeda ajeitou seu belo vestido vermelho, e tirou a fuligem dos cabelos –Preparado para nossa sessão tortura?

--Se eu passar com você, estou. –estende o braço para a prima, que entrelaça com o seu.

Segundos depois, Narcisa e Bellatrix apareciam juntas, uma com um vestido azul e a outra com um amarelo.

--Sirius! –saudou Narcisa, com um sorriso bobo. Sirius sabia que a prima tinha um interesse em sua pessoa –Como vai? Se comunicando com aquela Laila? – perguntou com visível desprezo na voz.

--Sim, Ciça. –respondeu com um sorriso amarelo, virando-se para Bellatrix, que também gostava dele –Como vai seu pretendente, o Rodolfo Lestrange?

--Rodolfo pode ser meu pretendente agora, Sirius, mas ainda tenho tempo de mudar para alguém mais interessante. Quem sabe um parente próximo? –insinuou com um olhar maroto, que fez Sirius rir.

--Acredito que Régulo aceite seu convite tentador. –diz sarcasticamente, o que fez Bella lhe olhar feio –Vamos, Dromeds? –perguntou a Andrômeda, que assentiu com a cabeça. Os dois se retiraram para a cozinha, sendo seguidos por Narcisa e Bella.

Sirius concordava que a noite não foi perfeita, mas nunca havia tido um Natal sem confusão.

Andrômeda e ele saíram um pouco da festa ‘agitada’ (nem imagina o quanto) e foram até a casa do lado, bateram na porta e foram atendidos por uma senhora trouxa, de aparência doce.

--Desculpe o incômodo, mas o Ted está? –pergunta Andrômeda timidamente.

--Vou chamá-lo, querida. Feliz Natal! – responde a senhora.

Alguns segundos depois, aparece à porta um rapaz com seus dezoito anos de idade, magro e com o cabelo ruivo, não muito bonito, e muito menos charmoso. Sirius não entendia o que a prima via naquele trouxa. Seria, talvez, a atração pelo proibido?

--Andy! –o garoto sorri feliz –Pensei que não viria mais!

--Foi difícil sair da casa de Sirius. Minhas irmãs estavam nos perseguindo.—explicou a garota. Estava tão feliz em revê-lo. Ted poderia não ser o melhor partido, mas era realmente doce, gentil, generoso e atencioso. Um namorado ideal para quem, assim como ela, não conhecia o que era o carinho.

Os namorados foram para trás da casa, acompanhados por Sirius, que ficava ali para vigiar, se certificando se alguém estava por perto.

--Ora, ora... está encrencada mocinha. –diz alguém por trás do muro que dividia a casa dos Black com a dos Tonks, atrapalhando o casal, que se beijava. Sirius tomou um susto vendo quem era. Narcisa e Bella, montadas em vassouras voaram até o trio, sorrindo de orelha a orelha, com tamanha satisfação –Mamãe não vai gostar nada de saber sobre isso...

--Não conte a ela, Ciça! –implorou Andrômeda, enquanto Ted olhava horrorizado para as duas garotas que voavam. Voavam!

Ted sai correndo assustado, deixando Andrômeda chateada. Ela não queria que ele descobrisse daquele jeito que era uma bruxa. Na verdade, se perguntava se um dia lhe contaria.

--Viram o que fizeram? – perguntou Sirius nervoso—Não podem ver a irmã feliz?

--Não fique com raiva, primo. –debocha Bella –Um dia ela encontra alguém melhor, como seu pretendente, por exemplo.

--Mas ela não quer se casar com alguém desconhecido.

--Ora, Sirius, o pretendente dela nem é tão desconhecido assim. Ao contrário, pois Hogwarts já o tem como um dos homens mais bonitos.

Sirius mirou Bella confuso. Pelo o que ele sabia, apenas os marotos eram assim, tão conhecidos e requisitados, como ela estava falando do, talvez, futuro marido de Andrômeda.

Narcisa revirou os olhos e falou com arrogância:

--Você é o noivo da Dromeds! Não sabia?

Sirius perdeu o chão.

Já conversara tantas vezes sobre esse tal rapaz com Andrômeda que não conseguia crer que era ele próprio. E a prima sempre falara que era um completo estranho, que nem por todo o ouro que a família Black possuía, se casaria com o prometido. Seria tão ruim assim, a ponto de causar tanta aversão?

Sirius se vira, lançando um olhar mortífero, a Andrômeda, e sai andando furioso para casa. Entra desabalado, passa pelo corredor de quadros dos seus antepassados, pelos murmúrios da cozinha, subindo a escada e seguindo para seu quarto.

Tudo é tão branco e sem razão

Não é um quarto, é uma prisão

E eu estou aqui tentando sair em vão

E nem que eu tente acordar

Não há como me concentrar

Pois o que passou marcou demais meu coração

Sirius e Dromeds sempre foram inseparáveis, e nenhuma pessoa da família tinha coragem de contestar isso. Agora ele descobrira o por que.

Será que não era o suficiente para Dromeds?

Mas nem era isso que realmente o perturbava, mas sim a lembrança de Laila, que viera em sua mente, de quando ela disse que não sentia orgulho de gostar dele.

Seria tão abominável ficar com ele? Por que nenhuma garota o queria?

Sirius tinha plena consciência de que era o garoto mais bonito de Hogwarts, que várias garotas caiam aos seus pés, porém nenhuma ficava com ele por muito tempo. Todas alegavam que ele era livre demais, que não podiam colocar a coleira nele. A única que quis mesmo, foi Lisa, mas ele nem a notou direito.

‘Não sou o homem para casar, mas pra se divertir’, pensou sorrindo amargurado.

Sirius só queria encontrar alguém para conversar, passar o tempo, aprontar, assim como os marotos, mas seu clone feminino. Ele já o tivera uma vez, um clone perfeito, um que ele queria de novo: Laila. Mas como recomeçar? Nem amigos mais eles eram!

E Andrômeda? Como ficaria ela? Sabia que se a prima não pudesse ficar com o trouxa, seria ele a desposá-la, mesmo não gostando dela como marido.

Sirius parou de pensar quando escutou batidas na porta de seu quarto.

--Sisi! Deixe-me entrar! –ouviu a voz de Andrômeda, levantou-se e abriu a porta. A garota entrou e se sentou na cama –Eu...bem...—começou ela, confusa.

--Você sabia disso? –perguntou sem mais rodeios, fazendo Andrômeda baixar o olhar, envergonhada.

--Sim.

Sirius fechou a porta e sentou-se de frente para a garota. Pegou o rosto dela com as mãos e olhou penetrante.

--Acha que sou uma pessoa ruim?

--Não! –respondeu apressada e sincera –Não é nada disso, Sirius! Eu apenas não queria me casar com meu próprio primo, assim como nossos pais fizeram, principalmente porque eu já amo outro...

--Ama?

--O Ted, Sisi.

--Como sabe? Você nunca amou ou foi amada antes para saber o que de fato sente! –Sirius precisava saber como era aquela sensação. Tiago já o contara que era um frio na barriga e o acelerar do coração. Tinha de saber outra opinião.

--Bem... –Dromeds pensava no que dizer para explicar o que sentia – é quando você não sabe o que dizer, apenas fica observando a pessoa em questão... quando os olhares carinhosos e atentos valem mais do que uma sílaba... quando o coração pára de bater, quase que instantaneamente, dando a sensação de morte, mas a recuperação nos olhos da pessoa amada é o bastante... –disse com os olhos brilhando, lembrando-se das vezes que ficara com Ted.

Sirius refletiu. Não lembrava de se sentir morto quando estava com Laila, muito menos com vontade de ficar mudo. Adorava conversar com ela, sentindo-se animado.

--É assim como se sente? –não poderia ser aquilo que as pessoas chamam de amor!

--Sim... em partes. –respondeu encarando o primo, confusa –Por quê?

--Por nada... –Sirius desistiu de tentar compreender o que se passava dentro de si. Era complicado demais, e ele não tinha muita paciência –Vamos descer?

--Não está zangado? –perguntou mordendo o lábio inferior.

--Não.

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--Feliz Natal, meu filho lindo! –desejou Rebeka Potter a seu filho. Ela era uma mulher de estatura baixa, muito magra, branca e com os cabelos negros. Tiago era a cara da mãe.

--Feliz Natal, mãe! –reponde o menino sorrindo gentilmente e dando um beijo na avó que ia se deitar.

--Não fique acordado até muito tarde, Tiago. –recomendou Jack Potter. Seu pai era um pouco louro, dos olhos castanhos esverdeados, como os do filho, e seus cabelos se espetavam na nuca. Tiago era diferente de todos os homens da família Potter, pois eles costumavam sair idênticos aos pais, e Tiago era sua mãe com exceção dos olhos, o jeito dos cabelos e a altura de seu pai.

--Tudo bem. Boa noite.

Os pais se retiram para o quarto, deixando Tiago sozinho na sala de livros escura.

A casa da família Potter era tão grande quanto a dos Black, embora sua aparência fosse mais simples, sem tantos indícios dos antigos familiares.

A sala era repleta de livros de feitiços (azarações), DCAT, transfiguração, sobre animais mágicos, poções, herbologia, astronomia e outros sobre o Ministério da Magia.

Tiago escolheu um de azaração para ler. Adorava conhecer novos jeitos de acabar com o Ranhoso. Ascendeu a lamparina e passou os olhos por uma página cheia de encantamentos. Parou instantaneamente de ler ao lembrar-se de uma coisa. Largou o livro e pegou outro.

‘Poções: noções básicas de envenenamento’, leu mentalmente o título, ‘Minha ruivinha vai adorar esse livro. Ela é tão boa em poções...’, um sorriso sonhador percorreu seus lábios, mas desapareceu na mesma rapidez que aparecera.

Tiago havia discutido com Lily em Hogwarts, pouco antes de embarcar no trem. Essa lembrança não era uma das melhores.

O garoto se levantou, com o livro nas mãos, e seguiu para seu quarto, subindo a escada que levava ao segundo andar. Sentou-se em sua escrivaninha, pegou um rolo de pergaminho, tinteiro e uma pena, e pôs a escrever:

Lílian,

Tenho plena consciência da nossa briga, antes desse Natal.

Sei também que já é tarde (ou deveria dizer cedo, por causa do dia que está quase amanhecendo?) para enviar uma coruja, mas não pude conter minha mão.

Estou te dando este livro como presente de Natal e Ano Novo. Lembrei-me que você gosta de Poções, então peguei o livro da estante e estou te mandando. Espero que a leitura seja agradável.

Abraços,

Tiago

PS: Este tom formal se deve ao fato da briga, então não fique triste, pensando que desisti de você, meu raio de sol. Sabe que JAMAIS desistirei do nosso amor!

Tiago enrolou o pergaminho e colocou-o de lado, pegando o livro e embrulhando-o cuidadosamente. Colocou o bilhete junto ao presente e pegou sua coruja.

--Leve até meu raio de sol, Jefferson. –falou para a ave branca com pintas marrons em volta do pescoço, que estendeu a perna para que o dono amarrasse o embrulho e levantou vôo.

Tiago voltou-se para sua cama, deitando confortavelmente de barriga para cima.

‘Aposto que ela vai devolver. É bem típico da ruiva.’

E nada poderá mudar

O meu destino que é vagar

Pelo meu quarto vendo o teu semblante

Tudo que eu não quero lembrar

Memórias custam a apagar

Daria tudo pra ser como antes

Pra mim...

Tiago passou horas, desde o dia que chegou até aquele momento, pensando na sua ruivinha querida.

No seu primeiro ano em Hogwarts, ainda no vagão do trem, um anjo, de cabelos cor de fogo, olhos verde esmeralda, e com sardas atraentes, entrou direto para seu coração.

Claro que a principio era uma amizade normal, viviam sempre juntos, cercados pelos demais amigos. Muitos garotos viviam atrás dela, o que deixava Tiago um pouco irritado, mas naquela época, ele pensava que era porque queria mais atenção.

No segundo ano, começaram os testes para entra para o time da Grifinória. Tiago se inscreveu para fazer o teste de artilheiro, mas acabou por optar por apanhador, passando com louvor. A primeira impressão que tivera era que o mundo havia pirado. As garotas, de todos os anos, passaram a prestar mais atenção em sua presença, notar sua beleza e simpatia, seu charme e carisma. No segundo momento, viu-se só. Onde estava Lily? A menina passava mais tempo com Laila, Lua e Alice do que com ele e os outros garotos, na biblioteca.

No terceiro ano não se comentava outra coisa a não ser Lílian Evans, a nascida trouxa mais inteligente e esforçada de todo o colégio e suas amigas super talentosas. Claro que os meninos não ficaram para trás, formando o grupo dos Marotos, os quatro (ou melhor, três) garotos mais desejados e transgressores já vistos pelos terrenos da escola.

A única ligação que Tiago tinha com Lílian era Laila, ainda muito amiga de Sirius, algo que acabou no mesmo ano, por culpa da incapacidade de Sirius de perceber o que tinha com a menina.

No quarto ano Lily e as meninas tornaram-se ainda mais belas, no ponto de vista dos garotos, e invejadas pelas outras alunas. Principalmente quando se descobriu de quem Tiago Potter, o melhor apanhador de todos os tempos, o maroto, apaixonara-se perdidamente por Evans. Quando o fato ficou sendo de conhecimento geral, espalhados pelos sonserinos (os marotos não faziam idéia de como eles tinham ficado sabendo), Lily parou de tratar Tiago normalmente, iniciando uma guerra. A garota passou a tratá-lo com descaso e com um tom formal que Tiago odiava. Ele só queria fazer parte da vida dela, mas a mesma fazia questão, desde então, de deixar claro que não seria ele a ser seu namorado, alegando que estava em Hogwarts para estudar e nada mais.

‘Aquele rostinho de princesa...’, pensava encarando o teto, ‘a boca carnuda e vermelha... os olhos incomuns, que parecem pedras preciosas... o sorriso que radia meu ser...os cabelos... o cheiro... ah! Lily...’, lembrou-se dos sorrisos e das conversas que tinham, ‘Aquele bloco de gelo que você instalou nos seus belos olhos, que me chamam tanto a atenção, não pode ser real... não é possível que você não me ame mesmo... não pode ser... não quero que seja’, a visão de uma Lílian com o olhar fuzilador perpassou a mente do rapaz, ‘Por que não voltamos ao que éramos? Por que não dar uma oportunidade?’, aquele olhar de desprezo o matava por dentro, ‘Sabe que meu coração é somente teu... então por que não?’, Tiago adormece e tem um sonho maravilhoso, como se estivesse na forma animaga, correndo atrás da sua ruiva, ganhando beijos doces quando se aproximava.

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Lílian estava tendo um sono inquieto por causa dos terríveis roncos de sua irmã Petúnia. Ambas dormiam no mesmo quarto, embora a irmã um ano mais nova não parasse de implorar aos pais que a mudassem. Não suportava ficar no mesmo local que uma ‘aberração’.

Lílian levantou-se, entediada, com muito sono, mas sem vontade de voltar a dormir. Ajeitou a camisola e foi até a cozinha no andar de baixo.

A casa da família Evans era, como todas as casas trouxas, cheia de eletrodomésticos e era espaçosa, com dois andares. O verde do jardim se comparava aos dos olhos dela e do pai, Adriano Evans.

Adriano Evans era um homem louro, do rosto cavalar e o pescoço um pouco maior do que o normal, seus olhos eram verdes como os da filha. Não era muito bonito mas um bom homem não é medido por beleza e sim por ações, como ele mesmo dizia. Era casado com Alexandra Evans, uma bela ruiva com cabelos cor de fogo, do rosto um pouco sardento (bem atraente), olhos azuis e um sorriso encantador. De fato, Lílian puxara a mãe com exceção dos olhos, e Petúnia ao pai com os olhos da mãe.

Lílian bebia um copo de água quando, de súbito, avistou um vulto no céu.

Correu escada a cima, parou ofegante na janela de seu quarto, para ver melhor o que estava vindo. Apertou seus lindos olhos e viu claramente uma coruja que trazia um embrulho. Era para ela! Não existia nenhum outro bruxo pela região, pelo menos pelo o que sabia.

A coruja não demorou muito para chegar, e pousou elegantemente no parapeito da janela, piando alto, como se saudasse a menina. Lily logo reconheceu a ave. Pertencia a Tiago.

--Jeff! O que seu dono quer afinal? –perguntou acariciando a cabeça da coruja, desamarrando o embrulho. Pegou cuidadosamente a ave e colocou dentro da gaiola da sua, evitando o máximo possível de fazer barulho. Se Petúnia acordasse e visse outra coruja, ela morreria.

Lara, a coruja da ruiva, que tinha as penas cinzas, adorou a companhia de Jefferson.

Enquanto as corujas se conheciam, Lily leu o bilhete e pegou o livro. Como seria interessante ler algo assim... mas logo jogou com estrondo o presente em cima da cama (Petúnia gemeu um pouco e virou-se). Não poderia aceitar, ou poderia parecer que estava finalmente se rendendo aos encantos do rapaz! E era óbvio que ela não queria isso! Não podia assumir o que sentia! Poderia atrapalhar seus estudos... ou se machucar, como tantas outras.

E quando eu tento apagar

Da minha mente o que vivi

Não resta nada pra me tornar feliz

E aí eu tento aceitar

Que assim vai ser melhor pra mim

Mas não dá para acreditar

Não dá...

‘Como era bom sentir o perfume dele... recordo-me da nossa primeira aula juntos’, pensou Lily risonha, enquanto procurava um rolo de pergaminho, ‘Você não parava de me olhar, perguntando como era possível alguém ter os olhos da cor dos meus’, passou a procurar o tinteiro, ‘E quando os meninos se aproximavam de mim, pedindo deveres emprestados? Você os afugentava com azarações simples, dizendo que minha atenção deveria ser só sua, e eu me sentia corar’, procura a pena, ‘ Aquilo me fazia crer que eu era especial para você... que não importava o que acontecesse, eu e você ficaríamos juntos para o resto da vida, e além dela’, Lily parou com a pena no tinteiro. Não poderia recusar o presente depois de tudo o que tinha vivido com o maroto. Toda a antiga cumplicidade e amizade.

Hogwarts, segundo ano

Depois da primeira partida de quadribol de Tiago

--Tiago!!!—Lily,ofegante—Você foi...

--Ai! Eu nunca vi ninguém assim, tão rápido, como você Ti! Posso te chamar de Ti, não posso?

--Que nada. Eu que vou chamá-lo assim.

--Não. Eu que vou.

--Ai! Você é tão lindo e perfeito!

(um bando de garotas risonhas cerca Tiago no término do jogo, e impedem Lílian de se aproximar dele)

Duas horas depois do jogo

--Lily! Por onde andava? Viu a partida?

--Vi sim. Você estava espetacular, Tiago.—sorriso sincero e bochechas rosadas.

--Obrigado. Sirius disse que vai tentar uma vaga no time, mas acho que ele ainda não voa muito bem. Sabe...—se aproxima da garota—Pensei que podíamos ir a festa, para comemorar a vitória, juntos. É que...—ambos coram—eu não te achei depois da partida... e gostaria de conversar mais...os treinos tornaram minha vida aqui um pouco mais corrida... daí nem tínhamos tempo para nos falar direito...então pensei...

--Ti! MEU apanhador perfeito! Vamos para a festa! Quero me divertir um pouco, e a festa não é a mesma sem você, meu lindinho!—uma quartanista o puxa pelo Saguão de Entrada adentro.

A lembrança de ter sido trocada por outra garota ainda estava fresca em sua memória, assim como a raiva e o desapontamento de Tiago preferir alguém que só queria estar junto dele por interesse, por fama, enquanto ela sempre esteve ao seu lado, conhecendo e aceitando todos os seus defeitos. Isso fez com que ela juntasse forças para escrever o bilhete com a resposta:

Potter,

Sou grata por você ter se lembrado de mim e pelo presente, embora eu não o aceite.

Não me dê nada que pertença a seus pais, por favor.

Jeff comeu e bebeu aqui em casa, então não precisa se preocupar com isso.

Lílian

PS: Eu adoraria que você me tratasse assim, formalmente, e desistisse dessa bobagem! Não temos um relacionamento! Que isto esteja bem claro.

Feliz Natal e Ano Novo

O coração de Lílian diminuía gradualmente de tamanho enquanto escrevia a resposta. Odiava tratá-lo mal, mas pensava que era melhor do que se entregasse ao seu jogo de sedução barato. Não daria o braço a torcer.

Lily estava decidida a esquecer tudo o que sentia e que havia vivido junto de Tiago. Não queria mais se lembrar dele, não queria sofrer, mesmo que a dor de esquecer fosse maior, pois suas lembranças eram sua maior alegria. Seria mesmo o melhor a fazer? Esquecer tudo? Não! Não pode ser! Então, por que tentar apagar da memória?

‘Não sei se é o certo, mas o farei.’

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O dia 25 de dezembro amanhecera lindo, com a rua coberta por uma grossa camada de neve.

O senhor Smith saiu de sua casa, para tentar retirar a neve da porta de sua casa, e surpreendeu-se com a casa que ficava na frete da sua. Uma casa grande e com grande beleza, com plantas exóticas, jamais vista em Londres ou qualquer outro lugar do país. Todos os moradores sabiam que as donas da casa, mãe e filha, eram estrangeiras. Mas o que não gostavam nelas eram as esquisitices que aconteciam em torno daquela casa.

Uma vez, vários homens encapuzados entraram pela porta e nunca mais saíram. O que tinha acontecidos com eles? Ninguém saberia responder.

Naquela manhã a porta da casa da família Durand não tinha nem floco de neve no chão, o que deixou o senhor Smith apavorado.

Kaya se levantou de sua cama, com seus cabelos castanhos escuros e ondulados um tanto desgrenhado. Arrumou-se e andou pelo corredor, até o quarto de Laila. Bateu na porta.

--Filha! –chamou com sua voz meiga –Lua! Café, as duas! –e desceu até o segundo andar. Os quartos e a biblioteca da casa se localizavam no terceiro andar, enquanto as salas e a cozinha ficavam no segundo. O primeiro andar era onde Kaya se reunia com os amigos que, como ela, exerciam a profissão de auror. Lá discutiam sobre o caos (Laila escutou alguns rumores) que estava se instalando o mundo bruxo, ainda desconhecido.

Laila se levantou com certa dificuldade, e olhou para Luanna que abria os olhos.

--Lindo cabelo. –fala Lua, como se desejasse ‘bom dia’.

--E o seu então. –responde Laila, pegando a escova que ficava na sua escrivaninha e ajeitando os cabelos. O quarto de Laila era enorme, com duas portas, a da direita dava acesso ao banheiro e seu guarda-roupa e a da esquerda a Snuffles, seu lindo cachorro preto de estimação. Laila entrou na primeira porta, enquanto Lua pegava sua roupa da mala que levara para passar o Natal lá.

Estavam as três tomando o café matinal, quando um barulho é ouvido no primeiro andar. Kaya empunha a varinha, assustando Laila e Lua, e desce para ver o recém chegado, voltando com Raphael FullMoon, pai de Lua.

--Pai! Já veio me buscar? –pergunta a menina, abraçando-o fortemente.

--Sim, meu anjo. –responde Raphael acariciando os cabelos cacheados e louros da filha –Sabe que essa semana...

--Lua redondinha no céu. –respondeu pesarosa.

--É. Pegue suas coisas com a Lalita enquanto converso com a Kaya.

As meninas seguem para o terceiro andar.

--Viu como minha mãe reagiu ao barulho? –pergunta arrumando alguns objetos espalhados da prima.

--Vi, Lalita. Meu pai não sai sem a varinha agora. Antes ele nem se preocupava. O que está acontecendo?

--Não sei... –morde o lábio inferior –mas escutei mamãe dizendo que os mais jovens estão seguros estudando, que os pais que devem ficar atentos, cuidar dos trouxas desavisados... não faço idéia do que isso significa.

Lua pára de ajeitar suas coisas e encara Laila.

--Deve estar acontecendo alguma revolução, tipo a dos duendes, que sempre estudamos em História da Magia.—deduziu pouco convencida de sua própria hipótese.

--E você presta atenção no professor Binns? –olhos arregalados –Não perco meu tempo com isso.

--Claro que não. Perde seu tempo babando pelo Sirius, que baba dormindo na sala de aula. –responde Lua, risonha.

--Há há, engraçadinha!

--Mas é verdade!

--E você soltando rios de baba pelo Lupin, não conta?

--Sim e não.

Laila revira os olhos.

--Pelo menos não somos iguais a Lily, que finge que não olha o Tiago brincando com os cabelos, dando suspiros apaixonados.

--Ah, isso é! –Lua ri do comentário da prima.

Luanna e Raphael FullMoon se despedem e vão embora. Kaya sai logo em seguida para trabalhar, deixando Laila sozinha, com Snuffles como sua companhia.

--Vem, bebê! Mamãe vai passear com você, meu amor! –diz imitando voz de criança.

Snuffles era um cachorro bastante inteligente que Laila ganhara como presente de seu pai desaparecido. A princípio quis devolver, mas depois que fitou os olhos castanhos do animal, tão pequenino, frágil e indefeso, aceitou ficar com ele. Além de ter se apaixonado instantaneamente por Snuffles, Laila queria pelo menos alguma coisa boa para lembrar do pai, que sumira havia anos, mandando Snuffles como o único presente por seu aniversário de quinze anos, em junho do ano passado.

A noite chegou depressa, e Kaya mandou uma coruja dizendo que só chegaria depois da meia-noite. Andava trabalhando demais no Ministério.

Atualmente era normal ouvir falar sobre algumas pessoas desaparecidas e/ou machucadas no Profeta Diário. Lalita se preocupava com o estado de Kaya. E se a perdesse? Não teria a mais ninguém! Somente sua avó Margaret De Carlo, mãe de seu imprestável pai (N/A: Sim... a Laila não tem o nome do pai, apenas o da mãe porque seus pais não se casaram de verdade).

Snuffles estava deitando na cama de Laila, enquanto a mesma rabiscava bobagens em um pergaminho, sobre sua escrivaninha, quando uma coruja branca, com manchas marrons em volta do pescoço, apareceu.

--Jeff?! –Laila abre a janela e Snuffles deu um latido. O cão morria de ciúmes da dona.

Lalita pega a carta que a ave trazia no bico e depois a leva para uma gaiola espaçosa, onde uma outra coruja, das torres marrom com olhos castanhos e fêmea, estava.

--Trate bem o seu hóspede, Anita. –recomendou Laila, no que sua coruja piou alto, com elegância, e Snuffles latiu novamente –Quieto, bebê! –fala a garota com voz de criança, acariciando a cabeça do cão.

A carta dizia:

Lalita!

Como vai minha morena gostosa favorita? Espero que bem.

Sua mãe tem parado em casa para respirar de vez em quando, ou está igual aos meus pais, se matando de tanto trabalhar?

O que será que eles escondem? Vou tentar descobrir algo.

Feliz Natal atrasado e um ótimo início de ano!

Beijos, morena!

Tiago

Laila pega uma folha de pergaminho e escreve:

Branquelo!

Saudades de ti!

Vou muito bem, e você?

As palavras ‘mãe’ e ‘casa’ não combinam atualmente, querido, acho que já sabe disso, não?

Escutei algumas conversas sobre algo ainda desconhecido pela sociedade bruxa. Acredito que seja algo realmente perigoso para nossos pais estarem assim, obcecados pelo trabalho!

Feliz Natal atrasado também! Um Ano Novo de conquistas para você!

Beijos, branco lindo!

Lalita

Laila pegou a carta, amarrou na perna de Jefferson e despachou-o de volta ao dono, enquanto Anita resmungava aos pios a ida de seu companheiro.

--O Jeff já é da Lara, Anita, assim como Tiago é da Lily. –brinca Laila, recordando-se dos verões que passara ao lado do maroto.

Era sempre tão divertido conversar, aprontar e rir junto de Tiago, que Laila se apaixonara por ele na infância.

Eram sempre os dois juntos, ninguém ficava entre eles. Tiago tinha sua atenção voltada para a menina e ela para ele.

Quando receberam as cartas de Hogwarts Tiago falou:

--Vamos estudar para crescermos e nos casarmos!

Lalita nunca ficara tão feliz, até aquele momento, crendo que ficaria junta de Tiago, seu ‘verdadeiro’ amor por toda a eternidade.

Claro que nada dura para sempre, e a visão ruiva de Lílian Evans se fez presente no vagão do trem que levava os amigos para seu primeiro ano na escola, causando uma grande reviravolta. Laila nunca vira Tiago tão obcecado em alguém como estava por Lily. Isso a aborrecera muito, pois era tão acostumada em ser o centro das atenções por ser baixinha e lindinha, que não aceitava ‘intrusas’ na sua relação.

Laila passou a andar com Lílian, tentando aparecer para Tiago, mas o mesmo parecia ter sido azarado para olhar apenas para a “cabelo de fogo”.

Sirius aparecera naquele instante como uma miragem. Laila nunca tinha notado sua presença constante, e ao perceber o menino ele ficou contente. Daí, os dois se tornaram caldeirão e poção: ambos se completam, um sem o outro fica vazio e não é nada.

Foi quando Laila notou que não Tiago sua verdadeira paixão, mas sim Sirius, com seu sorriso galanteador, com seu charme natural. Agora que via como se apaixonara por Sirius, preferiu ainda pensar gostar de Tiago.

‘ Não que Tiago seja melhor que Sirius, mas não deve ser tão ruim gostar de alguém que ama uma das suas melhores amigas, não é mesmo?’ , ela se perguntava, mas as lembranças com Sirius invadiam sua mente e acabavam com qualquer pensamento parecido.

Laila estava se divertindo, mexendo em suas recordações quando esta veio à tona:

Hogwarts, terceiro ano

Aula de História da Magia (1º tempo)

Oi!

A aula está um tédio!

Que tal uma conversa por bilhetes?

Oi!

Aula do Prof. Binns é mesmo um horror! Essa é a verdade.

Aceito sua proposta, Black.

Não! Você não! Mas era só o que me faltava!

Laila, me faça o favor de me chamar de Sirius. Deixe o Black (cara de nojo) para quem não tem intimidade comigo, coisa que não é o seu caso.

Hahaha!(gargalhada)

Só você mesmo Sirius.

Eu sei que tenho intimidade, mas te irritar é tão bom (sorriso)

Sei! Se você queria mesmo me irritar, conseguiu.

Estou brincando. Jamais ficaria irritado contigo.

Em todo caso, me chame sempre por Sirius, ou Siriusito.

Mudando de assunto, você escutou o que os professores estão dizendo sobre nós?

OK, Siriusito!(sorrisos)

Não. Nem sabia que tínhamos virado assunto dos professores. O que estão dizendo?

Dizem que somos um belo casal. Sendo o mais bonito de toda a Hogwarts!

Hm...Mas que maravilha! Além de nos considerar os mais belos (junto dos nossos outros amigos) ainda somos O casal! (sorrisos)

E dizem que por estarmos sempre juntos, a nossa fidelidade encanta a todos.

Meus céus! Então eles acreditam mesmo que somos um casal! Que engraçado!(sorrisos)

Laila, chega desses seus sorrisos! Desse jeito você me mata do coração! Adoro seu sorriso. E você sabe disso.

Mas, Laila, nós dois somos um casal!

Aiai, Sirius!Você gosta de me deixar sem graça. Não entendo essa sua paixão pelo meu sorriso.

Somos um casal?

Somos, é claro! Um casal de amigos. Que andam juntos desde o primeiro ano.

Sim!!!(sorrisos radiantes)

Laila! Eu já te disse que esses seus sorrisos ainda vão me matar!!! Deve ser isso que você quer... matar-me aqui mesmo. Se bem que essa aula já me mata de tédio. Claro que prefiro morrer pelo seu sorriso ao invés de morrer pela voz fantasmagórica do nosso amado professor.

Não seria mesmo má idéia!Se você morresse o mundo estaria se livrando de um mal.

Nossa, Sirius! Não sabia desse seu amor pela minha amiga. Que coisa mais meiga!(sorriso)

Tiago!!! Lílian!!! Intrometidos!!! Saiam da conversa agora!!!

Hm...”Eu já te disse que esses seus sorrisos ainda vão me matar!!!”...mas isso é uma declaração! O que pretende com a minha amiga Sr. Sirius Black?

Lílian!!! Eu não pretendo fazer nada. E saia da minha conversa!!!

Lílian, você sabia que o Sirius a chama de irmã?(risos)

Até parece! Irmã. Vocês são é um belo casal de amantes!

(gargalhadas)

Mas vocês não se cansam de atrapalhar a minha conversa com a Laila???

E saibam que somos apenas muito íntimos e nada mais que isso. Não somos um casal de amantes, como o Tiago disse.

Nossa! A intimidade de vocês logo vai dar em casamento. Quero ser convidado.

Remo!!! Até você?!!

Sr. Remo Lupin, se eu e a Laila optarmos por nos casar você não será convidado. Nem você e nem o casal Lílian e Tiago.(muito irritado)

Não nego nada quanto ao casal.

Tiago! Você sabe que NÃO somos um casal, mas que somos apenas COLEGAS!!! E além do mais, suas fãs me matariam se descobrissem que temos um caso. Isso se tivéssemos um.

Não ligue para elas!

Nossa, Sirius! Nosso bilhete virou encontro de casais.(risos gostosos)

Lalita, eu simplesmente TE AMO!!!

TIAGO!!!(nervoso)

Foi o Tiago, Lalita, não eu. Apesar de não ser de todo uma mentira.

Lali (grande borrão de tinta)

(Binns toma o pergaminho)

Final da aula de Historia da Magia (2ºtempo)

--Nossa! Nunca pensei que o Binns fosse ler o pergaminho na frente de toda a classe.

--Bom, Sirius, não se pode dizer que foi bem merecido da parte dele fazer isso, já que todos estavam olhando para o pergaminho que passava de um lugar para o outro ao invés de prestar atenção ao que ele dizia sobre os duendes.

--Lílian! Deixe de ser tão nerd e pare de proteger o tirano do professor Binns. O Sirius ficou todo sem jeito quando o tirano começou a ler a parte em que ele escreveu sobre o sorriso da Laila. Se bem que isso foi engraçado!!!

--Hahaha! Estou morrendo de rir Tiago! Hei, Laila, você não vai falar nada?

--Bem... Foi realmente constrangedor as pessoas olharem para mim enquanto o professor lia sobre o seu amor pelo meu sorriso. Mas não me importo. Achei muito meigo da sua parte falar aquilo, então... obrigada.—sorriso envergonhado.

--Hehe! Só constatei uma verdade. Não é necessário agradecimentos.

--Vamos, Lílian. Acredito que estamos sobrando aqui.—sorriso maroto.

--Certo.—sorriso maroto-- Até logo meu casal preferido—Lílian pisca um dos olhos.

--Como são bobos.

--É mesmo.

--Gostaria de me acompanhar até a Biblioteca, Srta. Laila Durand?

--Com muito gosto Sr. Sirius Black.

--Ótimo!—sorriso—Tenho certeza de que o Remo se encontra lá. Preciso acertar uma conta com esse ‘serzinho’. Quanto ao nosso casamento, sabe Laila?

--Sei. Foi muito legal da parte dele nos unir em matrimônio. Quem sabe ele não pode unir a Lílian e o Tiago também?

-- Excelente idéia.

--Black! Vou ensinar a você que não se deve mexer com a minha garota!

--Como...

--Sirius!!!

--Expelliarmus!!!

--Lalita! Você acordou! Se sente melhor agora?

--Hã? Luanna? Onde estou? Ai! Que dor de cabeça! Onde está o Sirius?

--Sabe...eu não sei ao certo o que aconteceu mas...algum garoto da Corvinal tentou atacar o Sirius, pois estava com ciúmes do relacionamento que você tem com ele. Então você entrou na frente do Sirius, e o feitiço de desarmamento pegou em você e...te atirou contra a parede—careta—fazendo com que batesse a cabeça e caísse desacordada.

--Sei... Mas onde está o Sirius?

--Estava perseguindo o garoto. O Tiago, a Lílian, o Remo e o Pedro foram atrás dele, mas não o encontraram em parte alguma.

--Bom... Acho que também vou procurá-lo. Já me sinto melhor.

--Acho melhor você ficar mais um pouco em repouso.

--Não se faz necessário. Sinto-me melhor.

-- Como você é teimosa!—risonha—Vá procurá-lo então.Afinal, você não irá sossegar enquanto não falar com ele, se te conheço bem.

--Sirius!!!—ofegante—Me espere! Hei! Sirius!!!

--Seu grande surdo.—sussurro—Se vinha para a Biblioteca era só me esperar! Onde você se meteu? Há! Te achei! Sirius, eu te procurei por toda a parte e...

Sirius encontrava-se ocupado beijando uma garota da Lufa-Lufa que atendia pelo nome de Lisa. Essa era muito bonita e simpática. E Sirius a estava beijando! A ela! A Lisa!’

‘Como você pôde me trair desse jeito Sirius? E eu que te protegi, amparei e fiquei sempre, sempre, ao seu lado durante três longos anos de amizade? Que sempre, sem nem sequer um dia, te amei com todas as forças do meu ser? Fiquei para trás, esquecida, enquanto você beijava a Lisinha. BEIJAVA A LISA AO INVÉS DE ME BEIJAR!!!’, pensamentos assim, possessivos sempre perpassavam sua cabeça ao recorda-se da cena, com lágrimas nos olhos,

E se algum dia eu me livrar

Eu não irei comemorar

Pois estaria atestando a desistência

Mas eu não posso aceitar

Ficar aqui nesse lugar

Ouvindo a voz da consciência que me diz

Que nada poderá mudar

O meu destino que é vagar

Pelo meu quarto vendo o teu semblante

Tudo o que eu não quero lembrar

Memórias custam a apagar

Daria tudo pra ser como antes

‘Por que continuo a gostar de você? ALGUÉM POR FAVOR ME EXPLIQUE!!! Eu simplesmente AMO esse cafajeste!!! AMO!!! Ele, com aquele olhar de arrependido, fica procurando estar perto mim. Será que ele gosta de me ver sofrer??? Deve ser isso...Mas sabe do que sinto mais falta? Do seu perfume, seu jeito de andar e falar comigo, seu jeito de me olhar e me ver, me notar, seu jeito de me abraçar forte e calorosamente, como se quisesse me proteger de qualquer mal mundano... SINTO FALTA DELE!!! DELE EM SI!!! Onde vai dar esse amor platônico? Não faço idéia...Mas saiba Sirius, querido, que não lhe culpo... Eu sou a única culpada por alimentar sentimentos não correspondidos e esperanças até hoje...Por isso, para não me machucar mais, não posso ser mais sua amiga... Não posso trocar olhares ou sequer palavras contigo...Pelo simples fato de amar e ter medo de conseguir te ter e você me abandonar como fez com tantas outras...’

Laila pára de chorar.

Desistira assim tão fácil? Deixaria seu amor para outras? Acabaria com tudo?

Não gostaria de admitir que está derrotada, mas que outra opção teria? Tinha de desistir de tudo mesmo. Essa decisão lhe custava a alma! Não poderia simplesmente arrancar aquele cachorro de seu coração!

Laila acaricia Snuffles. Se tudo fosse tão simples como quando estava no primeiro ano... não precisaria tomar uma decisão tão complicada... estaria feliz ao lado de Sirius... Lílian não trataria Tiago com descaso, machucando a si própria... Lua poderia criar coragem de ficar com Remo... tudo seria perfeito! Mas a vida não é sempre mágica...

Uma onde invadiu o corpo da menina, a enchendo de entusiasmo. Não desistiria! Não entregaria os pontos ainda! Não permitiria que seu moreno dos olhos claros e sorriso maravilhoso ficasse nas mãos das outras!

Laila suspira e olha para Snuffles.

--Este foi o Natal mais reflexivo que tive. –e sorri com uma pontinha de esperança de tudo voltar a ser o que era, e ainda melhor do que antes.

E nada poderá mudar

O meu destino que é vagar

Pelo meu quarto vendo o teu semblante

Tudo o que eu não quero lembrar

Memórias custam a apagar

Daria tudo pra ser como antes

Pra mim...

N/A: Desculpa se esse capítulo foi muito complexo, mas é que às vezes todos temos algumas crises existenciais e reflexões, não é mesmo? Espero que tenham gostado do mesmo jeito, e prometo que o próximo capítulo será mais agitado, sem nóias /sorri/.

Padfoot e Wormtail

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